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HOLANDA
1 DE MAIO DE 2023

Max sentia cada poro de seu corpo. O sangue parecia estar fervendo e sua mente via tudo vermelho. Não existia outra cor e, tinha certeza, que se Vincent conseguisse dar uma visualizada em sua cabeça, o acusaria de ser um traidor, porque tudo ligado a outra cor o tirava do sério. E o Verstappen não sabia bem como, mas, quando percebeu, simplesmente tinha a mão dolorida de tanto a apertar. Ela parecia estar coçando para socar a cara do homem, provavelmente o faria se fosse a alguns anos, o deixaria inconsciente apenas pela ousadia de estar no mesmo cômodo de sua mulher, mas agora ele não o podia... Seus filhos estavam presentes... Seus, de alguma forma, amigos também...

Charlotte percebeu o que ele estava fazendo, o esforço para se manter sob controle. E ela acabou sorrindo com isso. Ele parecia o Max que ela confiava, mostrava a maturidade necessária para a situação. Entretanto, existia algo que ela não conseguia ignorar, porque estava confuso demais para sua mente entender.

— Querido, por que não se levantou do chão?

Foi muito inusitado para Carmen o modo como a feição do menino que tinha tocado o terror neles mudou. Vincent que parecia um cãozinho até aquele momento, que precisou ser contido pelo pai, encolheu os ombros, fazendo um biquinho nos lábios e espichando os bracinhos para cima, pedindo colo.

— Mama... — choramingou, como se tivesse sofrendo na mão deles e não o contrário. Charlotte soltou a alça da bolsa de seu ombro, a deixando cair ao se aproximar de onde o filho estava.

— Oi, meu amor. — eles todos repararam no sorriso na face da morena ao puxá-lo nos braços. Amélia reparou como ela fechou os olhos, sentindo o cheirinho do bebê — Tão judiando de você, meu amor?

Vincent concordou, deitando a cabecinha no ombro da mãe. Charles encarou em choque o fingimento do menino, quase sentindo vontade de baixar as calças para mostrar o estrago que ele quase cometeu. Precisando se segurar. Mas, levando em consideração o modo como Max parecia fascinado, tinha medo de apanhar do loiro. Ou, quem sabe, da morena que tinha em casa também.

— Mama! — Anthonie gritou, enciumado por ter sido deixado de lado pela mulher.

— Meu amorzinho! — ela se abaixou com Vincent ainda agarrado a seu pescoço. E Lily quase puxou o celular para registrar o modo como os dois meninos e Max pareciam enciumados pela mulher, ambos com a mesma expressão. Era fascinante e um pouco chocante como se pareciam. Um pensamento engraçado de como Max não precisava nem fazer DNA.

— Não abaça esse falso. — Vincent empurrou o irmão — Taidor.

— Vivi! Não fala assim com ele. — Charlotte brigou com o filho, ainda segurando a camisa do outro filho para que não caísse com o empurrão — Me expliquem o que aconteceu, sabe que não é certo brigar. Violência nunca é a...

— Solução. — Dominique e Penelope completaram pelos gêmeos, parecendo orgulhosos por saberem a resposta. Charlotte sorriu para seu filho mais velho e a afilhada, sentindo Anthonie se aconchegar mais para seu lado.

— Ele tá taindo a equipe do papa. Ele abaçou o idiota da Ferrari.

Vincent retornou a empurrar seu irmão, o fazendo choramingar pela segunda vez, um biquinho se formando na boca de Anthonie. Max se aproximou, os dedos correndo pelos cabelos loiros. Charlotte sorriu para ele. Verstappen sentiu vontade de inclinar o corpo, tocar os lábios com os da mulher. Ela parecia tão doce, o modo como seus meninos a ouviam.

— Amor, quantas vezes a mamãe tem que dizer que não se pode chamar as pessoas de idiotas? — Pierre tava chocado no modo como o menino parecia outra pessoa perto da mulher — Você gostaria que te chamassem de "idiota"?

Naum.

Vincent abaixou a cabeça, parecendo envergonhado com a maneira que estava sendo o foco da sala. Max acabou puxando Anthonie para seu colo, o deixando se distribuir sobre seu peito. Charlotte passou a mão pela face dos dois, os deixando sair e focalizando na criança ainda consigo.

— Então é certo chama-lo de idiota?

— Mama, ele num é tolinho.

— Vincent, nem todo mundo torce para a Red Bull e é "tourinho" como aqui em casa. O Anthonie tem o direito de gostar da Ferrari, ser fã do...?

Ela olhou para o homem que aparentemente tinha sido atingido pelo seu filho, ela o conhecia. Como não o conheceria? Todavia, tinha muitas pessoas na entrada de sua sala e parecia descortês não os incluir a conversa. Charles se sentiu de certa forma privilegiado por ser o primeiro a ganhar atenção.

— Charles.

— Anthonie pode gostar de Charles. Dominique pode gostar do Hamilton e da Mercedes.

Naum podi.

Charlotte respirou fundo, em uma paciência que as mulheres presentes no recinto tinham certeza de que não teriam. E o homem que havia chegado por último, o que ninguém fazia ideia de quem se tratava, mas deixou Max vermelho como um pimentão, se moveu na direção de Violet. E a atenção de Anthonie se desviou a ele.

— Titi Jonathá? — Max retornou a ficar vermelho, as lembranças de Louise falando sobre a presença constante, a maneira como um de seus filhos estava o olhando, mesmo estando em seu colo. Existia confiança na face rosada de Anthonie.

Charlotte se ergueu com Vincent, suas pernas doendo por ter ficado tanto tempo na mesma posição. E ela retornou a se aproximar de Max, deixando os gêmeos próximos.

— E aí, garotão? — Max poderia reconsiderar a ideia de bater no outro homem, sua face entregava isso, mas a maneira como Dominique se moveu até os quatro, se colocando do lado do pai, trouxe um alívio que não conhecia.

— Tio Jonathan, vem ver o papa! — Dominique convidou de forma ingênua, puxando o estagiário de sua mãe — Esse é o papa Max, o melhor papa do mundo! — o mais velho dos filhos sorriu animado, quase dando pulinhos e Max estufou o peito — Ele é bicampeão mundial, sabia? E ele só pode se aposentar quando for tetacampeao.

— Tetracampeão. — Charlotte corrigiu o filho, ganhando um aceno.

— Isso, tetracampeão. Ele prometeu um campeonato por filho. — Domi sorriu para todos na sala antes de fazer a mãe ficar vermelha — Isso se a mamãe não engravidar de novo, ela gosta de ficar grávida.

— Dominique! — Charlotte gritou, enquanto o pessoal da sala se entregou a um coro de risos. Max sorriu para a mulher, os olhos correndo para sua barriga, um pensamento feliz cada vez que imaginava tendo mais filhos com ela... Max sempre queria mais filhos com ela.

— Papa...?

A vozinha tímida e baixa pegou todos de surpresa, junto com um corpinho miúdo e os cabelos compridos. Louise parecia uma bonequinha ao erguer a cabeça de cima do sofá, assustada com a quantidade de pessoas presentes. Procurando uma fonte de segurança.

— Papa?

A voz parecia frágil, medrosa. E Charlotte a olhou de maneira diferente, sua mente trabalhando, até olhar todos na volta e na maneira como Max se moveu para o sofá.

— O que você falou ao seu pai, Louise?

Os pilotos acabaram confusos, mesmo tendo ouvido muito bem quando Max contou no dia anterior sobre "Louise ter ligado e contado da traição". Eles pareciam ter esquecido isso.

— Que tal finalizarmos uma situação antes de entrar em outra? — Kelly chiou para a melhor amiga, ganhando a atenção de Charlotte — A mente deles não "carrega" uma memória muito boa, Lotti. Termine sua conversa com Vincent antes que ele acredite estar certo.

E ali estava uma coisa que os mais recentes chegados poderiam não entender e viriam a perguntar mais tarde. A confiança exposta entre apenas um olhar. A maneira como Charlotte e Kelly pareceram conversar com os olhos sobre as crianças. Mas, quando se mora a quase quatro anos próximas uma a outra, sendo o apoio necessário na criação daqueles pequenos serezinhos humanos, muita coisa se torna fácil.

Kelly mora na fazenda com Charlotte desde o nascimento de Penelope, acompanha dia a dia a criação dos quatro filhos de Max e teve muito auxílio da Bakker com Penelope, mesmo sendo a mais velha. Quando Kelly engravidou, Charlotte foi a única pessoa que conseguiu a acalmar. Quando entrou em trabalho de parto, Charlotte estava ao seu lado. Quando foi para o hospital e Daniil não estava presente, Charlotte estava. A confiança que uma relação assim desenvolve é muito superior a qualquer outra coisa.

— Você tem razão, Kelly. — Charlotte sorriu para ela, respirando fundo e olhando para Vincent — Você entende que agiu errado, não?

Naum. — Anthonie cruzou os braços e Daniel riu ao ver o melhor amigo representado pela pecinha.

— Como "não", filho?

— Todo mundo tem que ser tolinho.

Charlotte respirou fundo e novamente Ophelia se questionou como a mulher poderia ter paciência. Mas quando se tem filhos, uma mãe sabe que se torna um trabalho diário. Nem sempre o filho entende as coisas, ainda mais na idade dos gêmeos. Precisa trabalhar a cabecinha deles para entender que estão errados e os corrigir... Charlotte tinha adotado o método sem a violência — que segundo sua sogra era a maneira mais rápida — desde o nascimento de Dominique. Conversar exigia muito tempo e paciência, era um trabalho difícil, desgastante. Mas quando tudo se resolvia e percebia como eles compreendiam o erro e se desculpavam, algo em seu peito se enchia de orgulho.

— Eu gosto muito do Groom. — Max franziu a testa ao escutar o nome da pelúcia de Charlotte — O Groom é macio e aconchegante. Você não acha?

— Sim, sim, mama. — Anthonie bateu palminhas no colo de Max, mostrando que estava prestando atenção na conversa do irmão e da mãe. Dominique e Louise mexeram a cabeça em concordância. E até Penelope concordou no colo do padrasto.

— Então, como Groom é macio e aconchegante e eu gosto muito dele, vou jogar todos os brinquedos de vocês fora.

Naum, mama. — Vincent pediu, pensando em Jam, seu dinossauro de pelúcia.

— Por que não?

Puquê Vivi gota dos binquedo dele.

— O que você acha de ir pegar seu brinquedo favorito para mim? — Charlotte pediu ao filho, seguindo para as demais crianças — Todos vocês pegam para mim?

Louise pulou do sofá, não parecendo mais a coisinha frágil de antes. Anthonie se mexeu até ficar de pé no carpete. Charlotte reparou como Penelope olhou eles correndo. E Dominique aguardou, encarando Vincent.

— Penelope, você está com seu brinquedinho aqui? — ela confirmou — Pode buscar também. E você, Domi?

— Tô esperando o Vincent.

Ela soltou o gêmeo, vendo Dominique oferecer sua mão para o irmão. E então os quatro se voltaram para as escadas. E Violet seguiu atrás dos cinco.

— Pega o Groom. — Charlotte pediu a irmã, ganhado um positivo da Bakker. Ela suspirou, passando a mão pelo rosto, antes de sorrir para os convidados de Max — Me desculpa por isso... Não estávamos esperando visitas... Max, pode me apresentar todo mundo?

— Claro, schat! — e aquela mesma expressão abobalhada de antes voltou a face do holandês — Façam uma fila.

— Max, eles não são crianças. — Lotti beliscou a cintura do número um, mesmo que tenha visto a fila sendo feita — Vocês não precisam fazer fila.

— Logan tá faceiro, primeira vez que é pole em alguma coisa. — Pierre debochou do americano ao vê-lo sendo o primeiro.

— As vezes eu entendo o porquê de comentarem que você calado é um poeta nas suas fotos. — Ophelia, irmã de Oscar, declarou para o francês, sorrindo para Logan.

Oscar intercalou os olhos entre os três, encarando Amélia ao vê-la sorrir com a fala de sua irmã. E então se voltou para sua namorada, como quem queria saber se ela viu o mesmo que ele, apenas para a encontrar digitando sem parar no aparelho celular.

As apresentações do grupo mais velho foi engraçada, porque Max só conhecia Oscar e Logan, ficando sem saber o que dizer com Lily, Amélia e Ophelia, deixando Amélia assumir o controle ao comentar sobre ter achado as crianças lindas, o que fez Charlotte se apaixonar de forma automática por elas.

Kelly e Isa que conheciam Charlotte a mais tempo, encararam a aproximação das garotas com a Bakker com um sorriso. Era confuso de explicar como Charlotte deveria ter mais intimidade com aquelas três a elas, devido a idade. O fato de Charlotte ter engravidado muito jovem a fez pular muitos estágios de vida, porque quando as duas a conheceram, Charlotte estava pronta para embarcar em uma nova fase de vida, se descobrir... Mas acabou se colocando em segundo plano e tornando a gravidez — Dominique — como centro de seu universo.

— Esse é o...

— George Russell. — Charlotte interrompeu Max ao ver o piloto britânico, um sorriso grande na face — Max ficou três horas no telefone reclamando de você no sábado.

E não foi difícil para George se recordar do último acontecimento na corrida sprint no sábado, quando de "forma acidental" seu carro tocou com o de Max e abriu a lataria do RB19.

— Espero que não tenha ficado entediada.

— Nada comparado a 2021. — Charlotte inclinou o corpo para perto do britânico, sussurrando para Max não escutar — Secretamente, eu achei que ele pudesse ter se apaixonado pelo seu colega de equipe na época.

George deitou a cabeça para o lado de Carmen, rindo contra o ombro da namorada. E Max questionou o que a mãe de seus filhos falou, ganhando uma piscadela de Charlotte.

— Schat...?

— Nem uma mentira, eu juro. — e ela piscou novamente. E existia algo na maneira como aquilo estava acontecendo, em como Charlotte parecia leve, mesmo estando em uma situação nova, que o deixava com a impressão de que estava tudo voltando ao normal. Aquela era a sua mulher, mãe dos seus filhos, a pessoa que era dona dele.

— Essa é a minha namorada. — George apresentou — Carmen.

— E eu o escuto falar do seu marido por horas no telefone. — a Mundt confidenciou. Max encarou com expectativa o perfil de Charlotte.

— Será que é uma mania de piloto?

— Se for, Pierre também tem. — Kika comentou, dando um passo a frente — Sou a Franscisca.

— Eu tenho uma revista com fotos sua. — Charlotte contou, sorrindo para a portuguesa — Não é, Kelly?

— Se Domi não cortou a cara dela por uma letra que está na página seguinte, tem.

— Não o leve a mal. — Charlotte tocou o braço da portuguesa — A escola de Dominique gosta de fazer trabalhos com colagem e ele tá com seis anos né? E eu a recém estou o deixando pegar a tesoura, as pessoas costumam dizer que ele poderia desde os quatro anos, mas eu preferia cortar a entregar uma tesoura a ele.

Kika não fazia ideia do que ela estava falando, mas concordou como se soubesse. Kelly e Isa sorriram novamente, porque aquela era a Charlotte, enfiando as crianças em todas suas conversas.

— Esse é o Pierre, meu namorado.

— Praze...

— Eu já te conheço. — Charlotte sorriu ao interromper o francês, o vendo confuso — Você nos interrompeu em 2019.

Pierre piscou os olhos, antes de os arregalar, lembrando de quando teve a brilhante ideia de ir falar com Max depois da corrida na Bélgica, abrindo a porta para dar um apoio depois do holandês não ter conseguido concluir a corrida e o encontrando no meio de um momento íntimo com alguém.

— Era você? — Pierre levou a mão até a boca, parecendo chocado.

— Depende, você só o interrompeu uma vez naquele ano ou teve mais?

Charlotte tinha uma feição seria ao questionar e Max sorriu ao perceber a centelha de ciúmes na sua cara. E ele ousou encostar na cintura da belga. A Bakker percebeu muito bem como ele estava se aproveitando da situação.

— Nós achávamos que ele era encalhado até ontem. — Albon confessou e Charlotte não foi nem um pouco discreta ao gargalhar. Max olhou feio para o piloto da Williams.

— Não é engraçado, schat! — Max apertou a mulher, a trazendo para perto e tentando abafar o som de sua risada contra seu peito, sentindo as bochechas quentes, sorrindo ao provocar — Eles ficavam me empurrando mulher.

— Como é? — ela estava séria novamente e ele sorriu vitorioso.

— Preocupada com seu homem, schat?

— Vá a merda, Verstappen! — o empurrou, se desencostando dele.

Carlos percebeu o leve sorriso ainda, o que o fez sorrir. Carlos e Charlotte haviam desenvolvido uma relação durante os últimos anos. Talvez fruto do amor que o pai do número cinquenta e cinco adquiriu desde o GP da Espanha em 2016 pela castanha. E era importante para o espanhol ver que aquela Charlotte animada e brincalhona de antes dos gêmeos nascer ainda existia e estava voltando a aparecer, mesmo que quase dois anos depois.

Alex Albon, Lily Muni, Valtteri Bottas, Esteban Ocon e Lance Stroll se apresentaram de maneira apressada. Lance conseguindo um pequeno agradecimento a mais de Max por ter emprestado seu jato para estarem todos presentes. Charlotte comentando que não sabia jogar Golf a Lily e a fazendo prometer um dia de aula ao falar que tinham um campo de Golf na propriedade.

— Se não sabe jogar, por que tem um campo de Golf? — a jogadora profissional questionou, ganhando um dar de ombros.

— O abuelo gosta de jogar, então quando ele nos visita com a Reyes, eu fico sentada com as crianças, enquanto ele ensina Dominique.

— Abuelo...? — Lando a incentivou.

— O pai do Carlos. — ela apontou para o espanhol — Meus filhos chamam ele de "abuelo" e acabamos todos o chamando.

Lando olhou para Carlos, porque ele tinha sido colega de equipe do espanhol, ele havia participado de festas da família e, mesmo assim, nunca tinha ouvido falar de Charlotte. Se bem que as vezes Carlos Sênior comentava algo sobre crianças, mas ele achava que era sobre as crianças dos vizinhos. Será que era sobre as crianças de Max?

— E ele cita muito você. — Charlotte admitia que sempre muita curiosidade sobre Lando Norris. Os três Carlos sempre falavam sobre o britânico com animação e até Max sempre pareceu feliz ao comentar os resultados do número quatro.

— Engraçado que eu nunca soube de vocês.

— Não os levem a mal. — ela tocou o braço do britânico — Eu... — olhou para Kelly e Isa, vendo Carlos próximo a elas fazer um positivo, a fazendo rolar os olhos antes de continuar — Sei que parece que estou calma falando com vocês, mas por dentro estou uma enorme pilha de nervos. — mordeu os lábios, piscando mais vezes que o necessário — Juro que só estou conseguindo aparentar tanta calma, porque minha rede de apoio está aqui.

Ela torceu os lábios, porque realmente estava sendo difícil para ela lidar com a presença de tantas pessoas na sua casa. Charlotte conseguia sentir as mãos suadas, as roupas grudadas a sua pele e o coração acelerado.

— Você não precisa ficar nervosa, criança. — talvez fosse o fato da voz de Fernando Alonso ainda ter um pouco do sotaque espanhol, mas Charlotte sorriu, como se fosse a segurança do Carlos Sênior falando com ela — Não somos nenhum bicho de sete cabeças.

— Max sempre quis trazer vocês aqui.

— E você?

— Max sempre quis.

— Sim, seu marido sempre quis nos trazer aqui. — Fernando parecia falar com ela tal como ela estava com as crianças, tentando transmitir calma — Mas você queria que viessemos aqui? Não é errado não nos querer aqui, podemos embarcar para ir embora se quiser.

— Não. — ela levou a mão para trás, tocando a de Max, queria a segurança de que ele estava com ela ainda — Eu...

— Ik ben hier, schat. Ik ga nooit weg.

Estou aqui, querida. Eu nunca vou embora. Max deu um passo a frente, a mão ainda entrelaçada a da belga, a outra assumindo a lateral de seu corpo. E Charlotte puxou o ar, respirando com segurança. Era tão estranho pensar como ficou depois do nascimento dos gêmeos. Ela tinha prometido a Max que depois que eles nascessem, ele poderia os apresentar a mídia. Mas, então, tudo aconteceu e seu medo com os paparazzi's e jornalistas surgiu e agora ela estava com medo de ter uma crise de pânico com a presença dos colegas de Max na casa deles.

— Você quer que vamos embora? — Fernando não pareceu nem um pouco magoado ao perguntar, os anos de vida o mostravam como em algumas situações as pessoas precisavam de espaço para discernir tudo.

— Não, eu... — Charlotte passou a língua pelos lábios, os olhos aguando antes de conseguir falar — Gosto que estejam aqui.

— ¡Buena niña! — Fernando declarou, a fazendo sorrir ao escorar seu corpo ao de Max.

Carlos estalou a língua ao lado de Isabel, Kelly e Daniel.

— Meu pai vai querer matar o Fernando se ele se aproximar demais de Charlotte.

E Kelly riu, porque conhecia o Carlos Sênior e sabia o quão protetor o tetracampeão de rali poderia ser com a Bakker. O fato de Charlotte ter passado os últimos meses da gravidez de Dominique na Espanha influenciaram muito.

— Próximo. — Max pediu assim que Fernando se afastou, vendo o monegasco com um sorriso maior que a cara quase — O Charles, schat.

— Prazer te conhecer! — Charles foi um pouco expansivo, abraçando a castanha, a pegando de surpresa — Agora entendemos o porquê dele ir com tanto sangue nos olhos para as corridas, eu também iria querer terminar tudo logo para voltar em casa se tivesse você me esperando.

E Charlotte ficou corada, fazendo Max olhar para os dois, quase rosnando na direção do monegasco ao puxar a mulher para ficar mais junto de si. Os presentes perceberam, precisando disfarçar a risada.

— Obrigada, eu acho. — ela sorriu para Charles, envergonhada.

— Sério! Você é muito bonita!

Talvez Charles estivesse fazendo aquilo só para incomodar Max... E estava dando certo.

— Okay! Charlotte é linda e ela sabe disso, porque o homem dela já diz isso para ela todo dia, Leclerc. — Max falou de maneira séria — Porque ela já tem homem e não iria querer um monegasco, ela gosta de holandeses, um holandês, eu... Então vai para junto com os outros sabendo que não vai vir na próxima visita.

— Max...! — ela chamou sua atenção.

— Schat, acredite em mim, não dá para dar intimidade para esse tipo de pessoa. — ele abraçou ela por trás — Confia no seu homem.

— Você não é meu homem.

— E você não está arrepiada desde que te abracei, schat. — Ele sussurrou contra o ouvido dela, sem se importar com o fato de todos ainda estarem na sala, sorrindo ao ver o último dos seus convidados — E esse é o...

— Nós já nos conhecemos. — para a surpresa de todos, não foi Charlotte quem falou como anteriormente com Pierre, mas Lewis.

— Tudo bem, Lewis?

— Acho que mentiu nos últimos anos ao dizer que Dominique era meu fã. — o Hamilton sorriu para ela ao dar os passos que faltava para se aproximar — Ele passou por mim, como se eu não fosse nada.

— Juro que ele está apenas nervoso. — e ela saiu dos braços do Verstappen e tomou a atitude de abraçar o heptacampeão.

— E você tinha razão ao dizer que ele era a cara do pai... — Lewis sorriu para ela — Só esqueceu de me dizer que o pai dele era o Verstappen.

— O que está acontecendo? — Max finalmente conseguiu conectar seus pensamentos, o queixo caído pela primeira vez, trazendo algum tipo de vitoria interna aos demais que foram pegos de surpresa.

— Em toda corrida que vou, trago algo dele para Dominique. — Charlotte encolheu os ombros e Max lembrou dos objetos de colecionador, os bonés da Mercedes assinados e tudo relacionado a Lewis Hamilton que compunha o quarto de Dominique — Não achou mesmo que eu compraria tudo aquilo né?

— Você tá brincando comigo.

Charlotte sorriu e foi como ver Louise o fazendo. E Max acabou sorrindo, porque aquela era a sua mulher. A mulher pela qual era apaixonado desde o dia que ela o ajudou. E ela finalmente parecia aquela mulher.

— Mama! — o grito infantil fez Charlotte esquecer qualquer coisa que estava fazendo, correndo para o andar de cima, reparando na demora deles.

Seria uma coisa engraçada se fosse com os filhos dos outros, mas o problema era que eram os dela. Então, entrar no quarto que era dos gêmeos — mesmo eles dormindo na cama dela toda noite — e os encontrar se batendo não era agradável.

— O que tá acontecendo aqui?

Sua voz fez os dois se assustar e Vincent — que estava por cima — soltou Anthonie, olhando com os olhos arregalados para sua mãe, antes de pegar seu dinossauro de pelúcia e correr para a porta.

— Papa! — Vincent gritou, fugindo da mãe, antes que ela o colocasse sentado e o proibisse de olhar TV no seu pouco tempo.

Max correu para as escadas e foi engraçado como todos se colocaram atrás dele, apenas para ver Vincent descendo degrau por degrau, uma mãozinha na parede e a outra agarrada a seu bruchinho de pelúcia. O engraçado era que ele não estava correndo nas escadas, ou se apressando, descia devagar.

— Eles tem medo de escadas. — Daniel contou aos outros de forma baixa para que a criança não escutasse — Charlotte uma vez fez uma boneca rolar escada abaixo, sem querer a boneca quebrou o nariz e ela usou isso para assustar eles, dizendo que iam ficar sem nariz se fizessem também. O engraçado era que ela só ia fingir que a boneca machucou o pé, mas o universo fez a boneca perder o nariz.

Os presentes não sabiam se riam ou não. E foi engraçado como Vincent chegou ao quarto degrau, uma altura que estava perto o suficiente do seu pai, espichando os braços e um biquinho nos lábios.

— Mama coloca nenê do papa catigo.

— Sua mãe vai te colocar de castigo por quê?

— Porque ele tava batendo no irmão. — Charlotte avisou lá de cima, Anthonie no colo. Louise abanou a mão, como se fosse uma princesa, pegando a mãozinha de Penelope e começando a descer. Dominique venho atrás com Violet.

— Você tava batendo no Anthonie? — Vincent sorriu balançando a cabeça.

Nenê ganho.

— Ah! — Max acabou soltando uma risada ao escutar o filho — Você ganhou?

— Sim.

Ele parecia orgulhoso de si ao concordar. E Charlotte chegou no pé das escadas.

— Todo mundo sentado.

Ela estava se dirigindo às crianças, mas todos obedeceram. A sala era grande, o sofá bem espaçoso. Porém, o "todo mundo" poderia ser interpretado de forma geral, se ela quisesse se dirigir às crianças, deveria ter dito algo como "As crianças sentadas agora" e não "todo mundo". Pois, de repente, todo mundo mesmo estava espalhado pela sala, no sofá, no carpete e no tapete.

Charlotte piscou, meio surpresa com a ação, antes de escolher deixar de lado e ir até onde Max estava com o outro gêmeo. Ela se sentou no chão, ao lado do pai de seus filhos, vendo as crianças se reunir como se fossem fazer alguma brincadeira. E ela sentia a pressão de tantos olhos em cima de si.

— Vamos terminar nosso assunto de antes, depois falar sobre sua briga com seu irmão, ok?

— Tá. — Vincent mexeu a mãozinha, como se não ligasse.

— Vincent, você sabe que seu irmão pode torcer para a equipe e o piloto que quiser né?

Naum, taidor.

Não, Vincent. — ela respirou fundo — Ele não está sendo um traidor por torcer pelo Charles.

Taidor. — o dedinho gordinho apontou para Anthonie e depois para Dominique — E taidor.

— Vocês podem colocar o brinquedo que escolheram aqui? — Charlotte pediu aos demais, e Vincent colocou de forma relutante o seu dinossauro junto.

Dominique, confirmando as palavras de Charlotte e para a alegria de Lewis tinha colocado um funko do número quarenta e quatro. Louise arrumou com delicadeza a sua boneca, ao lado da pelúcia de Penelope, largando os brinquedos da "hora do chá". Anthonie tinha o boneco Wood, o colocando atrás de uma xícara e sorrindo para a irmã e a Pen. E Vincent tinha Jam, o dinossauro de pelúcia que pegou amor desde quando nasceu.

— Não esqueçam o Groom. — Violet entregou a pelúcia de leão para a irmã.

— Vocês sabiam que o Groom é a pelúcia mais especial da mamãe? — ela perguntar as crianças, sorrindo para Penelope, a vendo olhar do bruchinho para Kelly — Groom é como o "Honey badger" que o tio Danny deu a sua mãe, querida.

— Especial?

— Especial.

Penelope concordou, como se tivesse entendido.

— O Groom é muito especial para mim. — ela espichou a palavra "muito" dando ênfase para as crianças, recebendo acenos positivos — Então, como ele é muito especial para mim, vocês não podem gostar dos brinquedos de vocês.

— Por quê? — perguntaram juntos.

— Porque ele é especial para mim.

Naum é justo! — Vincent declarou, puxando Jam para perto de si, e dando a língua para a mãe — Jam especial para Vivi.

— Mas o Groom é especial para mim. — Charlotte declarou séria ao filho — E se ele é especial para mim, precisa ser especial para vocês.

— Mas eu gosto do meu. — Domi sussurrou baixo.

— Gostamos da "hora do chá". — as meninas falaram juntas.

— Meu Wood. — Anthonie abraçou o seu também.

Charlotte sentiu o peito apertar ao ver os olhinhos dos cinco cheios de lágrimas, como se ela fosse capaz de colocar os brinquedos fora mesmo. A Bakker olhou para cima, Kelly concordando, entendendo o que ela estava fazendo.

— Certo. O que vocês acham que tenho que fazer então?

— A mama sempre diz que cada um pode gostar do que quiser, mama. — Domi comentou baixinho, com medo de estar errado.

— Mama pode gostar de Groom, Loulou da "hora do chá". — Louise falou, parecendo mais uma pergunta.

— O que vocês acham?

— Hora do chá da baby P. — Penelope se abraçou a Louise, elas eram bonitinhas juntas.

— Groom da mama e Wood do Nini.

— O que você acha, Vincent?

O bebê mais briguento abraçou o seu dinossauro, vendo os irmãos com seus brinquedos e Penelope. Todos olharam com expectativa para Vincent.

— Você acha que cada um pode gostar do que quiser também?

Xim.

— Levando em consideração isso. Você acha que seus irmãos podem gostar de outras equipes e pilotos?

Naum.

Um suspiro coletivo.

— Por quê?

Puquê o papai é dos torinhos.

— Mas o seu irmão gostar do Charles não muda o fato de ele amar o seu pai. — Charlotte passou a mão pelo rostinho arredondado do Vincent — Seu papa é seu papa, independente da equipe que tiver ou número que usar, meu amor.

— Mas o papa pode naum gostar.

— Você não gosta, papa? — Dominique parecia nervoso, soltando o funko do Lewis com os olhos arregalados. Louise chutou o funko para longe, como se fosse uma ofensa estar perto dela. Anthonie, como sempre, já tinha ido chorar no colo de Charlotte dizendo que amava o pai.

— Você não preferindo eles a mim, não me importo. — ele deu de ombros, vendo as crianças o olhando confuso — Não, não me importo.

E as crias pularam em cima de Max, quase esmagando Vincent, que estava em seu colo. E até Penelope se atirou, causando um pequeno ciúmes em Daniel, que a puxou do montinho e a abraçou apertado.

— Você tem que gostar de mim, não dele.

— Gostar do titio Danny? — a moreninha de Kelly perguntou.

— Isso. Você só pode gostar do tio Danny.

— Mas eu não gosto do titio Danny. — ela olhou para a mãe dela, antes de sorrir banguela ao australiano — Baby P ama o titio Danny!

Kelly respirou aliviada.

— Aí, amiga. — Isa fingiu mexer em sua cabeça — Sua alma bateu em mim, quando voltou pro seu corpo.

— Idiota! — Kelly brigou com a loira.

— Não, titi Kelly. — Vincent olhou bravo para ela — Feio chama pessoa de idiota!

Charlotte parabenizou o mais novo com um beijo na bochecha. O chamando de "bom garoto" e eles acabaram rindo com a crise Max dizendo que ele era o bom garoto dela, antes das crianças, fazendo Dominique, Vincent e Anthonie o olhar irritado. Mais tarde, quando todos estavam mais calmos e o momento passou, Charlotte acabou levando Max e Jonathan — no qual estava deslumbrado com todos — a cozinha.

— Max, esse é o garoto que te falei. — ela apertou os dedos do holandês entre os seus — O menino que precisava fazer um estágio para a faculdade e acabou me contatando.

Charlotte não era uma grande arquiteta, ou tinha um nome conhecido na cidade. Mas assumia um serviço aqui, outro lá. E sempre apresentou muito bons resultados e sua página era bem quista com quem tinha a contratado. E Jonathan estava no seu quinto semestre de arquitetura, precisava de um dinheiro extra para ajudar em casa e conhecia Violet da faculdade. Uma coisa levou a outra.

— Jonathan, esse é o Max, o...

— Marido dela. — Max segurou a mão do garoto, apertando muito mais que o necessário, fazendo o menino arregalar os olhos — Prazer te conhecer.

— O prazer é meu. — a voz foi afinando conforme sentia os dedos ficando dormente. Jonathan poderia muito bem comparar o aperto a uma porta sendo fechada em sua mão.

— Ótimo! Já nos conhecemos, pode voltar para a sala, preciso falar com a minha mulher. — Max declarou, o dedo apontando para a porta — Pode ir! Cho! Cho! Cho!

— Max! — Charlotte bateu com a mão no braço do piloto, o rosto vermelho.

— Violência não é a solução, schat. — Ele sorriu espertinho, parecendo os meninos a ela, antes de se aproximar — Não foi tão ruim né?

— O que?

— Eles conhecerem vocês.

Charlotte desviou os olhos, mordendo os lábios.

—  Eles são meus amigos, Lotti.

— Achei que o combinado era só trazer os padrinhos das crianças para nossa casa.

O piloto tentou não sorrir com a sua inclusão na casa. Charlotte vinha chamando a casa de sua para tudo que era lado em qualquer oportunidade, mas chamado de nossa ali, naquele instante. Ele tinha voltado a ser um morador. Estava evoluindo. Não existia tanta raiva no corpo feminino.

— Eles são tão meus amigos quanto Martin, Carlos ou Daniel.

Ela olhou para a porta, considerando as palavras do holandes, antes de voltar os olhos para ele. Max sorriu, animado por receber sua atenção.

— Charles Leclerc era o piloto do "incidente", Lewis Hamilton era o "vossa majestade". Pierre Gasly era o "galã de merda" desde o dia que ele nos pegou no seu motorhome, George Russell era o "britinha", Alexander Albon era o... Não lembro o nome que você colocava nele, nem dos outros, mas você pegou o que quis dizer.

— Você fez um resumo muito bom deles, até começar a esquecer.

— Tive tempo de pensar enquanto discernia a chegada de quase todo o grid na minha casa juntamente com suas namoradas e ainda ensinava nossos filhos.

— Eu deveria ter avisado.

— Deveria mesmo.

— Mas, em minha defesa, você desligou o telefone na minha cara.

— Eu estava no meio de uma reunião, consegui encaixa-la certinho para logo o fim da sua corrida, Max. Mesmo que o cliente sendo um embuste que não respeita domingos. Quase morri de preocupação quando bateu.

— Ficou preocupada comigo? — ele sorriu igual aos meninos ao ganhar um presente. 

Charlotte rolou os olhos. Claro que Max se fixaria mais ao final do seu discurso do que ao fato de ter um cliente chato para atender depois da corrida.

— Quem ia pagar os luxos dessa casa gigante que você nos colocou, além dos mimos das suas crias?

— Nossas crias, mijn schat.

Max arrumou a postura. Ele viu a maneira como ela engoliu em seco. Não havia usado o apelido com o pronome possessivo ainda, sabia do poder que tinha em mãos e precisava ser estratégico. Charlotte dizia não gostar do "minha querida", mas sempre relaxava a expressão ou sorria ao ser chamada. Ele a conhecia bem, sete anos juntos não eram como sete dias. Ela gostava de ser dele. Assim como ele gostava de ser dela.

— Não me vem com esse apelido, Max. Ainda estou brava com você. — ele se aproximou, pé por pé, tinha que ser mais lento nessa parte.

— Apenas queria que eles conhecem nossas crianças. São meus amigos. Queria compartilhar minha maior conquista com eles.

— Trouxe ao lugar errado então, porque seu troféu de bi-campeão mundial fica no apartamento em Mônaco.

— Vocês são minha maior conquista. — Max a pegou de surpresa, ele vivia expressando seu amor por eles, falando antes de ir trabalhar ou coisa do tipo, mas, dessa vez, ele estava a frente dela, declarando que eram a maior conquista sua — São minha família.

Charlotte piscou os olhos, incapaz de conseguir formar uma frase decente, vendo o piloto se aproximar o que podia de seu corpo do dela. A mão do holandês arrumou uma de suas mechas castanhas atrás da orelha, liberando sua face. E ela sentia vontade de dar um passo para trás, ao mesmo tempo que queria se atirar nos braços dele.

— Queria que eles conhecessem vocês.

— Pierre e Alex já me conheciam, só não lembravam de mim... Então não precisava ter trazido eles junto... Só aqueles que ainda não me conheciam e...

Max concordou, deixando os dedos escorrerem para a nuca da castanha. Charlotte o encarava nos olhos, ela sabia muito bem o que ele estava fazendo. Max tinha o peito acelerado.

— Pierre nem devia ter vindo.

— 2019 ainda é um terror a você é?

— Ele quase te viu pelada.

— Ele não sabia que estava com você, cheguei com Kelly e... Essa sempre era a ideia, não os deixar saberem que era a...

— Minha mulher.

— A mãe dos seus filhos. — ela o corrigiu, o vendo tirar a mesma mecha de frente de seus olhos novamente.

— Minha mulher.

— Max...

— Eu estou com saudades de você, schat. — declarou sem se conter, os dedos acariciando o couro cabeludo antes de puxar os fios e fazer a cabeça da mulher cair para trás, os lábios se abrindo — Muita saudade de você.

— É?

— Sim. — ele baixou o rosto, o nariz encostando no dela, os olhos conectados aos castanhos — Está com saudades de mim?

Max não a espera o responder, tocando a boca com a da mulher, muito mais suave do que ela esperava. Talvez mais suave do que ela precisa. E Charlotte o puxou para si, porque ela estava morrendo de saudades do seu Max. Não Maxie como aquela mulher de anos atrás ou qualquer outra o chamavam na sua frente durante esses anos, mas o seu Max. E então ele aprofundou o beijo, o deixando quente e molhado, puxando os cabelos castanhos da mulher e empurrando seu corpo contra a bancada, fazendo a bunda de Charlotte se bater no móvel. E ela mal conseguia o acompanhar.

— Me diga que estava com saudades, mijn schat.

Ele pediu ao partir o beijo. E Charlotte tentou levar a boca até a dele novamente, a perda abrupta a dá a sensação de que ele poderia a deixar. E ela quer que ele fique. E ele tem os olhos brilhosos, um aspecto presunçoso ao perceber que ela sente o mesmo que ele.

Charlotte leva a mão entre os dois, pegando o queixo do loiro, antes de inclinar o corpo, ficando na ponta dos pés para tocar os lábios. Max não fecha os olhos, nem ela. Ambos se olhando, muito mais quente que o normal. E ele a desafia a dizer que não era mais sua mulher com os olhos.

— Charlotte, eu estou pensando em ir na cidade e pegar umas bebidas para hoje de noite. — Kelly a avisou, sem se importar com o fato dos dois estarem pressionados no balcão em um momento delicado — Como todos vão ficar, acho que podemos comemorar, não é mesmo?

— Estamos ocupados. — Max chiou para a comadre, os olhos ainda fixos na castanha.

— Violet disse que vai pegar seu carro para buscar Martin no aeroporto, ele venho de avião comercial. — Kelly continuou, abrindo os armários da cozinha — Temos poucas bebidas alcoólicas nessa casa, Lotti. Já fomos melhores.

— Nós vamos beber? — e Charlotte empurrou o piloto, e ele nem pode se sentir decepcionado, porque sabia que aconteceria assim que alguém os interrompesse.

— Vamos!

— Mas eu não bebo a mais de dois anos.

— Mas hoje você vai e vai ficar longe de Max. — Isa falou entrando na cozinha, vendo Kelly anotando coisas — Está fazendo a lista para o mercado?

— Sim.

— Por que ela vai ficar longe de mim? — Max perguntou as duas, vendo as mulheres erguer os olhos como quem perguntava se ele estava falando sério.

— Max, na última vez que a Charlotte bebeu, você engravidou ela. Não de um bebê, mas vários. — Isa suspirou — Não temos dinheiro suficiente para ser madrinha de mais uma criança.

— Isso não é verdade. — Charlotte falou.

— Sobre Isa não ter dinheiro para mais um afilhado?

— Não, sobre eu ter engravidado.

— Charlotte, você bebeu três drinks que pareciam um suco de tão fraco, caiu no chão e quase transou com o Max na jacuzzi.

Max riu, lembrando da noite em si, ganhando uma olhada nada boa da mulher. Ele ficou sério.

— Se eu "quase" transei com ele, então não transei, ou seja, não fiz filho nenhum.

— Sim, porque Daniel mandou vocês subirem e depois só ouvimos risos vindo do quarto de vocês. — Kelly cruzou os braços.

— E até onde sabemos, Max não é nenhum palhaço para te fazer rir tanto.

— Eu posso ser uma pessoa muito engraçada. — Max falou baixo, um sorriso malicioso na boca.

— Sim, uma das suas gracinhas só sabe chorar e a outra soca as bolas dos seus amigos. — Kelly falou, fazendo Isabel rir ao imaginar a cena.

— Sério, vocês dois. — Isa enxugou os olhos — Eu não sei o que acontece com vocês, se é algum tipo de alinhamento da lua ou o que quer se seja, mas toda vez que a cria menor está ou vai fazer dois anos, a Charlotte engravida. É quase como se os ovários dela soubessem e gritasse para os espermatozoides do Max: "Vem me fecunda, vem me fecunda".

Os quatro acabaram rindo com a última parte.

— O que é "fecunda"?

A voz infantil os assustou, levando os olhos para a porta, onde Dominique estava parado com o funko do Lewis Hamilton no meio dos braços. Depois do chute que Louise deu no boneco, ele bateu na parede e a cabeça se desligou do corpo, fazendo Charlotte precisar grudar com fita de volta, enquanto Dominique chorava que era o seu preferido. Lewis passou uma hora com ele no colo para parar de chorar.

Eu particularmente gostei desse capítulo

Foi uma coisa mais familiar

Vocês conheceram mais da família

Viram como eles são

Vão acabar descobrindo o que aconteceu no nascimento dos gêmeos daqui a pouco

Charlotte sendo um docinho

Eu achei um bom capítulo

Mas o que vocês acharam?

Espero que tenham gostado

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