Teatro assombrado ( tempo presente) tempo passado
Sempre ao mesmo horário de suas mortes...
O som do piano levemente se ouvia.
durante séculos estudiosos e médiuns estavam abismados com tamanha força sobrenatural que no palco do teatro habitava.
Eram Bella e Benício, e neste palco somente eles poderiam estar.
Suas vidas tirada de forma trágica, cruel e covarde os manteve no mesmo lugar.
Seus espíritos estavam presos naquele universo paralelo entre vida e morte.
Ao palco Benício olhava para Bella e tinham vida.
Forma de vida, pois sabiam que apenas esperam por sua passagem.
Passava da meia noite, chovia muito e o sopro do vento entoava sobre as enormes janelas do teatro.
Bella estava recostada ao piano, onde Benício mantinha a cabeça baixa.
Bella o fitou.
Sentiu suas lágrimas invadir seu rosto.
_ Benício...
Ela murmurou a que ele a pudesse ver.
_ cosa ci succederà?
* o que vai nos acontecer?
Ele perguntou com voz quase inaudível.
_ non lo so
* não sei.
Bella disse tristonha.
Benício levantou-se da banqueta onde tocava o piano e se aproxima de Bella, tocando suave seus cabelos, em seguida ele seca suas lágrimas com a ponta dos dedos.
_ Non piangere per favore.
* não chore por favor.
_ così ingiusto...
* tão injusto.
Bella murmurou e recostou a cabeça sob o peito de Benicio que a acareciava os cabelos de olhos fechados.
O perfume de Bella o invadia, o trazia uma paz jamais sentida.
Tantos detalhes ao quais Benício tinha uma única certeza; a de que eles permaneceriam juntos.
Seja onde for.
Alguma certeza os levou a algum lugar onde renasceram.
2020
Finalmente Benício estava de volta ao Teatro onde havia sido assassinado injustamente. Rever o lugar em sua forma de vida séculos depois, o fez ter a certeza de que encontraria Bella.
Sua percepção muito forte o fez entender que ela estaria no mesmo lugar que ele.
Ao pisar no teatro, Benício entendeu que toda sua história se baseava apenas por sua ópera.
Quando entrou no teatro rapidamente o reconheceu.
Parecia que apenas havia sido desperto de um sonho, sonho este em que esperaria por Bella.
Onde ela estaria?
Se ele estava tão vivo, então ela estaria também.
Uma leve brisa o tocou.
Seria Bella?
Benício não tinha todas as respostas, ele tinha apenas uma certeza, a certeza de que amava Bella.
Ainda sentia a melancólia o invadir.
Sua alma ansiando por ela.
Por Bella.
Benício sentiu um suave aroma.
Quando olhou a sua frente, ali estava Bella.
Porém, algo o feriu profundamente quando ela disse o seu nome.
_ Elana.
Benício soube que era Bella no instante em que seus olhares se cruzaram.
Era o mesmo tom cor que sua amada possuia, o mesmo rosto, corpo, cabelos.
Todos os traços de seu amor estavam em Elana.
Elana seria Bella?
Começava então a busca de ambos.
Ao olhar aquele homem nos olhos Elana sentiu algo a tocar tão profundo e íntimo que seu coração disparou determinando uma forte emoção.
Amor quando é amor não definha
E até o final das eras há de aumentar.
Mas se o que eu digo for erro
E o meu engano for provado
Então eu nunca terei escrito
Ou nunca ninguém terá amado.
William Shakespeare
De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.
William Shakespeare soneto 116
Quando Elana chegou ao Teatro aquela manhã, o homem que a olhava como se a pudesse despir estava ao palco.
Tinha os olhos sobre as teclas do piano.
Parecia loucura porém, assim que ela chegou ele pousou as mãos sob o piano.
Ele tocava uma melodia não estranha aos ouvidos de Bella.
Ela sentiu uma estranha sensação sob haver estado naquele palco.
Uma volta ao tempo
Era dia de ensaio e Bella e Benício trocavam apenas olhares.
Bella estava aborrecida e Benício sabia bem o porquê.
Ao término dos ensaios Bella apressou-se a sair do palco caminhando ate o camarim.
Benício a seguiu em silêncio.
_ Ciò che vuoi?
* o que você quer?
Bella perguntou segurando a porta para impedir a entrada de Benício.
_ tu solo tu.
Foi a resposta dele em tom aflito.
Bella deu um longo suspiro
Ela o deixou entrar, porém nao o permitiu que a tocasse o que o deixou bem frustrado.
_ Bella...
_ Benício no!
_ ti amo ho bisogno che tu stia conme.
* te amo preciso de você comigo.
_ non possiamo.
* não podemos.
Bella o encarou também aflita.
Seus olhos denunciava o quanto afasta-lo significava para ela.
Significava dor.
Significava tristeza.
Significava deixar de lado o grande amor de sua vida.
_ Bella amor mio...
Ele se aproximou lentamente.
Bella tentou se afastar, porém mais ágil Benício a puxou para si.
_ Lasciami solo!
* me deixe em paz!
Bella dizia tentando escapar dos braços dele que a segurou mais forte e a manteve ainda mais perto, seus olhares se encontram e quando isso acontece toda a dor passa, todo medo e toda angustia vai embora, dando lugar a paixão que os consumia.
Dando lugar ao amor que sentiam.
_ resta con me.
* fica comigo.
Benício pediu.
Bella soltou um gemido a contra gosto, quando soube que nao poderia resistir ao beijo que viria.
Benício a beijou profundamente.
No instante do beijo, Elana abriu os olhos assustada.
Estava nos braços de Benício.
Ela o encarou trêmula.
_ tutto bene.
Benício murmurou sem desviar os olhos dela.
_ você- você me beijou?
_ sí.
_ como se atreve? Solte-me!
Ele a soltou devagar e ela o sentiu muito aflito.
Angustiado.
Havia algo tão profundamente melancólico nos olhos de Benício.
_ não quis ser rude.
Elana disse
_ hai desiderato il mio bacio.
Pasma Elana o viu se afastar.
Ela tocou seus lábios.
Uma forte emoção a indicava que não havia sido a primeira vez que aquele homem a beijava.
Elana nao soube como estava sobre os braços dele.
Você desejou meu beijo.
Foram as palavras de Benício.
Por mais que parecesse louco e estranho. Elana sorriu.
Que estranha emoção era aquela?
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