ii. chapter two
⟦ SON OF POSEIDON. ⟧
narrator's point of view
13/07/2000's – 00;00 | 00:00
📍acampamento meio-sangue – GRÉCIA.

CORNÉLIA PASSOU O resto das duas da manhã em completo silêncio. Luke estava com ela a todo momento, não importava se ela fosse até o topo de uma montanha, ele ia a seguir como se ele fosse um discípulo. Ele não conseguiu mais nenhum tipo de informação sobre o que ela tinha dito anteriormente sobre o novo campista ser filho de Poseidon, mesmo de Castellan perguntasse, ela não dizia nada.

Luke frequentemente se via questionando se valia a pena o constante constrangimento de perseguir a mesma garota ao longo dos anos. No entanto, sempre chegava à conclusão de que sim, valia a pena.

AO MEIO DIA, sob a sombra da Lua-Sangrenta, o céu ainda mantinha a escuridão da meia-noite, tingido de vermelho. Luke, desperto há alguns minutos, seguia sua rotina matinal, que incluía revisar suas anotações sobre Cornélia. Ele colecionava mitos gregos sobre a "Salvação do Olimpo" e suas variadas versões, uma tarefa desafiadora para um americano que apenas entendia grego falado. No entanto, após muito esforço, conseguiu conectar todos os mitos, exceto um aspecto crucial: a aparência da Lentulus.

Cada relato descrevia uma aparência diferente, ecoando as experiências dos semideuses do acampamento, que também viam Cornélia de maneiras distintas. Filósofos gregos especulavam sobre a natureza dessa variação, enquanto os escritores de mitos atribuíam-na aos sinais divinos dos Deuses, retratando Cornélia como filha de Nyx. Alguns afirmavam tê-la avistado caminhando pelo gramado molhado em noites de Lua-Sangrenta, onde gotas de sangue caíam do céu.

Luke meticulosamente registrava tudo em um caderno antigo, onde os mitos eram transcritos do grego, com imagens impressas de artefatos de museus e antigos escritos que mencionavam a tal. Cada página continha relatos, datas, explicações e até mesmo desenhos detalhados, todos relacionados à figura enigmática que tanto o intrigava. Frases divinas adornavam as margens, adicionando um ar de mistério e poder ao conjunto. Era um registro completo e fascinante, uma compilação cuidadosa do conhecimento sobre Cornélia que Castellan havia acumulado ao longo do tempo.

Castellan tinha um mito favorito sobre Cornélia, na verdade, dois que se interligavam. O primeiro, intitulado "Salvação em teste", era tão cativante que o garoto adquiriu um livro inteiro dedicado a ele. O mito apresentava relatos detalhados, pinturas vívidas e até mesmo bênçãos registradas.

"Uma graciosa donzela de cabelos dourados emergiu, envolta em um amplo vestido alvo, assemelhando-se a uma delicada marionete. À primeira vista, sua natureza divina não se revelava. No entanto, quando um habitante de Atenas ousou dirigir-lhe insultos, prontamente se desencadeou o entendimento. A pequena foi maltratada pelo rude rapaz, instigando a aparição de horrendas criaturas, mais temíveis que as sombras do submundo. Mas a menina, tão frágil, ergueu-se contra os horrores que a envolviam, enfrentando-os com coragem em seus braços. O insolente transgressor desapareceu sem deixar vestígios, castigado pelas profundezas do Tártaro.

Num instante, a pequena desapareceu, envolta num clarão celeste suave, os céus estavam mais escuros que o normal. A ira de Zeus se fez sentir, porém apenas o infrator desapareceu sob sua justiça divina, enquanto a benevolente criatura se desvanecia perante o brilho celestial, deixando para trás um legado de temor e admiração."

Ele adorava aquele mito, ele amava mais ainda as pinturas. Originalmente, o mito foi escrito por um morador de Atenas que estava presente: Euphemios Markpoulos, 1986. Não fazia muito tempo, fazia por volta de quatorze anos. Tanto Cornélia tanto Luke tinham cinco ou seis anos na época.

Uma grande parte dos irmãos semideuses de Luke o chamavam de "Stalker" ou "Perseguidor", as vezes por brincadeira, outras vezes de forma séria. Mas ele não se importava, era algo que ele fazia por um motivo.

ÀS TRÊS DA tarde, não todos os semideuses se aventuravam para fora de seus chalés, especialmente nos dias de Lua-Sangrenta, quando as atividades ao ar livre eram escassas. No entanto, aqueles que se encontravam do lado de fora estavam divididos em grupos distintos. Alguns se agrupavam em torno de Cornélia, buscando suas bênçãos, enquanto outros simplesmente desfrutavam da sua presença, engajados em diversas atividades como conversas animadas, artesanato, refeições ou até mesmo trazendo presentes para ela.

Luke acompanhava Percy em direção ao local onde Cornélia estava, recordando da noite anterior quando Lentulus expressara o desejo de falar com a supostamente proibida criança de Poseidon. Embora um tanto apreensivo, Luke tentava tranquilizar Percy, lembrando-lhe das palavras de Castellan e seu irmão Chris, que haviam tentado minimizar o medo ao falar sobre a reputação de Cornélia.

━━━━━ Relaxa, ela não morde, pelo menos até onde sei. ━ disse Luke num tom baixo enquanto conduzia Percy até o encontro com a enigmática Cornélia.

Não demorou muito para que Luke e Percy chegassem ao encontro da garota misteriosa. Assim que chegaram, Cornélia se levantou e avançou em direção a eles, dispensando a necessidade de qualquer saudação.

━━━━━ Αυτός είναι ο Percy, σωστά? ━ 'Este é o Percy, certo?' Ela dirigiu seu olhar para Luke, em busca de confirmação.

━━━━━ Sim. ━ confirmou Luke, colocando uma mão reconfortante no ombro de Percy. ━━━━━ Ele não fala grego. Se puder, fala em inglês.

━━━━━ Certo... ━ ela suspirou, antes de prosseguir. ━━━━━ Não foi proclamado ainda, certo? ━ Cornélia dirigiu seu olhar para Percy, que assentiu afirmativamente com a cabeça. ━━━━━ Você, criança. Você é filho de Poseidon, o Deus dos mares, das tempestades, dos terremotos e dos cavalos.

━━━━━ Como você sabe? ━ Percy perguntou em um sussurro, enquanto as pessoas ao redor cochichavam e observavam a cena. ━━━━━ Espera, Deus dos cavalos? ━ Ele franziu o cenho.

━━━━━ Acredite em mim, não faça perguntas. ━ respondeu Cornélia, com seriedade. ━━━━━ Sim, Poseidon é associado aos cavalos, tanto por sua habilidade em criar cavalos como por ser frequentemente retratado montando um carro puxado por cavalos marinhos. ━ A expressão dela era séria, mas transmitia uma leve simpatia. ━━━━━ Tenha um bom dia, criança. ━ Ela se afastou, voltando para o lugar de antes e os campistas que estavam querendo falar com ela a seguiram.

━━━━━ Eu te disse, ela não morde. ━ Luke riu, tirando a mão do ombro de Percy. ━━━━━ Mas e então, se sente melhor sabendo quem é seu parente divino?

━━━━━ Como vocês tem certeza que ela está certa? ━ Percy franziu o cenho.

━━━━━ Ela sempre está certa, Percy. Não duvide.

𝐎𝟏 ) OIOI MEUS AMORES!
Capítulo 2 finalmente publicado,
qual opinião de vocês sobre ele?
                (1086 palavras)

𝐎𝟐 ) FATO INTERESSANTE!
As pinturas que eu me inspirei para
escrever o mito 'Salvação em teste'
foram essas foto:

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