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Último capítulo do ano
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MIAMI
7 DE MAIO DE 2023

A corrida se iniciava as quatro da tarde, dezesseis horas, mas como eles haviam chegado cedo ao local dos boxes, todos estavam ali incomodando os mecânicos... Ao menos, era assim que Charlotte se sentia conforme Vincent e Anthonie acordavam com um péssimo humor e pareciam a ponto de chutar qualquer coisa ou pessoa ao qual se metia na sua frente. Isso incluía até os trabalhadores da Red Bull e, principalmente, os irmãos mais velhos e Penelope. Por conta disso, pareceu uma boa ideia leva-los para a sala de Max, até Dominique requerer um brinquedo do carro.

— Para com isso! — Loui gritou com Vincent, quando foi passar ao seu lado e levou um chute.

— Parou os dois! — Max chamou a atenção dos dois, ganhando a língua de fora de Vincent como resposta, o amor do susto anterior tendo sumido e o deixando insolente — Vincent, eu não vou falar de novo. Parou!

— Pai, é a quinta vez que repete. — Louise murmurou começando a se estressar também, se voltando para Vivi — Se você não parar agora, vou chamar a mamãe.

— Cadê mama?

Anthonie perguntou a mesma coisa que Max começou a se questionar ao olhar na volta dos boxes e não enxergar Charlotte. Louise deu de ombros, mesmo tendo ouvido a mãe avisando que ia pegar algo no carro com Sam — o segurança — e Dominique. E Louise gritou mais uma vez, empurrando o corpo de Vincent e fazendo o gêmeo arteiro gritar assustado, mesmo tendo caído em cima da almofada do sofá.

— O que está havendo com vocês? — Max pegou Louise no colo, a afastando de Vincent.

— Mama! Cadê mama?

— Anthonie, sua mãe já está vindo. — Max suspirou, os três o olhando com expectativa — O que vocês querem fazer, enquanto ela não chega?

Max não fazia ideia como Charlotte dava conta daqueles quatro durante o ano todo sem pedir um momento para descansar. Ele mesmo admitia ter inventado compromissos pela Red Bull apenas para poder descansar sem todo o barulho externo de choros constantes, lutinhas sem sentidos ou brigas da Louise com Charlotte. Aquilo parecia o céu... Até sua culpa o sobrecarregar e o levar direto ao caos de sua família.

— Ferrariiiii! — Anthonie pediu, as mãozinhas na frente do corpo, piscando preguiçoso e Vincent não gostou, erguendo o corpo da almofada para empurrar Anthonie, o derrubando do sofá — Mamaaaaaaaaaaaaaa!

Meu Deus, por que eu quis tantos filhos? Max pensou para si mesmo, enquanto Anthonie se arrastava para seu lado, agarrando sua perna, enquanto Vincent deixava o corpo cair, gargalhando do irmão, de maneira que fazia o corpinho tremer. Max nem sabia como o corrigir, analisando a situação em um todo, talvez devesse apenas largar Louise, pegar Anthonie e colocar Vincent no cantinho do pensamento. Boa! Era isso que faria.

— Macacos burros! — Até isso acontecer.

— Louise! — Max a olhou assustado, sentindo os bracinhos da filha na volta de seu pescoço, como se não tivesse dito nada.

— O que? Eles parecem.

— Macaca! — Vincent chamou a Louise, a fazendo abrir a boca em choque.

— Eu não sou macaca.

Max duvidava que Vincent soubesse o que é "macaca". Fora que dependendo da macaca, existiam algumas espécies bonitinhas e bem inteligentes. Aquilo deveria ser um elogio, não um insulto.

— Ma - Ca - Ca.

O primeiro erro de Max foi deixar a Charlotte sair com Dominique. O segundo erro foi achar que conseguiria dominar os três que sobraram na sua sala. O terceiro foi deixar Louise ir para o chão, porque ela foi rápida em se jogar em cima de Vincent, de um jeito que ficou assustado. Tudo nas crianças parecia o deixar em choque.

— Mama!

Vincent gritou por socorro, os bracinhos tentando afastar a irmã mais velha.

— Seu macaquinho!

— Vivi! — Anthonie que estava agarrado a perna de Max foi defender o irmão.

E era até engraçado de se ver, porque Louise era maior que os dois, mas eles eram dois, então em teoria era uma briga justa. Fora que aquilo estava ajudando os gêmeos a fazerem as pazes, se fosse analisado por aquele lado, ele estava fazendo um ótimo trabalho.

— Que merda tá acontecendo aqui?

Max viu a mão da Louise parar no ar, enquanto Vincent protegia o rosto com os braços e Anthonie tinha a boca aberta para morder a canela de Louise. Era uma visão engraçada, até ele sentir os olhos de Charlotte queimando as costas dele.

— Aí! — Louise gritou, quando os dentinhos de Anthonie se fecharam em sua canela — Mama!

Dominique riu, fazendo todo mundo olhar na sua direção, o vendo com o celular de Max e fazendo umas expressões engraçadas. Charlotte ainda encarava os outros três. Anthonie estava atirado para o lado, Louise tendo o empurrado depois da mordida na canela. Vincent ainda tinha as mãos à frente do rosto. Louise ainda em cima dele.

— Posso saber o que está acontecendo aqui?

— Nini quelia a Ferrari! — Vincent acusou o irmão, dando ênfase no quanto não gostava disso ao chutar sua perna, o fazendo tremer os lábios, parecendo sentido. A santa paz que haviam conquistado sumindo.

— Ele me chamou de "macaca"! — Louise apontou para Vincent, se erguendo e arrumando a saia de seu vestido, a língua para fora ao irmão.

— Defende Vivi. — Anthonie foi o único com uma explicação razoável, porque Charlotte sabia que ele sempre correria para ajudar Vincent. Mesmo naquele caso, onde de alguma forma, seu pedido para visitar a Ferrari se transformou naquela confusão.

— Os três sentados no sofá.

Dominique riu de novo para o celular, fazendo Max dar um passo para o lado, espiando a tela e o vendo fazer caretas em filtros da Internet. Naquele momento, ele estava mostrando a língua e fazendo o avatar de cachorrinho lamber a tela.

— Mas eu não fiz nada! — Louise gritou, sempre se sentindo injustiçada — Eu estava no colo do papa quando ele começou a me chamar de "macaca"!

O indicador apontando na direção de Vincent.

— Para início de conversa, por que você estava no colo do seu pai?

— Eu... — Louise abriu e fechou a boca, pega de surpresa — O Vivi tava chutando todo mundo! Sem educação! Bocó!

— Macaca! — Vincent declarou sem culpa alguma, a fazendo apontar o indicador em seu rosto de novo.

— Olha aqui, mama. Olha aqui. Sem educação! Mal ensinado. A mama tem vergonha de você e...

O áudio do celular de Max estourou, quando Dominique abriu um dos aplicativos, começando a ver vídeos, ignorando a confusão da família e apenas passando com o dedinho. Max o encarou, o vendo sorrir envergonhado, antes de baixar um pouco o volume e se mover para a parede, não se importando em sentar em uma das cadeiras e se escorando na parede para assistir seus vídeos.

— Louise, eu não tenho vergonha de vocês. — Charlotte murmurou a eles — Por que vocês estão tão agitados? Quando eu sai com Domi, vocês estavam sentados brincando juntos e quando voltam estão se batendo. O que aconteceu nesses dez minutinhos, posso saber? Max?

— Vincent estava irritado por ter dormido, então ele começou a chutar a Louise, para que isso parasse, depois que chamei a atenção dele não sei quantas vezes...

— O papa chamou a atenção dele cinco vezes. — Louise mostrou a mãozinha, para a dar suporte em sua indignação, as unhas pintadas de rosa — E ele não escutava, mama.

— Certo, Loui. Obrigada por ter prestado atenção a isso. Vamos deixar o papai continuar agora.

Louise pareceu faceira por ter ajudado, parecendo um pequeno pavão ao cruzar as perninhas e olhar com um sorriso no rosto a Max. O aguardando continuar. E ela estava a cara de Charlotte quando estava se achando. Max se questionava como Louise poderia ter puxado os dois e...

— Max, volta para a terra. — Charlotte deu um pequeno beliscão no motorista, o acordando de seus pensamentos, sinalizando as crianças. Os três ainda o encaravam, esperando ele continuar.

Dominique gargalhou ao olhar o celular, antes de erguer a cabeça e mostrar a mãe um zumbi. Max sentiu uma pequena ânsia de vômito ao ver a pessoa com a cabeça parcialmente destruída, enquanto a belga soltou uma pequena risadinha como a de Domi. Naquele momento onde apenas eles se entendiam com suas piadas internas. Max suspirou, olhando para a frente e vendo Louise com uma expressão parecida com a sua também, não gostando do vídeo. Os gêmeos não pareciam interessados em olhar o celular, se encarando.

— Como eu estava dizendo. — Max recomeçou ao ver que acabariam olhando aquela atrocidade se dependesse de Dominique e Charlotte — Eu peguei a Louise para que eles parassem de se chutar e questionei o que eles queriam fazer.

— Você pediu para ir na Ferrari, não foi? — Charlotte adivinhou, olhando para Anthonie, o vendo confirmar com um pequeno biquinho — E você fez o que? — os olhos da mulher pararam no mais gordinho — Em Vincent? O que você fez com seu irmão?

— Ferrari é feio.

— Ferrari não é feia. — Max encarou a sua mulher, porque a Ferrari era feia sim — O que você fez?

— Mama gota da Ferrari puquê tem pioto bunito.

Max sentiu seu queixo cair.

— Ah pronto! Tô criando um pequeno machista dentro de casa, já que eu sendo mulher, só posso gostar de uma equipe se ela tiver piloto bonito? Pelo amor de Deus! Eu torço para a Red Bull!

— E a Red Bull não tem piloto bonito, Charlotte? — Max cruzou os braços, a encarando sério.

— Não disse isso.

— Você disse sim. Ainda soltou um "Pelo amor de Deus" antes, como se fosse uma atrocidade pensar em você torcendo para os pilotos bonitos da Ferrari, sendo que gostava da Red Bull.

— Max é uma atrocidade ele pensar que eu torceria pela Ferrari. Não falei na intenção de falar que não tinha piloto bonito na Red Bull. Você está interpretando errado.

— Eu estou interpretando errado? Você pareceu bem certa ao declarar que indiretamente a Red Bull não tem piloto bonito.

— Para que equipe você corre, Max?

— Exatamente.

— Não existe nenhuma equipe "Exatamente".

— Exatamente. Você disse que os pilotos da Red Bull são feios.

— O papai não é feio! Você é feia! — Louise saiu em defesa do pai.

— Minha filha, não vai por esse caminho, que você é a minha cara. — Charlotte avisou a Louise, tentando a calar. Todavia, pareceu fazer o contrário, já que Loui projetou o lábio inferior para a frente, fazendo uma careta ao começar a chorar. — Aí meu Deus! Olha o que você fez! — Charlotte empurrou o peito de Max — Filha...

— Eu não fiz nada. Você que prefere os pilotos da Ferrari e...

Dominique estava rindo. Os gêmeos estavam quase pulando um em cima do outro novamente. Louise estava chorando. E Max queria brigar por conta de uma frase errada?

— Vem aqui! — Charlotte puxou a filha, tendo um pouco de resistência, antes de conseguir a encaixar bem entre seus braços.

— Eu queria ser igual a tia Victoria! — Louise gritou, mesmo abraçando a mãe, fazendo Charlotte suspirar — O vovô ama a tia Victoria. Por que você não me fez igual a tia Victoria?

— Querida...

— Não me chama de "querida"! — ela tentou sair do colo da mãe, apenas para a belga apertar mais os braços na sua volta — Você é egoísta! Você é chata! Você é feia! O vovô nos odeia por causa da senhora!

— Não fala assim com a mama! — Dominique gritou com a irmã, deixando o celular de lado — Para de falar assim, sua boba! O vovô é um idiota! Ele nem deveria ser avô, ele tinha que ser igual o abuelo!

— Todo mundo tem dois avôs! — Louise gritou de volta.

— Parou os dois! — Charlotte gritou também, perdendo a paciência, antes de respirar fundo e ver o Max ainda parado — Max, por favor, tira os gêmeos daqui!

— Mas, mama... — Vincent ia começar a chorar.

— A mama já sai, ela vai falar com seus irmãos.

Vincent fez um biquinho, mas aceitou a mão oferecida por Max a ele e Anthonie. E ficaram Dominique e Louise na sala ainda.

— O que está havendo com vocês?

— Ela tá sendo uma idiota! — Dominique apontou para a Louise — Ela só fala vovô para cá, vovô para lá. E o vovô tá nem aí para nós. Vovô nem gosta de nós!

— O vovô não gosta de nós por causa dela! — Louise apontou para a mãe, conseguindo se desvencilhar de Charlotte — Ela é a errada!

— Você que é errada! — Domi se moveu para perto da mãe — Ela falta o ballet para ficar com o vovô Jos, mamãe!

— Seu... Seu...

— Como é que é a história, Louise? — os olhos de Charlotte estavam arregalados.

— Seu boca de sacola! — Louise se atirou para cima do irmão, achando que conseguia o derrubar como fazia com os gêmeos, apenas para Dominique a empurrar contra o chão — Mama!

— Grita pelo vovô, não gosta tanto dele? — Dominique mandou — Aposto que ele nem ia chegar perto de você!

— Dominique! — Charlotte o fez se encolher e ela não queria gritar com eles. Ela realmente não queria. Mas o que estava havendo ali? E ela nem sabia quantas vezes havia respirado fundo somente naquele intervalo de tempo antes de falar mais baixo — Eu não sei o que esta acontecendo com vocês hoje, porém é uma corrida importante ao pai de vocês. É a nossa primeira corrida em família com ele. Não é justo que façamos algo para estragar isso, entenderam?

— Mas, mama...

— Não, Domi. Não é justo. Você não iria querer que nós gritassemos um com o outro em um dia de competição sua, não é?

— É...

— Então não é para fazer o mesmo na corrida do papai.

Louise tinha os braços cruzados, um olhar raivoso para cima da mãe.

— Quer falar alguma coisa, Louise?

— Você é egoísta!

— Eu já te mandei calar a boca! — Dominique gritou com a irmã novamente, o rosto vermelho — Ninguém tem culpa se o vovô não gosta de você.

Dominique não usou o coletivo. Ele foi claro ao dizer quem o Johannes não gostava. E Louise ficou quieta, os olhinhos cheios de lágrimas. E Charlotte sentiu como se todas suas forças tivessem sido drenadas.

— Filha...

Louise estava deitada no chão, esperneando, igual a fase que eles já tinham passado, como se tivesse voltado a aquilo. Dominique mordeu os lábios, olhando culpado para a mãe, antes de levar as mãos para os ouvidos. Louise estava berrando, gritando, tudo o que tinha direito.

Charlotte estava sem reação. Eles já tinham passado aquela fase e, em teoria, deveria saber como reagir. Porém, ali estava ela, apenas vendo a filha ficar rouca de tanto gritar, enquanto esperneava no chão. E Dominique estava puxando sua blusa, se colocando contra ela, assustado.

— Mama, eu não queria... Eu...

— Está tudo bem. — ela beijou a bochecha do filho, se abaixando de maneira a ficar frente a frente com ele — Vai lá fora com seus irmãos e fica lá. A mama já vai com a Loulou.

— Ela vai estar melhor? — Charlotte olhou para a menina, ela não estava mais gritando, o que podia ser considerado um avanço.

— Aham. Vai sim. Faz o que a mama disse.

Não foi necessário falar mais nada, o menininho foi rápido em correr para fora, deixando apenas as duas. Louise estava se contorcendo no chão, mesmo que os olhinhos ainda estivessem colados a Charlotte. A mais velha poderia brincar quanto a estar possuída, se não soubesse ser pior.

— A mamãe só vai ficar aqui.

Charlotte avisou, se abaixando ao lado da menina, movimentos lentos para não assustá-la. Louise parou, a olhando em dúvida.

— Você pode falar o que quiser também. Não me importo. Se isso te fizer bem...

— Por quê? — a voz estava fraca.

— Porque eu sou sua mãe. — Charlotte sorriu a ela, levando a mão devagar até os fios antes alinhados, parecendo uma bagunça — É uma pena que seu avô não consiga ver o quão linda e boa é, filha. Mas eu consigo. Eu amo você e não vou para lugar nenhum.

O queixinho de Louise tremeu, se arrastando no chão para conseguir chegar até a mãe, deixando as mãos de Charlotte a tocarem melhor ao conseguir ser puxada para o colo da belga. A Bakker respirou aliviada ao apertá-la, beijando sua cabeça.

A porta se abriu, o piloto dando de cara com a "esposa" com a filha nos braços.

— Vocês estão bem?

Louise escondendo o rosto contra o pescoço da mãe, não querendo que o pai a visse. Charlotte puxou o ar, o cheirinho de morango do perfume de Louise enchendo suas narinas.

— Sim.

Charlotte se perguntou quantas vezes já havia dito aquela mesma mentira a Max... Não era a coisa mais nobre, ainda mais considerando a maneira como seu relacionamento sempre parecia envolto a omissões, mas foi meio recompensador ver os ombros dele distensionando e Max sorriu a ela. Parecia orgulhoso. Ele sempre parecia assim quando ela conseguia domar as crianças. 

— Eu achei um restaurante bem legal aqui perto. — Max informou, um sorriso leve no rosto — Os gêmeos estão com a Kelly e Isa, o Domi tá vendo vídeo de novo. Vamos almoçar?

— Só nós três? — Louise perguntou baixinho, ainda envergonhada.

— Pensei em chamar todo mundo, princesa. — Max murmurou, parecendo com medo de a abalar de novo.

— O vovô também?

Max olhou para Charlotte, tentando descobrir o desejo da mulher.

— Podemos o convidar, filha. Sem problemas.

A belga declarou com um suspiro, dando um pequeno toque nas costas da garotinha, a fazendo se erguer de seu quarto, antes de conseguir também. Max continuou na porta, não se aproximando para a ajudar, coisa que a deixou um pouquinho irritada. Ele chegou depois que tudo acabou, depois não a ajudou a se levantar. Contudo, ela não podia dizer nada, porque Max fazia aquilo por conta do afastamento ao qual ela impôs.

— Eu... Não quero. — Louise mexeu a perninha direita, as mãozinhas juntas na frente do corpo — Eu queria só nós...

— Seus irmãos...?

— Sim, sem vovôs e vovós.

Charlotte olhou na volta, sorrindo ao reparar a mochila de Max e se movendo até ela. Max nunca admitiria, porém sempre existia uma escova. E Louise estava ao seu lado mais rápido que imaginava, parecendo envergonhada ainda, enquanto deixava a mãe passar a escova pelos fios castanhos.

Max olhou a Charlotte, a vendo arrumar a filha deles. Existia um claro carinho na forma como a belga arrumava a única menina que tinham.

— Qual o nome do restaurante?

— Mega Jump. — Charlotte ergueu os olhos até Max, enquanto o queixo de Louise caiu em animação, o nome em si já era bem explicativo do que seria. Ninguém colocaria aquele nome para algo sem ter saltos. — Sim, muitas camas elásticas.

— Ah ê! — Louise pulou, esquecendo que a mãe estava penteando seus cabelos e soltando um grito assim que puxou um dos nós ainda não desfeitos de seus fios — Mama!

— Foi sem querer, Louise. Você sabe disso.

A garotinha a olhou desconfiada, antes de correr para Max, se jogando em seus braços e o enchendo de beijos em agradecimento. Charlotte encarou os dois com um sorriso no rosto, era bom ver como as coisas acabavam se acertando no final. E Max pediu para ela pegar sua carteira antes de saírem.

O pequeno corredor que dava o acesso às salas dos pilotos era comprido, mas não grande o suficiente para abafar os sons feitos por Louise, visto que quando a menina apareceu junto a Charlotte e Max, todos os olhares caíram em cima dela. Louise parecia envergonhada pelo menos, se abraçando mais ao pai, enquanto Charlotte tinha o rosto vermelho ao caminhar até onde Kelly e Isa estavam com os gêmeos. Dominique realmente estava vendo vídeos no celular de Max, coincidentemente, o abuelo e Jos estavam ao seu lado e dava para ver como o corpo do menino de seis anos estava pendendo ao lado espanhol.

— Tá tudo bem?

No andamento natural de uma conversa, aquela sempre era a primeira pergunta feita depois de um desastre ou para iniciar um diálogo. Mas existia preocupação real no tom de Kelly, não era apenas pelo costume. Charlotte concordou, pegando Anthonie no colo.

— Onde está Pen?

— Danny prometeu a levar para comprar umas coisinhas na loja de conveniência sabe? — Kelly rolou os olhos, mesmo que todos soubessem que adorava toda a atenção dada pelo australiano a filha — Ou seja, esta a mimando mais um pouco.

Max estava conversando com Gianpiero e Bradley sobre seu almoço com Louise no colo, uma pequena distância, a garotinha rindo quando Bradley a fazia cócegas.

— O que aconteceu? — Isa questionou, porque tudo foi uma aparente loucura, em um momento os boxes estavam calmos, em outro os gritos de Louise retumbavam e Max chegava com os gêmeos.

— Em casa conversamos sobre isso, acho que qualquer pessoa já soube demais sobre Louise e seus momentos hoje aqui. — Charlotte não queria conversar novamente sobre como a filha acabava perdendo o controle, como ela não sabia o que fazer, ou como se sentia sozinha toda vez que precisavam lidar com aquilo.

Kelly tocou o ombro da amiga, um pequeno sorriso solidário. Isa obviamente era uma das melhores amigas de Charlotte, mas existia uma diferença na conexão entre a belga e a brasileira. Talvez por terem se conhecido antes ou por terem vivido situações parecidas. De qualquer forma, Isa também tinha mais amigas e compreendia a preferência de Charlotte... A espanhola ainda ficava surpresa de ser madrinha de Dominique, quando a Kelly sempre parecia a primeira opção para tudo.

— Vocês estão prontos? — Max se aproximou com a Loui ainda em seu colo, levando a mão até a cintura da mulher e dando um pequeno aperto. Louise sorriu para a madrinha e Isa, questionando sobre Penelope.

Vincent era o mais tinhoso. Sempre foi meio espertinho demais, como se sempre devessem ficar de olho nele. Porém, a maneira que se comportava sempre que Louise tinha um dos seus momentos, era exemplar. Como naquele momento, tendo se mantido quietinho ao lado da perna da mãe, apenas aguardando, como se quisesse sinalizar sobre estar ao seu lado.

— Vamos comer no Mega Jump. — Louise contou a eles, os olhos nos gêmeos — Vamos pular!

— Parece divertido, Loui. — Kelly sorriu a ela.

— Mas vocês não vão. — Louise avisou as duas — Só nós, Loui, papais e irmãos. Só.

— A chata da sua mãe que decidiu isso? — Isa brincou, mesmo que Charlotte tenha a olhado estranho, como se não tivesse entendido a brincadeira, enquanto Louise escondeu o rosto no pescoço do pai.

— A mamãe não é chata. — Dominique sempre aparecia quando o quesito defender Charlotte era disponibilizado, devolvendo o celular ao pai, olhou sério a sua madrinha — A mamãe é cuidadosa. Chamar ela de "chata" é feio, dinda. Peça desculpas.

— Não é preciso, meu príncipe. — Charlotte tocou o rosto branquinho de Dominique — Sua dinda tava brincando.

Dominique olhou a madrinha, um arzinho decepcionado que fez Isa se sentir mal, mesmo não tendo tido intenção de machucar Charlotte.

— Nós precisamos rever o que é brincadeira lá em casa.

— Mama! — Vincent puxou sua roupa, a fazendo o olhar — Cóinho tumbem?

Charlotte sentiu toda a tensão deixar seu corpo, sorrindo ao bebê antes de se abaixar com um pouco de dificuldade para o pegar no colo. Agora ela estava com os dois gêmeos no colo. Tudo pronto para o desastre se perguntassem a Kelly o que achava daquela imagem.

— Todo mundo pronto?

— Pronto. — Charlotte garantiu a Max, ao mesmo tempo que Domi e Loui, enquanto os gêmeos falaram um "ponto"... Eles realmente estavam com dificuldade com o "r".

O negócio de irem só eles foi abandonado quando Domi pediu para Bradley ir junto, o que fez os outros tentarem se enfiar no almoço de família, mas não conseguirem. Dominique tinha ótimas respostas para defender a ideia de apenas o personal do pai ir junto, porque ele quase não estava ficando junto com eles. Bradley não admitiria, mas se sentia meio emocionado com a maneira como o primogênito de Max parecia o considerar parte da família. E era de certo modo, Bradley aguentou todas as mudanças de humor de Charlotte na gravidez de Dominique até as dos gêmeos. Ele estava no hospital quando os gêmeos nasceram. Bradley era como Caco, aquela parte importante que fazia a família funcionar também.

Era estranho pensar que Caco e Bradley não eram padrinhos de nenhuma das crianças e Martin era dos gêmeos, quando Martin foi o último a chegar naquela grande confusão. Mas tudo tinha seus motivos, nenhum dos dois pareceu ofendido quando a escolha foi feita.

— Pua?

Vincent levou as mãos a boca ao entrar no restaurante, os olhinhos brilhando. Anthonie, mais medroso, agarrou a mão da mãe, os olhos arregalados de nervosismo. Louise se agitou no colo de Max. E, pela primeira vez que Max lembrasse ou Bradley visse, Dominique não pediu permissão a mãe dele, só soltando a mão de Bradley e se atirando na primeira cama elástica.

Vincent não precisou de resposta, vendo o irmão mais velho correndo, só seguiu o exemplo. Louise conseguiu ir para o chão, não dando chance a Anthonie e apenas agarrando seu braço e o arrastando junto. Mesmo quando o Nini gritou assustado.

— Filha, talvez ele não queira...

— Ele quer sim.

Louise não foi nem um pouco cuidadosa ao erguer o bebê com Dominique. Antes mesmo que Anthonie pudesse se estabelecer, os irmãos já estavam pulando e ele berrando.

— Por que temos tantos filhos mesmo?

Max a questionou.

— Porque você me embebeda, me usa e me engravida.

Max a encarou cético.

— Bom, talvez eu goste disso. Mas é detalhe. — Bradley as vezes se fingia de surdo com algumas coisas que escutava — Nini, vem aqui com a mamãe, não precisa chorar.

Charlotte se afastou, fazendo Max a encarar caminhando. Bradley limpou a garganta ao ver os olhos do piloto se demorando demais nos quadris femininos. A resposta para a quantidade de filhos estava naquele olhar faminto. E Sam surgiu depois de uma pequena varredura, dizendo que os outros seguranças garantiram que a área estava segura. Desde o pequeno acidente da praia, mais seguranças haviam sido adicionados ao trabalho com Sam. Ninguém reclamou, apesar de Charlotte ter pedido para Sam ser o principal, o que mais ficava próximo a eles.

O menu do Mega Jump era bem variado, apesar de Charlotte ter pensado que seria o contrário. Max, apesar disso, tinha levado o que seria uma porção ideal para dirigir mais tarde. Eles estavam sentados lado a lado, a mão do piloto sobre a coxa direita da mulher, enquanto ouvia Louise contar detalhes sobre o ballet. Max não entendia nada, mas a filha parecia gostar.

Anthonie mergulhava sua batata no ketchup, levando a boca de maneira desengonçada e sujando sua face. Charlotte agradecia o fato de sempre ter uma roupa a mais nas mochilas das crianças. Vincent tinha gritado quando tentaram o tirar de cima do pula-pula, por isso tinham escolhido uma mesa o mais próximo das camas elásticas de sua idade. Dominique mexia no celular de Max, já tinha almoçado e estava vermelho ainda do primeiro tempo pulando.

— Tem mais de um tutu, mas a prof não quer que compramos outro tutu até o ano que vem, pai. — Louise parecia aborrecida ao contar — E eu disse que sei fazer o movimento ideal para aquele tutu, mas ela não deixa e eu ficaria tão bonita naquele tutu e...

— O que é tutu?

Louise rolou os olhos a Max.

— É a roupa, pai. Eu já te expliquei... Mãe, ele não tá prestando atenção.

— Filha, ele só esqueceu. É normal.

Louise bufou, resmungando algo.

— O que eu falei sobre resmungar?

— Quem emunga vila naliguda.

Anthonie respondeu, antes de sorrir com os dentinhos cheios de batatas e as bochechas cheias de ketchup. Não deveria ser uma imagem bonita, mas era o filho de Charlotte, claro que ela sorriu como se ele estivesse usando smoking e falando chinês. Max sorriu ao filho.

— Isso mesmo, Nini. Quem resmunga virá nariguda. Você quer virar nariguda, Loui?

— Não. — Louise olhou bem para os dois ao dizer — O papai não esquece o nome do óleo para o karting do Dominique, mas o meu tutu ele esquece.

— Vamos conversar de novo sobre isso? — Charlotte suspirou de maneira cansada — São coisas diferentes, seu pai trabalha com carros, então ele tem mais facilidade em lembrar essas coisinhas.

— Eu sei, por isso não queria falar alto.

Um pequeno climinha chato se estabeleceu, Louise mexendo o garfo em seu prato, sem querer falar nada, se sentindo envergonhada. Vincent estando alheio a isso ao pular na cama elástica. Anthonie empurrando seu prato, não querendo mais comer suas batatas. E, uma coisa estranha aconteceu, a testa de Dominique criando vincos de concentração.

— O que ele tá olhando?

— Ele pediu para ver vídeos. — Max deu de ombros, quase começando um assunto com Bradley — E a família como...?

— Você emprestou seu fone para ele? Por que não escuto o barulho dos vídeos?

— Schat, eu estou conversando. — ela o encarou seria, esperando a resposta — Sim, ele queria escutar os vídeos, mas estamos em um restaurante, poderia incomodar as pessoas da volta. Emprestei meus fones, normal.

Charlotte abriu a boca para dizer que o melhor seria não ter entregado o celular ao Dominique, que ele deveria conversar com Bradley já que incomodou para que ele viesse junto, quando Dominique soltou o celular, o fazendo bater a mesa, aquele pequeno pulo estranho que tudo dá ao cair e depois pousar novamente. Max apertou a coxa da mulher, de repente preocupado ao ver a maneira como o rosto de Dominique começou a ficar vermelho, os lábios comprimidos e projetados para a frente, o narizinho enrugado e o chorinho que venho em seguida poderia se dizer foi esperado.

— Filho, o que foi?

Com Dominique, acabará de fechar três filhos chorando no dia. Charlotte estava quase apostando quando Vincent começaria também. Se não fosse o caso de precisar acalmar Dominique.

— Eu... Ele... — Domi não conseguia elaborar frases, começando a chorar mais alto.

Charlotte se levantou do seu lugar, se movendo para o lado do Dominique, os braços passando na sua volta, se deixando ser abraçada pelos bracinhos carinhosos do primogênito.

— Por que eu? — ela não fazia ideia do que o Domi falava.

— O que você viu no vídeo? — ela não precisava de uma confissão, só podia ter sido algo do vídeo. Ela torcia para que não fosse aqueles vídeos estranhos onde começam entretendo as crianças antes de um mascarado qualquer aparecer e mandar matar os pais. Kelly já havia a alertado sobre o surto disso no Brasil. — Conta para a mamãe.

Dominique a empurrou de repente, a fazendo dar um passo para trás, ainda não conseguindo se equilibrar e era o segundo tombo que levava na semana. E ela tinha um recorde bom antes do acidente da praia. Considerando a quantidade de vezes que acabava no chão ao ir alimentar as galinhas da fazenda ou Eros para Violet.

— Schat! — Max pulou do seu lugar, buscando a ajudar a se erguer. Charlotte queria dizer que conseguia sozinha, apenas para aceitar o gesto depois, porque isso era cuidado. Max estava sendo cuidado com ela. Gostava daquela atenção, mesmo achando desnecessária. — Você está bem? Se machucou?

Bradley pareceu pensar o mesmo que ela. O personal olhando com tedio para as costas de Max. Quer dizer, era a Charlotte, a mesma que caiu do trator no dia que compraram e ainda ficou rindo apenas para não assustar o Dominique de três anos. Ela podia lidar com uma quedinha de bunda.

— Estou. — ela sorriu, dando um pequeno tapa nas polpas para tirar a poeira e encarando Dominique.

O garotinho de seis anos estava encolhido em sua cadeira, os olhos cheio de lágrimas, as bochechas com marcas por onde passou as lágrimas que escaparam.

— O que você viu?

Dominique negou, puxando as perninhas para cima, os olhos assustados.

— Eu só posso te ajudar se souber o que houve, meu pequeno.

Ela usou o mesmo apelido de quando era nenê, se abaixando ao lado da cadeira de Dominique. Ele não costumava dar trabalho. Não perto de Louise e Vincent. Anthonie dava trabalho por ser chorão.

— Eu não sou filho de vocês.

Dominique se jogou contra ela, a levando ao chão de novo. Max foi rápido em pegar o celular, achando que era algum comentário ou vídeo vindo de pessoas mal intencionadas que não gostavam de si. Os famosos hates. Ele processaria quem fora o imbecil que falou isso. Não pelo dinheiro. Mas para aprenderem. Terem medo de se meter com sua família. Acabaria com a vida da pessoa como acabou com o jornalista que perseguiu Charlotte na Holanda em 2021.

"Em média, doze bebês são entregues aos pais errados por dia. Um erro que infelizmente acontece com muita frequência dentro das maternidades do mundo e..." O áudio estourou pelo espaço, depois que Max desconectou os fones. Charlotte encarou o filho, um daqueles momentos em que agradecia o fato de ter elaborado e construído uma base de paciência muito boa, porque queria pular no pescoço de Dominique por estar chorando por aquilo. O olhando como quem perguntava "Está falando sério?".

Dominique parecia estar levando isso muito a sério, fungando alto e se abraçando a ela com força, o corpinho tremendo.

— Se isso aconteceu na nossa família, acho que fui eu. — Louise não estava ajudando, mas também não estava piorando, porque Dominique a olhou com interesse, ranho saindo pelo nariz e o rosto vermelho — Você é parecido com os gêmeos, eu sou diferente de todos.

— Nenhum de vocês foi trocado.

— Se doze bebês são trocados  por dia...

— Você é a cara do seu pai, os gêmeos são a cara do pai de vocês. Louise é a minha cara. Ninguém foi trocado.

— Tô dizendo, é mais fácil eu ter sido trocada. — Louise pontuou novamente.

— Eu quero que a Loui seja a minha irmã.

Dominique estava berrando e Anthonie também, se abraçando a irmã. Charlotte suspirou, perguntando que tipo de pedra jogou na cruz para merecer aquilo. Bradley nem ao menos escondia o sorriso de divertimento por estar presente naquela cena. Max ainda de pé, como sempre, não sabia reagir as loucuras das crianças. E Vincent estava pulando sem nem saber o que rolava.

— A Loui é irmã de vocês, meninos. — Max declarou, tentando ajudar — Ela é a fuça da mãe de vocês, impossível outra pessoa ser a cara da mãe de vocês.

— E se a mama tem uma irmã gêmea igual ao Nini e Vivi? — Louise tinha uma imaginação que os dava problemas.

— E vocês foram separadas na maternidade, porque entregaram a tia para a família errada. — Dominique completou, recomeçando a chorar — Eu tenho mais uma tia.

Respira, Charlotte! Deus não cruz maior do que possamos carregar. Ela repetia aquilo em sua cabeça, tentando achar paciência, vinha diminuindo rápido demais.

— Crianças, eu não tenho irmã gêmea. Acreditem, a vó de vocês não deixaria isso em segredo se tivesse existido outra.

— Isso é verdade. Ainda mais se estivesse bêbada, coisa comum. Ela jogaria na cara da mãe de vocês.

Charlotte encarou Max. Bradley percebeu que o piloto tinha aberto a boca demais. O personal estava considerando abandonar o almoço e apenas ir para o local do Grand Prix e olhar a parede se eles começassem a brigar.

— Eu não quero mais uma tia. — Domi declarou, se levantando rápido, tocando as bochechas da mãe e a olhando bem nos olhos — Eu precisaria ganhar mais presente, não tenho mais espaço no quarto. A senhora vai doar meus brinquedos se eu receber mais, eu não quero.

— Nossa, filho, como você sofre. — Charlotte suspirou desacreditada com a justificativa de Dominique para não ter mais uma tia, enquanto Max queria rir. Bradley tinha desistido de ir embora. — Eu não tenho outra irmã.

— Promete?

— Sim.

— Jura, mamãe. — Domi apertou seu rosto, os olhinhos vermelhos.

— Eu juro.

— Obrigado. — Domi se jogou em cima dela de novo, parecendo aliviado — Aí que susto. Quase me mata de susto.

— Então eu sou filha de vocês ainda?

— Louise, você nunca deixou de ser.

Max afirmou, a vendo soltar a respiração, como se estivesse aliviada também, antes de empurrar o Anthonie.

— Sai, grude!

Charlotte brigaria com ela por chamar o irmão daquela forma, se não tivesse ocorrido outro berro da cama elástica. Vincent estava no chão, tinha pulado errado e caído.

Os quatro choraram no dia e era antes das duas horas da tarde — quatorze horas. Novo recorde batido. E Vincent estava com um gesso quando entraram nos boxes da Red Bull as três horas — quinze horas.

— O que...?

— Não quero falar disso.

Charlotte suspirou ao sentar ao lado de Kelly nas cadeiras liberadas a elas, Vincent em seu colo. Os quatro tinham os olhos inchados de choro.

O que a mídia pensaria dela?

O que falariam disso?

— A corrida já vai começar.

Isa chegou com um pote de pipoca, oferecendo as crianças.

— Vão desejar boa sorte ao pai de vocês.

Dominique, Louise e Anthonie se levantaram de seus lugares. Vincent ainda estava dopadinho do remédio que deram a ele. A cria tinha conseguido quebrar o mindinho da mão esquerda, mas como era pequeno e aprontava, acharam melhor colocar o gesso até o cotovelo. Charlotte achava sem necessidade, mas Max achou a ideia incrível. E já que ela havia o excluído de muitas decisões, pareceu certo o deixar escolher. Fora que isso pareceu o dar segurança. Ele quase queria deixar de correr por um acidente bobo daquele. Vincent já queria roubar os pirulitos dos enfermeiros quando terminaram de arrumar o gesso. Ele tava melhor que eles.

— Papa! Se o senhor vencer a corrida, podemos falar com a mama para eu correr?

— O que isso mudaria a nossa decisão de te deixar correr só com oito anos? — Max pareceu confuso ao perguntar.

— Muda que ela vai beber e ficar alegre, vocês podem até fazer outro bebe.

— Meu Deus, Dominique! — Max olhou na volta, gritando em seguida — Alguém me da madeira! — um mecânico o entregou um pedaço, Max nem sabia de onde era ao bater, colocando a frente de Domi — Bate!

— Por quê?

— Bate agora!

O menino de seis anos bateu, parecendo confuso. Max respirou aliviado.

— Não brinca mais com isso. — Max mandou, colocando a madeira em cima da bancada, um lugar próximo se precisasse de novo — Agora o papai vai lá ganhar, mas nada de outro bebe, estamos entendidos?

— A mama diz que é o senhor que não encapa o equipamento, que ela não tem culpa. Ou seja, eu também não tenho. Se vier, não foi a minha boca.

— Você está conversando coisas demais com sua mãe. — Max olhou para a mulher se aproximando — Você fala para eles que sou eu que não encapo o equipamento?

— Do que está falando?

— Ter bebê.

— Bom, é verdade. — ela deu de ombros.

— Charlotte, você vem quase implorando.

— Isso é assunto para vocês terem na frente de todo mundo? — Kelly perguntou, vendo o rosto da amiga avermelhar — Pois é.

— Minha vez. — Louise empurrou Dominique — Ganha a corrida e grita que sou sua filha. — Ela se abraçou as pernas de Max — Amo você, papa!

— Claro que você é minha filha, Louise. Não podem tirar meu mérito só porque você nasceu a cara da sua mãe. Eu tirei a camisinha.

— Então ela tá certa ao dizer que o senhor não encapa o equipamento, papai.

— Louise, você sabe que equipamento o papai tá falando? — Charlotte tinha um olhar curioso ao questionar a filha.

— Sim, o papai tira o lençol da cama. Não é isso? — ela olhou para Charlotte — Por isso você troca o lençol a cada dois dias né mama? Para não ter bebê.

— Exatamente, filha. — Max beijou a cabeça dela, antes que Charlotte desmentisse — Isso não tem nada a ver com o fato dos pés de vocês serem pretos ao cair na cama para dormir. Pense sempre assim, o papa te ama.

Ele riu assim que percebeu o olhar confuso da bebê.

— Minha vez!

Não foi Anthonie ou Vincent quem se ofereceu, mas Penelope.

— Ganha a corrida, dindo. O senhor ganha e pede pro papai voltar a ser seu companheiro de equipe. Eles vão aceitar. Amo você.

Penelope abraçou Louise, as duas sorrindo juntas a ele. Seria assustador se Max não fosse tão facilmente manipulado pelas duas.

— Eu peço sim, princesa.

— Vai lá, Anthonie.

Nini parecia confuso, perguntando a mae:

— Puque temo que faze isso se o papa já ganha?

— Porque da boa sorte.

— Mas ele ganha sem que a gente pecize pedi.

— Anthonie não complica, só faz.

Nini concordou, oferecendo os braços para o pai.

— Boa sote! — ele beijou a bochecha de Max — Nini ama papa.

— O papa também ama o Nini.

Tão rápido quanto subiu ao colo do pai, ele saiu, ficando do lado de Dominique. Sobrando Vivi e Charlotte.

— Vivi?

— Papa ganha puque ele é tolinho. Destói Felali feia com pioto bunito.

— Isso mesmo! — os dois bateram a mão.

Charlotte os achou idiota, entregando o filho a Isabel.

— Max, dois minutos.

Gianpiero não queria interromper, mas eles tinham horário.

— Já tô indo.

Max sabia que eles o deixaria se atrasar por eles.

— P1?

— É o único aceito.

— Mais alguma coisa, madame?

— O certo é "schat".

Max sorriu ao tocar a cintura da belga, a puxando mais para perto.

— Eu vou ganhar.

— Eu sei.

— Vou sair do carro e te beijar.

— Gosto da ideia.

— E depois vou gritar que a Louise é minha filha.

— Como o prometido.

— Vamos precisar conversar sobre Dominique competir.

— Já sabe minha resposta.

— Vincent vai me ver destruir os pilotos bonitos da Ferrari feia e Anthonie já sabia que eu venceria.

Charlotte tocou suas bochechas, o olhando seria, como se fosse falar a coisa mais importante de sua vida.

— Sabe por que eu disse "Pelo amor de Deus! Eu torço pela Red Bull"? — Max negou — Porque eles tem o piloto mais bonito. — ele rolou os olhos, pronto para retaliar que ela estava falando aquilo só para o deixar com a moral alta, quando a belga juntou suas bocas.

Max sempre acabava confuso como ela conseguia o atingir tanto mesmo depois de tanto tempo. Ele perdia o rumo. Era como se o chão se abrisse e só existisse o céu e a boca de Charlotte. Tudo em Charlotte.

— Eu te amo, leãozinho.

Ele se sentiu derreter. Ele não lembra bem como chegou ao chassi, nem como teve uma reação tão boa, porque tendo largado na nona posição, ele estava na quarta posição na volta nove. Depois na quinze, ele estava na segunda colocação.

Não houve grandes acidentes ou bandeiras, o que o ajudou a se manter focado. Ele precisava ganhar. Merecia ganhar. Necessitava ganhar. E depois da parada de Checo, único ainda o atrapalhando quanto a isso, só conseguiu pensar na promessa feita a Charlotte. Ou ele vencia, ou Carlos vencia. Essa era a única alternativa.

Ele ficou em primeiro até o resto da prova. Sem chance ao azar. Apenas ele. Checo poderia ficar com o segundo lugar, Alonso com o terceiro. Mas ele era primeiro. E ele tirou o volante do lugar de maneira apressada, poderia levar uma chamada da equipe, não se importava. E ele nem ao menos fez uma pose para a foto, abrindo o capacete com agilidade. Jogando as luvas longe. Puxando a balaclava e arrancando os fones juntos.

Existia um fiscal o mandando se recompor. Max jurava que não conseguia ouvir nada, pensar em nada. Os olhos azuis procurando pelo lugar até encontrar. O coração acelerado ao passar sem conseguir ver nada além deles.

Isa estava com Anthonie.

Abuelo com Vincent.

Reyes com Louise.

Daniel com Dominique nos ombros.

Kelly com Penelope.

Até o Caco estava lá, sorrindo ao lado dela.

E existia ela.

Apenas ela.

Charlotte estava pulando quando ele se aproximou.

Eles se beijaram.

Só existia eles dois.

Só eles dois.

O mundo estava completo.

Vocês tiveram muita sorte nesse capítulo, porque era para terminar com uma desgraça... eu quis poupar vocês.

E ele ficou tão fofo

Charlotte sendo uma boa mãe

O max ganhando — todo mundo sabia que ia acontecer, mas mesmo assim

O mundinho deles

Todo mundo sabe que eles são meus favoritos...

As crianças querendo matar a Charlotte do coração e extinguir a paciência da coitada

, , ia

O que acharam?

Feliz Natal atrasado, bom fim de ano

Até o próximo ano

Até mais

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