
Prólogo . . 𝗦𝘂𝘀𝘀𝘂𝗿𝗿𝗼𝘀 𝗱𝗲 𝘂𝗺𝗮 𝗻𝗼𝘃𝗮 𝗲𝗿𝗮
𝕿𝖊𝖓𝖍𝖔 𝖒𝖊𝖉𝖔 𝖉𝖊 𝖙𝖚𝖉𝖔 𝖖𝖚𝖊 𝖊𝖚 𝖘𝖔𝖚
𝕸𝖎𝖓𝖍𝖆 𝖒𝖊𝖓𝖙𝖊 𝖕𝖆𝖗𝖊𝖈𝖊 𝖚𝖒𝖆 𝖙𝖊𝖗𝖗𝖆 𝖊𝖘𝖙𝖗𝖆𝖓𝖌𝖊𝖎𝖗𝖆
𝕺 𝖘𝖎𝖑𝖊̂𝖓𝖈𝖎𝖔 𝖗𝖊𝖘𝖘𝖔𝖆 𝖉𝖊𝖓𝖙𝖗𝖔 𝖉𝖆 𝖒𝖎𝖓𝖍𝖆 𝖈𝖆𝖇𝖊𝖈̧𝖆
𝕻𝖔𝖗 𝖋𝖆𝖛𝖔𝖗, 𝖒𝖊 𝖑𝖊𝖛𝖊, 𝖒𝖊 𝖑𝖊𝖛𝖊, 𝖒𝖊 𝖑𝖊𝖛𝖊 𝖕𝖆𝖗𝖆 𝖈𝖆𝖘𝖆
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1671 palavras
Marselha, França
Nadine Delacroix não sabe o que doí mais: os pulsos cortados pelas algemas ou o olhar de seu pai que a encara com puro desprezo. A pequena garota de longos cabelos e cílios azuis sempre detestou aquele homem, mas naquele momento, o sentimento de ódio cresce em algo muito mais profundo.
O único desejo de Nadine é escapar daquele lugar que, para ela, não é diferente de um inferno. Ela sonha em ser livre, em viver como uma criança comum: brincando ao ar livre, rindo com outras da mesma idade, desfrutando da beleza encantadora de seu país, onde os pássaros cortam o céu azul com graça. Mas, em vez disso, sua realidade é cruelmente diferente. Ao invés de sorrisos e brincadeiras, Nadine tem suas mãos forçadas a tirar vidas, obedecendo às ordens implacáveis de seus próprios pais.
Como resultado, a garota desenvolveu traumas profundos com o sangue, mesmo com apenas 8 anos, especialmente com o que se acumula em suas próprias mãos. Enquanto seus pais se satisfazem com a impressionante habilidade dela com armas, Nadine luta contra as lágrimas que ameaçam cair de seus olhos. Para seus pais, chorar é um sinal de fraqueza, uma reação inaceitável para algo que, segundo eles, deveria ser visto como divertido e satisfatório. Nadine aprende a enterrar seus sentimentos, sufocando a dor e o horror que a consomem, pois, no mundo deles, a vulnerabilidade não tem lugar.
— Você tentou fugir novamente, Nadine?! — O pai dela grita, retirando um controle de choque do bolso da calça com um gesto ameaçador. — Quando vai entender que seu lugar é aqui, com a gente?
— Meu lugar não é aqui! Meu lugar é onde eu possa ser livre, longe desse inferno que vocês chamam de vida!
Uma expressão de decepção e frustração se forma no rosto do pai, enquanto ele se pergunta como sua filha, mesmo após tantas atrocidades e abusos, ainda permanece tão determinada a fugir daquele lugar. A persistência de Nadine em buscar a liberdade, apesar dos constantes tormentos, é uma afronta ao seu domínio.
Nadine ainda mantém um resquício de esperança, acreditando que a chave para superar o impossível era a persistência. Ela está convencida de que suportar toda a dor e sofrimento atuais valerá a pena, mesmo que os frutos dessa luta só sejam colhidos muitos anos depois.
— A liberdade que você deseja é uma ilusão, Nadine. O mundo lá fora é muito mais cruel do que você imagina.
— Se o mundo é tão cruel, então eu ao menos quero ter a chance de descobrir isso por mim mesma! — Nadine grita, sua voz carregada de frustração e determinação, o que apenas intensifica a fúria do homem à sua frente.
Sem hesitar, ele aperta o botão do controle, ativando o choque na coleira de metal ao redor do pescoço da garota. O grito desesperado dela ecoa pela cela, enquanto ela se contorce de dor. Essa tortura é um castigo habitual sempre que desobedece às ordens de seus pais. Nadine se pergunta se o mundo lá fora pode realmente ser pior do que essa tortura diária.
Em alguns momentos, Nadine sente uma vontade esmagadora de abandonar tudo e buscar a paz eterna, mas seus sonhos a impedem. Ela deseja um futuro onde possa escrever belos poemas e observar as estrelas ao lado de quem ama. Desistir não é uma opção para ela; o desejo de encontrar a verdadeira liberdade e felicidade é o que a mantém firme.
Para Nadine, partir deste mundo sem ao menos escrever um poema inspirado em suas próprias experiências é impensável. Além disso, ela sonha em encontrar alguém que a ame verdadeiramente, apesar das vidas que foi forçada a tirar. A garota deseja alguém que veja além de seus atos passados e conheça o verdadeiro eu que se esconde por trás da dor e violência.
— Vai continuar falando merda, ou finalmente vai calar a porra da boca? — O homem pergunta, interrompendo a descarga elétrica e mostrando seu aborrecimento.
— Talvez seja você quem deveria calar a boca e começar a ouvir!
É lamentável ouvir Nadine proferir palavras tão duras para alguém tão jovem, mas, ao crescer ao lado de pais mafiosos, não há como escapar do ambiente de violência e indecência. A organização a que pertencem é uma das mais temidas do país, com a missão de eliminar inocentes sem qualquer remorso. Por vezes, a garota almeja nunca ter nascido, questionando se sua vida teria sido diferente longe daquele mundo sombrio.
De todas as famílias em que poderia ter vindo ao mundo, por que tinha que ser justamente em uma de criminosos?
— Chefe! Estamos com problemas! — Um dos guardas do pai de Nadine invade a sala, ofegante e com os olhos arregalados.
— O que é agora? Fala logo! — O senhor Delacroix rosna, claramente irritado pela interrupção em sua conversa familiar.
— É... É a Máfia do Porto!
— Como assim? O que tem eles? — A expressão de Delacroix muda instantaneamente, seu tom de voz carregado de preocupação.
— Eles estão aqui! Eles est-
De repente, um tiro ressoa, acertando a base do crânio do guarda por trás, não permitindo que ele termine de falar. O homem cai bruscamente no chão, o corpo sem vida. O senhor Delacroix, com os olhos arregalados, fica paralisado pelo choque. É a primeira vez que Nadine o vê suar de desespero, seu rosto refletindo o verdadeiro terror da situação.
Nadine já ouviu falar da Máfia do Porto através dos rumores que circulam entre seus pais e os guardas — uma organização temida e poderosa de Yokohama, no Japão. Enquanto observa a cena caótica diante dela, a garota se pergunta o que poderia levar uma máfia tão distante a invadir Marselha, tão longe de sua sede no Oriente.
O homem que disparou o tiro se revela com um sorriso sádico no rosto. Ele é alto e esguio, com cabelos pretos e lisos, na altura do queixo, penteados para trás, formando franjas que caem ao redor do rosto. Seu traje é impecável: uma camisa branca de botões com uma gravata listrada em roxo e branco, coberta por um paletó preto listrado. Ele usa um sobretudo preto sobre o paletó, e um cachecol marrom longo, quase até os joelhos, cai sobre seus ombros de forma desleixada. Para completar, suas mãos estão protegidas por luvas brancas, contrastando com o tom sombrio do resto de sua roupa.
— Como você conseguiu entrar aqui?! — O senhor Delacroix pergunta, perplexo. Ele sabe que a sala é uma fortaleza secreta, com segurança reforçada. A intrusão parece impossível para alguém que não tenha uma autorização especial.
— Ah, eu matei todo mundo. — O homem responde com uma frieza assustadora.
— Isso é impossível! Elena! Elena, onde você está?!
— Elena? Se é a sua esposa, eu matei também.
Nadine não sentiu nada ao ouvir a notícia.
A indiferença que sente pela perda de sua mãe a surpreende. Embora saiba que Elena é tão cruel quanto seu pai, a falta de emoção a faz questionar se está se tornando alguém completamente insensível. A ideia de que essa ausência de sentimento possa ser um sinal de que ela está se adaptando à vida de mafiosa a deixa aterrorizada.
“Será que a minha humanidade se foi?”
— Ela realmente era muito habilidosa, senhor Delacroix, mas não o suficiente para me-
— Cale a boca! — O pai de Nadine perde o controle, sacando uma arma do bolso e disparando em uma sequência frenética. O homem à sua frente, porém, desvia com facilidade, movendo-se de modo ágil.
No entanto, o homem encontra rapidamente uma brecha e dispara com precisão, acertando o coração do senhor Delacroix. O tiro é letal, e a cena acontece bem diante dos olhos de Nadine.
Mais uma vez, ela não sente nada. Apenas um vazio.
A garota sente um medo crescente ao perceber que está cada vez mais imersa nesse mundo de violência. A linha entre o certo e o errado começa a desaparecer, deixando-a confusa e desorientada.
— Você está bem? — o homem pergunta, com a voz grave e calma.
Sem esperar uma resposta, ele corta as algemas e a coleira que prendem Nadine e a puxa para fora da cela. Ela, ainda perdida, sente o peso da dor e da confusão se misturando com a sensação de livramento que está prestes a experimentar.
Finalmente, Nadine tem a chance de conhecer o mundo lá fora, longe do abuso diário e do controle opressivo dos pais. Esse pequeno passo em direção à liberdade representa um avanço significativo, o primeiro em oito anos de tortura e sofrimento.
— Venha comigo se quiser sobreviver. — O mais velho ordena, sua voz firme e resoluta.
— Onde estamos indo? — Nadine pergunta, sua voz carregada de dúvidas.
— Para um novo começo. — Ele responde, enquanto o carro começa a se afastar. — Yokohama está esperando por você.
— Então… não preciso mais matar? — Ela questiona, a esperança misturada com insegurança em suas palavras.
— Isso depende do que você quer para sua vida — Ele diz calmamente. — O que você aprendeu até agora pode ser usado para proteger e servir, ou para continuar destruindo. Mas a escolha é sua.
— Eu… não sei se consigo viver sem matar. — A garota admite, sua voz hesitante. — Esse mundo é tudo o que eu conheço.
— Ninguém espera que você mude de um dia para o outro. — Responde com um tom encorajador. — O que você tem agora é uma chance de reescrever sua história. Em Yokohama, você encontrará pessoas que podem ajudá-la a encontrar um novo propósito.
— E se eu não conseguir mudar?
— Então você decidirá seu próprio caminho. — Ele diz com uma seriedade que não admite refutação. — Mas lembre-se, a oportunidade de mudar é uma bênção que poucos recebem. Use-a para encontrar a verdade sobre quem você realmente quer ser.
— E… Qual o seu nome, moço?
— Ogai Mori. Prazer em conhecê-la, senhorita Nadine Delacroix.
O destino desconhecido se apresenta diante de Nadine, mas uma coisa está clara: sua vida está prestes a mudar radicalmente. Em meio à devastação e à perda, ela encontra uma nova oportunidade, um novo caminho que a levará ao coração da Máfia do Porto e a um futuro incerto, mas potencialmente libertador.
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Oioi, mores! 💃🏻💕
Não tenho o costume de escrever prólogo, mas para essa história em específica era essencial para conhecermos um pouco do passado da nossa querida Nadine.
Por ser um prólogo, acabou que ficou mais curtinho, maaaaaaas... os capítulos seguintes terão em torno de 3K a 4,5K de palavras no máximo! Como é o especial de 1K de seguimores, quero fazer tudo bem feitinho 🥺💗
Como decidi que vou focar somente nessa, provavelmente não demorará tanto para sair o primeiro capítulo. O fato de eu já ter a maior parte da história junto do final em mente ajuda muito kkkkk
E a betagem foi feita por @LadySon- do WonderfulDesigns! Muito obrigada por isso, de verdade! 💗💗
Não se esqueçam de votar e comentar para eu saber o que acharam, ok? Isso é muito importante para mim!
Vou me despedindo por aqui! Beijinhos de luz e tchauzinho~ 💗
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