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ESPECIAL 40 K
LULLABY ESTÁ CRESCENDO TÃO RÁPIDO
PARABÉNS A TODOS VOCÊS

BOA LEITURA!

HOLANDA

3 DE MAIO DE 2023

Charlotte recordava de como era difícil conseguir dormir nos primeiros meses de todos os seus filhos. Dominique tinha muita cólica, Louise era escandecida — prisão de ventre — e os gêmeos... Bom, os gêmeos demoraram para sair do hospital, coisa que a fez ficar no corredor, mesmo depois de liberada, e depois ao retornar para casa, mesmo com o apoio dos Sainz, todos na fazenda, tentando a ajudar, ainda eram quatro crianças. Isso tirando o fato de que Max estava disputando o campeonato e passava mais tempo viajando do que em casa. Provavelmente foi o puerpério que mais sentiu falta de seu "marido".

De qualquer forma, naquela madrugada, véspera de todas aquelas pessoas saírem de sua casa e a famigerada rotina retornar a se arrastar pelos próximos dias, Charlotte não conseguia fechar os olhos. Talvez fosse porque Max havia revelado que tinha pensado em a deixar? Ela tinha quase certeza de que era o caso. Então, lá estava ela, deitada ao lado do holandês, sem seus filhos — todos eles  em seus devidos quartos. 

Existia um pequeno vazio, uma falta de controle até mesmo na maneira como parecia vazia sem a presença dos gêmeos consigo. Eles não apresentaram recusa nenhuma a começarem a frequentar seu quartinho, desde que Charlotte ficasse até adormecerem. E eles não tinham o costume de acordar de madrugada, a fraldinha fazendo o seu trabalho, caso algo pudesse escapar.

— Max! — ela passou o indicador pelo rosto do loiro, a luminária do seu lado da cama ligada, a deixando ver quando o holandês apenas franziu o nariz, o braço a procurando e puxando para perto. Ele ainda estava dormindo. E existia satisfação em pensar que ele a procurava mesmo em seu sono, mas ela queria falar com ele. — Max! Amor!

— Hum...? — ele a apertou contra si, a boca tocando sua testa e a fazendo fechar os olhos — Está tudo bem, schat. Pode dormir, estou aqui.

— Amor, vamos conversar? — pediu, recordando de quando Max pediu o mesmo no início de tudo, depois deles ajudarem sua mãe bêbada e limparem a casa — É rapidinho!

— Schat, amanhã conversamos. — ele pediu, beijando sua bochecha, antes de afundar o rosto contra seu pescoço, fazendo o corpo da mais nova se arrepiar — Amo você... Relaxa...!

A belga sentiu como se seu corpo tivesse uma devoção maluca pela voz de seu marido, pois seus braços passaram em seu corpo, o puxando para perto, eles mudando suas posições e o piloto caindo por cima de si de uma maneira gostosa.

— Sinto falta dos gêmeos. — ela acabou confessando, porque eles dormiam entulhados em cima de si — Eles gostam de dormir em cima de mim.

— Eu durmo em cima de você, schat. Sem problemas.

— E quando não estiver?

— Faz eles dormirem com você. Ou chama o Dominique. Aquele menino parece uma cola com você. — Ela percebeu o leve tom de ciúmes, a fazendo rir e o puxar mais para perto. E era confuso, pois ele já tinha metade do corpo em cima dos seus e as coxas apertando a sua, mas ela o queria mais e mais perto.

— Você pode ficar assim para sempre comigo?

— Você está grávida de novo? — ele franziu a testa, erguendo o rosto e a olhando — Só fica carinhosa quando está grávida. Meus espermatozoides são tão bom assim que com um dia você já engravidou?

— Idiota! — ela o empurrou para o lado, não o querendo mais em cima de si, o ouvindo rir.

— Estava brincando. — murmurou rindo um pouquinho alto — Estava brincando, schat.

Charlotte negou, os olhos estreitos e ele a chamou de "linda", abrindo a boca de sono.

— E se não dormirmos mais separados?

— Meio impossível com minhas viagens... — ele suspirou — Mas é só mais esse ano e o próximo, depois entrego os títulos dos gêmeos e pronto. Estou livre... Estamos livres para sermos uma família normal em uma fazenda. 

Ele nem ao menos cogitou que eu pudesse ir consigo. A mente da belga entrou em claro conflito, o vendo fechar os olhos, o sono sobrepondo o assunto. E ela deitou de barriga para cima, novamente sem conseguir dormir, a mente borbulhando. Suas unhas escavando a lateral dos dedos da outra mão, o nervosismo a fazendo hiperventilar e, em qualquer dia normal, teria acordado Max para explicar que possivelmente estaria entrando em mais uma de suas crises estranhas e sem sentido. 

Charlotte se sentou na cama, sentindo as pernas tremendo demais para conseguir fugir para algum lugar. Dentro, fora. Ela sentia como se o ar estivessem indo para qualquer lugar, menos para seus pulmões. Dentro, fora. Era como se pudesse ouvir a voz de Jos dizendo que aquilo mais cedo ou mais tarde aconteceria. Dentro, fora. Ela recordava de como o antigo piloto apontava o dedo em sua cara toda vez que a via, era como se não pudesse ser alguém decente. Dentro, fora. 

Você é uma boa mãe, Charlotte. Respira fundo, apenas respira fundo. Você pode não ser uma boa esposa, mas você é uma boa mãe. Ela ficava repetindo para si mesmo. A belga sempre tinha medo de acabar sendo como sua mãe, de ter falhado nas duas funções dentro da família. E ela nunca tinha falhado como mãe, ou ao menos achava que não. Ela certamente não era a melhor mãe do mundo, mas ela lutava pela segurança deles, sempre estava presente. Eles tinham se tornado o centro de seu mundo, mesmo que tivesse conseguido se formar e pegasse um trabalho aqui, outro lá. Eles ainda eram a prioridade, largaria tudo por eles. Mas aqueles dois dias estavam se mostrando cada vez mais que como esposa, era outra conversa. E ela queria ser melhor, queria poderia dizer que fazia tudo por Max. Porém, era discrepante a maneira como eram tratados. Max a tratava como uma princesa e ela não chegava nem perto disso.

A arquiteta não faz ideia de quanto tempo acabou precisando para se recuperar, os olhos em cima do homem deitado ao seu lado, todos seus sentimentos batendo em sua face tal qual um tapa dado por alguém. Ela própria reconhecendo cada uma de suas falhas, o canto de sua unha sangrando. Os pulmões finalmente conseguindo se encher. E ela estava se recuperando. Sabia que aquela sensação não era nada demais, todo mundo tinha seus momentos as vezes. Duvidava de quem dissesse que não tivesse uma pequena crise.

— Eu... Eu...

Era como se as palavras não saíssem e ela apenas inclinou o corpo de volta até Max, a boca sendo empurrada em sua bochecha e o holandês choramingou, mas ainda deu um meio sorriso, como se soubesse que era ela. Charlotte sempre pensou que era muito expressiva com o quanto amava o pai de seus filhos, as palavras faltando, mas as ações sendo feitas. Ainda pensava na loucura que realizava para conseguir chegar naqueles GP's que ele se sentia sobrecarregado ou inseguro. Ela lembra de como Abu Dhabi, em 2021, foi a maior loucura tendo dois bebês recém saídos da incubadora em um hotel com a supervisão de Kelly, Violet e Isa apenas para estar na arquibancada e gritar como uma louca, quando justamente na curva em frente onde estava, Max conseguir passar Lewis na última volta. Era como se ela fizesse parte daquilo. E Max abraçou uma quantidade absurda de pessoas para chegar até onde ela estava. A mídia enlouquecendo com o grande campeão mundial indo abraçar seus fãs, enquanto ele apenas estava indo a sua procura. Eles eram uma unidade. Ou eram para ser.

A Bakker conseguiu se levantar, parecia uma bêbada, caminhando meio cambaleando para fora. Seu coração estava acelerado e a respiração ainda rápida demais para ser considerada normal. E o corredor em completo silêncio. Ela costumava agradecer quando isso acontecia a noite, dessa vez, parecia a levar para uma pequena linha paranormal com seus próprios pensamentos. Vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem, vai ficar tudo bem. Repetia a si mesma, passando de quarto em quarto de seus filhos.

Ela não sabia muito bem o que estava esperando, ou o que iria fazer. Entretanto, acabar no quarto de Dominique com duas malas divididas no meio, metade para cada filho, possivelmente não era a ideia inicial. E ela estava com as duas no chão, Dominique apagado em cima de sua cama e ela a seus pés.

Charlotte não havia pegado seu celular direito nos últimos dias, apenas respondendo as mensagens que achava se tratar de algo importante. Havia muitas notificações, pois seu aparelho já estava programado para apresentar tudo que pudesse ser ligado a Max. E a internet parecia estar enlouquecendo desde domingo.

"Max Verstappen grita a plenos pulmões com engenheiros sobre ser corno"

"Como o bicampeão mundial afirmava ter um pequeno enfeite na cabeça, quando seu estado civil continua sendo de solteiro?"

"Max Verstappen e Kelly Piquet? Os rumores aumentam".

— Claro que a mídia acha que seu pai está com sua tia. — ela murmurou a Dominique, tomando um pequeno susto ao sentir o pé de seu primogênito a tocar — Opa! Falei alto, meu querido?

Obviamente, Dominique não a respondeu, a fazendo o encarar, agradecendo ao menino ter medo do escuro ao ponto de precisar ficar com a luz acessa. Ela mesma tinha se acostumado com aquilo depois que ele a deixou sozinha para encarar o próprio quarto com três anos, sempre deixando o abajur de seu lado ligado. Max não ligava também. Louise era a única que parecia gostar da penumbra total. Charlotte precisou de muitas noites de choro até entender isso. 

Seu filho parecia tão pacífico. As bochechas amassadas, os labiozionhos mexendo de tempos em tempos, a falta do bico se mostrando sempre na hora de dormir. Ele tinha abandonado o objeto com quatro aninhos, recomendação médica, e foi uma luta. E ela ainda o pegava chupando um dedo de maneira muito tímida e temerosa — Jos uma vez havia o visto fazer e ela não sabia o que falou a Domi, mas o fez chorar.

Jos e Sophie-Marie diziam que ela estragava as crianças. Todos eram mimados, eram chorões e mais um monte de coisa. Sendo sincera, ela achava aquilo mentira. Elas só eram choronas quando próximos a eles. Porque dos quatro, apenas Anthonie que era mais sentimental. Dominique ignorava qualquer coisa e contava a ela. Louise resolvia na porrada e ela nem estava exagerando — Louise vivia batendo nos colegas. Vincent era o Vincent... defendia Anthonie, mas também era a primeira pessoa a surrar Anthonie.

Charlotte encarou as duas malas no chão, o filho deitado ao seu lado e foi como um choque de realidade. O que ela estava fazendo? E nada fazia sentido. E ela tinha escorregado do colchão, a bunda caindo no tapete fofinho que preenchia o quarto de Dominique aquela semana — ele adorava brincar no chão e o carpete ainda era frio demais —, e ela tentou ser o mais silenciosa ao se encolher, abraçando seus joelhos e chorando. Talvez aquilo fosse o melhor a ser feito. Chorar sempre a deixava mais leve, havia aprendido aquilo com a gravidez de Dominique de qualquer jeito.

Nada é tão ruim quanto parece. Essa era a fala que o abuelo Carlos costumava dizer sempre que acabava desabando em sua casa. O pai de Carlos não gostava de Max, mas ele sempre ouvia os dois lados, mesmo adotando uma feição tenebrosa ao Verstappen em sua vez. No final, todos sabiam que aqueles dois não viveriam um sem o outro. Eles brigavam, se afastavam, retornavam, brigavam mais vezes, eram os melhores pais, o pior casal as vezes e o melhor em outros. Era uma completa confusão, mas foi Max que aguentou a barra de Charlotte e quase desistiu de tudo quando 2021 aconteceu. E foi Charlotte quem esteve ao lado dele em todas as vitórias importantes ou na últma vez que houve um confronto com Jos. Muitos jovens para tantos momentos intensos e muito juntos para ficarem separados.

A madrugada se arrastou com muitas manchetes sendo lidas por Charlotte.

"Max Verstappen declara que depois de sua estreia como campeão mundial em 2021, ter que sair em Bahrein de 2022, só o fez querer retornar para a família."

Era engraçado ver que aquilo tinha automaticamente feito os fãs ligarem na época a ir para Bélgica e ficar com Sophie-Marie, Victória ou até mesmo a Jos. Mas, depois de seu pequeno surto no GP, começou a surgir as thread com vezes em que Max citava a possível traidora. Charlotte não sabia bem como se sentia com os comentários a chamando de palavras ofensivas. Nenhuma daquelas pessoas a conhecia, nem sabiam de sua existência, até domingo e, agora, estavam a chamando de todos os nomes feios possíveis.

Era sete horas da manhã, quando se levantou e fugiu do casulo que o quarto de Dominique significava. A permanência no conhecido, no início de tudo que a presença de Domi tinha. E ela não estava na sua melhor forma, mas Max acordaria em pouco tempo, porque todos tinham planejado uma disputa de karting as dez e ele provavelmente gostaria de garantir uma pista perfeita para a competição.

"Como você se vestiria se fosse se apresentar para o público de seu namorado depois de um escândalo envolvendo traição?" A pergunta foi feita no google e ela não sabia como se sentia com tantas opções inviáveis. Como ela fechava os comentários em seu instagram, quando ela usava o de Max?

Ela queria poder ligar para Kelly ou Isa, elas estavam na casa da Piquet. Ela poderia até mesmo apenas ir até a casa, ela era vizinha a sua. Elas moravam na mesma fazenda desde o nascimento de Penelope. Porém, algo a fazia travar, talvez porque sabia que estava agindo de maneira desorganizada e as duas iriam a fazer se organizar melhor. E isso a faria tomar ciência de como estava colocando sua santa paz no lixo e a faria desistir. Ela não tinha mais o direito de desistir daquilo, porque estava afetando seu relacionamento e seus filhos. Ela precisava fazer aquilo.

Então, ela se arrumou o mínimo possível, apenas escondendo as olheiras da falta do descanso, colocou uma camisa que a dava segurança — Por acaso, sendo uma de Max — e o moletom branco por cima. Seus cabelos estavam limpos, precisando apenas de um pente e ela ainda não sabia como fazer aquilo. Poderia esperar Max, mas ainda sentia medo de acabar desistindo se olhasse qualquer um de sua louca e confusa "família".

Talvez fosse isso. Ela precisava de ajuda de uma pessoa de fora. Alguém que a ajudaria, que não a julgaria. Psicóloga, correu a sua mente. Porém, ela acabou acordando dois motoristas que estavam na sua casa. Não tinha nenhum psicólogo no momento, então precisava usar as armas que tinham.

Lewis Hamilton havia se oferecido para conversar, mas ela quase não sabia nada da vida dele e nem de muitas atividades com redes sociais. Fora que quando saiu no corredor, ele estava saindo para dar uma volta, um calção solto e tênis — possivelmente para manter a forma. E, levando em consideração isso, ela poderia pedir conselhos a uma das mulheres presentes — Carmen, Kika, Lily Muni, Lily Zneimer, Ophelia ou Amélia —, elas deveriam saber usar redes sociais, mas a ideia a dava a impressão de estar traindo suas amigas, então retornar a ter apenas pilotos como opções.

Quais eram os pilotos que mais mexiam nas redes sociais? Dos que estavam presentes em sua casa, ao menos. Sua mente se iluminou.

Oh, Max poderia não gostar daquilo, ou Max poderia gostar daquilo. Era como os dois lados de uma mesma coisa. Era um risco. Ela estava disposta a arriscar tudo? Sua vida parecia perfeita até o dia anterior. E então desmoronou como um grupo de taças organizadas para ficarem lindamente em uma mesa, empilhadas, e quando o champanhe estourou, as sobrecarregou, mostrando uma falha na estrutura e se espatifando.

E lá estava ela. Sua casa foi toda projetada por Charlotte. Foi um desejo exclusivamente de Max. Quando compraram, não era tão vasta quanto naquele ano, a fazenda sendo comprada "por pequenas parcelas" de hectares. A belga ainda recordava de como foi incrível a sensação de poder dizer que tinha uma casa sua e de Max. Todavia, também lembrava do grande escândalo que Sophie-Marie e Johannes quanto a irresponsabilidade que os dois estavam cometendo ao "tirarem" Dominique da casa onde era acostumado para ir morar no meio do mato ainda por cima com uma bebê recém nascido. Louise não era tão pequena com seus seis mesinhos, mas quem os ouvia falando, parecia que Charlotte estava sequestrando seus próprios filhos.

Devido a isso, quando todos chegaram — no dia dos trabalhadores — Charlotte foi quem os distribuiu de maneira a ninguém ficar desconfortável. A casa de qualquer forma era enorme, então seus vastos quartos criado por uma estudante de arquitetura começaram a fazer algum sentido além de criar terra. Foi meio engraçado, porque no dia primeiro, houve um momento de crise onde Violet, Charlotte, Isa e Kelly precisaram dar uma passadinha de vassoura pelos cômodos em desuso para ninguém ter uma pequena crise alérgica. Charlotte queria matar Max a cada quarto.

O primeiro motorista que escolheu, talvez tenha sido um pouco para o usar para distribuir um pouco da ira de Max. Se bem que ele reclamava do piloto, mas sempre falava bem em seguida, então, quem sabe, fosse apenas aquela sua mania de sempre ter uma rixinha com alguém. Uma parte sua, esperava que Carlos entendesse o motivo para não ter o adicionado ao plano.

— Ahn...?

O monegasco acordou confuso quando as luzes do quarto dado a ele foram acessas. Ele não era uma pessoa matutina, mesmo que seus fãs insistissem nessa ideia. Mas ele não era o tipo de pessoa que acordava de mau humor também. Piscando suas pálpebras e demorando a se ambientar, até suas íris encontrar a mulher encostada na porta.

— Aí meu Deus! — ele deu um pulo da cama, a coberta a frente do corpo, fazendo Charlotte franzir a testa sem entender — Eu não sou esse tipo de cara, mesmo que a minha fama diga ao contrário e... E todo mundo diz que tenho um tipo e esse tipo é amiga das minhas ex-namoradas, então, sinto muito, não vai rolar e...

— Do que você tá falando? — Charlotte perguntou confusa.

— Nós dois... Não vai rolar.

Charlotte encarou o monegasco, dois segundos para discernir sua fala, antes da expressão mudar para uma debochada.

— Claro, uma mulher só poderia entrar em seu quarto em busca de sexo. — ela rolou os olhos — Estou em busca de sexo, mas, com certeza, não é com você. Então apaga esse seu fogo e presta atenção. — Charlotte suspirou — Preciso de ajuda... Preciso de ajuda com Max.

— Ele não tem dado conta né? Sabia que isso rolava só de ver você. Perdão a palavra, mas é bonita demais para aquele holandês.

— Qual é a sua? Porque primeiro me "recusa" e depois me elogia... Não tem muito sentido, Leclerc. — ela cruzou os braços, antes de continuar — E ele tem dado conta, ele dá muita conta, do tipo que me fez ter quatro filhos dele.

— Filho não é sinal de prazer, antigamente as mulheres tinham oito filhos e não amavam seus maridos.

— É. Só que eu amo o meu... — ela se aproximou, o vendo ainda com a coberta a frente do corpo, como uma "donzela" o que a fez querer rir — Amo muito. Só que, como deve ter percebido, ele está com essa loucura de "Você tem vergonha de mim" ou "Você tem vergonha da nossa família" e eu quero provar que não é verdade. Então... Preciso de ajuda.

Charles a viu cair sentada em cima de sua cama, coisa que provavelmente faria Max querer o matar, segundo o relato de Carlos sobre o quão ciumento ele conseguia ser. Charles não estava muito afim de descobrir. Entretanto, ele ainda estava apenas de cueca atrás da coberta.

— O que foi?

Charlotte perguntou ao reparar na maneira como ele a olhava e direcionava o rosto na direção da porta, como se existisse medo na ação.

— Estou de cueca.

— E daí?

— Max me mata se souber que estou apenas de cueca com a mulher dele.

— Pelo amor de Deus! Você tem quantos anos? — ela rolou os olhos — Sabe que já vi homens só de cueca né? Tenho três pequenos e um grande. — sua mente era meio infantil quanto a Max, ela tinha certeza depois que um pensamento cruzou sua mente, a fazendo abanar o rosto, a face vermelha — Fora que você não faz bem o meu tipo né?

— Eu faço o tipo de todo mundo.

— Não, o seu tipo parece ser todo mundo.

— E qual é o seu tipo?

— Holandeses, loiros, olhos azuis, provavelmente um pouco fora do padrão de beleza de suas fãs.

— E Max sempre foi apenas seu tipo?

— Não faço ideia, porque desde que ele chegou só existe ele.

Charles acabou sorrindo.

— Você realmente ama ele não é?

— Amo ao ponto de querer arriscar a minha vida perfeita apenas para ele parar de dizer que sinto vergonha dele.

Charlotte sentia que era estranho de explicar como era fácil dizer a todos sobre seu sentimento por Max, mas não conseguia o fazer ao dono de seu coração acelerado.

— Sua vida perfeita é...?

— É ninguém saber de mim ou de meus filhos.

Charles abandonou a ideia de manter distância da mulher de Max, se movendo até ficar sentado ao seu lado, um suspiro antes de contar.

— Eu estou saindo com uma garota... E ela é tipo você, não gosta da ideia de precisar aparecer e se expor. Ainda mais por conta de Charlotte, a minha ex-namorada, ser muito querida entre as fãs.

— Eu ficava me comparando a ela também. Então entendo... Na verdade, já me comparei a todas as wag's de vocês.

— Faz um bom tempo que esta com Max né?

— Seis anos.

— Mas essa não é a idade do Dominique?

— É.

— Você esqueceu de contar a gravidez então.

— Não estávamos juntos quando estava grávida, nós só ficamos juntos um mês antes de Dominique nascer e depois nunca mais nos separamos... Bom, uma coisinha aqui e outra lá, mas sempre voltamos um ao outro.

— Sempre tive medo de engravidar alguém na adolescência.

— Você não é mais adolescente.

— Diz isso para a minha mãe então.

Eles acabaram rindo.

— Max te engravidou bem cedo né?

— Eu tinha acabado de completar dezoito, ele fez dezenove em setembro.

— Como vocês conseguiram manter essa relação escondida por tanto tempo? Quer dizer, eu não consigo manter nem uma curtida escondida. Lewis esses dias curtiu uma aula de pilates sem querer e todos souberam. Mas vocês dois... Seis anos juntos...

— Eu não tenho redes sociais. Não me faz falta e quando estou com vontade de usar, uso a de Max mesmo. — ela deu de ombros — E eu não fico nos boxes, fiquei apenas quando estava grávida e ficava na da Toro Rosso com Kelly, todos me conheciam apenas como a amiga da Kelly. E depois sempre fiquei nas arquibancadas e...

— Oh, Deus! — Charles ligou uma coisa a outra — Por isso ele corre para as arquibancadas em algumas corridas né?

— Sim. — ela sorriu grande.

— Vocês são ridiculamente apaixonados.

— Obrigada. — ele fez uma especie de aceno ou reverencia, a fazendo rir antes de completar — Agora diga isso a ele e me poupe de precisar aparecer.

— Qual é a sua ideia?

— Uma possível loucura. Kelly e Isa não me deixariam fazer, porque não faz meu estilo.

— Qual seu estilo?

— Planejar tudo antes de fazer.

— E você quer...?

— Que você e o Norris abram o twich do meu marido e me deixem jogar a merda no ventilador. Parece errado chamar a nossa história de "merda", então, jogar as flores no ventilador.

— Por que o Norris e eu? Só um de nós já consegue fazer isso e...

— Porque Max está sempre falando de vocês dois, então acho que seria legal envolver os dois.

— Certo. — Ele se levantou, esquecendo de puxar a coberta, a fazendo arregalar os olhos — Preciso lavar minha cara e você acorda o Norris e... O que você tá olhando?

— Você está com uma cueca da Ferrari?

Charles soltou um grito mais fino, a fazendo começar a rir, enquanto o via correr para recuperar sua coberta. E, então, houve um silêncio onde Charlotte considerou ter passado um pouco do limite com o Leclerc. Isso até ele sibilar baixo:

— Ninguém pode saber disso.

E eles apertaram a mão, a fazendo se sentir uma mafiosa, até baixar os olhos e ver o cavalo da Ferrari e querer rir de novo. E Charles percebeu o caso, a mandando em busca do Norris.

Lando estava dormindo no quarto ao lado da Louise, bem embolado no meio da cama, de uma maneira que nem pareceu perceber que as luzes foram acessas. E Charlotte se aproximou da cama. As pessoas costumavam julgar Max por parecer uma latinha da Red Bull, mas Charles estava com uma cueca da Ferrari e o Norris com a camisa da McLaren.

— Norris...! — ela o chamou ao longe, não encostando no menino, o vendo arrumar os braços embaixo do travesseiro e seguir dormindo. Por alguns segundos, pareceu qualquer um de seus filhos em um momento de preguiça. — Norris!

E ela tocou sua cabeça, os dedos passando pelos cachos de maneira delicada, o fazendo choramingar e afundar ainda mais o rosto no travesseiro. E ela sabia que quem iria pedir um favor era a sua pessoa, entretanto, não pensou muito ao empurrar a cabeça do número quatro contra a fronha e travesseiro, o fazendo acordar assustado.

— Oh! Acordou! — continuou agindo como se não tivesse feito nada para tal — Que bom que acordou, Norris! Preciso de sua ajuda para algo.

Os olhos claros estavam inchados, deixando óbvia sua falta de vontade para estar precisando ser acordado naquele momento. E Lando considerou muito que estava sonhando, por isso, retornou a deixar o corpo cair contra o colchão macio e fechar os olhos.

— Ah, não! — ela tocou o ombro do mais novo — Acorda, Norris.

— Procura o teu marido. Qualquer coisa que quiser, ele deve saber resolver. — murmurou de olhos fechados — Max! Max! Max! Super Max! Uhul!

Charlotte considerou o sufocar novamente, puxando a coberta de cima de seu corpo.

— Vamos lá, Norris! Nem meus filhos são tão fiasquentos para se levantar. Anda! Anda! Anda!

O britânico se sentia uma criança, agindo como uma ao murmurar baixo.

— O seu bebê precisa dormir mais.

— Continua falando isso e irei falar a Max que quer ser meu bebê. Você ouviu os meninos, ele é ciumento.

Lando se sentou na cama de forma quase automática.

— Ótimo! Limpa a cara, vou te esperar no corredor. Charles já deve estar ali.

Como o esperado, Charles estava escorado na proteção para as escadas, os cabelos em uma completa bagunça, mas um sorriso sendo direcionado para a mãe dos filhos do Verstappen. O Leclerc estava feliz pelo competidor da Red Bull, era visível a diferença que existia para aquele Max mais fechado e ainda meio brincalhão para aquele Max em sua própria casa, que era pai e tinha uma "esposa".

— Que horas ele acorda?

— Oito, oito e meia.

— Por que ele acorda nesse horário?

— Quando ele esta em casa é o único momento em que consegue fazer suas transmissões sem mudar a rotina das crianças. Se não elas acabam querendo ficar com ele ou querem que as leve na escola.

— Ele parece um bom pai.

Charlotte sorriu, porque mesmo que Max não fique 7 em 7 dias e 24 a 24 horas em casa. Ele ainda consegue ser o melhor pai do mundo, mesmo não conhecendo tão bem a rotina, ou nunca tendo ficado somente ele com os gêmeos. Se bem que os gêmeos não ficam mais de duas horas longe dela. Mas ele ainda assim era o melhor.

— Quando tiver os seus próprios filhos, aposto que fará o mesmo que Max. Doará todo o seu tempo extra para estar com eles em...

— Mônaco. Meu futuro filho precisa ser um monegasco.

— É cedo demais para você estar falando da nacionalidades dos filhos que você não tem ainda. — Lando murmurou sem paciência ao sair do quarto e encontrar os dois — Nem namorada você tem.

— Eu posso ser igual o Max e a ter escondida dos olhos gordos de todos.

— Não, apenas uma pessoa como Max conseguiria fazer algo assim. Você é fofoqueiro demais para conseguir manter algo do nível.

— Ok, meninos. — Charlotte colocou as mãos contra o ombro dos dois, uma em cada — É engraçado os ter nessa conversa, mas o meu Max deve estar pronto para acordar e eu preciso pelo menos já ter começado a contar nossa história aos fãs dele, se não, vou acabar desistindo ao vê-lo.

— Não é mais fácil apenas chegar no GP de Miami com ele? As crianças, a maioria pelo menos, é a cara do Max. Não é como se pudesse ter alguma dúvida.

— Isso seria mais fácil, Lando. Mas o Max teve a brilhante ideia de falar que foi corno e agora as pessoas estão me chamando de coisas muito feias. — Charlotte suspirou, tomando o caminho para a sala que Max usava para fazer suas transmissões, ouvindo os passos a seguindo — E eu não quero chegar em um lugar com meus filhos e eles ouvirem pessoas desconhecidas chamando a mãe deles sem noção nenhuma que eles existem.

— Você espera que eles te respeitem se contar que não traiu?

— Não, Charles. Espero que eles respeitem meus filhos. Tudo bem falar as coisas para mim. Mas imagina se algum fã louco fique os chamando de "bastardos" ou falando coisas desse nível. Eles são a cara de Max, mas acho que os fãs precisam discernir a informação para não acabar extrapolando.

— Você é uma boa mãe.

A fala do Leclerc a fez o olhar sem entender, abrindo a porta da sala com os computadores de Max.

— Obrigada. Tento fazer o meu melhor.

Então, ali estava os três dentro da sala. E Lando já havia ido no apartamento de Max em Mônaco e todas as vezes em que foi, não existia sinal nenhum de qualquer um dos cinco familiares — Charlotte, Dominique, Louise, Anthonie ou Vincent. E, ao entrar naquela sala, seus olhos foram se arregalando naturalmente ao perceber que parecia ter se teletransportado ao apartamento, porque tudo era igual. Tudo mesmo. Era como se estivesse lá novamente com Max.

— Então, como eu faço isso?

Lando e Charles encararam o aparelho, parecia bem simples para os dois, a mulher só tinha ligar o computador, conectar a conta, olhar para a câmera e falar. Não era um bicho de sete cabeça. Se bem que Max havia tido problemas em uma transmissão a algum tempo.

— Você nunca mexeu no twitch dele?

— Não, por que eu mexeria? — ela sorriu aos dois — Sempre tive acesso a todos os aplicativos que pudessem resultar em um chifre. E nesse não tem como né? É só uma transmissão com os fãs.

Ela reparou no modo como os dois trocaram um olhar.

— Eu acho bom vocês dois me mostrarem agora como essa merda funciona. — Charlotte cruzou os braços, os vendo arregalar os olhos.

De repente, eles a transformaram em uma expert no assunto "twitch", mostrando cada coisinha e em como ver tudo. E Max nem ao menos lia os comentários, o que era meio recompensador se fosse analisado. De qualquer forma, ela reparou como os dois pareceram respirar aliviados com aquilo. Talvez devesse dar um toque na namorada secreta do Leclerc, quando a conhecesse.

— Vocês me assustaram. — ela confessou aos dois, se sentando na frente da câmera, o coração acelerado, porque ela não fazia ideia de como começar — Na verdade, eu estou assustada.

Lando e Charles se olharam mais uma vez, sem saber o que fazerem agora e ela continuou:

— Antes dos gêmeos nascerem, Max e eu estávamos planejando contar tudo isso juntos e fazermos os fãs adorarem a ideia de que ele tinha filhos e... E nós brincávamos sobre isso, sabe? Só que muitas coisas aconteceram, muitas mesmo... E eu fiquei com tanto medo que achava realmente que não contariamos nunca. Nossa vida parecia tão boa. Só que com três dias, três dias, tudo desmoronou e eu estou com tanto medo de perder ele...

— Se algo ficou claro a nós nesses dias é em como Max ama você e os filhos de vocês. — Lando se acrocou ao lado da mulher, tocando o braço da cadeira.

— Você não vai perder ele. — Charles imitou o britânico, parando ao lado da mulher — Nunca. Nunca mesmo. Ele é tão louco por você, como você é louca por ele.

— Não precisa fazer isso para mostrar nada. — Lando sinalizou os computadores, o mouse parado em cima do "iniciar".

— É! Max só estava sendo um pequeno escandaloso, ele sabe que você não tem vergonha dele ou da família de vocês.

Charlotte concordou com os dois. Ela odiava se sentir vulnerável perto das pessoas, ainda mais de pessoas desconhecidas. Porque Max conhecia aqueles dois, mas ela tinha certeza que era a primeira vez que falava sozinha, sem o grupo perto. Na verdade, Kelly, Isa, Max, Carlos, Caco, Martin, Violet e Daniel pareciam estar fazendo um pequeno rodízio para ficar junto a ela. E na primeira vez sozinha, ela acorda dois motoristas e os leva até a sala de transmissão de Max. Talvez ela devesse ficar sob vigilância mesmo.

— Mas e se eu quiser fazer? — ela intercalou a atenção entre os dois — Eu acho que quero fazer isso, quero saber como ele reagiria se eu o fizesse... Eu não sou a melhor pessoa para demonstrar o que sinto... Acho que isso ajudaria ele a entender... Eu consigo falar que amo para todos a Max. Mas não consigo falar para ele e quando falo parece que é mais desespero para o manter, do que porque sinto.

— Então já estamos aqui. — Charles agiu rápido, clicando no mouse e abrindo a live — Lando e eu estamos aqui com você. Você nem nos conhece, mas vamos estar aqui com você. Para o que precisar.

— É. Já estou acordado mesmo. — Lando riu, e o primeiro participante entrou, o fazendo assumir a frente — Bom dia!

Charlotte se sentia tensa sentada naquela cadeira, porque o número de pessoas estava subindo cada vez mais. Ela não sabia o que fazer. E Charles e Lando estavam guiando a transmissão, brincando que invadiram a casa de Max e que tinham uma grande surpresa a revelar. E Lando empurrou o próprio celular no colo de Charlotte, o número de Max na tela.

"Max! O Lando e o Charles estão invadindo sua transmissão!!!"

"Cadê o nosso loiro favorito?"

"O Max sabe que vocês estão no canal dele?"

"Fio. Fio. Quem é a gatinha?"

"Nada pro seu bico. O que você tá fazendo, Charlotte?"

Carlos tinha acabado de entrar na transmissão. Não só ele. Pois, logo em seguida, todos os presentes na fazenda. E ela tinha certeza que todos estavam acordados.

— Acorda ele. — Lando murmurou baixo.

"Amor
É a schat
Eu... Eu acho que estou fazendo a maior loucura
Não briga com os meninos
Eles são um amor
Não amor como você, mas um amor normal
Um amor por eles serem fofos
Não como nossos filhos, mas fofos
Aí, eu tô me enrolando
Eu só
Eu amo você"

— Pessoal, vocês devem estar se perguntando quem é essa linda mulher ao nosso lado. — Charles passou o braço atrás do corpo dela na cadeira, suas coxas doendo, talvez fosse a academia que o Andrea o cobraria. Ele sentia que não iria conseguir comparecer a academia aquele dia. — Queremos apresentar a vocês a Charlotte.

"Por que vocês estão no canal do Max?"

"O Mad Max sabe que vocês estão na casa dele e usando o canal dele?"

"Oh my God! É quem eu acho que é? Essa é a traidora?"

— Diga "oi", Charlotte. — Lando provocou a mulher, a fazendo rir.

— Oi.

— Ela tem um grande comunicado a fazer, só que ela esta meio nervosa, então, vamos ficar aqui com ela. — Charles continuou — Vai lá, morena!

— O Max vai te matar. — Lando empurrou Charles de perto de Charlotte, o fazendo cair sentado.

"O MAX VAI MATAR O CHARLES?"

"ESSA É A VACA QUE TRAIU O TILAPIA?"

"JÁ TO PROCURANDO... NÃO ACHO NADA DELAAAAAAAAAAAAAAAAAA"

"AÍ MEU DEUS! TEM FOTO DELA ABRAÇADA NO MAX EM 2016 NA ESPANHA!!! ELA TAVA NA PRIMEIRA VITORIA DO MAAAAAAAAAAX."

— Eh... Oi... Eh... Eu sou a Charlotte, Charlotte Bakker... — ela queria esconder o rosto entre as mãos, ainda mais quando a porta se abriu e Max apareceu, juntamente com Dominique, só que no final ela não queria, porque falou olhando para o seu "marido" — Vocês provavelmente não vão achar nada na Internet sobre mim, no máximo, vão ter fotos perdidas no perfil do Max, Kelly, Isa, Carlos, Daniel e Martin... — ela acabou rindo ao falar — Eu não tenho redes sociais, nem acredito que tenha vontade de ter, mas eu tenho quatro filhos, o que dificulta a ideia de ter algo... E meus quatro filhos são o Dominique, a Louise e os meus gêmeos, Anthonie e Vincent, e eles são a minha vida... Só que eles não são apenas a minha vida... Eles são a vida do pai deles e... E a vida do pai deles me leva a vocês... Porque o pai deles é o famoso Max Verstappen e... E eu sou meio que casada com o Max Verstappen... Por isso estou aqui...

Max apoiou as mãos nos acabamentos laterais da porta, no marco, ele possivelmente achava que poderia estar tendo um ataque cardíaco e, devido a isso, um sonho estivesse passando a frente dos seus olhos. Aquele desejo obscuro que você não realizou, mas queria que tivesse, e a morte projeta para que se sinta melhor.

— E eu li alguns comentários e não é muito legal os nomes pelos quais me chamaram, porém vou perdoar, porque vocês não sabiam meu nome antes... Enfim, no último Grand Prix, o Max deu uma leve surtada com as palavras "corno" e "chifre", mas para acalmar o coração de todos, não aconteceu. — ela mordeu os lábios, olhando para Max ao continuar — Realmente não aconteceu, porque eu sou completamente doida por Max. Ele é a pessoa que eu mais amo depois dos nossos filhos e ele é como... Ele é como a minha vida toda, sabe? Não me vejo longe dele, não me vejo sem os meus filhos com ele e... E ele tá na porta me olhando como se estivesse morrendo... E as pessoas diriam que ele não está bonito, mas ele parece tão fofo quando está com os olhinhos azuis arregalados, porque eles são meio afastadinhos e... Céus! Ele tá me olhando feio. Acho que é trauma, porque o abuelo Carlos o chama de "Tilápia" e...

— Para de falar. — Max pediu, uma das mãos tapando a câmera e a outra empurrando a cadeira para trás — O que você tá fazendo?

"Por que ele tá tapando? Eu quero ver!"

"Max Emilian Verstappen tira essa mão daí agora!"

— Transmissão. — ela sorriu nervosa — E uma marcadinha de território ao declarar que sou a mãe dos seus filhos, fora a declaração que venho como bônus e...

— Você bebeu? — ele abandonou a mão da câmera, inclinando o corpo para a frente — Abre a boca.

"Ele tá cheirando a boca dela?"

"Por que ela tá sorrindo para ele?"

"TORCENDO PARA ACHAR ALGUÉM COMO ESSA MULHER ENCARA O VERSTAPPEN!!!"

— Cara, ela não tá bêbada. — Lando resolveu informar ao ver o amigo cheirando a mulher.

— Ela só ficou acordada de noite, mas bêbada, não está.

— De qual de vocês dois foi a ideia de abrir essa transmissão? — Max avançou nos dois, os colocando contra a parede e Charlotte viu quando Carlos, Daniel, Martin e Caco apareceram com as meninas, eles estavam com os seus filhos e ela abriu os braços, fazendo os gêmeos empurrar Dominique e Louise da frente para correrem para a mãe.

— Ela que nos acordou. — Charles tentou escapar.

— Ela me ameaçou se eu não a ajudasse. — Lando a entregou de maneira estressada.

"Gente... Eu tô assustada"

"Ele é casado com ela?"

"Como assim ele é casado e tem filhos e a gente não sabia?"

"Ela ou os cabelos dela aparecem em quase todas as fotos importantes da carreira dele!!! ELE POSTOU UMA FOTO DAS ARQUIBANCADAS ONDE ELA ESTAAAAAAAAA"

"TEM MILHARES DE FOTO DELA NO FEED!!! COMO NUNCA PERCEBEMOS NADA???"

"Tem homenagem da Kelly nos destaques para ela, onde em uma foto aparece o Max com a mão na perna delaaaaaaaaaaa"

As quatro crianças chegaram na frente da câmera, e foi como se tivessem proibidos os comentários, porque tudo parou. Charlotte quase pensou que havia caído a transmissão, porque foi absurdo a diferença.

— Esses são os nossos filhos. — e o Max deixou os meninos escaparem, virando-se para a mãe das crianças sentada na cadeira com os gêmeos no colo, Dominique e Louise no lado — Acho que fica meio óbvio, porque eles são a cara do Max... Mas vou pedir para eles se apresentarem. Primeiro o meu maior. Qual é o seu nome, meu amor?

Dominique olhou para a mãe, as bochechas coradas e o aparente nervosismo em sua face.

"EU QUERO ELE PARA MIM"

"Onde que vende um desses?"

"Senhor, o útero que eu nem tenho coçou"

— Qual seu nome, filho? — Max tinha um tom baixo. Era real, ele não podia acreditar. Mas estava sendo real. Sua mulher estava fazendo aquilo.

— Me-meu nome é-é Dominique Kumpen Bakker. — ele inclinou o corpo, agarrando o pescoço da Charlotte — Tenho seis anos.

"MEU DEUS! ELE É A CARA DO MAX!!!"

"Max não fez filhos, ele fez uma cópia dele"

"Não é um útero que essa mulher tem, mas uma copiadora Verstappen!!!"

"A cria mais velha tem 6 anos!!! O Max tem uma criança de 6 anos!!!"

"Ele não tem o sobrenome Verstappen?"

"Ele anda de kart? Por favor, ele precisa andar de kart!"

— Mijn mooie baby! — Meu bebê lindo! E Charlotte beijou sua bochecha, o vendo sorrir — E você, princesa? Qual seu nome?

— Por que eles querem saber? — Louise cruzou os braços.

— Alguém já acordou reinando de novo? — Louise riu, também se agarrando a mãe — Opa! Carinhosa? Que milagre é esse?

"Ela pode trair o Max, mas o jeito que as crianças estão em cima dela..."

"Caso onde a mulher é uma péssima esposa, mas uma ótima mãe."

"Ele falou que ela não traiu. EU ACREDITO QUE ELA NÃO TRAIU"

— Mama! — Louise empurrou Vincent, que foi com tudo com a cabeça contra os peitos da mãe, fazendo Charlotte soltar um pequeno gemido — Eu sou a Louise Kumpen Bakker, tenho quatro anos. Sua rainha.

Max riu ao escutar a filha.

"Gente. A menina é a cara da mulher, mas a personalidade... A personalidade sabemos de quem puxou..."

"Essa tal Charlotte deve ter traído ele quando fez a menina... Olhem só! A única que não parece o Max."

"Graças a Deus uma venho parecida com a diva, porque né? Eu não ia gostar se viesse tudo a cara do meu marido"

"Acho que se eu fosse a Charlotte, iria chorar ao ver que nasceram tudo igual o Max. Ainda bem que a princesa venho parecida com ela."

"Eu tô apaixonada por essas crianças"

— E esses são os meus gêmeos. — Charlotte fez coceguinhas nos dois, os fazendo se dobrar em sua direção — Qual é o nome de vocês?

— Vincent e Anthonie... — o mais gordinho murmurou, enquanto Anthonie abraçava o pescoço de Charlotte me silêncio — Da mama.

— "Da mama" é o que? Sobrenome? — Max deu um apertão nos dois, um sorriso quase maior que a cara.

— Opa! Já ia esquecendo o meu garotão. — Charlotte precisou fazer uma forcinha para sair da cadeira com os gêmeos no colo e Dominique e Louise agarrados a ela, ficando de pé com sua família — Esse, caso vocês não conheçam, é o meu marido-não-marido... — ela inclinou o corpo para a frente, como se fosse um segredo ao falar, os gêmeos agarrados a seu pescoço, mesmo sabendo que a mama nunca derrubaria eles — Ele diz que o nosso casamento bêbado com o Ricci de padre não vale — sentindo quando a mão do holandês se prendeu em sua cintura, sorrindo ao ser puxada para trás — Como ia dizendo, esse é o meu garotão. Quer falar seu nome, leãozinho?

"O Danny Ricci fez um casamento!"

"Oficial, Daniel Ricciardo é o meu favorito"

"O Daniel boca de sacola não contou para ninguém deles?"

A última palavra, o adjetivo, saindo de maneira tão automática que até o Max arregalou os olhos, como em uma homenagem a aqueles que estavam assistindo a transmissão.

"ATENÇÃO! ATENÇÃO! ELA CHAMOU O BICAMPEÃO DE LEÃOZINHO???"

"🦁🦁🦁"

"Max = 🦁"

"ELE TÁ VERMELHO!!! ELE TÁ VERMELHO!!! ELE TÁ VERMELHO!!!"

Charlotte nunca havia o chamado assim, mesmo que tivesse brincado que o Groom não iria gostar de dividir a cama com outro leãozinho quando recebeu a pelúcia. Nunca, absolutamente nunca, ela havia o chamado assim. E resolveu fazer isso em uma transmissão? Isso era sério?

— Eca! Ele vai beijar ela! — Dominique gritou, pegando a mão da irmã e correndo da frente das câmeras, saindo da sala. Os gêmeos fazendo esforço para imitar os irmãos, sem entender nada, apenas querendo seguir o irmão e Louise.

"As crianças fugindo de um beijo"

"As crianças traumatizadas com beijos"

"JÁ sabia que o Max era uma máquina, agora de filhos e de beijos é novidade"

E Charlotte tocou os ombros do loiro, sentindo os braços na sua volta, os olhos azuis a encarando com tanto carinho.

— O que me diz, leãozinho?

Max sentia como se o castanho fosse a cor mais quente, porque sua mulher tinha aqueles olhos que pareciam o hipnotizar. Fora que seu corpo todo parecia querer reverência-lá naquele instante. E, de repente, ele queria a inclinar sobre aquela mesa e a fazer sentir cada centímetro seu a amando. Porém, seria mentira que queria apenas aquilo. Ele queria a beijar, a tocar, conversar com ela. Ele queria tudo e mais um pouco.

E ele beijou sua bochecha, a vendo fechar os olhos, apenas para os abrir quando ele a soltou. Max apoiou as mãos ao lado do teclado, adorando aquele espaço e inclinando o corpo para falar a câmera de maneira rápida e afoita.

— Eu sou o Max Emilian Verstappen, minha mulher nunca me traiu, tenho vinte e cinco anos, 4 filhos e uma mulher que eu amo. É isso. Não esqueçam de assistir o GP de Miami.

E ele fechou a transmissão, não dando tempo de ninguém fazer nada, porque no mesmo instante parecia ter se virado e beijado Charlotte. A belga sendo pega de surpresa e apenas arfando contra os lábios do holandês. E era aquilo. Eles eram aquilo.

Bagunça, bagunça e bagunça.

Porém, sempre existia espaço para uma loucurinha de amor, não?

Esse foi um dos capítulos que mais peleei para escrever

Foi difícil para caramba

Mas estou meio orgulhosa do final

Charlotte estava com muito medo de fazer isso, mas também estava com muito medo de acabar perdendo a família, a vida que ela tem, por não conseguir fazer

Por conta disso, mesmo querendo muito fazer sozinha, sabia que não ia conseguir

Também sabia que se olhasse para qualquer um deles: Kelly, Daniel, Isabel, Carlos, Martin, Violet ou o Max, poderia acabar desistido

Acho interessante o processo de como ela precisou chorar, ficar com medo e enfrentar isso para fazer

E no final ela sabia que não ia conseguir sozinha, então se apoiou ao fato de Max sempre escolher falar em Charles e Lando, o fato de Max confiar nos dois, a fez confiar também

Charles e Lando foram incríveis com ela, não foram?

E ela ainda gaguejaria e ficaria com medo se o Max não tivesse aparecido, ela pensou que seria capaz de desistir se a visse, mas quando os olhos pararam em cima dele, foi como se um choque de coragem surgisse e ela se viu falando

Foi como uma declaração

E ela ter apresentado os filhos...

Eu não sabia como as pessoas poderiam reagir a notícia, eu mesmo ficaria pasmada demais para uma reação

E acho que acabei colocando uma mistura de reações e palavras

Espero ter correspondido a expectativa que os fiz ter

O que acharam?

Estou orgulhosa...

Espero que tenham gostado

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