ᝰ Obra de consumo +18 por seu conteúdo maduro, os capítulos possuem cenas de sexo implicito, palavreado baixo e vivencias reais da época, portanto peço que tomem cuidado ao consumi-la por seus possiveis gatilhos, atentem-se aos seus limites.

Caso se identifique com a vivência de algum personagem da obra, sendo você maior de dezoito anos ou não! Eu peço encarecidamente que busque por ajuda profissional.

⌇☆ gothvnuz

྅ narrador pov's - january, 1973
𓇼𓈒𖦹 ࣪˖☆⭑ࣶ ✷⸼ ७ ★

ㅡ 𝗤:uerido, está me ouvindo? ㅡ Loênia balançou as mãos em frente ao rosto alheio, Changbin parecia imerso em relação ao assunto.

ㅡ Desculpe. Pode repetir, por favor?

ㅡ Eu estava dizendo sobre o jantar com Michel e Clarice essa noite, eu disse que iriamos todos. Disseram que os filhos deles querem ver os nossos. ㅡ Repetiu com sua voz doce, pondo a chaleira sobre a mesa junto de biscoitos feitos pelo esposo na noite anterior. A família 'Seo' se tornou muito conhecida pelo bairro onde moravam, localizado na cidade de Atibaia, por serem estrangeiros e terem uma renda financeira acima da média, não eram ricos, mas como a francesa costumava dizer: "A ponto de pobre, a família estava muito bem."

ㅡ Irei tratar de sair mais cedo hoje. ㅡ Sem expressão, se manifestou enquanto distribuía os biscoitos entre duas tigelas, deixando-as juntas. ㅡ Venha comer, meu amor. A cozinha pode esperar. ㅡ Disse calmo e com um sorriso breve, esperando apenas a esposa para então começar a comer. A casa onde viviam não era muito grande, sendo composta por tons terrosos e a breve luz do sol que adentrava naquela manhã de sábado. Jeongin e Felix ainda dormiam e o pai se preparava para trabalhar após se alimentar, pegou sua maleta e ajeitou a gravata deixando de um beijo casto na esposa se dirigindo ao fusca preto.

Um suspiro alto deixou os lábios do homem que se debruçou sobre o volante, se sentia cada vez mais sufocado e não sabia dizer um motivo plausível. Ligou o rádio em som baixo escutando a discussão raza sobre um cantor ter se assumido supostamente homossexual, suspirou breve e saiu rua a fora. O moreno sinceramente não entendia quem em sã consciência se assumiria homossexual nas condições em que viviam atualmente, a censura estava grande e você sequer poderia respirar sem a permissão governal. Em meio a pensamentos e perguntas atrás de perguntas avistou dois homens atravessando a faixa.

Um deles usava de roupas escuras, um belo terno preto com alguns detalhes coloridos, seu pescoço era enfeitado por colares banhados em prata e seu bigode era perfeitamente alinhado, em seus dedos anéis grandes tomavam a atenção, contrastando com o cigarro pela metade. O outro já não tinha madeixas e usava roupas coloridas, um grande vestido de retalhos junto a um blazer salmão, tinha consigo um cão-guia, que mais tarde descobrira chamar-se Anelitta.

O sol ardia forte, quase tapando a visão do Seo, o homem nunca havia visto pessoas semelhantes por aquela área, seus vizinhos olhavam assustados, outros com desprezo, mas com Changbin era diferente, seu olhar se tornou curioso diante das figuras peculiares. Ficara tanto tempo imerso que mal percebeu quando ambos sumiram pelas ruas e as buzinas vieram altas, tirando-lhe de seu transe.

Em seu consultório, o assunto de seus pacientes era a dupla vista por muitos mais cedo, tendo de frases como:

"Olhe, não me leve a mal! Eu só não creio que seja normal!"

"Isso me fez pensar em como pessoas doentes desse jeito realmente existem! Você viu as roupas, os cabelos?! Céus, o que será de nossas crianças se os virem?"

A cabeça do médico rodava e sua respiração se tornava pesada, sinceramente não entendia a sociedade onde habitava, talvez estivesse a frente? Em meio a tantas perguntas e insultos, seu dia acabou por girar em torno da situação, onde com um suspiro baixo se pegou encarando mais uma vez o rapaz de madeixas alaranjadas ao sair para fumar. O homem relativamente maior que si se aproximava sem preocupações tendo um breve sorriso nos lábios, sendo capaz de fazer Seo se perder por alguns segundos.

ㅡ Me encantam os arco-íris. ㅡ A voz agridoce ecoou, chamando a atenção mais uma vez para si. Seu olhar se mantinha no belo arco-íris no céu ensolarado, após uma breve chuva. ㅡ Bom, odeio chuvas! Mas, gosto de seus arco-íris. Costumo acreditar que seja a aliança de Deus, talvez.. O que acha?

ㅡ Gosto. ㅡ Soando seco e breve amassou a bituca com sua sola e se preparou para adentrar o prédio de cores neutras. Nunca foi sociável, tinha dúvidas até mesmo de como conseguiu ter uma amizade com Loenia, visando sua timidez e poucas palavras.

ㅡ Oh, perdoe-me! Ao menos disse-lhe minha graça! Sou Han. Han Jisung, mas me chame de Josué. ㅡ O tal tinha de um sorriso definitivamente bonito quando esticou a mão para Bin que a apertou breve respondendo um simples: "Seo Changbin" antes de sair dali, deixando para trás a figura que tanto lhe intrigava.

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𝗧:ernos, vestidos e mentiras, o Seo estava sentado ao lado da esposa que sorria docemente para o senhor Michel, o olhar claramente apaixonado que Bin, por sua vez apenas ignorava. Degustava do jantar salgado em silêncio, fingia não ver as mãos se tocando por debaixo da mesa, fingia gostar da comida, fingia se sentir confortável, fingia gostar da decoração cafona e fingia querer estar ali.

O olhar apático estava alheio à conversa que se iniciava na mesa de jantar, prestava atenção em seus filhos, os quatro pequenos brincavam de algo que o Seo mais velho não compreendia bem, se assustou breve ao ver seu Jeongin beijar calmamente o garoto maior dos Lima atrás da porta. Fingiu não ver. A respiração se tornou pesada, seu sorriso falso já não convencia muito bem o casal amigo, a noite seguia sem graça, e por fim o moreno pediu licença educadamente afirmando que iria fumar e pode enfim respirar o ar que vinha prendendo sabe-se lá a quanto tempo.

A vista da varanda não era nada muito "Uau", entretando, os olhos pequenos se atentaram à figura vista mais cedo, estando mais uma vez na companhia do cão negro o qual descobriu ser fêmea. O rapaz esguio adentrava o pequeno imovel colado ao seu à poucos metros de onde estava atualmente tragando do cigarro recém aceso, sentiu o peito queimar e uma certa curiosidade.

ㅡ Changbin. ㅡ A voz rouca e um tanto bonita de Michel cumprimentou o moreno, se pousando ao lado do homem menor.

ㅡ Michel. ㅡ Acenou a cabeça de forma breve e voltou a olhar para a rua agora vazia.

Terminou o cigarro, dando um último trago longo e despediu-se ligeiramente do casal dono do lar e em poucos minutos estava em casa. Loênia afirmou que Clarice a acompanharia mais tarde, usando a desculpa de que os filhos ainda estavam brincando e não queria atrapalha-los, mentiu.

Um banho longo e logo estava sobre os lençóis, espiando de canto a janela com cortinas finas da pequena casa ao lado. Transparente.

O anteriormente apresentado a si como Josué parecia sorrir doce para o homem abaixo de si, homem este que sentia cada parte do corpo levemente robusto do marido, Changbin gostaria de poder desviar o olhar da cena que estava prestes a acontecer, mas se tornou incapaz. Em um piscar um ato acontecia, observou o aparentemente beijo enquanto o tal de sobe e desce se iniciava, calmo e performático. A porta se abriu. O moreno piscou. Atordoado se apressou em fechar as cortinas, corado. Se deitou, cobrindo-se dos pés a cabeça e buscou dormir. Ouviu Loênia banhar-se, sentiu o corpo médio afundar o colchão, o cheiro do perfume de Michel vagava pelo ar e Changbin fingia não sentir.

No dia seguinte, Josué apareceu em sua porta.

Trazia consigo um belo bolo e um sorriso bonito nos lábios bonitos que tanto chamaram a atenção de Changbin naquela manhã.

ㅡ Oh. Bom Dia, bê!

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: Josué ☆

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Não se esqueçam de dar uma passadinha na playlist da obra que conta com músicas incríveis e de muita importância dentro da estória. Você encontra facilmente no Spotify pelo código na imagem ou pelo link que está na bio do meu perfil!

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