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16

Gente, esse capítulo ficou enorme
Porque eu queria mudar de dia logo
Ele é um misto de emoção, mas prometo não decepcionar

Espero muitos comentários, um pedidinho de sua autora

Boa leitura!

HOLANDA
1 DE MAIO DE 2023

Charlotte estava dentro do seu carro, Dominique — que acordou quando estavam saindo — arrumava o cinto no banco de trás, em cima do assento infantil, olhando pela janela com Isabel ao seu lado. Kelly estava no banco do carona e Violet acabou ficando para ajudar Max, Martin, Carlos e Daniel com as demais crianças, porque a Piquet e a Hernaez sentiram que estava na hora de conversar com a Bakker.

— Mama, posso colocar uma música?

— Claro, meu amor.

Kelly o entregou seu celular no aplicativo de música. Dominique era o único das crianças que foi autorizado a acompanhar, parte porque era o mais calmo dos cinco, parte porque Charlotte queria o animar depois do Lewis Funko ter perdido a cabeça e precisar de uma fita para continuar inteiro. E parte porque Max insistiu para que ele fosse com elas.

— Então...

— Então. — Charlotte sorriu para a melhor amiga, vendo quando Isa soltou seu cinto e se pôs no banco do meio, o corpo inclinado entre os bancos. As badaladas de "Twinkle, twinkle, little star" soaram no carro, fazendo Dominique mexer o corpinho de um lado ao outro, antes de reparar na loira ao seu lado.

— Dinda. — Dominique chamou a madrinha, sorrindo ao ganhar a atenção — Não pode andar sem cinto.

— Sua mãe é responsável no trânsito, loirinho. — Isa beijou a têmpora do afilhado.

— Mas não pode andar sem cinto ainda.

— Uma vez pode.

— Se faz uma vez, faz duas e se faz duas, faz três e...

— Não vai acontecer mais, Domi.

— Segurança em primeiro lugar, dinda. — o garotinho tocou o braço da madrinha — Eu amo muito você para te perder se o carro perder o controle e você bater a cabecinha e me deixar sozinho. Dominique ama a dindinha dele.

Isabel piscou, se sentindo culpada e sem entender como o menino sabia tanto sobre acidentes. Ele não era novo demais para saber?

— Como você...?

— A mamãe me contou o que acontece, dinda.

— Charlotte, não pode falar isso para as crianças.

— Só coloca o cinto. — a Bakker mandou, sem ligar para o olhar chocado da amiga — E eu preso pela honestidade, Isabel.

Kelly riu, tinha combinado com Isabel para que a espanhola iniciasse o assunto sobre "honestidade" com Charlotte. Mas, no final, quem iniciou foi a própria Bakker.

— Isso não é engraçado, tia Kelly.

— Ela sabe, meu amor. — Charlotte sorriu de forma rápida para o seu filho — Ela apenas viu algo engraçado na rua.

— Só tem árvores no caminho para a cidade, mama.

— Os adultos estão conversando, querido. — Isabel falou por fim, fazendo o garotinho concordar, voltando a olhar para fora, ele gostava de viagens de carros. Verde era a cor favorita de Dominique.

A fazenda ficava a quase uma hora da cidade, quarenta e cinco minutos até o trevo de entrada, menor se Charlotte estivesse sem uma das crianças no carro.

— Então... Falando em honestidade...

— O que tem? — a mais nova sorriu para a espanhola.

— Max trouxe os amigos para casa...

Kelly e Isa se olharam ao ver o corpo da Bakker tensionar. Existia motivos para Kelly e Isabel estarem preocupadas com essa calmaria toda da mais nova. Charlotte vinha as deixando mais atentas desde o nascimento dos gêmeos. Aquele dia trazia marcas que todos percebiam não ter cicatrizado a arquiteta, mesmo se fingisse muito bem.

— Você está bem com isso?

Charlotte afundou um pouco mais do pé no acelerador, o ponteiro subindo de oitenta para cem quilômetros por hora. Não parecia muito, mas a Piquet se perguntou se não deveriam ter esperado chegarem no mercado para iniciar o assunto. Um momento de instabilidade emocional com Charlotte atrás do volante não era o mais necessário para que ela melhorasse.

— E o que foi aquilo com Max? Ele ficou dizendo que era "seu homem" e que você era a "mulher dele" e você ficou quieta. — Kelly acabou falando, porque apesar de se dar muito bem com Max, ela sabia que Charlotte ter aceitado tudo aquilo poderia ir de mal a pior e se estavam na merda, ela falaria tudo.

— Ele apenas... Vocês conhecem o Max.

— Mas vocês estão separados ou não?

— Nós estamos... dando um tempo. 

— Lotti, quando se dá um tempo na relação, vocês não se pegam na cozinha. — parecia extremamente confuso ter que explicar aquilo a ela.

Isabel esperou Charlotte entrar na parte asfaltada, fazendo toda a rotatória antes de continuar.

— Você sabe que Kelly e eu gostamos do Max. Ele é um ótimo pai para as crianças e a maneira como ele te apoiou desde o nascimento dos meninos, mas...

— Mas...? — Charlotte a incentivou.

— Não consigo falar nada com Dominique no carro. — Isa choramingou. E Kelly virou o corpo, analisando o menino de seis anos e cinco meses, sentindo vontade de bater em si própria ao perceber algo.

— Aquele manipuladorzinho! — Kelly praguejou, ganhando a atenção das duas — Claro que ele insistiu para trazermos Dominique, ele não queria que pudéssemos falar livremente com você.

Charlotte riu ao escutar a brasileira.

— Qual é, Kelly? Não fantasia as coisas.

— Foi assim em 2018 e em 2021.

— Isso é verdade. — Isa acabou apoiando a Piquet.

— Toda vez que vocês estão em crise, Max enfia uma das crianças em todas as conversas que vamos ter com ele em casa.

— Para de ser paranoica.

— Charlotte, toda vez que vocês estão em crise, ele aparece na casa com alguma coisa que sabe que te leva a um pequeno extremo e te faz sentir segura com a presença dele. E vocês voltam.

— E você acaba grávida. — Isa completou, como se não pudessem esquecer aquilo — 2021 foi bem isso.

Kelly ainda ficava confusa ao lembrar de 2021. Porque Max e Charlotte passaram em um vai e volta confuso, onde nunca sabiam qual era a situação romântica. E, então, Lotti ligou a Kelly a dizendo que Max achava que ela estava grávida. Max descobriu antes de Charlotte.

— Nós não estávamos em crise em 2021.

— Charlotte, você tinha expulsado ele de casa.

Isabel a lembrou. O drama que foi Charlotte aparecer na Espanha com suas malas, Louise e Dominique no colo, se abraçar com seu antigo sogro, antes de voltar para a Holanda com os Sainz e recuperar a fazenda. Max estava na propriedade e, sendo sincera, Isa achava que nem precisava da família espanhola para que Charlotte expulsa-lo. Max faria e ainda faz qualquer coisa que ela peça... Menos aceitar qualquer tipo de separação... É, talvez ela tivesse precisado dos Sainz.

E Charlotte entrou no estacionamento do mercado, os olhos atentos no espelho ao dar ré no carro para encaixa-lo na vaga. Comentando:

— Casais brigam.

— Vocês brigam o tempo todo. — Domi falou, fazendo a sua mãe apertar o freio de forma abrupta, apagando o carro no meio da vaga. E Dominique encarou a madrinha, como quem justificava sua "chatisse" quanto ao cinto.

— O quê? — Charlotte tinha os olhos arregalados ao se virar para o filho mais velho.

— A senhora e o papa brigam o tempo todo. — ele deu ênfase de maneira muito fofa ao "tempo todo", mexendo no Lewis Fita Funko.

Charlotte olhou nervosa para Kelly e Isabel. Ela não conseguia acreditar que suas amigas e seu filho mais velho vissem uma briga na sua relação com Max. Para ela, parecia tão normal.

— Nós não brigamos o tempo todo, amor.

— Brigam sim. — Domi olhou confuso a sua mãe, ela sempre dizia que precisava falar a verdade e agora estava mentido — O papai reclama que os gêmeos dormem no quarto de vocês, a senhora não quer deixar os gêmeos irem para o quartinho deles e vocês gritam e você chora e o papai sai do quarto e vai dormir no quarto da Loulou e eu vou para o seu quarto e durmo enquanto a senhora me abraça. No dia seguinte você acorda cedo para me levar a escola e o papai vem com a Louise, ele abraça a senhora por trás e vocês se beijam e fingem que nada aconteceu.

— Eu...

E Charlotte estava chorando, Kelly tirando o cinto em uma velocidade sobrenatural e Isabel tirando Dominique do carro. O menininho de seis anos olhava com nervosismo para o carro, enquanto a madrinha o afastava. Aquilo não deveria ser comum. Todavia, desde o nascimento dos gêmeos, sempre existia alguém afastando Domi de sua mãe quando ela começava a chorar. Ele não entendia, apenas queria abraça-la. A mamãe sempre dizia que um abraço resolvia tudo.

— Hey! Calmou, calmou! — Kelly a puxou para perto, apertando o corpo feminino e tentando a fazer voltar ao normal.

— Eu sou uma péssima mãe.

A castanha chorou, agarrando a melhor amiga.

— Você não é uma péssima mãe, Lotti. Você é uma ótima mãe. Suas crianças te idolatram, eles te olham com brilho nos olhos e são educados e queridos e te amam. — Kelly passou a mão pelos cabelos da mais nova — Você é a pessoa mais forte que conheço, a melhor mãe que já vi... Você tem vinte e cinco anos, amiga... Vinte e cinco e quatro crianças...

— E brigo o tempo todo com o pai deles.

— Max não fica tanto tempo em casa para dizer isso.

Charlotte acabou rindo ao ouvi-la, o som se misturando ao som do choro e ela era uma bagunça. Não conseguia entender como Max ainda a queria, ou porque Kelly ainda morava na fazenda com ela, ou só como Violet não tinha agarrado as crianças e ido embora.

— Charlotte, nós não seriamos nada sem você. — Kelly passou a mão pelos fios castanhos — Nós nem ligávamos um para o outro antes. Aí o Max apareceu com você e éramos um grupo... Sete anos depois, somos uma família.

A mais nova se aconchegou mais a brasileira, Dominique falaria que aquilo era o poder de um abraço se não estivesse dentro do mercado com sua madrinha. E o celular da belga tocou, o nome do holandês brilhando e as fazendo sorrir.

— Eu sinto falta dele.

Charlotte acabou confessando a Piquet.

— Char, você está sentindo isso porque quer. Sabe bem disso. Max tem os defeitos dele, como ter trazido um bando de motorista com suas namoradas por conta própria. Mas ele ama você.

— É a mesma mulher que estava o chamando de manipulador e querendo conversar sobre meu tempo com ele?

— Lotti... Eu só quero o seu bem. Isa e eu só queremos isso e nós te conhecemos o suficiente para saber que você está assustada com todas essas pessoas e que acabaria surtando em algum momento... O que acabou de acontecer no carro... Não queríamos te levar ao limite, mas acreditamos que preferia isso a acabar chorando na frente de todos, não?

— Com certeza. — não houve hesitação em sua confirmação e Kelly sorriu para ela — Me desculpa por isso...

— O que seria de nós sem um drama diário? — Kelly empurrou a amiga, a escutando rir mais uma vez — Agora vamos as compras, estamos com muitas visitas na fazenda para alimentar e aquela carne não vai dar nem para o cheiro.

Nenhuma das duas fez menção de pegar o celular e atender Max. Charlotte se detendo em apenas desligar a chamada.

— Preciso ver o Domi.

— Ele vai exigir alguma coisa como recompensa. Ele é um pestinha.

— Nada comparado a Louise e Penelope juntas.

— Sim! — Kelly riu, as duas se arrumando, como se a pequena cena não tivesse acontecido — E, pelo que Danny me contou, foi a baby L que fez Max trazer todos.

— Max acha que estou traindo ele, me contou quando entramos para que eu trocasse a roupa e ele pegar o cartão.

— Max sempre acha que está traindo ele.

As duas desceram do carro, Charlotte pegando sua bolsa no banco de trás. Kelly rindo ao dizer que Isa foi burra em deixar o cartão de Max para trás. Alguns passos para mais perto da entrada do mercado e a brasileira tocou em um assunto que não discutiam desde os seis meses dos gêmeos.

— Char... Você e o Max já fizeram desde o nascimento dos meninos?

As bochechas da belga avermelharam. Kelly não precisava por em nomes qual era a "atividade" que estava sendo citada.

— Ainda não.

— Por quê?

— Ainda tá muito cedo.

— Charlotte, é por isso que você tá com saudades desse homem, ele te comia em cada canto daquela casa e agora não te encosta a quase dois anos.

— Fica quieta. — ela chiou ao entrarem no mercado, vendo muito bem que uma senhora havia escutado a mãe de Penelope — E ele me encosta, só não...

— Ele te come fora? — Kelly sorriu maliciosa — Como funciona isso?

— Cala a boca! Eu não vou conversar sobre isso depois de ter chorado sobre ser uma péssima mãe dentro do carro.

— Então podemos conversar em outro momento?

— Kelly! — chamou sua atenção, bufando brava, fazendo a brasileira rir.

— Nós conversávamos disso antes... — A Piquet sempre tentava não sobrecarregar a melhor amiga, mas ela sentia falta da Charlotte menos protetora de antes do nascimento dos gêmeos, da que contava de suas aventuras com Max ao mesmo tempo que gostava de sair e abandonava Louise e Dominique para viajar para a Espanha. Ela era uma boa mãe na época e ainda conseguia ser mulher. Era confuso de explicar como depois de 2021, ela acabou se tornando apenas "mãe" e deixado de lado sua própria vida pessoal.

— Kelly, não temos mais idade para ficar comparando os atributos de nossos maridos.

— Ué? Max voltou a ser seu marido?

Charlotte olhou para uma das suas melhores amigas, fazendo a outra rir.

— Acho que Max sempre vai ser meu marido.

— Mas você disse que não era mais a mulher dele.

— É complicado.

— Sabe o que eu acho? — elas viraram no corredor, existia um combinado silencioso sobre encontrarem Isabel e Dominique antes de pegarem a lista que fizeram — Que vocês deveriam procurar algum psicólogo de casal para poderem se livrar de toda essa carga extra que carregam.

— Você já imaginou o que pode acontecer se descobrirem que Max esta indo em um psicológico com uma mulher? A mídia que isso geraria? Não dá, Kelly.

— Será que não está na hora de vocês se assumirem publicamente, Lotti? — a castanha chegou tropeçar em seus próprios pés ao ouvir a sugestão da outra — Já faz sete anos, amiga.

— Você acha seguro deixar qualquer jornalista perto de mim? — existia um pequeno tremor em sua voz — Você lembra o que aconteceu da última vez né?

E aquela tensão de medo retornou a face da castanha, as lembranças que acumulavam em sua mente não ajudavam em nada o que Kelly estava tentando a convencer a fazer. E a Piquet suspirou, porque ela realmente achava que a única pessoa capaz de ajudar Charlotte com aquele seu medo era um profissional, mas a amiga era cabeçuda demais para aceitar aquilo.

— Mama! — o gritinho infantil as fez esquecer o assunto, enquanto Dominique corria até as duas, se jogando contra sua cintura.

— Hey, meu amor.

Isa sorriu ao se aproximar a pergunta explícita na face, ganhando um aceno da brasileira.

— A dindinha disse que a senhora iria demorar para entrar... — ele ergueu o rostinho, as bochechas gordinhas e avermelhadas que faziam Charlotte querer morder, mesmo o primogênito já tendo seis anos — E a senhora demorou taaaaanto.

— Ficou com saudades é?

— Da mama sempre.

Charlotte apertou seu garotinho, usando uma força maior apenas para o erguer, o fazendo rir e se enganchar sobre ela.

— Papa disse que sou grande demais para a mama me pegar.

— Seu pai também é grande e sua mãe ainda o pega, querido.

Kelly comentou de maneira maliciosa e Charlotte a encarou, como quem perguntava se aquilo era sério. Quase a perguntando quem era a criança da conversa, enquanto Isabel ria, puxando o carrinho para perto e ajudando a amiga a colocar o filho dentro.

Charlotte não fazia ideia de quando sua vida ganhou a grande reviravolta de se tornar a adulta entre suas amigas. Isabel parece ter ganhado uma virada de chave depois da separação com Carlos e Kelly... Bom, Kelly parecia ter perdido todo o puder desde seu início com Daniel. E a volta acabou sendo meio constrangedora com ela precisando explicar alguns dos termos que a Piquet vinha usando no trajeto a Dominique.

— Tá bom. Tá bom. — Charlotte murmurou ao descer do carro, vendo Isa soltando o seu filho e ele indo correndo chamar alguém para buscar as compras a mando de Kelly — Os gêmeos sempre estão no quarto, então não tem como fazermos algo, por isso, precisamos nos virar de outras maneiras.

— Que seriam...? — Kelly a incentivou a continuar, inclinando o corpo para a frente.

— Nós... — ela fez uma pausa, antes de sinalizar onde vinha Max e Daniel para ajudar com as compras — Eu falo outro dia.

— Ah, vai a merda! — Kelly murmurou irritada, pegando uma sacola e passando irritada pelos dois. Isa riu da amiga, também pegando uma sacola.

— O que houve? — Danny as questionou, os olhos preocupados para onde a namorada tinha desaparecido.

— Nada. — Char riu, dando de ombros — Tudo certo por aqui?

— Tudo seguiu perfeitamente normal.

— Sério? — ela viu Daniel pegar um grande grupo de sacolas e se afastar, deixando apenas a si e Max.

— Sete anos juntos e você ainda tem o mesmo tom de surpresa daquele dia em que fiquei com Domi, enquanto dormia. — Max tocou o quadril da castanha assim que a viu se inclinar para pegar uma das sacolas, a fazendo se erguer com os olhos semifechados — Is alles goed gegaan, mijn schat?

Deu tudo certo, minha querida? Max amava aquela mulher, principalmente quando ela soltava aquele barulho fraco quando gostava de algo. Era muito baixo, quase imperceptível e ela o fazia se apaixonar ainda mais.

Charlotte o sentiu pressionar ainda mais seu quadril, a puxando mais para perto e ela apenas deixou-se ir por aquela sensação de segurança que Max a passava. Virando a face mais para o lado até as bocas se encontrarem. E os lábios eram macios como a Bakker se lembrava, a fazendo derreter contra os braços do Verstappen, e quando o beijo durou mais alguns segundos e o piloto se sentiu nas nuvens ao ouvi-la gemer contra si.

— Schroef dit! Ik wil niet stoppen met je te kussen!

Dane-se! Eu não quero parar de te beijar! Charlotte sentiu seu corpo derreter, Max estava a segurando, era o único motivo para ainda se manter em pé. E ela compreendia o que Kelly estava insinuando ao falar sobre o motivo de sua saudades, porque todo o seu corpo parecia estar em chamas só por estar entre os braços de Max.

— De novo? — Kelly surgiu do lado de dentro, fazendo Charlotte se afastar do número um. E Max choramingou.

— Por que você não pode só ficar longe ao nos ver juntos? — Max perguntou a madrinha de Louise, uma clara irritação presente em seu tom de voz.

— Porque você trouxe um monte de pessoas para nossa casa e precisamos levar todas as sacolas com mantimentos para dentro. — Kelly sorriu ao passar ao lado dos dois — E ela apenas está te beijando dessa forma, porque sou uma ótima amiga e disse para ela transar com você.

— Nós vamos transar? — Max sabia que não deveria ter parecido tão feliz ao perguntar aquilo.

— O que é transar, papa? — uma Louise a recém chegada perguntou, a face curiosa de quem queria descobrir algo novo.

— Por que sempre que falamos disso tem uma criança perto? — Max perguntou alarmado e meio irritado.

— Porque seus espermatozoides gostam de fecundar os ovários dela. — Kelly debochou de sua fala anterior com o pessoal.

— O que é espermatozoide? — Max sentiu vontade de esganar a madrinha de sua filha, ao ouvir a criança questionar.

— Filha. — Charlotte chamou a menininha, a pegando em seu colo e deixando a pequena deitar a cabeça em seu ombro, o narizinho encostando seu pescoço e cheirando sua mãe — Transar é como plantar uma semente, e o espermatozoide é essa semente. Só que ela não é plantada na terra, mas cria vida mesmo assim.

A belga estava tentando transformar aquele assunto em algo que uma criança pudesse entender, sem ser muito revelador. Ela realmente não gostava de mentir para eles.

— E ele é plantado onde?

— Na barriga das mamães.

— E como ele chega lá?

— Com a ajuda do papai.

— Como o papai ajuda a mamãe a colocar a sementinha na barriga dela?

Max abriu as mãos, sem saber quantas perguntas ainda viriam de sua filha. Tinha medo que elas nunca parassem.

— Filha, a mamãe continua a explicar isso depois, mas agora ela precisa levar as compras para dentro e dar um banho nos seus irmãos. — não era teoricamente uma mentira, estava apenas adiando o assunto, fora que já estava escurecendo e precisava arrumar as crianças antes de começar a fazer o jantar.

— Mas o papai já deu banho nos meninos e em mim. — Louise pareceu indignada, se mexendo até ser largada no chão — Eu tô com outro vestidinho, mama. A senhora não viu?

Charlotte encarou a legging neon por baixo do vestidinho preto. Eles não combinavam muito, mas ela nunca diria isso a sua bebê. Fora que não fazia ideia como não tinha percebido aquelas escolhas.

— Eu não tenho ideia de como não reparei, meu amor. — ela se agachou, ficando no mesmo nível de altura que sua menininha — Porque você tá a princesa mais linda do mundo.

— O padrinho Danny disse a mesma coisa para a Pen. — ela mordeu a boquinha — Qual de vocês tá mentindo?

— Nenhum dos dois, princesa. Porque para ele, a Penelope é a princesa mais linda do mundo. Mas, para mim, você sempre será a mais bonita.

— Mesmo não sendo parecida com o papai?

— Como assim, filha? — Max se intrometeu no assunto, não entendendo o que uma coisa tinha a ver com outra.

— É que eu não sou parecida com o senhor. — ela apertou as mãozinhas na frente do corpo, uma coisinha voltando a sua cabeça e ela encarou sua mãe, a vendo concordar, a incentivando a continuar — Será que eu posso falar só com o papa, mama?

A mulher não mentiria se confessasse ter se sentido levemente magoada por ser posta de lado, mas assentiu. E as bochechas de Louise estavam avermelhadas e Charlotte podia vê-la mexer os dedinhos de forma nervosa. A Bakker tinha certeza que a filha provavelmente gostaria de correr para dentro e agarrar uma de suas bonecas até ter confiança para continuar a falar. E ela acabou se inclinando e beijando sua bochecha, tentamos a deixar se sentir segura com o pedido.

— A mamãe vai levar as sacolas para dentro junto com sua dinda e você conversa com o papai o que quer que seja. — ela passou a mão pelos cabelos castanhos da menina, Louise era a única das crianças que se parecia com ela e isso de certa forma parecia incomoda-la — Mas a mamãe vai estar lá dentro se você precisar, ok?

— Obrigada, mama.

Charlotte não precisou olhar para Max para dizer que confiava nele. Esperava que o loiro entendesse apenas pela maneira como o deixou sozinho com a menina. Louise era a filha dele, era a filha dos dois. E se existia alguém no mundo todo que ela confiava para deixar qualquer um deles sem preocupação era com Max, mesmo que as vezes não parecesse.

O Verstappen acompanhou a belga pegando as sacolas que sobravam, deixando apenas uma com porcarias, como se eles fossem precisar depois da conversa. E ela seguiu para dentro com Kelly.

Louise continuou apertando suas mãozinhas e Max a deixou tirar seu tempo, não tinha pressa. Nunca tinha pressa com as crianças. E Louise sempre acabou sendo a mais difícil de lidar, talvez por ser a única menina, tirando Penelope. Mas apesar de Kelly e a baby P morarem na fazenda, elas ainda saiam para outros lugares, desde a acompanhar Danny nas corridas a irem para o Brasil, isso quando Kvyat não enchia o saco até as duas irem para a Rússia — para quem as expulsou de casa sem nada, ele parecia bem arrependido próximo ao dia dos pais.

— Você quer sentar no banco?

— Tá ficando frio aqui fora.

— Quer entrar lá para dentro?

— Os titios novos estão na sala.

A hesitação estava presente no tom de voz infantil.

— Vamos no carro da sua mamãe.

Louise pareceu gostar da ideia, correndo para o banco do carona, onde nunca conseguia ficar devido a cadeirinha. Max riu, a acompanhando, assumindo atrás do volante. Charlotte dirigia uma Mercedes-Benz GLB de sete lugares. Muitas crianças em casa o fazia deixa-la ficar atrás do volante dos rivais.

— Quando visitamos o vovô da última vez... Que aquele policial tava junto com ele... — Louise começou a se expressar, lentamente começando a se abrir, sua capacidade de comunicação vinha melhorando cada vez mais. Antes, quando ficava zangada ou irritada, chutava e gritava com todo mundo, Max se culpava por ver muito de si nela. Agradecia que de pouquinho em pouquinho, ela estava sendo capaz de dar um passo a mais e pedir educadamente ajuda, aqui e ali, devagar e constante.

— O que aconteceu? Você não gostou de ver o vovô? — o loiro não a culparia por não querer ver mais Jos. Muitas vezes, até ele não queria ficar perto de seu pai. Mas a mídia cairia em cima se expulsa-se seu pai de sua vida e poderia vir a descobrir as crianças e Lotti. Ele não arriscaria aquilo.

— Eu gosto do vovô, mas o vovô não gosta de mim.

— Impossível alguém não gostar de você, princesa.

Max ainda se lembrava de quando pegou Louise pela primeira vez, a maneira como seus braços tremiam, mesmo já tendo experiência com Dominique. Porém, era uma sensação nova a cada bebê. Dominique foi o primeiro, ele estava morrendo de medo. Louise era uma menina, ele se sentia apavorado somente com a ideia do futuro. Os gêmeos... Céus! Os gêmeos foram uma mistura de pavor com alívio.

Depois de um longo minuto, a mais nova tentou novamente:

— O vovô disse que eu não sou sua filha, papai.

— O que?

O número um sentiu como se o chão aos seus pés estivesse se abrindo para o engolir.

— O vovô disse que eu não sou sua filha, que a mamãe pulou a cerca e sou filha do tio Florence e por isso viemos morar na Holanda, longe da vovó e do vovô. — Max queria matar seu pai, como se já não bastasse todo o inferno que foi sua mudança, seu pai ainda seguia com aquilo? — Mas eu não acho que a mamãe saiba pular a cerca, papai... Mas se ela pulou, é por isso que sou diferente do Dominique, Anthonie e Vincent? Por isso não tenho o cabelo amarelo como vocês? Por isso que o vovô não gosta de mim?

Ele não sabia o que dizer. Essa era a verdade. Parecia que todas as palavras do mundo tivessem sumido. Não existia palavra em inglês, não existia palavra em holandês. Não existia uma mísera palavra para o ajudar.

— Papa, o senhor tá bravo comigo?

A voz infantil parecia quebrada ao questionar e Max a puxou para seu colo, se não existia palavra capaz de o fazer demonstrar o quanto a amava e que ela era sua filha, ao menos poderia a abraçar.

— Papa...

— Minha princesa. — ele beijou a face da pequenina, a arrumando em seu colo, vendo os olhos castanhos que sempre achou lindo em sua schat o encarando através da filha dos dois e foi como se sua mente tivesse recebido uma luz — Amor, o papa já te contou como conheceu sua mama?

— Não. — Louise parecia tão desamparada ao negar.

— Seu vovô e eu tínhamos brigado... — ela se mexeu, levando as mãozinhas na boca — E ele me chamou de coisas muito feias, ao ponto de eu precisar sair de casa...

— E o papa foi para onde? Não é seguro sair de casa sozinho, papa... A vovó estava com o senhor?

Max sentia vontade de apertar sua filha em seus braços e a encher de beijos toda vez que abria a boca. Por que ela precisava ser tão fofa?

— Eu acabei indo na casa de uma amiga da sua mamãe e não, sua vovó não estava comigo. — ele a viu arregalar os olhinhos — Eu estava meio magoado, então subi as escadas e me isolei em um quarto.

— Mas quem te abraçou? Quando estamos magoados, devemos abraçar quem gostamos.

— Naquele dia, meu amor, eu não senti que alguém pudesse gostar de mim. — Louise concordou, os olhinhos úmidos e Max não sabia dizer o porquê que continuava a falar ao invés de a pegar no colo e só leva-lá para assistir algum desenho de sua preferência — E então sua mãe apareceu... — ele a viu se interessar novamente — Ela estava usando um vestido bonito e com os cabelos soltos... — ele passou os dedos pelos fios da filha, a vendo sorrir — E tudo pareceu sumir na volta, foi como se eu nunca tivesse ficado triste e magoado com seus avós...

— A mama é tããããão linda né papa?

— Sim, princesa. Sua mãe é muito linda.

Ele viu a filha olhar para as mãozinhas.

— E sabe o que eu pensei quando ela me ajudou? — Loui negou — Que eu iria casar com ela. — a filha sorriu, conhecia aquela palavra — E quando sua mãe ficou grávida a segunda vez, depois de Domi, o papa torceu muito para que viesse uma menininha, sabia?

— O senhor torceu, papa?

— Torci muito, princesa. — ele sorriu para ela, beijando sua bochecha — E eu abraçava sua mama e rezava ao Papai do Céu que viesse alguém tão perfeito quanto sua mamãe, porque eu sempre tive certeza que se viesse uma menina, seria igual sua mama...

— Eu sou parecida com a mama, papa?

— Você é igual sua mama, princesa. — ele a abraçou apertado, beijando sua cabecinha — Você venho do jeitinho que eu sempre quis, sabia? Igual sua mama. Os mesmos cabelos escuros que eu acho lindo, os mesmos olhos castanhos que eu acho lindo... Você venho toda perfeitinha pro papai.

— O senhor não queria que eu viesse parecida com o senhor e os maninhos?

— Claro que não, princesa. — ele fez um pequeno barulhinho, tentando a fazer rir — Você consegue se imaginar parecida com o papai? Não sou bonito igual sua mama...

— O senhor é bonito, papa.

— Nah! Não sou não.

— Claro que é. — a mais nova pegou seu rosto, apertando as mãozinhas contra suas bochechas — O senhor é o papa mais bonito.

— E você é a menininha mais bonita.

— Mesmo não sendo parecida com o senhor.

— Sim, pequena. Você é a mais linda do mundo, porque você é igual a sua mama, do jeitinho que o papa pediu ao Papai do Céu.

— Mas o vovô...

— Seu vovô Jos tem problema nas vistas, querida. — ele mentiu, não diria que o pai era um completo sem noção, deixaria para explicar mais adiante — Ele não consegue ver direito, por isso que ele fala as coisas sem saber direito. Mas, se você quer uma resposta verdadeira de um avô, pode perguntar ao abuelo Carlos. Aposto que ele vai dizer que você é a netinha mais linda do mundo.

E o sorriso que Louise abriu deixou claro que ela já havia ouvido aquilo do bicampeão mundial de rali. E Max nunca se sentiu tão agradecido pelo pai de Carlos ter, de certa forma, adotado sua mulher e suas crianças.

— Obrigada, papa.

— Eu que agradeço, minha princesa. — ele voltou a beija-la, a ouvindo rir em seus braços — O papa ama muito você. Muito, muito, muito.

— A Loulou também ama muito o papa. — ela agarrou suas bochechas — Muito, muito, muito.

Max ficou com Louise por mais um tempo em seu colo, conversando sobre como ela era parecida com a schat. Até a sombra de Charlotte ficar visível, enquanto ela se aproximava. E ele deixou a filha pular para o banco do carona, ao mesmo tempo que a porta era aberta e a baby L agarrava sua mãe de surpresa.

— Opa! — Char a abraçou, a segurando a tempo de não deixa-la cair — Oi, filha!

— Eu amo muito a senhora, mama.

Max viu quando os olhos da sua schat aguaram, se enchendo de lágrimas.

— Oh, meu amor! A mama ama muito você também. — E Louise adorava que os pais estivessem a enchendo de beijos naquele dia — Mama ama muito você.

— Eu vou contar para a baby P.

E ela saiu do colo de Charlotte, correndo para dentro de casa, deixando os dois sozinhos. E Max abriu os braços, como se soubesse que a mulher precisava de um abraço. Talvez até ele precisasse também. E Charlotte entrou no carro, esquecendo que vinha apenas os chamar pela demora e se agarrando ao corpo do homem.

— Eu amo tanto você.

Ela murmurou ao pular do banco do carona para o colo de Max, o fazendo levar o banco para trás e a acomodar melhor em seus braços.

— Amo tanto, tanto, tanto. — Charlotte beijou seu rosto, o fazendo rir — Foda-se esse tempo! Você é meu marido, eu sou sua mulher e eu amo você.

Max concordou, aquele sentimento quente de carinho e aceitação em seu peito. E ele a abraçou forte, beijando seu ombro.

Charlotte riu, antes de tocar seus ombros e se ajustar em seu colo, puxando levemente a saia comprida de seu vestido até poder se encaixar melhor nas coxas de Max.

— Gosto que suas coxas sejam grossas.

— O pessoal da mecânica reclama disso.

— Diga a eles que sua mulher gosta. — ela sussurrou no ouvido do holandês, o fazendo gemer.

— Schat... — ele levou a mão por sua nuca, deixando os dedos se infiltrar pelos fios castanhos — Eu amo você.

Charlotte arrumou as pernas no banco, aproximando o corpo do holandês, encostando seus peitos e o fazendo descer os olhos para os seios da mulher. Ele engoliu em seco, desviando a atenção e a fazendo rir.

— Eu também amo você, Emilian.

E ela o beijou de forma tão genuína que Max não sabia como se mexer, segurando os fios com força. Existia medo na maneira como ele a tocava, como se a qualquer instante algo mudasse e Charlotte pudesse o odiar. Ela já havia feito isso antes, ele quase não sobreviveu a primeira vez, dirá agora. E ele sabia quem era somente pela batida na porta mãos pequenas demais e dois pestinhas acompanhados do maior.

— Por isso que a tia Kelly disse que a senhora pegava o papa, mama? — Dominique parecia confuso ao vê-la no colo de Max — Parece mais que ele te pega e não o contrário.

— Como assim?

— Eu peguei esse menino no mercado hoje. — Char riu para o primogênito, o vendo colocar os gêmeos para dentro do carro — E ele me contou que você falou sobre ser grande demais para um colinho e a Kelly disse que você era grande também, mas eu ainda te pegava no colo.

Anthonie se enfiou entre os dois, fazendo Charlotte abrir espaço entre ela e Max, as costas se encostando no volante, ainda mais quando Vincent resolveu imitar o irmão. Dominique se sentou no banco do carona, os olhinhos brilhando.

— Quem pediu para nos chamar?

— A tia Kelly. — Domi deu de ombros.

— Sua tia Kelly deveria cuidar da própria vida. — Max chiou aos filhos, mesmo que gostasse do fato de poder compartilhar aqueles pequenos momentos, ainda sentia falta dos raros sozinhos com sua mulher — Agora vamos todos entrar?

Anthonie e Vincent praticamente se apenduraram na mãe, deixando Max com a função de carregar Dominique. E o mais velho das crianças tentou dizer que era grande demais para ser levado no colo, mas o número um já estava com ele por sobre os ombros antes que pudesse continuar.

— Os pombinhos apareceram!

Isa riu assim que entraram.

— Não posso nem cortejar minha mulher que vocês mandam meus filhos atrás de mim. — Max reclamou com a comadre dele, se aproximando do sofá para derrubar Domi em cima de Carlos, o espanhol pareceu feliz ao receber o afilhado — Seguinte, cada um pega o seu afilhado, que essa noite quero minha mulher para mim.

Talvez os demais presentes não estivessem acostumados com aquele Max tão aberto a diálogos naquele estilo, porque Charlotte viu uma onda de bochechas coradas e sorrisos maliciosos.

— O sonho tá alto, bicampeão. — ela debochou, os gêmeos ainda agarrados a si, mesmo depois de Martin tentar os afastar.

E um barulho na cozinha fez Charlotte se mover para lá, encontrando Violet rindo de algo dito pelo grupinho mais novo vindo com Max e algumas panelas espalhadas no chão.

— Desculpa.

Amélia proferiu baixo, parecendo uma criança pega no flagra. Oscar estava rindo, sentado ao lado da namorada a mesa. Logan lavava a louça junto com Ophelia. Todos pareciam estar obedecendo ordens de Violet.

— O que estão fazendo?

— Jantar. — a irmã de Char comunicou — Não podemos fazer uma festa sem estar com a barriga cheia... Como vamos beber assim?

— Você tem um ponto.

E era de certa forma bom para Charlotte ver sua irmã interagindo com pessoas da sua idade. Violet sempre foi muito grudada a ela, principalmente depois que vieram para a Holanda sem a mãe. E, mesmo que ela diga ter amigas na faculdade, Charlotte nunca a viu próximo de alguém. Então, talvez, Max ter trazido aquele grupinho mais jovem servisse para algo.

— Você precisa de mais ajuda?

— Não. — Violet tinha uma pergunta na face ao se virar para cada um, ganhando um aceno positivo que a fez sorrir — Acho que não. Obrigada.

— Vou estar na sala se precisar.

A madinha com amigo? — Anthonie perguntou, empurrando o irmão.

— Não. — Charlotte chamou a atenção deles, voltando para a sala — Nada de se baterem, ainda mais no colo da mamãe.

— No chão ode? — Vincent sorriu, como se tivesse achado uma brecha.

— Quem vocês puxaram para serem tão briguentos? — ela os perguntou, dando uma olhada na volta, a procura de um espaço para se sentar e se movendo para onde Max estava sentado, o piloto foi rápido em se levantar, arrumando a almofada para a belga e se sentando em seus pés.

— Tenho a leve impressão que pode ser o Max. — Esteban comentou, recordando com um sorriso do pequeno embate que teve com o holandês a alguns anos.

— Charlotte não é esse amor todo também. — Carlos sibilou — Ela já quebrou o nariz de uma menina.

— Foi só uma vez, Max que todo ano arruma confusão. — a belga se defendeu, enquanto Vincent escorregava de seu colo para o chão e Anthonie tocava seu rosto — O que foi, filho?

Queta! — Anthonie mandou, a fazendo rir, antes da mãozinha pequena ser posta em seus lábios — Queta, mama!

— Isso mesmo, filho. — Max bateu a mão com o gêmeo — Diz para ela parar de contar as coisas para essa gente.

— Tão bom saber que somos bem-vindo a sua casa. — Bottas brincou, ele estava sentado junto com Penelope, Louise, Lewis, Pierre, Kika e Carmen, todos brincando de hora do chá com as menores.

Vincent tocou os joelhos de Max, os olhinhos claros estreitos, a cabecinha se virando. Charles se encolheu ao lado do Lance e do Esteban, apesar de terem brincado juntos no esconde-esconde, o monegasco ainda tinha um pézinho atrás com o "gêmeo calmo". O Leclerc não sabia como o menorzinho tinha ganhado esse título, não quando o meio de suas pernas ainda doía. Alex tinha dito que ele estava fazendo escândalo, mas quando o número dezesseis o disse para se oferecer para receber um "soquinho do menor", ele correu para trás da Lily.

Puquê cê saiu dos torinhos? — Pierre engasgou com o chá imaginário que Penelope tinha o dado, fazendo a namorada bater em suas costas, enquanto Vincent cruzava os bracinhos, como se tivesse idade para isso.

— Tá falando comigo?

Puquê cê saiu dos tolinhos? — todos repararam no modo como Vincent parecia confuso em sua fala, trocando muitas vezes o "r" pelo "l", ou se corrigindo.

— Eles não me quiseram mais.

Vincent levou o dedinho até o seu queixo, como se estivesse refletindo sobre a resposta.

Tcheco é bom, mas ocê também era.

— Como você sabe? Nem nascido era quando corri pela Red Bull.

— Ele é meio viciado em corridas antigas. — Max acabou contando, um sorriso orgulhoso no rosto — Ele e Vincent tem duas horas de tela por dia.

— E você tem quantas, querida? — Lily perguntou a Louise, vendo a pequena de Max e Lotti limpar a boca com um guardanapo da Barbie, como se estivesse em um restaurante chique.

— Duas horas e meia.

— O que mais tem tempo de tela é o Domi. — Carlos contou, fazendo cócegas no afilhado, o fazendo rir e cair para o lado, deitando o corpo por cima das pernas de Lando — Três horas né, Lotti?

— Dois episódios de TWD. — Dominique respondeu para a mãe, um sorriso grande no rosto.

— Ele assiste The Walking Dead? — Carmen perguntou com os olhos arregalados.

— Desde nenê. — Lotti deu de ombros.

Em um geral, Charlotte se considerava uma mãe rigorosa, mas como Dominique foi o primeiro de seus filhos e ela não fazia ideia de nada quando o teve, algumas coisas acabaram passando. Uma delas era o fato dela ser fã dos quadrinhos de Kirkman e acabar sendo apaixonada pelo ator do Norman Reedus, o que acabou fazendo Domi a acompanhar em suas maratonas.

— Eu tenho duas horas e quinze minutos. — Pen contou a Kika, como se fosse um segredo, não querendo ficar de fora.

— Como funciona isso? — Lily perguntou interessada, olhando para os gêmeos. Não era difícil reparar que a duplinha tinha personalidades distintas, as reações quanto a aparição deles deixou isso bem claro — Eles olham TV tudo junto? Ou vocês dividem?

— Não, cada um tem o seu momento. — Charlotte começou a contar — Nós temos uma escala, até porque eles tem as tarefas deles.

— Que tarefas eles têm? — Lance apontou para os gêmeos, não conseguindo entender o que os pequenininhos conseguiriam fazer.

— Deixar os brinquedos guardados. — Charlotte deu de ombros, a mãozinha de Anthonie tocando sua bochecha — A mama tá falando, amor. Eles estão perguntando da rotina de vocês.

Bejo. — Anthonie pediu, ganhando um aceno da arquiteta e o garotinho beijou a bochecha da mãe, abraçando seu pescoço, todo carinhoso.

— Os gêmeos guardam os brinquedos, a sala sempre tá meio organizada, eles ainda não estão na escola, nem na creche. Eu passo o dia em casa, quase não vou para o escritório, trabalho com hora marcada e quando não estou, a Violet está com eles. — Char continuou — Normalmente, como a aula da Domi é de manhã, os gêmeos acabam usando a TV de manhã, um de cada vez. Quando Vincent está com o controle, é uma corrida antiga. Se é o Anthonie, ele gosta da Patrulha Canina. Eles são os que acordam cedo, por volta das sete e meia, oito horas. A bichinho preguiça ali... — ela apontou para Louise, ganhando uma piscadela que a fez rir — Acorda por volta das dez, ela é responsável por dar comida a Sassy e ao Jimmy se eles estão na fazenda, se não alimenta o Eros que é o cachorro da Violet, além de regar as plantinhas na volta da casa, a TV é as duas. E o que você faz, Domi?

— Escola de manhã, almoço em casa, treino de kart até as quatro da tarde e depois vim para casa passar o aspirador no sofá. — ele deu de ombros.

— Por que ele faz menos coisa? — Carmen perguntou confusa.

— Porque eu estudo e treino. — o garotinho de seis anos respondeu.

— Ele fazia mais coisas antes de começar a treinar. — Max comentou — Ele ajudava os funcionários a dar comida para as vacas e a pegar os ovos, mas quando os treinos começaram, acabava ficando muito cansado.

— Você treina para ser piloto? — Lewis o perguntou com um sorriso.

— Sim. — Domi tinha um sorriso grande no rosto — A mama disse que vou poder começar a competir quando tiver oito anos.

— Por que ele ainda não começou a competir com os outros? — Charles perguntou confuso e Max dobrou a cabeça na sua direção, como se estivesse perguntando se ele estava falando sério — O Max começou aos quatro.

— É, mas o Max tinha o Jos como pai e a Sophie como mãe. Dominique é filho da Charlotte e do Max, que priorizam a infância a competições com pressão. — Charlotte o respondeu, um sorriso que deixava claro que não importava o que fossem falar, aquela era sua decisão.

— Eu comecei com oito anos. — Lewis acabou falando, oferecendo um tipo de apoio — E levando em consideração os sete títulos mundiais, não perdi muito.

Max rolou os olhos assim que viu os olhos de Dominique brilharem na direção de Lewis, apertando o funko com a cara do número quarenta e quatro. O assunto acabou se perdendo um pouco, antes de Lily perguntar qual era a diferença entre os gêmeos para Charlotte.

— Anthonie é mais sentimental, qualquer coisinha está chorando ou querendo colo. — como se para provar o ponto, Anthonie fez beicinho e se abraçou ao pescoço da mãe, os fazendo rir — Mas ele se dá bem com todo mundo, adora colo de estranhos e é o mais fácil de lidar. Enquanto o Vincent é mais "calminho" em tudo que não envolva a Red Bull, mas o gênio... Ele conseguiu pegar só as coisas insuportáveis minhas e do Max.

— Tipo...? — Lance o olhou, vendo Vincent tropeçar em seus pés para se aproximar de Alex.

— Essa coisa de ser desastrado venho de mim. — Char apontou para si mesma — E ele é impulsivo igual a Max.

— Minhas bolas que o digam. — Charles reclamou baixo.

— Ele é briguento como Max.

— Cabeçudo como a Charlotte. — Verstappen complementou, deitando a cabeça na perna da belga — Quando coloca uma coisa na cabeça, não tem quem tire e isso é uma coisa da schat.

— Quando aconteceu isso?

— Você agir como se fossem meu segredo sujo. — Max a respondeu, fazendo o grupo se olhar — Como se fosse uma vergonha admitir que tem quatro filhos comigo a mídia, ou apenas ir as corridas como minha mulher e isso vem desde 2016, antes mesmo de descobrirmos sobre Dominique.

— Não é assim, Max. — Charlotte sussurrou as palavras — Você sabe muito bem o porquê de não termos revelado nossa relação em 2021, não sei se você lembra, mas aquele jornalista nos fez perd...

— Estou falando de antes disso. Estou falando da China e da Espanha em 2016, você preferia ser considerada e apresentada como amiga de Kelly a minha namorada.

— Nós não namorávamos naquela época. Não sei se você lembra, mas se me assumisse naqueles GP's, eu estamparia as capas de revista com uma galhada do tamanho do nariz de Daniel porque você não conseguiu manter seu pau dentro da cueca. — ela tentou fazer graça no final, mesmo que todos tenham percebido que ia além da brincadeira.

— Claro, schat. Vamos fingir que você apenas não tem vergonha de mim.

Charlotte sentiu como se um tapa tivesse a atingido, a deixando envergonhada na frente de todas aquelas pessoas, enquanto Max se erguia de onde estava sentado, murmurando algo como "Caco e Fernando chegaram" e ela precisou de alguns segundos para se lembrar que os dois espanhóis tinham ido comprar bebida. E os olhos castanhos da belga acabaram parando em Kelly, uma pergunta explícita em sua face e a brasileira sorriu, murmurando sem som um "Está tudo bem, relaxa". O que ela sentia ser dificultoso, muitas pessoas teoricamente desconhecidas para si e o pai de seus filhos a acusando de maneira brincalhona de sentir vergonha de si. Não fazia sentido. 

— Mama! — ela se assustou com a agilidade em que as mãozinhas pegaram seu rosto, a face corada e extremamente fofa de Anthonie próxima demais de seus olhos — Mama, bejo!

E ele estava babando sua face, enquanto ela acompanhava o grid de 2023 se erguer e ir buscar sacolas e caixotes de bebidas para dentro de sua casa. Ela quase perguntou se aquilo não era demais, porque realmente era. Mas Max parecia orgulhoso das escolhas de Fernando Alonso e Carlos Oñoro. E ela se sentiu incapaz de murmurar qualquer coisa.

O jantar que Violet preparou, com toda certeza, tinha sido a melhor coisa que Charlotte já havia comido, mas seus sentidos estavam estagnados demais em apenas focar na pessoa sentada na ponta da mesa. Max ria com os comentários dos outros, enquanto a ajudava dando comida a Anthonie. Vincent estava com Martin, Louise e Penelope rodeada da presença super protetora de Daniel e ela não sabia o que fazer. Até Dominique parecia preferir a companhia de Lewis a dela e a primeira taça de vinho estava vazia antes que a belga percebesse.

Não era que Kelly ou Isabel previssem desastres, não eram nenhum tipo de bruxa. Todavia, três taças de vinho para uma pessoa como Charlotte que quase não bebia significava alguma coisa. E a maneira como ela estava com aqueles olhos de cachorrinhos na direção de Max, ao mesmo tempo que o número um fingia não ver era uma clara afronta a santa paz estabelecida.

— Ele é adorável. — Lewis se jogou ao lado de Charlotte no sofá, Martin já tinha estabelecido uma pequena mesa com seus equipamentos e todos estavam com algum copo de bebida em mãos, até as crianças com seus copos de bichinhos e tampa com canudo — Eu não sei como, nem se isso é possível. Mas ele é a criança mais adorável que conheço.

Charlotte se arrumou no sofá, subindo a bunda da ponta do sofá, repuxando o vestido comprido que usava e a fazendo precisar o quadril para poder fazê-lo voltar ao normal. Ela sabia muito bem de quem o Hamilton falava, Dominique tinha conseguido abordar assunto com todos os pilotos, misturando as bochechas com perguntas perspicazes quanto a direção e ele nem parecia ter apenas seis anos e cinco meses. Ele até mesmo tinha tentado uma negociação de patrocínio com Lance.

— Ele é sim.

A belga sorriu ao heptacampeão, piscando os olhos de maneira mais lenta, antes de levar sua taça de vinho a boca. O tinto que estava tomando durante o jantar tinha sido substituído por um branco. E o número quarenta e quatro acompanham quando a face da castanha se moveu para acompanhar o movimento de Max, as pupilas deixando óbvia a adoração com o simples ato do holandês em pegar Louise em seu colo.

— Sabia que fui eleito o melhor ouvinte entre meus amigos? — ela obviamente não sabia, apenas tinha trocado uma ou duas palavras com o britânico e todas influenciadas pela paixão de seu filho mais velho pelo piloto — Se quiser conversar.

E a Bakker virou o rosto para o homem, os olhos faiscando em confusão, antes de entender sua proposta. E ela se questionou o quão óbvia vinha sendo ao ponto de um cara que nem a conhecia, se oferecer para ouvi-la falar sobre sua relação. Charlotte bebeu mais um gole de seu vinho, deixando o silêncio cair entre os dois. Lewis conhecia aquele sentimento de ter tantas coisas para serem faladas, mas não conseguir se expressar.

— Obrigada pela oferta, mas estou bem.

Lewis não tinha certeza o quanto a mulher achava estar correta. As vezes, acreditamos tanto em algo, que aquilo se torna realidade. E era óbvio que aquela fala do Verstappen havia se entranhado a mente da belga ao ponto de não saber como reagir ou o que pensar. O Hamilton a abandonou em determinado momento, todos encantados demais com a vida dupla de Max, ao ponto de o ouvirem contar história após história, álbuns sendo trazidos a público. Em contrapartida, Charlotte continuava naquele sofá, analisando as interações, os olhos se tornando fixos no pai de seus filhos.

Talvez ela não estivesse sendo a melhor mãe, a mente perturbada demais em tentar entender tudo o que estava acontecendo e o que a acusação de Max causava em seu interior para prestar atenção as crianças. Contudo, quando se contém uma rede de apoio diversa, acaba apenas relaxando em seu sofá caro, bebericando o vinho e deixando a responsabilidade a carga dos outros.

Dominique acabou sendo o único das crianças a entender que sua mãe apesar de expressar sorrisos grandes e rir das piadas que faziam ao se aproximar dela, não estava bem. Abandonando sua estratégia política e se movendo para embrulhar-se em cima do sofá com Charlotte. A castanha o recebeu bem, não largando sua taça e apenas o deixando se encaixar a sua lateral, a cabecinha loira em seu peito.

O relógio a parede marcava onze horas e ela tinha certeza de já ter bebido duas garrafas de vinho — um tinto e um branco — e estava pronta para se encaminhar ao rosé. A ressaca poderia a matar na manhã seguinte, ou não. Seu organismo sempre a ajudou a não ter problema algum além de marcas em sua bunda causadas por Max. Mas isso parecia tão distante que a deixava triste. Ela queria as mãos do holandês contra si, em si. Ela queria poder ser a mesma mulher de antes, a que transava com Max e o fazia se sentir especial e não apenas a problemática que o dava a entender que tinha vergonha do que construíram. Charlotte nunca se envergonharia da família linda que tinha com ele. 

Existia uma vida antes de Max, regada a conversas vazias com caras toscos e amigas falsas. Existia uma vida durante sua relação com Max, que poderia ser dita desde aquele GP da China, quando conheceu Kelly e Carlos até 2021, antes do nascimento dos gêmeos. E então um depois... Ela ainda estava vivendo no depois, querendo retornar ao antigo "durante".

— Parece tão estranho né mama?

Ela piscou, se ambientando a volta, antes de descer os olhos para o menino deitado contra seus peitos. Dominique tinha sido um bebezão desde o seu nascimento, muitos quilos e quase nada de pelos, ou era o que parecia, até olhar com atenção e enxergar os fios quase invisíveis de tão loiros. E, agora, já tinha seis anos. O tempo parecia estranho e maravilhoso ao pensar em tudo o que já haviam vívido para conseguir aquela segurança na fazenda. Aquela felicidade.

— O que, meu amor?

— A casa estar cheia.

Charlotte olhou na volta, os pequenos subgrupos que foram sendo criados e divididos por sua sala. Começava com o grupinho de Max. O pai de seus filhos conversava com Pierre, Kika, Charles, Esteban e Lance, enquanto Louise ficava em seu colo. Próximo a mesa onde Martin estava Violet gesticulava com as mãos de maneira animada com Amélia, Ophelia, Logan, Oscar e Lily, obrigando o Garrix a participar. Carlos dialogava com Fernando, Caco, Bottas e Lewis, Anthonie pendurado em seu pescoço, como um pequeno cabide. E Daniel, Kelly, Alex, Lily, George e Carmen pareciam animados ao ver Vincent e Penelope brincando juntos e rindo.

Era muita gente.

— Você não gosta disso?

— Eu gosto. Gosto muito, mama.

Os bracinhos de Dominique apertaram-se na sua volta e ela olhou na direção de onde Max estava. O holandês também estava a encarando, tentando disfarçar em seguida, desviando o olhar e mexendo a mão. Mas ela tinha o pego. Max estava a olhando. Uma pequena súplica do que ele deveria fazer. Tão perdido quanto ela.

— Eu também gosto, amor.

Dominique sorriu para ela, aquelas bochechas rosadas que amava subindo devido ao sorriso e ele a beijou na bochecha. Charlotte não poderia reclamar do modo como seus filhos eram, mesmo com seus gênios fortes, ainda eram as crianças mais gentis e carinhosa que conhecia. E Dominique a derrubo no sofá, a fazendo praticamente se deitar no móvel, enquanto ria com ele.

Kelly olhou para a amiga, agarrando o braço de Isa e a arrastando junto a si para pular em cima dos dois. As duas sendo cuidadosas apenas em não esmagar Dominique. E Carlos sorriu, porque as três sempre pareciam crianças juntas e isso era impressionante. Talvez, se não tivesse aprontado o que tinha aprontado, poderia imitar Daniel que carregou Penelope e Vincent para mergulhar na brincadeira também. Talvez não tivesse que apenas soltar Anthonie no chão e o ver correr para a algazarra. E Max baixou Louise com delicadeza, vendo sua princesinha caminhar de forma graciosa antes de se atirar em cima de sua mãe. E o Verstappen sorriu, os braços cruzados a frente do corpo.

— Você tem uma bela família, Max. — Charles acabou o parabenizando, a mão batendo de maneira amigável em suas costas.

Charlotte soltou um som mais gutural, meio desacreditada quando a música de Martin Garrix e Bebe Rexha preencheram a sala. Ela se recompôs, uma feição diferente da tida até aquele momento e Kelly juntamente com Isabel perceberam a mudança, era como ver a Charlotte de antes.

— And it's all in the name of love...

E é tudo em nome do amor... Charlotte ergueu o braço e foi claro até aqueles que não a conheciam que algo havia mudado, porque, de repente, ela estava pulando com Kelly e Isabel, as crianças na volta. E aquela era a Charlotte pela qual Max se apaixonou primeiro. A que dançava e cantava alto com as meninas, a que conseguiu confiança mesmo sendo apenas depois do nascimento de Dominique. E a garrafa de vinho rosé foi substituída por uma alguma outra mais forte. E a maioria pareceu meio surpresos com a maneira como houve uma tensão maior se formando a sala. Simplesmente, do nada, Kelly, Isabel e Charlotte estavam erguendo copos e os fazendo dançar. Era diferente, novo e bom. 

Martin riu ao perceber que aquilo ali estava sendo a amostra das noites das garotas. A qual ele, Daniel, Carlos e Max sempre tiveram curiosidade para ver como seria. Era apenas aquelas três transformando a situação em uma grande festa. E a música era ótima, Garrix era o melhor de todos, as bebidas as mais geladas e, quanto mais bêbados ficavam, mais divertido tudo ficava.

Charlotte não parecia se importar com o fato dos presentes terem conversado verdadeiramente pela primeira vez consigo, porque seu corpo parecia relaxar ainda mais a cada copo. E em algum momento, ela acabou parando ao lado de Max.

— Oi! — sua voz era entusiasmada e "scared to be lonely" começou e ela debochou, porque conhecia todas as letras de músicas em que Martin participava — It was great at the very start... Hands on each other... Couldn't stand to be far apart...

Era ótimo no início... Nossas mãos juntas... Não conseguimos ficar separados... Ela apenas confiava em alguns trechos daquela música, apenas alguns se encaixavam a ela e Max.

— Closer the better...

Quanto mais próximos, melhor... E ela passou os braços na volta do pescoço do piloto, sentindo as mãos grandes em seu quadril. E Charlotte inclinou o corpo, ignorando os presentes e apenas pressionando os lábios ao do número um. Foi um beijo doce, inocente e terno... Quase uma promessa. E a belga estava puxando seu lábio inferior para si ao se afastar, os olhos castanhos parecendo ainda mais quentes que o seu normal. A música mudou e ela aguardou até chegar a parte que gostava.

— Uh, me and you on an island... With the ocean color stuck in your iris... We comfortable in silence... — E Charlotte enrolou os dedos nos fios próximos a nuca do loiro — But I prefer it when we wilding...

Uh, eu e você em uma ilha com a cor do oceano na sua íris... Nos sentimos confortáveis em silêncio, mas eu prefiro quando nós somos selvagens... E Max estava os mudando de posição, tirando o ângulo completo de visão que tinham apenas para suas mãos escorrerem da cintura e se acomodarem na bunda da mulher. Charlotte gemeu, falando alguma coisa. Porém, de alguma maneira, a música parecia mais alta e talvez fosse porque Violet tinha recolhido as crianças e os levado para cima. Charlotte não sabia, porque tinha esquecido que era mãe para vivenciar aquilo com Max. Porque tinha sentido seu mundo desabar ao ouvi-lo insinuar de maneira muito direta que ela sentia vergonha deles.

— Como, schta? — Max precisou se inclinar, levar o ouvido até a boca de Charlotte.

A castanha pressionou as pontas dos dedos a nuca, o trazendo mais para perto.

— Eu te amo!

— Eu também te amo, schat!

Ele não gritou, era um sussurro baixo. Max se sentia como se estivesse em outro mundo, um muito bom, um que havia sonhado. Sua mulher estava em seus braços, seus amigos na volta, ele não estava fingindo ser um cara idiota e fechado, apenas abraçado a sua garota. Era tudo o que ele queria. E a música de Martin tocava, seus corpos se movimentavam, Charlotte o levando de maneira singela, os quadris tremulando entre seus dedos, a bebida em seu sistema. E ela estava tão perto, como se passasse todo o calor necessário para o colocar em chamas a hora que quisesse.

Houve um movimento, todos parecendo trabalhar para que eles ficassem bem e Amélia fingiu tropeçar, empurrando o corpo de Max para Charlotte. E ele a pressionou mais a si, segurando-a, e a arquiteta se encaixou em si, sorrindo ao beijar seu queixo e tudo que Max conseguia pensar era como poderia e queria beijá-la.

Charlotte poderia reclamar sobre sua completa falta de decoro com os convidados, ou o fato de nem ter lembrado de que uma das crianças poderia estar presente — elas estavam no andar de cima dormindo —, mas, de qualquer forma, ela não parecia propicia a isso naquele instante.

Então ele fez.

Charlotte gemeu em sua boca, levando o sangue diretamente a seu pau. E ele entendeu o que Kelly e Isabel quiseram dizer ao citar a Lua como um dos motivos para Charlotte acabar grávida perto dos dois anos de qualquer filho. Porque sua mente estava mandando mensagens muito específicas de como ele deveria a inclinar sobre qualquer superfície e a fazer gemer até entender que era sua.

E, depois do primeiro beijo, venho outro, e mais outro, e mais outro, até que a respiração de Charlotte estar forte e rápida. As coisas estavam saindo do controle rápido demais, ao ponto de Kelly se aproximar, como quem não queria nada, ouvindo o choramingo do Verstappen e a risadinha da Bakker. E a belga tinha o corpo da brasileira pressionada em suas costas, a fazendo dançar consigo. E Max se aproximou de onde Carlos e Daniel estavam conversando com Lewis, ao lado da mesa onde Martin ensinava algo a Violet.

— Eu não faço ideia como. — ele tocou os ombros de Carlos, a face vermelha e o corpo todo tenso — Mas eu acho que a Charlotte me ama.

E os cinco que ouviram riram, antes de Charlotte surgir, a face tão corada quanto a de Max e um copo de bebida em mãos. Ela o abraçou por trás, o obrigando a dançar a batida de "Animals" e rindo ao ouvir o "We're the fuckin' animals!" e Max sentiu a boca da sua mulher em seu ombro.

Talvez nem tudo estivesse perdido!

Eu escrevi esse capítulo em um misto de " meu Deus, meu Deus, meu Deus" e "socorro, socorro, socorro"

Aconteceu muitas interações

E podemos ver que a Lotti tenta ser a melhor mãe que consegue e que o Max faz o mesmo

Existe todo um desenvolvimento desse lado deles

Eles dão espaço para os filhos se expressar, assim como tentam colocar limites e passar confiança para se desenvolver

E existem muitas coisas escondidas nas interações, pequenos sinais

E podemos ver que o nascimento dos gêmeos não foi o mais fácil

Assim como a parte pública, a mídia, parece não representar boas recordações a Lotti

Mas a afirmação "brincalhona" de Max sobre a Char ter vergonha dele, mostra que apesar de entender o lado dela, ainda o machuca

E a Charlotte nunca havia "pensado pelo lado dele" e foi chocante a maneira como ela acabou percebendo isso

E então o Domi admitindo que se sente bem com a casa cheia para logo depois a Lotti também mostrar que gosta

E a Kelly e a Isa são muito perfeitas em relação a nossa Lotti e a amizade delas é boa demais

Eu quero mostrar elas juntinhos com mais frequência

Violet em seguida vai para cima do coitado do Martin também

E esse pequeno momento do nosso casal no final, me deu a sensação de que tudo ficará bem no final

Mas então... O que acharam?

Espero que tenham gostado

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