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A ideia não era ter duas partes, mas vai ter, porque bateu 12k de palavras nesse e ainda falta coisa
Então, comentem, por favor
Beijinhos
Espero que gostem
MIAMI
7 DE MAIO DE 2023
"Primeiras impressões da nova WAG do paddock
Por Ashley Lafuente
Alguns dos meus colegas de profissão, ao que parecem, possuem certo receio ao citar o novo casal que foi assumido esse final de semana. Talvez por conta dos advogados de uma certa equipe de touros que protegem um dos lados dessa enorme equação, ou seja pelos títulos expostos pelo dito cujo. De qualquer forma, aqui estou eu, torcendo para que seja um texto informativo a todos.
Para quem não sabe do que estou falando, gostaria de os explicar que Max Emilian Verstappen, o atual bicampeão mundial, esses dias abriu uma Live no Twitch, e anunciou em alto e bom tom, sua saída do mercado. E, não. Não estamos falando sobre aposentadoria da F1. Mas o fato de ser "casado" e possuir uma família composta por 4 crianças.
Isso mesmo que está lendo. Quatro crianças e uma "esposa".
Por que dessas aspas em ambas palavras para declarar seu estado civil? Simplesmente não foi encontrado documento algum referente a um possível casório. Entretanto, trazido de fontes seguras, conseguimos a certeza quanto a paternidade das crianças. Apesar de acreditar que vocês não tenham vindo a desconfiar disso, quando 3, dos 4 filhos, são a cara do Verstappen.
De qualquer forma, queria primeiro parabenizar o nosso bicampeão pela família bonita que possui. Não podemos negar a forte imagem que os seis juntos causam. Nessa quinta-feira, podemos os observar chegando ao Media Day e foi realmente uma imagem poderosa. A maneira como o número um sorria. Ou como seu primogênito pareceu levar a todos a uma viagem no tempo e considerar estar vendo Max Verstappen saindo de uma corrida de Karting depois de um "inchident". Ou como a pequena divinha, única menina do casal, pareceu encantar a garagem da Aston Martin. Ou os gêmeos fazer boa parte de nós, lembrar os gêmeos de Alice no país das maravilhas com suas pequenas briguinhas a qualquer oportunidade.
Poderia passar a coluna toda falando quanto ao carisma e preciosidade que essas crianças são. Listando todas as brincadeiras que acompanhamos ou interações que percebemos. Mas o foco principal, aquela que queremos trazer como o centro de tudo, nessa primeira vez, será Charlotte Bakker.
A namorada de Max, Charlotte Bakker, possui 25 anos, nascido em Maaseik/Bélgica e formada em Arquitetura, possuindo um site básico na Internet com seus projetos finalizados e uma estética bem clean/low profile sem muitas imagens e contexto sobre sua vida pessoal. E, acreditem, eu tentei encontrar.
Contudo, apesar de sua aparente decisão de não participar de forma ativa e aberta nas redes sociais, sinto em informar que a grande maioria de nós, poderia já ter cantado essa peça ao apenas juntar pequenas informações que foram nos dada durante os últimos anos.
Por que digo isso? Porque é entrar no perfil de Kelly Piquet, Isa Hernaez, Martin Garrex, Daniel Ricciardo, Carlos Sainz e o próprio Max Verstappen, que encontramos vestígios de sua participação ativa. Sendo com fotos abraçadas a eles, a comemorações.
Preciso contar que as publicações eram mais recorrentes antes de 2021, o que gerou certo tempo a ser observado. Muita pesquisa a ser feita nos perfis e, por conta disso, a demora para que essa coluna saísse.
Charlotte Bakker parece gostar de manter sua vida privada, mesmo que tenha quatro filhos com um dos pilotos cotados para se tornar um dos melhores dos melhores na Fórmula 1. E, inclusive, parecendo ter conquistado o coração de outro bicampeão. E, sim, estou falando de Carlos Sainz, nosso pai favorito do grid (sem ofensas, Stroll).
Carlos Sainz, piloto de rali, declarou no dia dos treinos livres realizados nessa sexta-feira, o quanto a entrada da mulher na vida de sua família alegrou seus corações, inclusive a chamando de filha. E, não, ela não é filha do piloto, apenas mantém uma relação próxima ao que descobri.
Todavia, para a surpresa dessa jornalista, essa simpatia da mulher não parece ser oferecida a todos e apenas aqueles de sua escolha. Visto que desde sua aparição, relatos e relatos sobre sua pessoa começaram a surgir.
Ao que parece, a senhorita Bakker não é a pessoa mais carismática e educada, muitas vezes proibindo os filhos de fazer coisas simples como cumprimentar as pessoas ou se recusando a tirar apenas uma foto com um fã. Todos viram o vídeo de como ela manipulou todos na volta quando se atirou com o filho no chão, chamando a atenção do segurança para a "defender" do ataque do fã. Tsc, tsc, tsc! Muito feio, senhorita Bakker.
Acredito que ninguém tenha te falado ainda, então terei a honra de o fazer, mas quando se tem uma relação com alguém famoso, se torna necessário fazer certas coisas, como ser simpática com aqueles que torcem por seu amor. Aceitar tirar uma ou duas fotos. Sorrir. Coisas simples que se esperam de qualquer pessoa educada.
Aí, aí, aí!
Espero ter ajudado a todos aqueles que não conheciam a nova wag do paddock, assim como também espero que essa coluna chegue até ela, para que possa ler e refletir sobre seus erros e mudar."
"@theverstappengirl
E se essa falta de simpatia seja apenas medo de perder o 'homem' dela?
Quer dizer, eu teria se fosse ela"
"@ninguemgostadojosaqui
Acho que existe uma diferença entre ser low profile e estar desconfortável. Quer dizer, estava nítido que ela estava assustado com toda a atenção dada, em todos os vídeos que vejo, ela sempre parece meio estranha... Talvez ela só estivesse sem saber como agir."
"Sem história e sem educação
Por Lucke Hashbor
Eu não sei bem o que as pessoas esperavam de uma pessoa que se envolve com Max Verstappen. Quer dizer, todos conhecemos o histórico de Max e sua falta de noção para determinadas situações, sempre assumindo a função do vilão e nunca a de mocinho. Nos trazendo a certeza de que a pessoa que aceitasse se relacionar com ele, precisaria ou ser um doce de pessoa ou — o caso da mãe de seus filhos — ser pior que ele.
Para quem não esta entendendo, pelo que parece, a namorada de Max Verstappen, mãe dos quatro filhos do bicampeão, agiu de forma má educada na praia ao gritar com um fã, tentando o expulsar e dizendo que não o queria perto de si e de seus filhos — relatos de pessoas próximas. Causando todo um alarde, dizendo que estava sendo atacada e até mesmo se atirando no chão para poder se livrar do fã.
Porém, esse não é o primeiro confronto entre os fãs de Max Verstappen com Charlotte Bakker, sua namorada. Ao que parece, um episódio parecido aconteceu, quando uma fã foi ao encontro do casal para pedir uma foto com a família, onde a mulher estava claramente tentando negar e tirar seus filhos, não querendo que eles tirassem foto com a fã, inclusive discutindo no banheiro com a mesma fã.
E estamos no primeiro fim de semana que ela aparece. O que mais podemos esperar de uma pessoa assim?"
Charlotte não acreditava no que acabará de ler, passando a mão em cima do nariz, coçando de maneira nervosa, enquanto encarava os presentes na sala. Percebendo a maneira como Kelly e Daniel trocaram um olhar, algo semelhante a pena. Isa e Carlos pareciam perdidos em sua própria bolha de não conseguirem se encarar, transformando em uma situação mais pesada e desconexa. E Caco parecia ser o único a prestar atenção nela, além de Max.
— Eles estão brincando comigo? — a belga questionou. Eles estavam na sala do apartamento cedido pela Red Bull e sua feição não estava boa — Quando que eu discuti e gritei que não queria tirar fotos? Ou xinguei qualquer um? E outra, o famoso não sou eu ou meus filhos...
— Nossos filhos. — Max a corrigiu, ganhando um olhar nada bom por ter a interrompido. Ela sabia daquilo, todos sabiam.
— Isso, nossos filhos. — continuou, ignorando a interrupção desnecessaria — Mas apenas o Max. Exigir ou querer uma foto conosco, tudo bem, desde que seja pedido com educação e não assuste meus filhos e...
— Nossos filhos, schat.
— Cala a boca. — Ela mandou, o fazendo ficar vermelho — Quer dizer, o cara chega do nada em nós no meio da praia, em um momento claramente íntimo de nossa família e tenta tirar Vincent do meu colo. O que ele esperava? Que eu entregasse meu filho a um completo desconhecido?
— Você sabia que isso aconteceria. A mídia gosta de aumentar. — Kelly minimizou a situação, bem mais acostumada que a outra. Por alguns segundos, a Piquet queria sorrir ao pensar em como os papéis pareciam invertidos, visto que quem normalmente tendia a fazer o fato de aplacar os ânimos naquela família maluca que tinham era Charlotte.
A Bakker suspirou, largando o celular na mesinha e olhando na direção do corredor. Não era justo na sua concepção, fazer seus filhos precisar estar no meio daquilo. Pensava que o fato de terem se assumido antes de virem a Miami ajudaria as pessoas a não serem tão grotescas e terem tempo para estabelecer qualquer laço antes de tentar ultrapassar e assustar seus filhos. Contudo, estavam no último dia e na noite anterior, suas crianças estavam entulhadas no colo de Max por uma ação desnecessária ocorrida durante a tarde.
Max se assustou quando a mulher se sentou ao seu lado no sofá. Não sabia se poderia considerar a maneira como Charlotte colocou as pernas em cima de suas coxas e abraçou seu pescoço como um "sentar ao seu lado", então, apenas a arrumou. Um olhar confuso e surpreso pela ação.
— Pelo menos, eles pararam de falar das crianças.
Charlotte soou baixa, apoiando o queixo em cima do ombro de Max, a boca próxima de seu ouvido. E ela não era carinhosa ou manhosa daquela forma. Max precisou se segurar para não perguntar mais uma vez sobre possíveis chances da mulher estar grávida.
— E também descartaram a ideia de você ser filha do tio Carlos. — Caco tentou a ajudar, a fazendo sorrir na sua direção, se pondo ainda mais contra Max.
— Ela é quase filha do papai. — Carlos pontuou, olhando Charlotte, a vendo encolhida perto do número um — Papai não se importava em deixar todos pensando que você era uma bastarda.
— Vamos criar uma teoria de que Charlotte é a filha perdida do abuelo. — Isa brincou, fazendo eles rirem.
— Pelo menos a mamãe não sairia como traída. — Carlos continuou — Podíamos dizer que você foi uma criança roubada.
— Charlotte foi achada no lixo. — Kelly chiou, fazendo a belga pegar a almofada perto a guarda que estava sentada e atirar na Piquet, a fazendo cair com o corpo na direção do Ricciardo, completando em meio ao riso — Do lixo ao luxo.
— Idiota!
Max a puxou para seu colo, mesmo que a antiga posição pudesse ser considerada como sendo algo parecido. E Charlotte se viu subida nas coxas do Verstappen.
— Temos sorte, apesar de tudo. — Max declarou em alto e bom som, acariciando a cintura da mãe de seus filhos — Mesmo com o incidente na praia, ainda conseguimos reverter a situação ao olharmos aquele filme juntos antes de levar as crianças para os quartos.
— Você reverteu tudo. — Charlotte acariciou seu rosto, sorrindo na sua direção — Obrigada.
Sua declaração não era mentirosa. Todos sabiam disso. Charlotte tinha o costume de diminuir certas situações ou aumentar para agradar Max as vezes. Era algo mais corriqueiro de ser acontecido antes do nascimento dos gêmeos. E a ver fazendo novamente, parecia como se as coisas voltassem a se encaixar.
— Qual é a aposta para hoje?
Caco fez a pergunta ao qual todos vinham evitando. Os canais de fofoca parecia ser a principal rivalidade ao qual Charlotte precisaria enfrentar. Eles sabiam que isso aconteceria. Era como o jogo entre Real Madrid e Barcelona, por mais que fosse adiado, precisaria acontecer em algum momento. E eles estavam no último dia do fim de semana, acordados bem mais cedo do que se consideraria normal, porém, reunidos. Se decisões fossem para serem premeditadas, aquele era o momento.
— Não acho que deveria falar com os grandes jornalistas primeiro. — Isa comentou, arrumando a capinha de seu celular, como se não tivesse pensado em uma estratégia desde o dia que Charlotte declarou em Live sua relação com Max — Normalmente, pequenos criadores de conteúdo costumam se aglomerar na entrada do circuito tentando contato com os pilotos. Eles são mais maleáveis e conseguem alcançar um bom número de pessoas no seu país e isso se arrasta para os demais. Acredito que isso poderia ajudar a crescer sua popularidade também.
— Jornalistas pequenos podem ser um pouco mais expansivos que os grandes. Eles não possuem o mesmo medo de levar um processo quanto os mais conhecidos. — Carlos acabou tomando a outra ponta. Charlotte não sabia dizer se apenas para contestar a ideia de Isa ou por ter mais conhecimento quanto a situação.
— Na verdade, eles nunca sofreram um processo, então, eles pensam mais antes de fazer, não querendo quebrar esse recorde e acabando sendo mais comedidos. — Isa retornou a defender sua ideia — Quer dizer, o jornalista brasileiro que entregou o fato de você ter me traído em rede nacional, apenas falou, porque soou em um tom divertido... Você não o processou por estar falando a verdade e porque ele usou da técnica correta para escapar do processo. Transformando sua informação em algo perigoso, mesmo parecendo indefeso. Essas seriam as armas usadas por jornalistas prestigiados, enquanto um desconhecido, não faria acusações como aqueles se quiser se estabelecer no ramo de maneira séria. Quer dizer, nenhum jornalista quer acabar montando seu sucesso em fofocas.
— Acho que a Isa tem razão. — Kelly observou, fazendo Carlos rolar os olhos, e a pergunta mental que Charlotte se fez quanto a ele estar batendo de frente com a ex-namorada foi respondida. Ele claramente estava desgostoso com o apoio da Piquet a Hernaez. — Isso pode te ajudar a criar laços com a comunidade do automobilismo, gerando simpatia.
— Fora que um criador de conteúdo pode acabar não tendo fontes que levam a 2021, coisa que um jornalista consolidado pode ter. Eles estão aguardando o fim de semana todo por uma exclusiva com você, todos sabemos que você precisa falar, até me admira a Red Bull não ter ela mesmo organizado isso.
Daniel terminou de falar de maneira informal, como se não fosse nada, mesmo que todo o corpo de Charlotte estivesse tenso com a ideia de alguém citar 2021. Mais propriamente o nascimento dos gêmeos. E ela facilmente poderia ser considerada com uma gata ouriçada.
Eles ficaram em silêncio, esperando pela resposta de Charlotte, apenas para a ver franzir o cenho, daquela forma quando se escutava algo muito ao longe e tentava entender. E a belga saiu de sua posição, os abandonando na sala com Max, antes de desaparecer no corredor.
— Ela realmente fugiu do assunto?
Carlos não perguntou a alguém específico, apenas deixou a frase escapar de maneira quase ingênua.
— Não, alguma das crianças acordou.
Max sorriu quando Charlotte apareceu de volta com Anthonie em seu colo, o bebê ainda estava sonolento e ela queria continuar conversando, decidindo junto ao grupo. Então, ela apenas o arrumou em seu colo, de maneira a ficar encostado de maneira preguiçosa contra si no sofá, apenas sentindo seu cheiro.
— Certo. Então, como faço isso? — ela seguiu, como se não tivesse ido buscar um dos filhos no meio do assunto — Chego ao circuito e apenas pergunto quem gostaria de me entrevistar?
— Acho que você chega lá e apenas analisa a volta, quem estiver gravando tudo, é a pessoa.
— E se for apenas algum fã que goste de registrar os momentos? — ela rebateu Daniel.
— Bom, novos jornalistas e fãs que registram tem uma pequena diferença. Você vai perceber ao vê-los.
Nenhum deles esperou uma resposta de Charlotte, não quando Anthonie tinha desencostado a cabecinha de perto de seu pescoço. O rostinho a centímetros da face da mãe. Charlotte acariciou suas costas, parecendo acostumada com aquela troca de olhar.
— Você não quer tomar um café?
Anthonie não a respondeu, juntando ambas as mãos em suas bochechas, a fazendo apertar os lábios, fazendo um biquinho de peixe e ele caiu na gargalhada, como se aquilo fosse a coisa mais engraçada do mundo. Charlotte sorriu na sua direção, depois que suas bochechas foram liberadas.
— Vem! Vamos fazer um tete a você. — Charlotte murmurou a Anthonie, se erguendo do sofá, os olhos focando em Isa ao pedir — Você podia escolher uma roupa para mim, né? — sorriu de maneira parecida com Louise quando extorquia Daniel — Por favorzinho...
— Oi. — Anthonie cumprimentou eles, parecendo só reparar as presenças a mais, fora sua mãe, naquele momento, erguendo a mãozinha e abanando.
A maioria o respondeu antes que Isa aceitasse o pedido de Charlotte. E a belga tinha um sorriso engenhoso por conseguir o que queria.
Charlotte sumiu na cozinha com Anthonie, por alguns minutos, eles conseguiam ouvir a risada de Anthonie. E logo uma garotinha toda escabelada surgiu na ponta do corredor, coçando os olhos, antes de se mover para onde Daniel estava sentado, os braços espichados.
— Papa Danny! — Penelope nem tentou disfarçar como vinha fazendo desde a fazenda, apenas se embolando no colo do australiano.
O Ricciardo não parecia desacostumado com a nova forma de ser chamado, nem parecia emocionado, sinal que o "papa" vinha sendo usado a mais tempo que eles tinham conhecimento. De que Kelly tinha conhecimento. Porque a Piquet estava surpresa. Na visão de Max, ela não deveria estranhar tanto, já que Daniel sempre ocupou uma parte importante na vida de Penelope, sendo bem mais participativo que o Kvyat. Era previsto que isso aconteceria.
— Penelopeeeeeeee!!! — o gritinho agudo fez um choro vir do lado dos quartos, antes da imagem de uma Louise irritada surgir — Penelopeeeee!!!
— Filha, você já a viu, por que está gritando?
Max questionou sua princesinha, sendo ignorado, visto que Louise se moveu a passos duros para onde Daniel estava, usando o indicador para cutucar as costas da Penelope.
— O que é? — a garotinha de Kelly questionou, sem ligar a melhor amiga, ainda com sono.
— Tínhamos combinado que acordaríamos juntas.
— Você é preguiçosa, eu acordei primeiro. — Penelope chiou baixo, mesmo que parecesse a ponto de apagar no colo de Daniel e esbanjasse preguiça também — Tô com o titio Danny.
Carlos reparou na maneira como Daniel deixou os ombros caírem, mesmo que estivesse parecido com um galo desde a hora que Penelope o chamou de pai. Parecendo desanimado agora.
— Mas você prometeu.
— Eu não prometi nada, apenas fiquei quieta.
— Quem cala, consente.
— Ah, cala a boca! — Penelope murmurou parecendo sem paciência, empurrando o ombro de Louise e se ajeitando melhor no colo de Daniel.
O choro vindo dos quartos continuava, de maneira que Charlotte apareceu de volta, os olhos questionadores em cima de Max. Uma mamadeira extra — pensando que Vincent estaria na sala — em mãos.
— O que foi?
— Vincent está chorando.
— E...?
Carlos soltou um pequeno assobio, enquanto Caco riu baixo. Isa cruzou os braços. Kelly olhou sem acreditar ao número um. Daniel teria uma reação parecida se não estivesse conversando baixo com Louise e Penelope sobre as duas serem duas princesas.
— E que você é o pai dele. Vai buscar ele e o acalmar.
— Mas você tá aqui.
Anthonie surgiu com a mamadeira na boca, agarrando a perna de Charlotte e olhando para o pai, parecendo um pequeno bêbado com a mamadeira meio de lado e os olhinhos pequenos. Charlotte apontou ao filho, como para sinalizar o motivo de não poder atender Vincent.
— Eu pego ele. — Caco se ofereceu, apenas para fazer Max pular do sofá, o lançando um olhar nada bom. Caco piscou a Charlotte quando se sentou de volta — Eu sabia que ele iria se eu me oferecesse.
— Quatro filhos e o Max ainda se finge de sonso quando as crianças choram e a Charlotte não corre para eles. — Isa comentou — Acho que ele pensa que eles vão parar sozinhos, se a Charlotte não corre desesperada.
Foi questão de alguns segundos para Vincent aparecer com Max, esbanjando um rostinho vermelho e um bico que Charlotte nem lembrava que tinha trazido. Os gêmeos estavam deixando de se importar com o bico desde que ela começou a furar a ponta com agulha, tinha aprendido aquele truque na internet, conseguido tirar o bico de todos os filhos.
— Desde quando você voltou a chupar bico?
Charlotte perguntou a Vincent, quando Max parou ao seu lado e o bebê tentou seguir para seu colo. A belga cruzou os braços, a mamadeira contra o peito, não facilitando para ele ir com ela, obrigando Vincent a continuar com Max.
— Mama...? — Vincent cuspiu o bico, claro que por um acaso do destino, a chupeta acabaria batendo na cabeça de Anthonie.
— Oi, filho. — ela suspirou, passando a mão pelos cabelos de Anthonie. E, de repente, Louise saiu de perto de Daniel, onde incomodava Penelope e ria toda vez que era empurrada.
— Oi! — Louise puxou a camisa que Charlotte usava, sorrindo para a mãe — Oi! — Charlotte sorriu para ela, não parecendo suficiente para a pequena, que puxou mais uma vez — Oi, mama!
— Oi, filha. — Charlotte sorriu novamente, ainda massageando a cabeça de Anthonie, porque sabia o quanto ele ficava sensível se estivesse com a mamadeira e provavelmente viria a chorar se não tivesse ganhando carinho.
— Oi, mama. — Louise abraçou sua cintura, o queixinho em sua barriga e a olhando com um sorriso grande — Oi, mexe no meu cabelo.
Charlotte concordou, oferecendo a mamadeira que estava em suas mãos para Vincent, que a puxou para si, levando a boca como se estivesse sem tete a anos. E Charlotte passou a mão pelo rosto da filha, a vendo fechar os olhos, gostando do carinho, antes de chegar aos cabelos. As pálpebras de Louise tremeram.
— Mama! — Anthonie a chamou, a fazendo desviar os olhos de Louise e o ver erguendo a mamadeira — Cabo!
— Mama! — Louise também chamou, querendo a atenção de volta — Meus cabelos, mama.
— Tá bom, filha. — Charlotte murmurou, olhando a mamadeira espichada de Anthonie.
— Hey, carinha! — Carlos tentou chamar a atenção de Anthonie — Vem aqui com o tio Carlos!
Max acabou se movendo para o sofá quando Vincent se escorou em si, tentando se deitar para continuar seu mama, bem diferente do irmão, que havia tomado a sua enquanto perambulava atrás de Charlotte.
— Vai com o titio, filho.
Anthonie negou, empurrando a mamadeira para cima.
— Me pega no colo. — Louise a surpreendeu ao pedir, estendendo os braços, parecendo querer chamar mais atenção que o irmão. E talvez fosse, porque a menina tinha acordado sem a melhor amiga ao lado e sendo ignorada por Penelope quando tentou reclamar, então, o colo da mãe, não seria uma má ideia.
— Agora?
— Agora. — sentenciou.
Charlotte olhou para Anthonie ainda com a mamadeira erguida, depois para a filha. Vincent também a cuidava do colo de Max.
— Mama! — Louise gritou, os braços ainda espichados.
— Certo. Vem aqui. — Charlotte colocou as mãos embaixo dos braços de Louise, a puxando para cima, uma forcinha a mais, já que a menina era grandinha, a encaixando na curva da sua cintura — Você pode pegar a mamadeira do Anthonie para levarmos a cozinha?
— Sim.
Charlotte se abaixou, a deixando em uma altura que dava para pegar a mamadeira. Anthonie olhou as duas, antes de cambalear na direção do sofá, subindo no espaço vazio ao lado de Max e simplesmente se encostando contra a sua lateral. Vincent tinha o pé próximo a onde Nini tinha sentado, de repente começando a mexer devagarzinho a perna.
— Max, não deixa ele chutar o Nini. — Charlotte falou o óbvio, percebendo que Max estava entretido ao mexer no cabelo de Vincent.— Presta atenção, por favor? — ele concordou, o rosto vermelho — Obrigada.
Ela não queria ser chata ao sempre chamar a atenção de Max, porém, ele parecia sempre relapso e para que uma pequena coisa se tornasse uma grande coisa era questão de segundos. Só o Vincent chutar "sem querer" o Anthonie, faria o Nini começar a chorar, nisso, correria para ela e ela teria que largar Louise e Louise iria começar a dizer que ela preferia os gêmeos a ela, possivelmente se jogaria no chão e aí todos teriam que ficar adulando a sua filha e a olhando daquela forma que a fazia se sentir mal.
— Vamos acordar o Domi? — Louise pediu, juntando as mãos nas bochechas de Charlotte, querendo a tirar de seus pensamentos e focar em si.
— Você quer? — sua voz saiu engraçada pela posição das mãos, fazendo Louise concordar com um sorriso — Vamos!
Caco se levantou, batendo as mãos pelas calças, antes de passar os dedos pelos fios loiros de Vincent — no colo de Max, ainda mamando — e Anthonie — quase dormindo contra o Max. Saindo da visão de todos e começando um barulho na cozinha em seguida. Caco estava fazendo o café de Dominique e Louise. Ele faria o de Penelope, se Kelly não tivesse aproveitado o fato de Daniel estar de olho na pequena e se movido para a cozinha antes.
PADDOCK
Isa não tinha a vestido exatamente como uma WAG. Bom, não era nada muito espetacular como costumava ver as outras namoradas ou esposas usando, então quase achou que poderia ficar disfarçada nas arquibancadas como antes. Apenas para desistir da ideia depois. Charlotte estava com uma saia longa e uma camiseta preta. Ambas eram de marca, Charlotte sabia apenas porque Isabel tinha mexido nas sacolas que o abuelo havia abandonado no apartamento no primeiro dia... Pensando bem, a mulher percebia o quanto tinha visto pouco o pai de Carlos, estranhando aquilo.
Ela sabia que o abuelo estava na cidade, assim como sabia da presença de Johannes. O abuelo, apesar da pouca convivência naquele fim de semana, ainda fora visto. Contudo, Johannes, ela apenas sabia da presença, porque algumas pessoas comentaram sobre o fato de estar pela cidade, mas não no paddock. E era pensando neles, que ela estacionou o carro que dirigia no lugar determinado ao Verstappen.
Max saiu do banco do passageiro, já puxando a porta do carro e desafivelando o cinto de segurança da cadeirinha de Dominique e Louise. Ela desceu, olhando para os gêmeos adormecidos no carro ainda. Eles tinham saído mais cedo do apartamento, já prevendo que isso poderia acontecer e tentando parecer casual, mesmo que estivessem apenas com a ideia de arrumar alguém para entrevistá-la.
— Já achou alguém interessante?
Max a assustou ao tocar sua cintura e sussurrar a pergunta, olhando na direção da entrada. A porta do banco de trás aberta, mas as crianças ainda dentro do carro. Ambos viram quando os fãs do Verstappen, assim como dos demais pilotos, repararam sua presença. Mas não apenas eles, como dos seguranças que desciam dos outros três carros que chegaram depois.
— Sabe como isso pode soar?
— Soa como uma pergunta normal, não começa.
Max se defendeu, a fazendo rir. Charlotte sempre acabava achando engraçado a maneira como Max a olhava quando dava qualquer insinuada de ciúmes, como se ela pudesse agarrar as crianças e sumir a qualquer momento. Ela só havia feito isso três vezes e fazia anos. Não parecia certo ele manter essa memória tão viva... E não era que Isabel e Daniel tinham razão? Havia muitos criadores de conteúdo na entrada, do tipo que era facilmente reconhecidos. E, para a surpresa de Charlotte, existiam muitas pessoas com as camisetas da Red Bull com o número de Max e fotinhos de seus filhos.
— Como eles conseguiram essas fotos?
— Você não tem visto muito meu perfil ultimamente né?
Max a surpreendeu ao tocar sua boca contra a testa feminina, um pequeno carinho, vendo Dominique se abanar com um leque da Red Bull, enquanto Louise seguia seu joguinho. Se Charlotte não se enganava, era o Pula Pirata, joguinho que precisava tirar as espadinhas de dentro do barril, ganhava quem não fazia o corpo do pirata pular de dentro do barril. Era engraçadinho, Bradley quem tinha a dado, sempre a fazia rir depois do susto.
— Como assim?
Max puxou seu celular, entregando a ela.
— Meu perfil.
Para surpresa da belga, foi apenas entrar no aplicativo do Instagram para a marcação de curtidas estar estourando, assim dizer, a fazendo franzir a testa, antes de clicar para ver o perfil de Max. E os destaques com nomes das crianças já estavam lá.
— Você...?
— Não é que eu não quisesse prestar atenção a reunião de alguns dias que me fez ficar até mais tarde e não jantar com meus filhos. Eu era obrigado. E você sabe como sou quando estou entediado.
Ela olhou para o celular, depois para as pessoas acumuladas do outro lado, abanando os cartazes com o rosto de seus filhos. Max reparou bem como o queixo de Charlotte tremeu, mesmo tendo um pequeno sorriso no rosto. E aquilo era incomum. Retornava a lembrar o quanto sua mulher não era a pessoa mais sensível do mundo. E aquele fim de semana vinha se mostrando cada vez mais revelador.
— Segura aqui. — Charlotte empurrou o celular contra o peito de Max — Preciso que fique de olhos neles. Do tipo que os gêmeos acordam atentados por terem dormido e vão querer se bater, Dominique vai se estressar por estar esperando, então vai incomodar a Louise e ela vai socar ele. Entendeu?
— Sim, schat.
— Entendeu mesmo?
— Não sou nenhum idiota.
Charlotte tombou um pouquinho a cabeça, de maneira engraçada, provocando o bicampeão mundial, e ela sorriu daquele jeito que o fez suspirar. A Bakker tocou o rosto de Max, mexendo de maneira singela o polegar, outro carinho novo. Max a via fazendo isso toda hora nos filhos, mas depois do nascimento dos gêmeos, pequenos gestos eram quase proibidos de acontecerem consigo. Era bom.
— Eu sou a pessoa mais simpática que você já teve filhos né?
— Eu só tenho filhos com você.
— Tem certeza?
— Posso ligar a última mulher com quem dormi e conferir.
— Você ainda tem a droga do número da Francine, Verstappen?
Max pegou o celular, fingindo discar alguma coisa e colocando em sua mão.
— Pede para outra das suas personalidades assumir, porque a de hoje tá díficil.
Charlotte não riu da sua piada, o fazendo a puxar para o meio de seus braços, beijando sua cabeça novamente. E ela se afastou depois de alguns segundos, arrumando a camiseta que usava e se dirigindo aos fãs. Max cruzou os braços, sem perceber como Dominique tinha acabado de puxar uma das espadinhas do Pula Pirata, ganhando um tapa na mão de Louise.
— Domi tinha dois anos nessa foto.
Charlotte comentou com o homem que tinha a imagem do seu primeiro filho para cima. Eles tinham os olhos arregalados desde o momento que ela se moveu, esperando mais um surto sobre ela não os querer perto, como diziam os sites de fofoca que ela fazia.
— Sei disso porque as bochechas estão um pouco menos cheias. — ela continuou, apontando para a fotinho do filho — Ele... Ele era bem gordinho até um ano e oito meses, por aí, o que dificultou um pouco para que pudesse caminhar... Ele era mais rápido gatinhando.
— Ele demorou para caminhar?
— Dominique só conseguiu caminhar com dois anos, antes não tinha equilíbrio.
— Os-Os outros também eram gordinhos? — uma garota mais nova que ela questionou, parecendo nervosa.
— Não, Louise sempre teve o peso ideal, coisa que imagino ser influência da Fórmula, porque Dominique mamava o tempo todo, enquanto ela não pegava peito e as vezes empurrava a mamadeira.
— Ela andou com quantos anos?
— Um ano e dois meses. Domi ficava irritado quando ela caminhava do lado dele e a empurrava para cair. — Charlotte sorriu com a lembrança, parecendo mais jovem.
— E os gêmeos?
— Vincent caminhou com dez meses, ele sempre foi o mais precoce de todos, mesmo sendo o último a nascer... — Charlotte engoliu em seco ao lembrar de algo, fazendo todos perceberem a mudança súbita, antes da mulher chacoalhar a cabeça e continuar — Anthonie demorou um pouco mais, porque ele teve alguns pequenos probleminhas ao nascer, mas foi entre a Louise e o Dominique, acho que ele tinha um ano e seis meses.
— Qual é o mais esperto?
— Esperto em que sentido? — Charlotte devolveu a pergunta — Porque Dominique é muito bom com karting, Louise é muito perceptiva, ela lê um ambiente como ninguém, Vincent é um pouquinho mais afoito, do tipo que ele faz as coisas rápido, enquanto Anthonie sempre aprende qualquer brincadeira primeiro.
— Um defeito deles?
— Os meninos são a cara do Max. — Ela brincou, causando risos — E Louise é a mais respondona.
— Respondona de...?
— Respondona de mimada. — Charlotte admitiu, fazendo eles rirem de novo — Ela e Penelope são terríveis.
— Penelope filha da Kelly Piquet?
— Ela mesma.
Um gritinho fez a atenção de Charlotte ser desviada, a fazendo suspirar, antes de virar na direção do carro. Max estava com o corpo deitado quase para dentro, puxando Dominique de perto de Louise.
— Antes de vir aqui, eu disse "Max, presta atenção que o Dominique vai implicar com a Louise". Quem acha que ele prestou atenção?
Era estranho para os presentes conversar com a mãe dos filhos de Max, depois que ela se aproximou, tendo acompanhado toda a repercussão dos últimos dias onde ela parecia estar diferente com as outras pessoas. Quer dizer, ela não havia causado uma cena para dar a entender que fora atacada? Ela não tinha brigado com a fã por não querer tirar foto? Não parecia que aquela mulher conversando com eles, poderia ter feito isso.
— Eu tenho um canal no YouTube.
Charlotte tentou disfarçar o sorriso orgulhoso ao perceber que acabava de conseguir a bendita entrevista com um criador de conteúdo pequeno como Isabel havia comentado. Olhando a mulher que comentou. Ela era bonita, usando duas pequenas tranças que moldavam seu rosto e um óculos do estilo aviador com lentes puxadas para o vinho.
— Legal.
— Eu não sou como eles, que entendem bem, eu meio que apenas estou começando. — Charlotte concordou, a esperando continuar — Seria legal ter uma conversa rápida com você.
— Você gostaria?
— Muito. — ela confessou em um suspiro, um sorriso nervoso no final — E eu... Eu tenho uma loja online também. Tenho muitas coisas no carro, se quiser. Tenho camisetas, bandanas, bonés, colares e...
— Eu usaria uma camiseta sua no vídeo.
Charlotte não saberia dizer se isso poderia ser classificado como uma propaganda. Mas parecia ter sido uma boa oferta, considerado a maneira como os olhos da mulher brilharam.
— Sério?
— Sem problemas para mim.
Charlotte ficou sem reação quando a mulher a abraçou, apertando seu corpo contra o seu e a fazendo ficar dura. Seus olhos se moveram para onde o seu carro estava, Max tinha conseguido controlar as crianças e a olhava com claro medo. E ela sabia quais seriam as manchetes se continuasse dura. Por conta disso, passou seus braços pela mulher, sua mente lembrando de Kelly, Isa, Ana, Blanca e Violet. Era simples. Ela deveria fazer de maneira automática.
— Vem comigo!
Foi um convite, mas a mulher ainda a pegou pelo braço, a puxando na direção contrária a de Max. E isso deveria a preocupar, obviamente preocupou o bicampeão mundial, pois ele foi rápido em tirar as quatro crianças do carro, os arrastando atrás de Charlotte. Alguns fãs chegaram a lembrar de uma mamãe patinho com seus patinhos. Charlotte estava indo, claro que Max, Dominique, Louise, Anthonie e Vincent a seguiram. Onde quer que estivesse.
— Meu carro está ali.
Charlotte concordou, dando uma pequena olhada para trás e enxergando Max. Piscando na sua direção. E o peito do homem se acalmou um pouco. Ela não estaria piscando ou tão quieta se estivesse sendo obrigada. Charlotte era capaz de se atirar no chão e gritar igual Louise. Não que ela já tivesse feito, mas seria capaz.
— Eu ainda não sei seu nome.
A belga comentou ao se voltar novamente a mulher, de repente, sua mente trabalhando de maneira meio assustadora para criar a imagem de uma fã problemática do Max, ao vê-la abrindo o porta-malas. Ela poderia tirar uma arma dali de dentro e a matar. Charlotte torcia para não acontecer, porque seus filhos estavam perto e... Graças a Deus, a mulher apenas tirou uma mala de dentro do porta-malas. Ela se deixou relaxar.
— Meu nome é Harper, Harper Clinford. — a mente de Charlotte a lembrou que uma pessoa normal não poderia carregar uma arma solta no porta-malas, então a mala seria a opção mais fácil de manejar... Ela não sabia dizer o porquê de estar pensando isso, mas quando a mala foi aberta, ela se abaixou e fingiu estar arrumando os calçados. Por quê? Ela também não sabia. — Eu sou a host do "But Daddy I love him".
— Essa não é uma música da Taylor Swift?
Charlotte perguntou ao se erguer.
— Meu canal não é o mais famoso.
— Ela não poderia meio que te processar?
— Não acho que ela me processaria.
— Se ela te processar, poderia mandar mensagem a Max. Nós te ajudaríamos.
— Max falaria com Fernando para ele falar com a Taylor?
— Fernando?
— É, existe uma fanfic que eles tiveram um romance.
— Sério?
— Sério. — Charlotte fez uma expressão engraçada.
— Interessante.
— Não são tão boas quanto as Lestappen ou Maxiel.
— Quais são esses?
Harper a olhou, considerando sua resposta, antes de comentar.
— Você sabe... As fanfics que o Max nunca namorava ninguém, porque era secretamente apaixonado por Charles ou Daniel. — Charlotte se voltou rápido para onde os filhos estavam sentados no asfalto quente do estacionamento (coisa que ela considerava meio irresponsável do Max), sendo cuidados pelo seu "marido", enquanto a frase fazia sentido em sua cabeça — Quer dizer, ao menos agora sabemos que ele tem alguém e não é apenas um obcecado pelo ex-companheiro de equipe ou rival do karting como aparentava.
— Ele aparentava ser obcecado nos dois?
— Eu pelo menos entendia só esses dois, mas acho que rola umas fics dele com Lewis e Checo também.
— Em 2021, eu questionei Max para saber se ele não era apaixonado por Lewis. Então, quem sabe, suas apostas possam estar erradas. — A host riu ao perceber o tom brincalhão — Hey! Nessas fanfics, Max é o ativo em alguma das vezes pelo menos?
Harper encarou a mulher com os olhos arregalados e a face corada.
— O quê? — Charlotte riu — Eu preciso ter boas informações para poder incomodar ele. Como vou poder fingir ciúmes?
— E você finge ciúmes?
— Provocação, ele sabe quando eu estou com ciúmes.
— Por quê?
— Porque eu saio de casa.
Harper tinha uma feição assustada, mesmo que a outra estivesse sorrindo como se tivesse dito que o céu é azul.
— Você sabe que isso pode soar errado né?
— Quer mais tóxico que o Max? Ele literalmente fez todos os meninos serem a cara dele. Eu carreguei as pestes por nove meses e ele mesmo assim conseguiu me vencer. Sabe como eu fiquei a primeira vez que vi Dominique? Emocionada, mas ainda incomodada por ele não ter saído a minha cara. Ele era a coisinha mais preciosa, mas ainda era a cara do pai.
— Mas você gosta da cara dele né? Digo, do Max...
— Se acostuma né? Muitos anos juntos.
Em alguns momentos, Harper não sabia dizer se ela brincava ou estava falando a verdade.
— Hey, Verstappen! — Harper viu a mulher chamar o homem — Você gosta da minha cara?
Primeiro ele franziu a testa, confuso com a pergunta, rodando Louise ao responder com um sorriso provocador:
— É o que temos né?
Charlotte sorriu, soltando uns risinhos baixos, encolhendo os ombros.
— Eu não entendo vocês.
— Não precisa entender. — Charlotte murmurou, sem ligar para o comentário.
— A camisa. — Harper ofereceu.
Charlotte pegou, vendo como a mulher mordeu os lábios, parecendo nervosa.
— Você vai precisar abrir o carro, acho que o engraçadinho não vai gostar que eu fique apenas de sutiã na frente de todos.
Harper também não entendia como eles haviam chegado tão cedo ao circuito, ou como eles estavam apenas os dois com as crianças e ela falou justamente consigo. Ou como todos estavam mantendo a distância — Bom, essa parte provavelmente era pelas figuras próximas que faziam a segurança. Não era apenas Sam agora, existiam mais de seis homens próximos.
— Ele é ciumento?
— Você não quer me perguntar isso quando estiver me entrevistando?
— Eu posso?
— Só não quero falar do nascimento dos gêmeos, do resto, sendo educada e não tão invasiva, respondo o que quiser.
Charlotte entrou no carro da desconhecida, vendo Max instruir as crianças a aproveitar a grama a frente do carro. Era engraçado pensar que tiveram sorte com a localização escolhida por Harper Clinford na escolha de vaga no estacionamento.
— Eu posso abrir o teto?
— O carro é seu.
Charlotte respondeu, sem perceber que poderia soar grossa, apenas tentando puxar mais a camiseta para baixo. O que acontece? A camiseta, era na verdade um cropped, e ela se sentia bem com seu corpo, havia tido três gestações e colocado bastante criança para fora, mas não achava que deveria estar usando um cropped naquele momento. Era confuso.
— Mama! — o tom de Vincent parecia surpreso, como se o fato da mãe ter desaparecido no carro por menos de cinco minutos tivesse feito passar muito tempo, um sorriso se abrindo, louco para se aproximar de Charlotte e pedir um colo. Max o pegou antes que desse mais de três passos.
— A mama tá ocupada. Qual foi o combinado no carro?
— Ficar com o papa e fingir costume para ganhar sorvete.
Dominique respondem em alto e bom som, sem perceber o pequeno sinal feito pelo pai. Ele queria lembrar os filhos da promessa, mas não que Charlotte escutasse. Estava aguardando o tom de repreensão feminino ao terminar de ouvir Dominique, quando a risada da sua esposa soou. Ela estava rindo, não brigando com ele.
— Não estranhe, eles são umas pestes. — Charlotte tocou o braço de Harper, sorrindo — Lindos, perfeitos e pestes.
— Eu tenho muitas perguntas sobre isso. — Harper confessou — Por isso, posso abrir?
— A vontade.
Ela apertou um botão no painel, fazendo o painel de cima do carro se abrir, se arrumando ao final, enquanto esperava, buscava arrumar o celular no console, parecendo procurar a melhor luz. E Charlotte se viu em uma disputa de caretas com as crianças.
— Hello, pessoal! — Charlotte se assustou quando Harper começou — Começamos mais um "But Daddy I love him" e vocês já me conhecem, porém irei me apresentar novamente. Eu sou a Harper Clinford, sua nova jornalista de automobilismo, ou... Melhor, sua estudante de jornalismo que visa um dia entrar no paddock não como convidada — ela mostrou uma entrada VIP — mas como alguém de dentro da firma. — Harper piscou — E hoje, mesmo tendo prometido um tuor pela área VIP do paddock, trouxe um conteúdo ainda melhor, depois de ter conseguido algo que nem mesmo os mais renomados conseguiram, então... Apresento a vocês... Tan, tan, tan... Charlotte Bakker, a mais nova WAG da Fórmula 1, mãe das novas quatro obsessões do paddock, esposa...
— Namorada, na verdade. — Charlotte não queria a interromper, mas aquilo saiu mais rápido que conseguiu travar.
— Namorada? — os olhos da outra mulher pareciam desacreditados — Você tem 4 filhos com ele e ele não se casou com você?
— Eu também acho isso um desaforo. — Charlotte confessou — Esta na hora de um anel preencher essa minha mão. — a belga mostrou o anelar, olhando para o homem entretendo as quatro crianças na frente do carro. Max sorriu a ela, mesmo sem ter escutado.
— Para quem não sabe quem seja esse homem ao qual estamos citando. Não é nada mais, nada menos que Max Verstappen, atual bicampeão de Fórmula 1.
— Futuro tricampeão. — Charlotte murmurou, piscando para a câmera, arrumando os cabelos e acabando deixando o cropped mais a mostra.
— Acredita que esse ano vira mais um título? — Harper gostou que pudesse já sair questionando a mulher.
— Sim, pelo que Max me falou, o carro está indo pelo caminho certo e alcançará mais uma de suas metas.
— Uma das?
— Ele tem quatro metas a cumprir, ele já conseguiu duas, falta duas.
— Que seria...?
— Um campeonato por filho.
— Não me diga que esse seria o motivo para Max Verstappen estar correndo tão rápido? Uma promessa de título as crianças?
— Bom, ele me prometeu isso quando estava grávida de Dominique. — Charlotte deu de ombros, sorrindo para o fato da mulher estar usando um óculos como microfone.
— Eu quero muito entrar nesse assunto. Acredito que todos, mesmo estando muito afoitos e curiosos com todo o andamento do campeonato, querendo saber como funciona a mente do bicampeão, ainda assim, está mais curioso ainda com você. Por conta disso, não irei me ligar muito a Max Verstappen, o bicampeão mundial de Fórmula 1 e todos os seus títulos, mas ao Max Verstappen, pai de quatro crianças e namorado de Charlotte Bakker. — a belga concordou — Então, puxando por isso, acredito que essa seja uma questão que a maioria do público presente esteja se fazendo, mas... Qual é o motivo para terem mantido o relacionamento de vocês no anonimato por tanto tempo? E o que a motivou a abrir aquela live no Twitch e assumir o relacionamento de você?
— Bom... Além dos gritos de Max no rádio sobre estar sendo corno? — Charlotte não olhou ao celular ao falar, mas direto para o homem que estava fazendo aviãozinho nas crianças, mesmo que isso pudesse acabar o lesionando, considerando o tamanho de Dominique e Louise, não que ele parecesse ligar — Eu não sei bem como explicar, quer dizer, era um domingo qualquer lá em casa no último fim de semana... Domingo qualquer também não, eu por um acaso do destino, tinha um cliente marcado. Eu sou formada em arquitetura, trabalho de maneira independente, e aceitei encontrar o cliente no domingo por um acaso do destino. Lembro que marquei o horário bem certinho para depois da corrida e estava no meu escritório na cidade com os gêmeos, enquanto Violet ficou em casa com Domi e Louise...
— Violet...?
— Violet é minha irmã mais nova que mora conosco. Ela tem um perfil no instagram aberto, se não me engano. Ela adora postar fotos das crianças.
— Qual é o perfil dela?
— É LetBakker, eu acho. — Charlotte não se sentiu nem um pouco mal ao entregar a irmã para a mídia, porque sabia que Violet gostaria daquilo, era quase como se tivesse nascido para isso — Enfim, ela ficou com as crianças e eu estava com os gêmeos nessa sala comercial, TV ligada na corrida e arrumando minhas coisas. E, de repente, o rádio do Max estoura e ele começa a gritar que eu coloquei chifres nele. Da onde saiu isso? Boa pergunta. Porque ele colocou quatro implantes fofoqueiros e grudentos para me cuidar, que se uma pessoa chega perto de mim, eles expulsam.
— As crianças são ciumentas com você?
— Elas são fofoqueiras, uma vez fui comprar pão e o atendente sorriu para mim. Dominique disse que ele deveria ter vergonha e declarou que eu tinha "macho". Ele nem ao menos foi delicado e disse que eu tinha marido, não. Eu tinha macho. Quase morri de vergonha. — ela sentiu o rosto quente ao perceber algo — Eu não sou acostumada com entrevistas, então vou já me desculpando por divagar. Eu tenho esse costume, então se estiver demais, você pode chamar minha atenção.
Harper não chamaria sua atenção, porque, primeiro, tinha certeza que ótimas histórias poderiam ser reveladas; segundo, que a live tinha o número crescendo de maneira estratosférica; terceiro, tinha muito tempo para isso, porque eles tinham chegado cedo; e, quarto, mesmo que subisse alguns comentários de pessoas que pareciam não gostar dela, existiam comentários positivos a ela também.
— Você pode divagar o quanto quiser. Mas então você não sabe de onde saiu essa história de Max achar estar sendo corno?
— Eu preciso admitir que isso não passou de um grande mal entendido. A verdade é que minha irmã, como eu disse, mora na mesma casa que nós e ela estava com um namoradinho no dia anterior e nossa filha viu. No outro dia, antes da corrida, ela se sentiu culpada por ter visto a "mama" traindo o papa e ligou para contar e o restante vocês já sabem.
— Foi sua irmã no final?
— Minha irmã e a ingenuidade de uma garotinha de quatro anos. Louise queria proteger o pai, que ele viesse em casa para tudo se resolver o mais rápido e tudo bem. Já resolvemos isso, na verdade, já passamos por coisas bem piores que uma acusação de traição, então estamos apenas seguindo.
— Nós tivemos um resumo, bem resumo, quase uma introdução de como aconteceu a relação de vocês e eu acho que seria importante para todos nós saber como vocês começaram, porque o filho mais velho de vocês está com o quê? Cinco anos?
— Dominique tem seis anos e quatro meses.
— Isso é muito tempo.
— Segundo o abuelo Carlos, pouco. — Charlotte riu ao confessar, adorando a confusão da mulher, mas apenas continuando — Agora sobre nosso relacionamento. Eu já tinha ouvido falar de Max, porque dava aulas a irmã dele na escola, o achava um babaca por não ajudá-la, inclusive. Enfim... — ela mexeu a mão — Em 2014, nós nos vimos em uma festa e conversamos um pouco, depois teve uma pausa dessa festa até 2016, quando eu o encontrei na festa da cidade. Na época, eu estava junto a uma antiga amiga e ele estava com o vizinho e nós meio que acabamos fazendo aquele combinado idiota de "quatro é par" e eu acabei com Max. E dali em diante, nós começamos a sair nos intervalos de corrida e tal até o Grand Prix da Espanha, quando brigamos por uma coisa e acabamos nos afastando.
Charlotte olhou na direção de Max, o vendo cair na grama com Dominique por cima.
— Jurei que não voltaria mais a ficar com ele e descobri que estava grávida do Dominique. — as bochechas de Charlotte coraram — Coisas idiotas que tem consequências, usem camisinha, se não podem acabar grávidas de um piloto de Fórmula 1. — Charlotte precisou tapar o rosto porque aquilo ficou engraçado e Harper também não conseguiu segurar a risada, soltando um "Abençoa, Senhor" — Que horror, gente! — Charlotte chamou a atenção de Max, fazendo ele mandar um dos escudeiros, Dominique até o lado do carro.
— Oi. — ele abanou para a câmera — Você tá bem, mama?
— Estou, filho. Obrigada por perguntar. — a voz da mulher era doce ao se dirigir ao garotinho e ele se afastou — Voltando... — ela tomou um fôlego — Eu tinha participado de duas corridas com Max antes de descobrir a gravidez e achava que não daria certo, porque queríamos coisas diferentes e mais um monte de ilusões, vamos se dizer assim. Porém, quando descobri a gravidez, meio que se tornou claro o caminho que eu deveria seguir. Eu não ia esconder de Max, até porque ele tinha responsabilidade pelo que tava crescendo dentro de mim. E se olhar a fuça do Domi, percebemos que ele tinha muita responsabilidade para assumir. — ela riu de sua própria piada — E daí em diante acabamos meio que juntos, mas relacionamento começou no dia de Natal, coincidentemente no nascimento de Dominique. Então temos seis anos e quatro meses de relação. É isso.
— Por que vocês esconderam o relacionamento de vocês?
— Foi um esconder, mas também não foi um esconder. Sendo sincera, eu achei que descobririam bem rápido, mas conseguimos manter por seis anos e alguns meses. — Charlotte riu — E foi uma escolha minha, preciso admitir, quando tive Dominique, conhecendo como a mídia poderia ser e tudo mais, falei com Max que queria apenas apresentá-lo e assumir nossa relação somente depois que Dominique tivesse dois anos para ser algo mais natural... Ele estaria maiorzinho e tudo... Só que aí eu engravidei de Louise, então se tornou os dois anos de Louise...
— E aí vieram os gêmeos. — Harper completou, entendendo a lógica.
— Exato. Acabamos apenas prorrogando e prorrogando.
— Como você conseguiu manter segredo de que era casada com um homem desses por tantos anos?
— Sabe que é meio confuso, porque se vocês viram bem, Max meio que não escondia que tinha namorada. Ele postava coisas no dia dos namorados, claro que não era minha foto, nem de casal, mas de presentes e tal... Eu acho que apenas tivemos um pouco de sorte.
— E por que vocês resolveram se assumir agora?
— Além do fato de Max ter gritado que era "corno"? — Oh, ela adorava lembrar aquilo, porque era cômico. — Acho que rolou um pouco de "e se"? Quer dizer, seis anos de relação, os gêmeos com um ano e oito meses... Não demoraria muito para acabar precisando cumprir a promessa que fizemos em 2016, então o que seria apenas adiantar as coisas?
— E você teve ajuda para que isso acontecesse também né?
— Sim, Charles e Lando acabaram ajudando muito.
— Como isso aconteceu?
— Eu sendo a pessoa inquieta que sou, desde o momento em que Max apareceu na nossa casa com os colegas de Fórmula 1, comecei a ficar nervosa e nervosa e nervosa e na noite anterior, o assunto surgiu como qualquer outro e eu lembro que Max falou algo como "Não estamos assumidos, porque ela tem vergonha de mim" e eu fiquei pensando "Cara, eu estou a seis anos com você, nós temos quatro filhos, você foi a melhor pessoa que entrou na minha vida" e eu só agi. Acho que por desespero. Me bateu um medo de que ele pudesse realmente pensar que eu não o amava, como eu achava que demonstrava e eu só pedi ajuda a dois desconhecidos, bem dizer, e fiz. Sendo sincera, eu nem lembro o que falei, mas isso pode ter salvado meu "casamento", então não estou arrependida.
— Foram bons anos escondendo a relação. Pensando nisso, como você lidou com o passar dos anos, vendo seu namorado sendo assediado constantemente pelos fãs e não podendo fazer nada? Max, se não me engano, chegou até mesmo a precisar negar rumores quanto a sua sexualidade e casos inventados que a mídia considerava promissor. Teve até algum tipo de pesquisa sobre solteiros milionários para as mulheres onde estamparam a foto de Max. Como diria que é o seu ciúmes perante a ele? E dele com você, com a aproximação de qualquer homem fora do circulo de amizade de vocês?
— Eu poderia mentir a você... Vocês... E dizer que sou uma pessoa confiante e brincalhona quanto a isso, mas não sou. Essa pessoa não seria eu e eu sou bem ciumenta, bem possessiva. Ele é meu e é isso. — Charlotte sorriu para a câmera, sabia que a maioria já não gostava dela, então por que esconderia a verdade? — E Max é a mesma coisa comigo.
— De uma escala de zero a dez, diria que é um...?
— Eu sou um dez redondo.
— Quer nos contar uma história para explicar isso?
— Em 2019, Max esteve em circuito que surgiu muitas imagens do pós-corrida e ele estava sentado no bar com uma mulher do lado. Eu tinha acabado de ganhar a Louise praticamente, nós tinhamos comprado a nossa casa, minha irmã estava conosco e o Max estava sentado no bar com uma mulher. — aquela imagem ainda a deixava irritada, mesmo sabendo que era uma imagem inocente — E eu igual uma trouxa em casa, cuidando dos nossos filhos, enquanto o bonito bebia com uma mulher.
— O que você fez?
— Eu tirei uma quantia generosa da nossa conta e fui para o Brasil com a Kelly. Ele passou um mês me procurando e nunca mais surgiu foto alguma dele ao lado de uma mulher em um bar. — ela piscou, como se fosse inocente — As vezes, medidas extremas precisam acontecer para que situações sejam evitadas.
— Se você está com ele ainda, quem era a mulher no bar?
— Era a acompanhante do Daniel. — Charlotte riu, porque lembrou do Max gritando que ela era louca — Mas como eu não tinha como saber e ele percebeu que se surgisse novamente, eu faria pior, ele não fez mais.
A palavra "tóxica" subiu em negrito no chat e Charlotte quase soltou um "obrigada".
— Ao menos ele é parecido comigo, porque meu estagiário disse que ele quase quebrou seus dedos quando se encontraram pela primeira vez. Fora que odeia ficar sabendo pelos fofoqueiros, vulgo nossos filhos, que qualquer pessoa tenha chegado perto de mim. Nos acertamos no final, o que dá certo.
— Bom... — Harper claramente não sabia como seguir — Sobre se acertarem no final... Como você descreveria que é a relação de vocês dois, com toda essa montanha russa do automobilismo, toda a competitividade e o fato de Max sempre declarar ser muito focado em vencer, não gostando de perder, diria que ele sabe separar bem as coisas? Tipo, trabalho, trabalho e casa, casa?
— Depende muito. — ela mordeu os lábios, sem saber explicar — Acho que cada temporada desde que começamos teve um impacto diferente, as vezes afetando nossa casa, outra vezes não. Mas, nós temos uma regra, basicamente, depois de toda corrida, ele está cansado ou tem compromissos para cumprir pela Red Bull, então, toda noite de domingo que tem corrida, quando ele liga, ele narra toda a corrida da perspectiva dele a mim. Nós discutimos e avaliamos, até acabamos não fazendo isso na outra corrida... Enfim, aí quando ele chega em casa, como já discutimos, acaba que não comenta muito e foca mais em estarmos em família.
— Baseado nisso de cada temporada ter um peso diferente, 2021 foi um ano aparentemente puxado, Lewis mesmo já admitiu que foi um dos momentos mais marcantes com toda a disputa. Como diria que aquele ano foi para vocês como família?
— Eu achei que ia perder o Max. — ela confessou, fazendo Harper arregalar os olhos — Ele só sabia falar de Lewis Hamilton, considerei muito a ideia de que ele pudesse estar apaixonado. Não parecia existir outra explicação para mim.
— Eu teria medo de perder meu namorado para Lewis Hamilton também.
As duas riram e outra criança apareceu. Harper não pareceu perceber que Charlotte não respondeu essa pergunta como as outras, ou como de certa forma agradeceu por Louise ter chegado.
— Mama, que horas podemos ir tomar sorvete? Você vai demorar muito?
— Loui, eu estou em live agora.
— Oi. — ela sorriu falso para a câmera, voltando a mãe em seguida — Termina logo, por favor.
As duas, assim como os integrantes da live, a viram sumindo. Indo para onde Max estava com os meninos. Charlotte achava que estavam brincando de ciranda.
— Com toda essa vida corrida de circuito atrás de circuito, a temporada tendo muitas corridas no cronograma, muitas vezes o Max acaba não estando em casa, como é para você ter que lidar com quatro crianças?
— Não é fácil. Você acaba meio perdida no início sabe? Digo, eu tinha 18 anos quando ganhei Dominique, quase 19, se contar que estava mais perto de fevereiro de 2017, do que 2016. Então foi meio difícil para mim, me acostumar com a ideia de ter aquele serzinho dependente de mim. Com Louise eu era um pouco mais velha, porém tinha acabado de sair de casa, nós tínhamos comprado nossa casa e nos mudamos assim que as obras terminaram. Foi puxado, porque eu tinha o Dominique com 1 ano e 11 meses, se não me engano e a Louise com 4 meses. Eram duas crianças, duas crianças com personalidades distintas e ainda bebês. Eu já achava puxado aí... Por fim, vieram os gêmeos. Eles foram mais ou menos planejados, eu sabia como poderia ser, eu só não esperava que viesse 2...
— Quatro crianças em um intervalo de seis anos, quase sete. Não parece meio rápido demais?
— Johannes me perguntou se eu estava querendo quebrar algum tipo de recorde pessoal. — Charlotte riu, lembrando como se as palavras do sogro não houvesse a magoado no dia — Mas foi uma coisa que aconteceria, tendo esse tempo ou não. Max sempre quis uma família grande e admito que isso se tornou um sonho para mim também. Então, estamos felizes com esse número atualmente.
— Acha que poderia vir mais uma criança?
Charlotte olhou na direção de onde Max estava apenas deitado com as crianças no chão agora. Considerando a pergunta.
— Por mais estranho que pareça, eu acho que nenhum de nós gostaria de engravidar agora. Somos um bom número, uma família de seis, depois de seis anos. E com toda a mídia que dará agora, imagino que se vier a acontecer, será em um futuro distante.
— Das crianças, qual você diria que é a mais parecida com ele? Não a aparência, já que os meninos são bem parecidos com ele... Mas a personalidade?
— Todos eles tem traços de personalidade do Max. — Ela cantarolou a próxima palavra — Porém, a Louise nasceu em 2018 e o Max era o Mad Max. — Charlotte riu — Acho que ela puxou esse lado todo para ela.
— Como ele é com as crianças e você?
— Max é... Max é um ótimo pai, ele brinca com as crianças, ele dá atenção, ele... ele se sente meio culpado quando as coisas não saem como ele gostaria e acaba perdendo tempo o pouco tempo que ele consegue com as crianças... E eu não tenho o que reclamar do Max como pai.
— E com você?
— Max é a pessoa da minha vida. — ela sorriu — É até meio engraçado pensar que no início eu era muito quadrada quanto a querer ficar com ele ou não. Porque, hoje em dia, apenas a ideia de não estarmos juntos me deixa sufocada. Ele é o amor da minha vida.
— Temos uma pessoa apaixonada?
— Sempre.
O pior era que Charlotte nem ao menos estava se esforçando para responder, provavelmente dando trabalho ao pessoal de relações públicas depois de ter falado a primeira coisa que vinha em sua mente. Não existia muito o que pudesse ser feito, aquela era ela.
— Levando em consideração todo o histórico familiar, tendo o Jos como avô e Max como pai, diria que alguma das crianças tem uma pequena tendência a seguir o caminho para o automobilismo?
— Até agora o único que demonstrou interesse, um interesse um pouco mais sério, foi o Dominique. Até porque ele já tem o treinador dele e gosta muito de pilotar. Mas acho que o Vincent também tem um pézinho lá dentro, não sei dizer se para piloto ou estrategista, porque ele gosta muito de assistir corridas antigas.
— Dominique é o mais velho, correto? — Charlotte concordou — E ele já pratica com um treinador? — outro aceno positivo — Por que você diria que ele ainda não está correndo em competições?
— Porque ele é muito novo. A maioria das crianças do automobilismo começam por volta dos oito anos, Max e eu queremos dar a oportunidade dele ser criança, não viver esse ambiente competitivo desde tão novinho.
— Considerando isso, diria que a aposentadoria do Max está próxima de acontecer?
— Ele ainda tem uma promessa para cumprir né? Ele tem quatro filhos, então ainda precisa de dois títulos e mesmo que sejamos otimista, as vezes se demora a conquistar. Por isso, vamos deixando acontecer. Max gosta do trabalho dele e nenhum de nós quer tirar isso.
Uma batidinha na porta fez Harper apenas manter a boca aberta para a fazer outra pergunta, mas não chegando a efetiva-lá. E Charlotte avisou que teriam mais um convidado, abrindo a porta e deixando Anthonie a escalar. O garotinho pareceu envergonhado, escondendo o rosto contra o pescoço de Charlotte.
— Aconteceu alguma coisa?
— Ele disse que queria a mama. — Max explicou a ela, ainda na grama com os outros. Charlotte não sabia do que eles estavam brincando dessa vez, mas um dos seguranças estava perto.
— Aconteceu alguma coisa, Nini?
O bebê negou, continuando em cima dela. E Charlotte olhou com uma clara expressão de culpa, querendo terminar logo a entrevista dada a Harper e ao "But Daddy I love him".
— Sabendo disso tudo agora, existe algo sobre você que gostaria que as pessoas soubessem além da sua relação? Para finalizar.
— Acho que não existe bem algo a falar. Max combinará sendo o piloto excelente que é, apenas com uma torcida anteriormente secreta se mostrando as vezes pelo paddock. Ahn... Dominique tem escola, então não vamos poder participar de todas as corridas. Mas estaremos presentes nas que pudermos.
— Então eu acho que é isso, pessoal. Essa foi a nossa pequena e improvisada entrevista com Charlotte Bakker, a nova WAG descoberta do paddock. Espero que tenham gostado tanto quanto eu gostei. E nos sigam e deem um like para que mais pessoas possam conhecer a mãe dos filhos de Max Verstappen!
Charlotte abanou a mão, fazendo Anthonie choramingar contra ela e a deixar um pouco mais preocupada. Quando Harper declarou já ter desligado, a belga agradeceu por ela ter sido legal e não ter feitos perguntas indelicada, antes de sair do carro, ainda usando a camiseta dada pela mulher e questionando baixo o que acontecia com Nini.
— Ôto fingino. — Anthonie murmurou baixo, a fazendo olhar na direção de onde Max estava com os outros dois. — A mama tava demolando muito.
Charlotte acabou rindo contra o ouvidinho do filho, causando uma pequena cócega em seu pescocinho. Vincent estava abraçado a perna de Max, sentado em seu pé, enquanto Dominique tinha os braços cruzados na frente do pescoço de Max, pendurado em suas costas. Louise olhava as unhas, parecendo achar a brincadeira chata.
— O que vocês estão fazendo?
— Tentando derrubar o papa. — Louise a respondeu, rolando os olhos, como uma pequena adolescente.
— Essa brincadeira não parece legal.
— É porque não é. — Louise se mexeu até ela. — Sabe o que seria legal? Fazer pulseiras.
— Podíamos fazer hoje de noite, convidar a nossa família para fazer no apartamento da Red Bull.
— Podíamos? — os olhinhos da pequena brilharam.
— Se o papa quiser.
— O que eu quero?
— Nós estávamos pensando... — Louise juntou as mãos na frente do corpo, exatamente como fazia ao pedir brinquedo a Daniel com Penelope — Se não seria legal convidar nossa família e fazer a noite das pulseiras hoje...
— Seria legal, poderíamos fazer pulseiras da vitória.
— Pulseira da vitória? — Louise o olhou confusa.
— Sim, porque eu vou ganhar!
Max avançou com os dois pendurados a ele, agarrando as duas e Anthonie, fazendo Louise gargalhar. Charlotte nem ao menos lembrou que tinham pessoas tirando foto.
MIAMI GRAND PRIX - AVÓS
— Vovô!
O grito de Louise chamou atenção dentro da garagem, vendo a menininha correr na direção de Johannes, se atirando contra sua cintura e o abraçando com um sorriso maior que seu rosto quase. O abuelo, que estava dentro da garagem da Scuderia Ferrari, provavelmente sentiria uma espécie de arrepio ciumento se visse a cena.
— Ah! Oi, garotinha! — Jos bagunçou os fios castanhos de Louise, antes de a afastar e abrir um sorriso — Domi! Vem dar "oi" pro vovô!
O menininho de seis anos se levantou da cadeira que estava, tirando o fone da cabeça e dando uma olhada para onde Charlotte balançava o carrinho de Anthonie e Vincent, os dois estavam dormindo, a vendo conversar com Kelly.
— Hallo, opa! — Oi, vovô. A pronúncia de Domi ainda era bem boa, mesmo que Charlotte viesse tentando falar mais em inglês com ele, por toda a questão das futuras disputas. E Jos parecia orgulhoso do neto, o puxando para seu colo, não se importando que já fosse grandinho.
— Como você tá grande! Tem se alimentado direitinho?
— Temos sim, vovô. — Louise pulou na sua volta, fazendo a atenção de Charlotte finalmente se mover para onde estavam, vendo a filha circular Jos, enquanto Domi claramente queria fugir dele.
— Legal, Louise. Por que você não vai brincar com a Penelope? — a filha de Kelly estava escondida, não gostava do vovô da Loulou — O vovô quer conversar com o Domi e... Onde estão os baixinhos? Eu quero muito ver meus baixinhos.
— Brincar? Eu queria ficar com o vovô... — Louise juntou as mãozinhas na frente do corpo, o olhando por baixo, um sorrisinho.
Jos suspirou.
— O que você acha de dar uma volta com a mamãe pelo paddock, enquanto os gêmeos estão dormindo? — Charlotte perguntou, parando ao lado do Jos — Podemos tentar encontrar o abuelo, seria divertido.
— O abuelo Carlos? — Domi abriu um enorme sorriso — Eu quero, mama! Eu quero!
— Dominique! — Jos chamou sua atenção — Ele não é seu avô!
— Por quê?
— Porque ele não é pai de sua mãe ou do seu pai. Você só tem eu como avô.
— Eu vejo o abuelo Carlos bem mais que o senhor.
— Porque sou ocupado.
— O senhor é aposentado e o abuelo ainda corre, vovô. E, mesmo assim, eu vejo bem mais ele.
Johannes encarou Charlotte, como se estivesse esperando que ela explicasse ao Dominique que não era bem assim. E ela acabou apenas tocando os ombros de Louise, um sorriso que o irritava no rosto.
— Talvez você devesse ir mais lá em casa.
Dominique completou. E, para completar a sessão de horrores a Johannes, Penelope foi quem gritou para o homem que passava a frente dos boxes, fazendo a atenção de seus netos saírem de cima dele.
— Abuelo!
Até mesmo Louise correu na direção do espanhol idiota, Jos estava fervendo.
— Pelo menos os gêmeos não correram.
— Eles estão dormindo. — Charlotte avisou, para que não pensasse bobagem.
Os gêmeos sempre iriam preferir o abuelo a Jos... Eles nem conheciam Johannes praticamente. E Charlotte estava pronta para se afastar, quando foi pega de surpresa pelos braços de seu sogro passando na sua volta, a deixando dura igual uma estátua.
— Sorria para a foto, Bakker.
Ela forçou um sorriso, contando cinco segundos, antes de se afastar.
— Boa menina.
— Odeio você. — ela mexeu os lábios.
— O sentimento é recíproco.
— O que vocês estão fazendo?
Max questionou ao se aproximar, estranhando a aproximação de seu pai com sua esposa, ainda mais se levar em consideração o fato de que ambos costumavam se cuspir igual duas lhamas sempre que compartilhavam espaço. Não queria precisar explicar caso as implicâncias de sempre acontecessem no meio do paddock faltando uma hora para a corrida ter início.
— Nada. — falaram juntos, a tempo das crianças voltarem "arrastando" o abuelo consigo.
Jos rolou os olhos ao ver toda a atenção que o maldito espanhol estava recebendo, até mesmo os mecânicos pareciam parar de fazer seus trabalhos para o cumprimentar. O que ele tinha para ter toda aquela atenção? Ele que era o avô das crianças, pai do bicampeão mundial.
— Mi hija! — o abuelo declarou com carinho, beijando o rosto de Charlotte.
Jos rolou os olhos novamente ao perceber que o espanhólzinho não havia a pedido para sorrir para a foto. Bom, mas para a mídia, ele ainda era a o único avô dos pestinhas e continuaria sendo assim para sempre, porque sangue não era água para ser descartado.
— Onde você estava esses dias? — Charlotte questionou o piloto de rali — Hoje de manhã teve reunião lá em casa e você nem estava.
— Teve reunião? — Jos a olhou.
— As que você não é convidado. — o abuelo informou, um sorriso convencido — Apenas campeões são convidados.
— Seu filho não pode ir então?
Max se engasgou, enquanto Louise e Dominique pareciam terem sido atacados, rindo como se estivessem os fazendo cócegas.
— Deu vocês dois. — Charlotte chamou a atenção deles — Olha o exemplo.
— Domi, em quem você se inspira para correr? — o abuelo tinha um sorriso engenhoso ao questionar o nieto.
— Lewis. — sorriu, quebrando a cara dos três pilotos — Sete títulos né?
— Vamos achar a abuela! — Charlotte praticamente gritou, puxando os dois filhos para fora, apontando os bebês no carrinho — Presta atenção neles, Max!
Ela puxou os dois, apenas para parar na saída, os olhos se voltando para a menininha ainda agarrada a perna de Carlos Sainz, em teoria, Penelope era a que menos tinha convívio com o abuelo e, mesmo assim, estava passando despercebida.
— Minha filha, por favor, vem antes que alguém tire fotos e seu avô me ligue do Brasil.
Kelly puxou Penelope, enquanto Carlos Sênior ria.
— Meus nietos me amam.
— Os netos dos outros, você quer dizer.
— Melhor ainda.
Carlos e Jos se entreolharam, Max se perguntando o que havia feito para precisar ficar com os dois. Provavelmente foi por conta da burrada de ter dito que era corno, Charlotte havia o amaldiçoado com isso.
Eu achei esse capítulo um avanço e tanto
Vocês não acharam?
A Charlotte e o Max conversaram
Eles discutiram coisas
Muitas coisas aconteceram, principalmente com as crianças
E também teve a primeira entrevista da Charlotte
Vocês entenderam que ela basicamente estava dentro de um carro, enquanto Max brincava com as crias na frente né?
E o jos apareceu
Abuelo também
E o Dominique quebrou a cara dos dois e de quebra ainda a do pai, só faltou declarar que foram 8 campeonatos
Brincadeira, brincadeira
Enfim, o que acharam?
Espero que tenham gostado
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