Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

37

ANIVERSÁRIO DO MAX
27 ANOS
ESTOU MUITO ORGULHOSA E QUERIA DIZER QUE ESSA FANFIC É UM TRIBUTO A ELE, PORQUE EU TENTO A DEIXAR O MAIS PROXIMA DE PERFEITA EM RESPEITO A ELE...
Sei que muitas vezes as pessoas veem fanfics como algo irresponsável e desrespeitoso pelos seus ídolos, entretanto, queria dizer que é o único jeito que me vi conseguindo me expressar
E o fato de poder usar pessoas que admiro, mesmo que seja de maneira a apenas usar o nome, me traz uma sensação de segurança
Enfim, feliz aniversário, Max Verstappen


MIAMI
6 DE MAIO DE 2023

A belga retornou a ser a primeira a acordar. Não era tão cedo quanto no dia anterior, mas ainda era um pouquinho, por volta das oito e quarenta, quase nove horas. A grande janela do quarto, mesmo estando fechada, ainda tinha uma pequena fresta de sol aparecendo, sinalizando que era um bom dia. E lembrando de como Max se sentiu ao chegar e as crianças estarem dormindo, acabou escolhendo despertar o "marido".

— Amor...? — ela beijou o rosto do loiro, a mão tocando os fios loiros de Max, parecia tão escuro perto do loiro dos meninos — Amor, acorda, por favor.

Max nem ao menos se mexeu, seguindo abraçado ao travesseiro, deitado de bruços. E ela franziu a testa, sentindo um negocinho quente se espalhando ao perceber que era o seu travesseiro, mesmo que tenha vontade de rir ao pensar que Max havia a roubado. Ele estava com o nariz grudado a fronha, a mesma que tinha posto a cabeça e deixado seu cheiro... Pensando bem, ela não lembrava bem se tinha lavado os cabelos naquela semana... Não, não. Ela lavou, no dia anterior. Não era que o holandês tinha sorte? Ela queria rir.

— Max...? — chamou baixo, puxando a coberta e se colocando em cima da bunda do loiro, inclinando o corpo para a frente, quase deitada em cima do homem, as mãos sendo passadas por suas costas, seguindo pelos ombros e massageando seus braços — Amor, tá um dia bonito hoje. — sussurrou em seu ouvido, nunca admitiria, mas puxando o ar com mais força, sentindo aquele cheiro que só Max parecia ter... Ela entendia o que ele queria dizer ao falar sobre estar estranha naquele momento... — Vamos acordar!!!

Max choramingou um pouco, nem o fato de ser a sua mulher em cima de si, o ajudando a melhorar o humor. Ele não era exatamente uma pessoa matutina. Na fazenda, ele acabava precisando acordar mais cedo que o normal para poder gravar os vídeos, na função dos fãs não poderem escutar nada vindo das crianças. Entretanto, agora que não precisavam mais esconder, se achava no direito de poder apenas dormir. E ela suspirou, o "atacando" com beijos e o assustando. Charlotte riu quando caiu para o lado pela maneira como Max se mexeu, nem ao menos tentando se segurar. Ela lembrou da propaganda de Carlos e Max no touro mecânico no início de 2016.

— Bom dia! — ela estava sorrindo ao loiro, mesmo que ele tenha se colocado quase de quatro na cama e a olhasse com os olhos arregalados — Essa posição super te valorizou.

— Qual seu problema?

Charlotte rolou os olhos, mesmo que tenha rido ao brincar antes. Os Sainz costumavam dizer que ela era uma grande dramática, mas se reparassem bem, Max que era o caos. Não que ela fosse reclamar, porque gostava daquilo. Max e ela brigavam muito e erguiam a voz com muita facilidade, além de quase não terem paciência para nada, mas ao menos eles conseguiam se entender. Uma vez brincou com o abuelo sobre o fato de ainda brigarem significar que ainda se amavam e ele perguntou se ela estava louca... Naquela época era bem provável que estivesse.

— Vou falar de novo. — ela suspirou, antes de sorrir — Bom dia!

A pequena armadura do susto de Max pareceu cair, o fazendo retornar a deitar ao lado da mulher. Max nunca durava muito tempo irritado com a Charlotte, mesmo que o tivesse acordado de um bom sonho. Ele nem lembrava o que estava sonhando, mas parecia bom.

— Bom dia.

— Ótimo! — ela se aproximou, Max meio pego de surpresa, acabou rolando um pouco o corpo para o lado, não adiantando muito, pois Charlotte segurou seu rosto e selou seus lábios — Pensei em levarmos as crianças no parquinho do prédio, eles foram ontem com o abuelo e só sabiam me contar disso. Você mesmo viu! Então, nós poderíamos ir hoje e eu sei que a Louise vai inventar alguma brincadeira e os meninos podem correr e...

— Eu tenho a qualy mais tarde, preciso descansar um pouco e...

— Você descansa depois que voltarmos.

Ela propôs, se sentando na cama.

— Eu tô cansado agora, schat.

Charlotte tombou o corpo para trás, o vendo querer abraçar o travesseiro de novo e fechar os olhos, parecendo pronto para apagar.

— Olha, eu sei que tenho uma grande parcela de culpa por vocês não serem tão próximos e tal, mas também não posso fazer tudo, okay? — Max abriu seus olhos sem entender — Ontem você chegou mal por não estar tão presente e o Vincent ter notado, mas se você prefere ficar deitado dormindo do que ir no parquinho com seus filhos, isso não vai mudar. Eles te amam, sentem sua falta... Eles veem as outras crianças com os pais, os dois pais, mãe e pai, eles querem isso. E antes eles estavam sendo privados disso por causa minha, porque eu era uma medrosa idiota como você mesmo apontou. Não quero mais privar eles disso, quero dar espaço para você se aproximar e ser adicionado a música do estacionamento. Mas eu preciso que você esteja junto nessa nova empreitada. Você quer estar junto conosco?

Max não falou nada... E ela estava esperando que respondesse. Charlotte suspirou, se erguendo da cama e se movendo para o banheiro. Quando retornou, Max ainda estava deitado, dessa vez, mexendo no celular e isso era quase pior que estar dormindo ainda. Ela deveria o convidar para ir novamente?

— Eu vou acordar as crianças.

Dominique foi o primeiro a ser acordado, dizendo que ainda estava cedo e que poderia dormir mais quinze minutos. Era engraçado, mesmo que ela estivesse tentando se apressar para não atrasar o horário para irem ao terceiro treino livre. Louise e Penelope estavam dormindo de maneira tão fofinha, abraçadas na cama. Charlotte as acordou com muita dor no coração, pedindo para irem escovar seus dentinhos — ela tinha deixado as escovas arrumadinhas no banheiro do corredor. Quando ela estava na porta do quarto dos gêmeos, Dominique liberou para que as duas entrassem no banheiro, fazendo um sinal positivo a mãe e indo para a cozinha.

Charlotte tinha arrumado o café deles, antes de ir acordá-los. E aquilo era rotineiro, mesmo que Violet ainda a ajudasse em casa, não poderia cobrar sua irmã, quando foi ela quem teve tantos filhos.

Os gêmeos estavam deitados em seus bercinhos. Anthonie, depois do pequeno sustinho do dia anterior com Vincent, foi a primeira escolha para ser acordado da belga.

O gêmeo abrindo a boca de sono, piscando os olhinhos claros. E não era porque tinham saído de dentro dela, mas Charlotte considerava seus filhos as crianças mais lindas do mundo. E aquilo nem fazia sentido, não quando tinham nascido todos amassadinhos.

— Vamos acordar, gatinho?

— Gatinho da mama? — até a voz de Anthonie parecia delicada, voz de nenê mesmo, e ela concordou, o levando para o trocador.

— Vamos acordar o maninho e depois ir tomar o mama na sala, okay?

— Key...

Charlotte pôs Anthonie na poltrona do quarto, pensando que assim o menino não dormiria, apenas para o ver se enrodilhar e apagar. Ela suspirou, se movendo para acordar Vincent.

Vincent era o mais novo dos cinco que colocou para fora, nascendo poucos minutos depois de Anthonie. Foi todo um drama no dia e, de alguma forma, como se soubesse como a deu medo, ele tinha se tornado o bebê mais "durinho na queda". Se tomava tombo, se levantava e seguia, sem choro. Batia em qualquer um que se metia com ele. Todas essas baboseiras, mesmo que ainda fosse baldoso e agarrado a Charlotte.

— Vamos acordar, bichinho preguiça?

Ela beijou a bochecha redonda de Vincent, o fazendo choramingar, tal como Max. E ela queria gravar aquilo para mostrar ao Verstappen, eles eram uma misturinha dos dois. E aquilo era tão, mas tão bom. Óbvio que ela queria que os filhos a puxassem, todavia, existia uma coisa maior saber o quanto se pareciam com Max. Como se explica que o amor da vida dela a tinha escolhido para partilhar o maior amor da vida de uma pessoa, não apenas uma vez, mas quatro?

Charlotte afundou o rosto contra o pescocinho de Vincent, porque ele tinha aquele cheirinho de frutas do sabonete e era tão gostoso de fazer aquilo. Seu filho passando o braço na sua volta, os olhinhos fechados, apenas compartilhando do carinho, porque sabia que era ela. Não existia amor maior. Ela tinha certeza disso.

— Vamos acordar, meu amor!

— Vivi tá cum piguiça.

— Tá um dia bonito, podemos ir no parquinho. Você não quer ir no parquinho?

Vincent fez a coisa mais fofinha que foi conseguir abrir apenas um dos olhinhos, a fazendo sorrir para aquele olharzinho desconfiado.

— Paquinho com a mama?

— Parquinho com a mama, com os irmãos, com o papa.

— O papa tumbem vai? — Vincent sorriu de primeira, parecendo animado, depois ficando sério — O papa naum vai tábaia?

— Depois do parquinho ele vai trabalhar, mas primeiro ele vai no parquinho com nós.

— Tem ceteza?

Não, mas vamos tomar café e depois eu vou levar vocês para o quarto e acordar Max. Ela tinha um pequeno plano, não deixaria Max no quarto, enquanto ia ao parquinho com as crianças. Ela tinha errado em não o acompanhar desde o início? Tinha. Era uma medrosa como foi acusada? Provavelmente. Mas eles iam mudar aquilo e para isso, era necessário estarem em sintonia. Max iria assumir mais atividades com as crianças, ele era pai delas.

— Sim, meu amor.

Vivi espichou os bracinhos, preguiçoso para ir ao banheiro. E Charlotte queria pedir para ele esperar, enquanto buscava Max. Porque os dois gêmeos estavam grandinhos e os pegar junto estava um pouco mais difícil que o normal. Entretanto, acabou deixando isso. Ela tinha esperanças do "marido" estar se arrumando para sair, se arrumando sem que ela precisasse intervir e usar as crianças para conseguir.

Os gêmeos usando o banheiro era basicamente um sentado no vaso, enquanto o outro estava na bancada. Charlotte se dividindo entre passar a escova macia nos fios loiros de um ou ajudar o outro com a escova de dentes. Eles sempre se viravam pasta, então ela esperava se escovarem e tomarem café para trocar a roupa. Os quatro tinham problemas com manhãs, porque sempre se sujavam. Ela não julgava, pois ainda eram crianças e crianças se sujam mesmo.

— Prontos? — os dois concordaram. E Charlotte saiu de mãos dadas com os dois. Foi questão de sair do corredor para chegar aos cômodos compartilhados da sala com a cozinha para ela enxergar. Max estava na  cozinha, a fazendo abrir um sorriso tão grande que o próprio piloto se perguntou se ele tinha feito a coisa certa ou se ela apenas tinha acordado de excelente humor.

— Achei que estivesse cansado. 

Charlotte comentou, mordendo os lábios, ao se aproximar da bancada. Os gêmeos correndo na sua volta. Dominique já estava comendo, um pote de cereal com leite, enquanto Louise tinha um sanduiche no seu prato e bebia iogurte. Ela tinha arrumado os cafés antes de ir acordar os dois.

Vincent se aproximou da mesa, quando cansou de correr, bem mais desconfiado do que os outros, ainda lembrava o fato da mama ter falado que o papa viria de noite e ele ter dormido antes disso acontecer. Anthonie, ao contrário do irmão, correu abraçar as pernas de Max, falando em alto e bom som "Bom dia".

— Bom dia! — Max pegou Anthonie, beijando seu rosto e o fazendo rir, antes de focar na mulher — Você tinha razão.

— Quando eu não tenho? — a mulher se aproximou, Max reparou bem como ela pareceu saltitar igual os gêmeos fazem quando muito alegres.

Charlotte tinha as mãos juntas para trás, o corpo levemente inclinado na direção de Max, os olhos castanhos parecendo brilhosos e aquele sorriso bonito no rosto. Oh! Max amava aquela mulher. E eles não estavam no melhor momento, o Verstappen não admitiria em voz alta, mas ela parecia chata em alguns momentos.

— Não passa frio né?

Charlotte sorriu, fechando o espaço que havia entre os dois para pegar Anthonie e o colocar ao lado de Vincent, entregando as mamadeiras aos dois. Max tocou sua cintura, os dedos no quadril da mulher e a puxando para ficar contra seu peito.

— Essa coisa de você dividir eles comigo é nova...

— Sou meio ciumenta.

Max riu. Ele sabia muito bem como Charlotte era ciumenta, o fato de não atender ligações quando estava em seus momentos era o de menos, porque ela costumava pegar as crianças e sumir. Aquele era o mais preocupante.

— A mãe de vocês falou o que vamos fazer daqui a pouco?

Max perguntou aos quatro, mesmo que seus olhos estivessem em cima de Vincent, vendo os gêmeos concordar.

— O quê? — Domi perguntou, segurando o pote e virando como se fosse um copo, visto que tinha mais leite que cereal e Charlotte apenas olhava na direção de seu filho mais velho. Em teoria, diziam que "ações" como aquelas deveriam ser chamada a atenção por ser descortês e mais um monte de baboseira que ela nunca ligou, mas as mães de internet pareciam julgar horríveis. Ao menos, Dominique não tinha se virado. E eles estavam em casa, se fosse na rua, poderia pedir para usar a colher.

— Por favor, compras. — Loui pediu, fazendo os olhinhos do Gato de Botas no segundo filme do Shrek e Charlotte percebeu como Max quase cedeu. E as pessoas dizem que os pais não tem preferências, porém, em alguns momentos, Max dava muito a entender que tinha a preferida. Talvez por ser a única menina.

— Por favor, compras! — Penelope bateu palminhas.

— O que vocês querem comprar? — Charlotte perguntou curiosa, porque eram poucas as coisas que Louise e Penelope não tinham... Ela e Penelope tinham um cartão ilimitado chamado Daniel Joseph Ricciardo. Não que os outros não tivessem também, mas Dominique costumava ganhar bastante coisa de Carlos e Isa sem nem ao menos pedir e os gêmeos ainda não haviam aprendido a arte de serem mimados por presentes.

— Aniversário do tio Martin é dia 14, segundo a tia Violet. — Loui informou a mãe, a lembrando que Louise adorava dar presentes, isso incluía os confeccionados por ela mesma, como cartinhas com desenhos, obras com macarrão ou pulseiras que Kelly fazia com ela e Penelope.

— Aniversário do Martin não é em fevereiro? — Max perguntou, lembrando que haviam comemorado algo em fevereiro e recordando do fato de Martin ter bebido tanto que dormiu na poltrona do quarto dos gêmeos.

— Fevereiro é o da Isa. — Charlotte corrigiu, o fazendo concordar.

— O que vamos fazer afinal? — Domi perguntou.

— Vamos no parquinho. — Max sorriu ao falar, vendo três dos filhos ficando animados — Não gostou, Vivi?

— O abelho vai? — Vincent olhou para a mãe.

— Abelho é o vovô Carlos? — Charlotte supôs, ganhando um aceno — Não, filho, só nós.

— Puquê?

— Porque é legal sair em família. — Char sorriu, pegando a mamadeira de Anthonie e ganhando um sorriso de agradecimento.

Vincent concordou, mesmo que tivesse estreitado as vistas ao pai. 

— Por que ele está assim comigo? — Max perguntou quando Charlotte começou a arrumar as coisas de cima da mesa e as crianças estavam no sofá, assistindo Looney Tunes.

— Eles reduziram o tempo que estão olhando TV. — Charlotte comentou, a testa franzindo ao ver o prato dentro da pia — Você não comeu a sopa de tomate?

— Você viu a forma como ele está me olhando? — Max continuou, não escutando a pergunta ou o fato de terem reduzido o tempo de tela.

— Por que você não comeu a sopa de tomate?

— Eu não consegui comer nada ontem.

— Ah... Tá bom.

Charlotte sorriu, porque não era como se ela tivesse feito os meninos irem ao mercado comprar tomate, porque ele tinha ficado triste com a fala de Vincent e queria o deixar feliz com sua comida favorita.

— Hey! Por que não lavou o prato?

— Estava sem ânimo.

Se Charlotte deixasse de lavar a louça sempre que estivesse sem ânimo, ela provavelmente criaria um novo lixão... Ainda mais que eram quatro crianças.

— Vê uma roupa para as crianças para mim? — ela pediu, ignorando aquilo, não ia ficar brava porque ele não comeu uma sopa de tomate e não lavou a louça.

— Qualquer uma?

— A que você quiser.

Sendo sincera, a Charlotte não ligava muito para roupas. Eles costumavam apenas usar roupas que desse para correr e pronto. O abuelo disse que seria bom que ela se atentasse mais a isso, porque a mídia poderia pegar em seu pé e mais um monte de coisas. Mas a verdade era que eles pegariam em seu pé de qualquer maneira e entre ouvir coisas sobre seus filhos correrem e se sentir confortável em roupas feias, ou sobre eles estarem bem vestidos, mas desconfortáveis, ela preferia enfrentar uma mídia que polemiza as vestes fora de moda de crianças.

— Sério?

Charlotte olhou para Max, o vendo sorrindo com a camisa em suas mãos.

— Peguei a sua também.

O problema era que ela costumava ceder muito rápido a Max, ou achar suas escolhas fofinhas. E o fato de quatro, das cinco crianças, estarem vestidas com a camisa da Red Bull, combinando com o Verstappen, a fazia querer rir. Ela não queria saber a reação do Daniel vendo a enteada com um número que não era seu.

— Podíamos tirar umas fotos para as relações públicas postar. — Max sugeriu.

— Só você sendo uma propaganda ambulante não é suficiente, nossos filhos precisam ser também?

— Sabe que eles estão pensando em fazer minis Red Bull's? Podemos colocar os nossos filhos como modelos.

— Red Bull infantil?

— É. — Charlotte riu, pegando a camisa da mão de Max — Podemos ganhar dinheiro com eles. Ter um retorno.

— Hey, crianças! — a mulher chamou os cinco, os vendo erguer o corpinho e aparecer só as cabecinhas pela guarda do sofá — Por que vocês não vão descendo com o papa, enquanto a mama se troca?

— Vamos descer! — Louise, Penelope, Dominique e Anthonie aceitaram a ideia, pulando do sofá e correndo para a porta. Vincent continuou no sofá, a roupinha do lado, depois de gritar que queria a mama, os olhinhos faiscando na direção de Max.

— Quer vir, filho?

— Epela a mama. — ele declarou, deitando no sofá.

Max a olhou, vendo Charlotte dar de ombros, caminhando para o corredor do banheiro. Quando retornou, Vincent ainda estava no sofá, mexendo as mãozinhas e para alguém com tanta personalidade, ele tinha seus momentos parecendo um bebê. E ela pegou a camisa da Red Bull preferida do filho.

— E aí? — ela bateu no pé do bebê — Quer me falar que mau humor é esse com seu pai?

— Papa tá sempe tabaiando.

— Seu pai não está sempre trabalhando.

— Tá xim. A mama fala para a tia Vi e o Vivi escuta.

— Deu de escutar as conversar agora?

— A mama fala alto.

Charlotte se sentou ao lado de Vincent no sofá, batendo a mão em sua coxa, fazendo o garotinho pular em seu colo.

— A mamãe, as vezes, é injusta com o papai. — ela acariciou as costas do menino, o vendo franzir a testinha igual Max faz — A mamãe não deixava ele trazer vocês para as corridas e falava coisas erradas a tia Violet.

— A mama tá sempe céta.

— A mamãe não tá sempre certa, amor. — ela beijou a bochecha de Vincent — A mamãe queria estar sempre certa, mas a mamãe erra também.

— A mama erro sob o papa?

— Sim, eu errei sobre o papai.

— Papa não tabáia sempe?

— Não, as vezes ele queria ir para casa e a mama não deixava.

— Puquê?

— Porque a mama é feia.

— Mama não é feia, mama é bunita. — Vincent pegou a lateral do rosto da mãe, o rostinho pequeno se aproximando, os olhinhos azuis arregalados — A mama é a mais bunita!

— Você e seus irmãos também são os mais bonitos, sabia? — ela sorriu ao filho caçula.

— Só o Vivi e a Loulou bunitos.

— Seus irmãos não são bonitos?

— A cala do papa.

— Você também é a cara do seu pai, meu filho.

Vincent fez careta, como se estivesse falando uma atrocidade.

— Vivi é a cala do dindo Matin.

— Fala isso na frente do seu avô e eu tô ferrada.

— Abelho?

— Não, o abuelo é legal, vovô Jos.

— Vovô Jos é chato. Ele só gota do Domi.

— Seu avô gosta de todos vocês.

— Abelho gota de todos nóis, vovô Jos gota só do Domi.

Charlotte reparou muito bem como Vincent fez um biquinho no final, parecendo irritadinho. E ela suspirou, o puxando para mais perto, beijando sua cabeça.

— O vovô gosta muito de todos vocês, ele apenas não sabe como se expressar, okay? — ela apertou os lábios contra a bochecha gorda se Vincent, o fazendo rir — Agora quero que melhore esse humor com seu pai. A mama o fazia trabalhar muito antes, por isso ele não aparecia antes.

— Homi tem que tabáia.

— Quem te disse isso?

— Abelho.

Charlotte riu, porque o abuelo Carlos era muito provável de falar aquilo as crianças. Volta e meia ele vinha com seus papos de adultos. Uma vez, ele pediu para Dominique pegar um bloquinho e escrever tudo... Domi tinha três anos e não sabia escrever... Mas foi engraçado ver ele fazendo uns riscos aleatórios, parecendo concentradíssimo.

— Mulher também pode trabalhar.

— As otas xim, mas a mama tabáia com nóis. — Vincent abraçou seu pescoço — Só com nóis.

— Não sei se isso é benéfico para mim.

— Qui é benécoco?

— Benéfico é "bom".

— É bom pá mama. Mama ama nóis e nóis ama a mama.

Charlotte queria chorar. Estava decidido, seus filhos eram maus queridos e também os mais bonitos e também os mais educados e tudo mais. O que ela poderia achar de qualidade, ele adicionaria e colocaria, porque eram os seus filhos. Não qualquer um, mas dela... Dela e do Max. Foda-se que o Jos não gostava deles. Sendo sincera, as vezes ela achava que o Jos não gostava nem dele mesmo.

— Vamos descer e brincar com seus irmãos e com seu papa.

Vincent abraçou seu pescoço, depois de trocar de roupa, não querendo ir pro chão, mesmo quando ela se moveu para o banheiro e colocou as coisas nos lugares. E ela não entendia bem como funcionava aquilo, porque até então o Vincent era o que menos ficava de manha com ela. Era baldoso, mas não de ficar de agarramento ou colo. Ele gostava de correr.

— Nini pecisa dicupa com o papa?

— Precisa. — Charlotte concordou, apertando o botão do elevador — O papa não tem culpa se a mama não deixava ele vim para casa.

— Se a mama naum deixava, era puque o papa não devia vim pá casa.

— Gostei da sua lógica, mas, mesmo assim, você vai se desculpar com seu papa e não ser mais respondão. Tem que respeitar o papa, igual respeita a mama.

— Se a Loulou não respeita a mama, puquê eu tenho que respeita o papa?

— Porque eu quero.

Ela não iria entrar no fator "Louise não te respeita", não com Vincent. Ela já precisava puxar aquele assunto com Max.

— Tá.

Vincent tinha um ano e oito meses, porém acabará de revirar os olhos e a fazer pensar que tinha um adolescente em casa. Porém, ele não a contestou, aceitando o "porque eu quero", ela desconfiava que aquilo não duraria por muito tempo.

Max estava deitado no banco quando os dois chegaram, os olhos fechados, os dedos entrelaçados, enquanto Dominique estava de pé, um galho de árvore em mãos. Louise estava na casinha do escorrega, Anthonie ao seu lado. Penelope se balançava.

— Ela chegou! Ela chegou! — Loui pulou animada, sinalizando para Charlotte e Vincent, o banco — A princesa tem que beijar o Belo Adormecido!

— Você é o Belo Adormecido?

— É o que ela diz. — Max falou, os olhos ainda fechados. E Louise sorriu.

— Só beijar o papai?

— O Belo Adormecido, mama. — ela cruzou os bracinhos.

— Não posso beijar ninguém, sem ser o papai.

Louise rolou os olhinhos.

— O papa é o Belo Adormecido.

— Ah tá.

Louise tinha os bracinhos cruzados e Charlotte murmurou que estava se sentindo pressionada, fazendo Max rir, antes de prender Vincent em seus braços e se inclinar para baixo, dando um selinho no número um.

— Eca! — Vincent murmurou, fazendo careta ao pai, abraçado ao pescoço da mãe.

— Você vai gostar quando for mais velho. — Max informou ao bebê.

— O Belo Adormecido acordou! Penelopeeeeee! — a garotinha de Kelly estava no balanço — O Belo Adormecido foi salvo.

— Finalmente, não aguentava mais ser amaldiçoada a me balançar por causa do Belo Adormecido. Ele que não seja burro e engane a bruxa da próxima vez. — ela puxou, caindo de pé, um sorriso orgulhoso no rosto — Pa... Danny que me ensinou.

Louise arrastou Anthonie pela mão para baixo, enquanto Penelope se aproximava e Dominique soltava o seu galho de árvore, dizendo que se sentia igual ao guarda do castelo inglês que visitaram uma vez com Charlotte. Ela sorriu a ele, o vendo ir para o balanço que Penelope estava. E sobrava os três.

— Max, o Vivi tem algo para dizer a você.

Charlotte puxou o assunto, fazendo cócegas na lateral do garotinho, o ouvindo rir antes de tirar o rosto de seu pescoço.

— Tá dicupado.

Max franziu a testa.

— Filho, você tem que pedir desculpas ao papa, não ao contrário.

Vincent suspirou.

— Eu te dicupo por me dicupar.

— Filho...

— Tá dicupado por tábaia.

— Vincent...

— Aff! O Vivi sente muito po palecer naum gosta da pesença do papa... Vivi gota... Vivi sente falta...

Ele voltou a esconder o rostinho no pescoço da mãe. Max não sabia bem o que dizer, apenas se inclinando e beijando as costas do menino, puxando a mulher pela cintura e praticamente o espremendo entre os dois. Vincent não pareceu gostar muito, aproveitando para morder o ombro da mãe. E Dominique viu, pulando do balanço e vindo falar que era errado, não podia morder a mamãe.

Charlotte queria rir, ainda mais quando Vincent deitou no chão da pracinha, pela areia e fez manha. Ele estava se sujando? Sim. Porém, ela não iria começar a dar ainda mais ibope a situação, por isso, apenas perguntou do que brincaram daquela vez e começou... Nem cinco minutos depois, Vincent estava correndo ao seu lado do dragão. Na vida real existe dragão? Não, mas na mente de Louise sim.

TL3

Max estava atrasado e os gêmeos nem ao menos tinham tomado banho ainda. Por conta disso, a belga o convenceu a se arrumar, até mesmo arrumou as coisas que precisava.

— Vai lá! — a mulher incentivou, pegando a mochila do piloto e o ajudando a colocar, de modo que acabou rindo ao perceber que fazia aquilo com Dominique também — Não vai se atrasar por conta nossa.

— Mas...

— Sam estará conosco, temos a credencial para entrar. Está tudo bem. — ela o empurrou de maneira a leva-lo na direção da porta do apartamento — Domina o terceiro treino livre, okay?

Max concordou, sendo pego de surpresa quando a boca da mulher tocou a sua, um pequeno biquinho de quem queria continuar beijando quando ela se afastou, a fazendo rir.

— Lindo! — ela sussurrou, passando os dedos pela lateral de seu rosto, antes de empurrá-lo para fora e fechar a porta — Louise, você ainda está no banho?

Isabel estava a ajudando, porque Louise mesmo tendo toda aquela marra, ainda era uma criança. E Louise apareceu no corredor, vestindo uma sandália baixinha, um maio rosa e uma saia rodada também rosa.

— Por que você tá com um maio?

Dominique surgiu atrás, um calção de banho branco com pimentinhas vermelhas. Foi um presente de Carlos. E os gêmeos tinham uma bermudinha verde. Por algum motivo, os quatro estavam vestidos para a praia.

— A tia Isa disse que aqui tem praia.

Loui murmurou, mexendo as mãozinhas.

— Quem trouxe essas roupas para vocês?

Os quatro olharam para Isa. Charlotte encarou a amiga, a pergunta implícita em sua face.

— Você sempre disse que queria levar os quatro em uma praia, eles adoram água ou brincar na areia, e você sempre disse que seria mais fácil se vocês fossem assumidos. Agora vocês são, então dá para encaixar.

— Eu queria fazer isso com Max.

Isa abriu a boca, a fechando em seguida.

— É Miami.

— Por favorzinho, mama! — os quatro se uniram para pedir e, mesmo que não contassem, existia uma clara influência de Isabel a esse desejo deles, porque estavam animados para irem ao paddock antes da madrinha de Dominique aparecer.

— Você quer ir, Vincent?

O bebê concordou.

— Catelo de aleia.

— Eu não trouxe biquíni.

— Eu tenho para você. — Isa sorriu, mostrando uma das mãos escondidas.

— Não vou colocar um biquíni, não tenho corpo para isso, eu tive quatro filhos e...

— Sabia que diria isso. — Isa mostrou o maio na outra mão e os ombros de Charlotte caíram um pouquinho — Vai ser legal, Lottie. Eu prometo.

A belga sabia que seria legal, o problema era que aquilo saia dos planos. A ideia de virem ao GP de Miami era ficar com Max. Não irem a praia, mesmo que soubesse quanto Louise gostava — Porque ela gostava. Charlotte percebia pelo modo como a menininha estava se segurando para não começar a pular em ansiedade.

— Temos que falar com Sam... — As crianças gritaram animadas, pulando com Isa — Se ele deixar, apenas se achar que podemos, nós vamos. Se não, vamos ao paddock, entendidos?

Isa se ofereceu para falar com o segurança, enquanto Charlotte tentava ligar para o Max. O problema era que o Verstappen estava com Gianpiero e Hannah, não percebendo o celular em seu bolso.

— Ele aceitou, tá pronta?

Isa perguntou ao voltar, vendo a amiga ainda com as mesmas roupas e o celular em mãos.

— Não tínhamos que falar com Max antes? Ele é o pai deles, perguntar se ele não acharia melhor o esperar e irmos juntos. Tem muitos fãs na cidade por conta da corrida, não sei se é o melhor momento para fazermos isso e...

— Para de ser paranoica. — Isa mandou — Não tem nada demais. Vamos estar juntas. Vamos lá! Você já fez isso antes. Lembra de antes dos gêmeos? Quando foi para o Brasil sem avisar a ninguém, só porque uma fã do Max postou uma foto com ele e dito que Max a chamou para um encontro?

— Ele não tinha chamado.

— Sabemos, mas você levou as crianças para o Brasil do mesmo jeito e deu tudo certo. — Isa a viu considerar — Qual é? Estamos em Miami.

Charlotte considerou mais um pouco, antes de acabar aceitando por livre e espontânea pressão... Nem meia hora depois, ela estava descendo da AMG GLB 35 com as suas crianças, vendo Isa e Kelly descendo do carro com Sam. Penelope estava junto com seus filhos. E, sendo sincera, não recordava de como haviam conseguido convencer a Piquet a participar daquilo. Certamente foi a Isa.

— Olhem todos para mim. — ela pediu as crianças, vendo que a praia parecia relativamente cheia — Só entram na água se estiverem com um adulto, como fazemos em Mallorca. Nada de ficar de correria para longe. Se quiser qualquer coisa, pedir para mim. Nada de destruir o castelo de areia dos seus irmãos. Isso serve para você, Penelope. — Charlotte focou na Piquet menor — Eu ainda não esqueci de você destruindo o castelo dos gêmeos no início do ano e fingindo que não foi você. Continuando... Nada de falar com estranhos e quando a mama dizer que estamos indo embora, estamos indo embora. Não quero manha nenhuma. Temos um acordo?

Os cinco concordaram, a fazendo suspirar. Não acreditava que estava fazendo aquilo mesmo.

— Não estou com um pressentimento bom. — Charlotte confessou a Kelly, vendo as crianças correndo com Isa e Sam.

— Está assim, porque queria estar com Max.

— Sim, queria estar com ele... Mas não é só isso. — a belga suspirou, vendo Isa estendendo uma manta no chão e pegando o protetor, as crianças estavam em fila para passar.

— Nós iremos embora se quiser.

— Acha que eles irão embora se eu chamar?

— Esperamos meia hora.

Kelly passou o braço pelo pescoço de Charlotte. Era estranho pensar que Charlotte era a melhor mãe que Kelly conhecia, mesmo que as vezes acabasse fazendo escolhas extremas. Entretanto, lá estavam elas, meio abraçadas, vendo Isabel passando protetor em seus filhos, enquanto as duas duvidavam de suas escolhas.

— Mama! Quero ir na água!

Penelope foi a primeira a pedir, fazendo Kelly soltar a saída de praia e correr para a água com a filha, Louise e Dominique. Os gêmeos mais entretidos em fabricar um castelo de areia com Isabel. E Charlotte acabou se sentando com eles, os olhos em cima dos dois que estavam no mar.

Eles nem ao menos tinham entrado para o fundo, a água batendo nos joelhos de Louise e ela não era a maior.

Sam estava por perto, não dos parados na areia, mas próximo o suficiente da água para salvar qualquer um que se metesse em confusão.

— Será que se eu fingir que estou me afogando, ele tira a camisa para me salvar? — Isa brincou, sinalizando o segurança oferecido pela Red Bull para ajudar a prevenir fãs inconvenientes.

— Sério? O segurança?

— Toda pessoa famosa já se pegou com um segurança. — Charlotte riu da fala da amiga — Estou falando serio.

— Achei que estivesse saindo com alguém. — a belga comentou, como quem não queria nada.

— É confuso.

— Por quê? — os olhos da castanha ainda estavam em Domi e Loui molhando Kelly, entretanto toda sua atenção pendia a Isa.

— Sei lá... Apenas é confuso.

Alguma coisa havia mudado na relação das duas, nenhuma conhecia o motivo ou o porquê, visto que anteriormente aquele famoso "papo de calcinha" poderia rolar por horas. Charlotte sempre considerava seu afastamento em 2021. Isabel pensava no fato de Max acabar confessando seus próprios sentimentos, a tirando da bolha de apenas ouvir o lado de Charlotte.

Anthonie pediu para ir na água, sobrando Isabel para o acompanhar. Dominique e Louise sabiam nadar, porém nunca iam mais do que a borda e ainda estavam acompanhados de Kelly. Charlotte estava ao lado de Vincent, o ajudando a formar uma torre, seu celular ao lado.

— Quando eu quece, eu posso ser piolho?

As crianças tinham uma nova pediatra, ela dizia que estavam avançando de maneira normal, sem problemas. Mas Charlotte vinha reparando em como Vincent tinha regredido na fala. Não regredir do tipo que ficava apenas apontando e gritando. Não. Do tipo que começava a errar palavras que antes falava com perfeição. Talvez devesse marcar um horário com a pediatra indicada pelo doutor Guzmán. Talvez pedir um encaminhamento a uma fonoaudiologa infantil.

— Claro que sim. — Charlotte passou o dedo pela areia do nariz de Vincent, o ouvindo rir — Você pode ser o que quiser. Médico, mecânico, dentista, estrategista, CEO, piloto... Qualquer coisa que quiser.

Pelo canto de olho, Charlotte percebeu muito bem como a nem cem metros, um grupinho de garotas estava apontando na direção da água. Dominique estava com a parte de cima para fora, rindo, enquanto atirava água em Louise e Penelope. E não fazia meia hora, se não, seus filhos estariam parecidos com camarões. Entretanto, mesmo que não quisesse, sentia como se aquelas pessoas estivessem todos de olhos neles.

— Mama, catelo!

Vincent fez um floreio com a mão, um sorriso orgulhoso na face. Charlotte sorriu para a obra do filho caçula. E era bem nítida a parte feita por Vincent e a parte feita por Anthonie.

Vivi era mais afobado, tentando construir o mais rápido possível. Suas brincadeiras eram mais agitadas e barulhentas. Enquanto Anthonie mesmo sendo o mais chorão, tinha mais calma, de maneira que conseguiu fazer boas torres na areia, as deixando bem parecidas para alguém de um ano, quase dois, ter feito.

Eles obviamente eram singulares. Não eram gêmeos idênticos, apesar de possuírem características físicas parecidas. Eram ambos a cara de Max, porém, ela aprendeu a lidar com isso depois de Dominique ter nascido a cópia do Verstappen.

— O papa vai vim pá paia?

A pergunta de Vincent a fez se voltar rápido ao filho, o vendo mexer o dedinho pela areia, como se fizesse pequenos círculos.

— O papa tá correndo, amor.

— Ele naum podi cole depois?

— Hoje não, meu amor. — ela o puxou para seu colo, enchendo as pernas de areia e beijando o rosto do pequeno — O papai ele trabalha para que nós possamos ficar todos juntos...

— Mas se é pá fica todo mundo junto, o papa tem que fica junto.

— Sim, ele vai ficar mais junto conosco, mas ele ainda tem compromissos a cumprir. São como tarefas, o Vivi e o Nini juntam os brinquedos da sala, não é? — ele concordou — O papai corre, porque é a tarefa dele.

— Ele naum podi falia né?

— Não igual vocês.

Vincent concordou, abraçando a mãe.

— A mama tem talefa?

— Tenho.

— Cuida de nóis?

— Cuidar de vocês.

— Obigada.

Charlotte se arrumou, o deixando brincar em seu colo, enquanto olhava na direção de onde o segurança corria atrás de Dominique e Louise. Anthonie estava no colo de Isabel, enquanto ela brincava de pular onda. Kelly ajudando Penelope a imitar Isa.

— Oi!

O cumprimento a fez virar o rosto, dando de cara com um homem desconhecido. Ele era grande, do tipo que parecia pronto para tapar o sol, tendo uma barba meio grisalha, um sorriso escondido por entre os fios encaracolados. Ela o encarou de cima a baixo, a testa franzida. Quem sabe gostaria de alguma informação.

— Olá.

— Ele é o filho do Max Verstappen não é?

Os olhos dela se arregalaram levemente pela pergunta, intercalando a atenção no desconhecido e em seu filho.

— Sim.

— Mama? — Vincent se levantou, abraçando seu pescoço, a testinha franzida ao desconhecido. Por algum motivo, aquele homem estava o assustando.

— Posso tirar uma foto com vocês?

Os olhos de Charlotte se moveram para onde Sam estava com os outros dois filhos, depois para as amigas. O homem não parecia ter reparado a presença dos demais, ou disfarçava muito bem. E todos pareciam estar brincando, era uma saída comum, ou era para ser, mesmo que todos seus sentidos tivessem alertas, ser interceptada para fotos não era bem o que imaginava poder acontecer.

— Não acho que agora seria o melhor momento. Quem sabe marcamos para um momento com Max?

— Não quero foto com o Verstappen, já tenho foto com ele. Queria com o filho dele.

A belga concordou, tendo um pouco de dificuldade para se erguer com o filho agarrado a seu pescoço. A Bakker passou a mão pelo maio, Vincent abraçado a seu pescoço, o olharzinho irritado de quando não gostava de algo. Contudo, ela ainda percebia a maneira como os dedinhos estavam presos de forma firme a sua roupa. Vincent estava com medo.

— Ahn... Certo. Uma foto rápida. — ela olhou novamente para onde Sam estava, o segurança dessa vez estava com os dois filhos da mulher a frente, olhando na direção deles. Charlotte sinalizou os dois, não querendo que ele se aproximasse com Louise e Dominique.

— Ele é parecido com o Verstappen.

— É que é filho!

Vincent virou o rosto, o escondendo contra o pescoço da mãe, quando o homem ergueu o celular para tirar a selfie.

— Meu amor, vamos tirar foto.

— Não quelo.

— Só uma fotinho, okay? — Charlotte pediu, passando a ponta dos dedos pela lateral de Vincent, o fazendo rir — Uma fotinho com a mamãe.

— Quem sabe você tira.

Ela ia questionar como conseguiria isso tendo o bebê em seu colo, quando o homem ao qual ela nem sabia o nome, simplesmente se achou no direito de colocar as mãos embaixo dos bracinhos de Vincent, tentando o puxar de seu colo.

— Naum! Mama! Naum! — o garotinho gritou, se agarrando com os braços e perninhas na mãe, os olhinhos assustados — Mama! Mama! Naum! Mama!

Charlotte tentou dar um passo para trás, tropeçando no castelo de areia dos gêmeos, caindo de bunda na areia, Vincent em cima dela, batendo a cabecinha contra seu queixo e começando a chorar. E ela tentou se afastar para trás, percebendo tarde demais que o "fã" de Max era enorme, querendo ela mesma começar a chorar. Um medo diferente se arrastando por seu corpo.

O tempo parecia ter parado, pois ela estava lenta, enquanto o homem parecia rápido, causando ainda mais confusão a ela. Entretanto, em milionésimos de segundos, ao menos era o que parecia, Sam estava na sua frente, mas não só isso, como também socando o cara, o derrubando no chão.

— Bate neleee! — Louise chegou gritando ao seu lado, enquanto Dominique aparecia, tentado a ajudar a se levantar.

— Mama! A mama tá bem? Mama! — Domi tentou a abraçar, sendo empurrado pelo Vincent que chorava.

— Charlotte! — Isa caiu de joelhos ao seu lado, a puxando para si, Anthonie chorando em seu colo, sendo o único a fazer Vincent erguer o rostinho para abrir espaço ao seu lado no colo da mãe e os dois estarem sobre ela — Me... Me desculpa... Eu não... Amiga, eu não...

— Está tudo bem.

O homem estava correndo de Sam.

ENTREVISTA PÓS-QUALY

Max estava frustrado.

A qualificação não era exatamente algo que importava, segundo Charlotte, pois ela queria a vitória. Porém, não iria mentir dizendo que não poderia interferir no resultado final. Ele tinha feito um erro bobo, idiota, de iniciante, e começaria da nona posição.

Um fim de semana que deveria ser perfeito, sendo estragado como se não fosse nada. E, ele não conseguia ver nenhuma cabecinha loira correndo para a sua volta, nem mesmo Louise com seus vestidos floridos. E ele só pensava no fato de sempre ter sonhado que quando algo assim acontecesse e a mídia soubesse da existência de sua família, seria consolado por eles.

Max queria aquilo.

Ansiava por isso.

— O que teria a nos dizer sobre a qualificação de hoje?

Ele queria rir.

Que sou um idiota! Essa seria a resposta se pudesse ser verdadeiro.

— Diria que não saiu como o esperado, mas que amanhã estarei com todo o gás para recuperar as posições que perdi no Q3.

— Acha que isso pode ter sido pelo acontecido com sua família?

— O que? Eles não estarem aqui? — Max franziu a testa, vendo eles trocarem um olhar — Quando sai hoje, a Charlotte estava meio enrolada com as crianças e os gêmeos claramente queriam dormir. Provavelmente foi o que aconteceu.

— Você não soube?

— O que exatamente?

Mais uma troca de olhar. E Will Buxton assumiu a função, pegando seu celular e ignorando a faixa de separação usada para separar a eles e manter certa distância.

— Aconteceu essa tarde, enquanto rolava o terceiro treino livre e a qualificação. — Max pegou o celular — As imagens não são as melhores, porém, a legenda por si só entrega a real situação.

O holandês não estava entendendo bem o que era narrado pelo repórter, pelo menos, não até seus olhos focalizarem a cabecinha loira abraçada ao corpo feminino. Ele obviamente reconhecia aquela mulher, era a sua mulher, e a criança era deles. E aquela era sua família em uma praia.

Ele franziu a testa.

O que tinha demais eles estarem em uma praia?

Era meio idiota o pensamento de que ele gostaria de estar junto a eles, porém, não tinha nada demais sua mulher ter ido a praia com as crianças. E, levando em consideração a maneira estranha com a qual Isa estava agindo, tinha quase certeza que havia sido ideia da espanhola.

— Eles estão na praia e daí?

Ele não queria parecer grosso. Porém, por que estavam gravando as crianças e Charlotte na praia?

— Olha o vídeo, Verstappen.

Talvez fosse a maneira como Will Buxton não estava sorrindo, demonstrando uma expressão seria e ele voltou a focalizar a atenção na tela do celular. Seus olhos seguiam querendo paralisar apenas na maneira como mesmo sendo uma péssima filmagem, Charlotte parecia tão bem. Em alguns momentos, parecia muito fora do normal, pensar que aquela mulher era sua.

E um homem estava se aproximando de sua mulher.

"Ele está fazendo o que?" A pergunta foi feita por uma voz feminina, alguns risinhos foram ouvidos, como se fosse engraçado e a pessoa que filmava caminhava para mais perto, como se fosse um grande acontecimento.

"Ele pediu uma foto? Ele está com o celular na mão pelo menos... Sim, eu acho que é o celular... Merda! Não consigo ver bem e... Oh my God! Ele derrubou ela?" Se fosse apenas pelo áudio, Max já jogaria o celular contra qualquer lugar. A falta de informação visual, muitas vezes engana seus sentidos e o deixa sobrecarregado e interpretando a coisa de maneira errada.

O problema era que Max não estava interpretando nada de maneira errada, pois seus olhos viam em uma péssima filmagem o homem tentando pegar seu filho. Via sua mulher se assustando, mesmo com a distância, tentando se afastar e caindo, via o homem tentando vir por cima dela e ele nunca agradeceu tanto o fato da Red Bull ter colocado um segurança com Charlotte, até ver Sam se jogar em cima do desconhecido.

Max entregou o celular a Will Buxton, precisando respirar fundo algumas vezes, os olhos indo para o lado, esperando encontrar Carlos ou Daniel ou, até mesmo, Carlos Sênior. Ele não se importava mais com o fato de precisar dar uma entrevista. Ele queria chegar em casa, queria notícias. Queria qualquer coisa.

Por que Gianpiero não o avisou?

Por que ninguém o avisou?

Charlotte o escondia muitas coisas, mas, as vezes, ele se perguntava o motivo de sempre ser o último a descobrir os fatos de sua família. Um jornalista acabará de o mostrar um vídeo sobre sua família. A mídia vinha como uma nova oportunidade para os Bakker-Verstappen, porém, até que ponto Max iria gostar daquilo? A ideia de ser o último a saber de qualquer coisa a ver com sua família parecia enlouquecedoura quando eram um grupo pesado, mas e agora que todos sabiam?

— Vocês tem mais alguma pergunta a fazer?

Ele engoliu em seco ao perceber que não poderia apenas virar as costas e se afastar. Mesmo tendo a opção da multa, ele não saberia como a Red Bull reagiria se ousasse apenas ir embora para sua família. Família na qual escondeu de todos por todos esses anos.

— De quem foi a ideia de se assumirem?

Okay. Ele não esperava aquela. O próprio jornalista parecia chocado com sua audácia.

— Sempre foi um desejo meu, porém, a minha mulher não achava que era o melhor momento por toda a questão que foi crescendo com a rivalidade VerstappenxHamilton.

— Como a fez mudar de ideia ao ponto dela revelar toda a verdade em uma live onde claramente você não esperava? E você acha que foi a escolha certa agora vendo esse vídeo? Algumas pessoas acusaram a mãe de seus filhos de ser grossa, surgindo relatos do dia anterior, quando vocês foram almoçar e ela foi hostil e agora esse vídeo onde ela parece tentar se afastar do seu fã e...

— Eu não sei. — Max percebeu a maneira como todos se olharam, como se ele fosse um jovem tolo e apaixonado. Talvez ele fosse. Mas ele não deixaria um zé-ninguém falar daquela maneira sem saber nada. — Charlotte e eu já passamos por muitas coisas nas quais a mídia não precisa saber, porque só diz respeito a nossa relação. Eu cometi o erro de acreditar em algo ao ponto de me acidentar na última corrida, admitindo como um burro uma situação errônea de estar sendo corno. Em uma atitude totalmente impulsiva, juntei a maior quantidade de pilotos possível e os levei para a minha casa. A minha verdadeira casa. A minha família. E não sei se foi o meu desespero, se foi a ideia de perdê-la, ou a maneira como percebemos que mesmo tendo passado anos ainda nos amávamos, mas o sonho de assumirmos o que éramos, mostrar o maior tesouro de nossas vidas... Da minha vida... Que são nossos filhos, a fez esquecer todo seu medo e abrir uma live para contar ao mundo sobre nós. E conforme falo isso, não sei se foi a melhor ideia, não depois de ver minha mulher sendo assediada ao ponto de cair por um cara desconhecido que provavelmente usou de má fé ao se aproximar. Eu conheço a minha mulher. Se aquilo aconteceu, não foi culpa dela. E sobre acharem que ela está sendo hostil, tentem se colocar em seu lugar. É uma coisa nova para ela, nunca realmente chegou a precisar lidar com a mídia e popularidade que ser minha mulher significava. Nós nos apaixonamos como pessoas normais, eu estudei na mesma escola que ela. Estão a julgando como se fosse uma pessoa midiatica que precisa conhecer todos os costumes e ser sempre acessível e ser treinado para algo impossível. Ela é uma pessoa comum. Uma mulher comum, que tem filhos com um bicampeão mundial. A Charlotte demorou seis anos para se formar na universidade, tem uma sala comercial para trabalho, mas a maior parte do tempo passa com nossos filhos. Nós temos quatro filhos. Não deveriam ser tão severos com uma pessoa que não conhecem.

Ele não pensou em nada que falou, apenas tentando juntar todos os seus pensamentos e transformar em algo e, dependendo do sorriso que ganhou de uma jornalista, achava ter conseguido.

— Qual sua ideia para amanhã?

— Ganhar. Charlotte pediu para que eu ganhasse todas as corridas, porque falaram que o fato de ter uma família me faria ser lento. Ela achou aquilo uma ofensa.

— A opinião dela importa tanto ao ponto de se sentir mais pressionado a ganhar?

— A opinião dela importa tanto que posso afirmar com certeza que o meu campeonato de 2021 só foi ganho porque ela me mandou parar de ser um maricas medroso.

— Você a ama, Max Verstappen?

— O amor é uma coisa engraçada. Desde o primeiro momento que olhei Charlotte, eu a amava. E esse sentimento apenas foi crescendo e crescendo. E a declaração sempre ficava presa na ponta da minha língua. E para a Charlotte, o amor só pode ser adquirido, sentido, depois que se convive com a outra pessoa. Então, você percebe que somos dois extremos, porque eu a amei desde o primeiro segundo, enquanto ela construiu esse sentimento. Contudo, no Natal de 2016, algumas horas antes de Dominique nascer, ela passou os braços na volta dos meus ombros e declarou que me amava. E eu entendi o que era o amor. E eu não acho que seja possível pensar em um dia onde não amei minha mulher. Ela é como a luz dos meus dias e a lua das minhas noites. E eu estou precisando me segurar muito para não quebrar as regras e apenas fugir para o lugar onde estamos hospedados, porque eu só quero chegar e a proteger.

— Acredito que estejamos todos de acordo que não temos mais perguntas a Max Verstappen? — uma mulher com aparência mais velha, loira, sorriu a ele ao perguntar aquilo para seus colegas de trabalho.

Max agradeceu de maneira silenciosa, se movendo para o espaço da Red Bull. Checo estava ali com Carola e as crianças. Ele havia confessado ter trazido eles para tentar ajudar na questão da mídia não ficar tão em cima de Charlotte. E o ver no sofá, depois da qualificação, brincando com as crianças, só o fez querer juntar todos para agradecer.

Não era difícil perceber como pequenos escândalos vinham aparecendo, mesmo que Charlotte ou ele não percebessem. Lewis tinha até mesmo curtido um vídeo aleatório no Instagram que ele jurava ser sem querer, mas piscou na sua direção ao vê-lo. Uma cumplicidade que não esperava.

— Reunião agora?

Christian perguntou ao aparecer. Max sentiu todos seus músculos tensionarem. Ele nem sabia se conseguiria prestar atenção a qualquer reunião. E por algum motivo, aquilo o fez lembrar 2017, quando estava tão sobrecarregado de serviço que acabou deixando de lado Charlotte e Dominique. Não foi por querer, nunca fora.

— Eu consegui a pole. Não quero discutir dados. — Checo se ergueu do sofá — Quero ir para casa e aproveitar esse tempo com minha família. Amanhã de manhã fazemos essa reunião antes da corrida. Concorda, Max?

Se os dois estivessem concordando. Eles conseguiriam. E Max não sabia como agradecer o mexicano ao concordar. Christian até mesmo tentou mais uma vez, porém Checo fechou todas as portas para que uma reunião fosse feita.

Bradley estava do lado de fora o esperando quando saiu, o macacão ainda estava no corpo e aquilo deveria ser estranho. Contudo, devido a situação, ninguém falou nada. E olha que ele passou por muitas pessoas para chegar ao carro.

— Quer falar sobre algo do treinamento?

— Não.

— Está indo comigo?

— Porque eu estou com ódio de um homem aleatório que fez a Charlotte cair, Max. Então, imaginando como você é com ela, quero ter certeza que não furara alguns semáforos apenas para chegar mais rápido até ela.

Max concordou, se o seu treinador físico percebeu como ele mordeu os lábios e parecia a ponto de chorar. Isso foi ignorado. As pessoas sempre pareciam não esperar pela aquela imagem mais frágil de Max, os relatos de infância faz a todos pensarem nele como alguém inquebrável. Talvez a descoberta de Charlotte e das crianças, faça essa imagem se quebrar e trazer o verdadeiro Max a tona.

Bradley furou dois sinais.

Max não debochou dele. Nem ao menos parecia perceber. Mas o Scanes percebia a maneira como sua mão mexia como se estivesse pilotando, cada marcha passada. Ele fazia aquilo quando estava nervoso, como se estivesse revivendo alguma corrida.

Max não precisou usar a chave.

A porta do apartamento estava encostada.

Charlotte estava no sofá, os gêmeos deitados em cima dela, Dominique de um lado, Louise do outro e na TV estava passando o desenho do "Tom & Jerry". E Max puxou o zíper do macacão, puxando aquela roupa como se fosse errado estar com suas vestes de trabalho, contagiosa. E Charlotte percebeu sua chegada, a cabeça virada na direção da porta, sorrindo de maneira acolhedora, como se fosse ele quem merecesse ser protegido. Os olhos dela estavam inchados e seu nariz vermelho.

Kelly estava na cozinha com Isabel, Reyes e Carlos Sênior. Os quatro o olharam, concordando. Como quem diziam ter o esperado, segurado a ponta para sua chegada.

Ele estava de cueca por baixo do macacão e a camisa de mangas longas da Red Bull. Alguns dos pilotos reclamavam de estar apenas com aquele macacão, mas ele preferia. E ele não se importou que aquilo pudesse ser uma visão errada sua. Uma visão questionável. Apenas dando a volta no sofá e deitando ao lado de Dominique.

As crianças finalmente repararam sua presença.

Houve um silêncio.

Talvez o adicional da presença de Max depois de um episódio traumático fosse estranho. Eles não eram acostumados com aquilo. E Max não sabia como se tornar parte do todo, se inserir aquela coisa que Charlotte compartilhava com as crianças.

— Papa!

Vincent foi quem quebrou o silêncio, saindo do colo da mãe e se arrastando até o pai, os olhinhos cheio de lágrimas e abraçando o peito de Max. O bicampeão olhou para Charlotte, a vendo com aquele olhar de quem queria arrancar Vincent de seu colo.

Os dois se olharam, enquanto ele sentia vontade de chorar, passando a mão pelas costas de Vincent. E ela fechou as pálpebras com força, quando abriu, parecia diferente.

— Quem quer colo do papa?

A Bakker perguntou baixo. E as crianças se moveram. Ela se moveu. E talvez a perfeição não existisse, ele queria planejar tudo para estar sobre o controle, mas sua mulher apenas tinha ido a praia com as crianças e tudo poderia ter desandado. Entretanto, mesmo com o medo anterior, o sentimento de remorso por ter insistido, ele estava completo com todos deitado sobre si de maneira desordenada.

Ele estava completo com o fato de Charlotte ter tocado sua mão, era delicado, quase frágil. Mas eles estavam juntos.

Na mídia, temos a música que escutei enquanto escrevia a última parte

Narrar o Max e seus sentimentos sempre é meio complexo para mim e eu venho tentando elaborar esse capítulo a um certo tempo, tentando alcançar um padrão alto

A Charlotte possui seus defeitos, não temos como negar o óbvio. Assim como todos tem

Ela é chata, ela fala coisas sem pensar e ela faz besteira

Ela é bem humana e tento trazer isso capítulo após capítulo

Tento desmistificar o fato de que casais que ficam juntos precisam sempre estar de acordo. Charlotte e Max sempre parecem exigir tudo de mim.

Eu quero um livro adulto, eles são adultos, porém, o fato de terem amadurecido muito rápido com a vinda do Dominique, os fez pular fases importantes para si

E o fato dela ter feito muitas escolhas em nome do casal, influenciou no fato dela achar que pode e tem mais influência que o Max.

Enfim, não sei como explicar

Talvez tudo esteja assim porque estou vivendo um momento difícil dentro da minha vida e eu esteja extravasando na vida deles?

Talvez...

De qualquer forma

Me digam, o que acharam?

Espero que tenham gostado

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro