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0.6

29 DE MARÇO DE 2016

Eu estava pensando
O que você acha de conhecer o Carlos?

Era nove da noite, consideravelmente tarde e Charlotte tinha perdido o ônibus de volta para casa, o que a deu tempo para ficar mexendo no celular. A universidade ficava aberta até tarde, o que a ajudava. A parada ficava na frente e como estava de noite, conseguia ver as luzes do ônibus assim que despontasse. Então, ela estava trocando mensagens com o número trinta e três da Toro Rosso.

Carlos seu colega de equipe?

Isso
O que você acha?
No intervalo entre Bahrein e Suzuka

Por quê?

Eu conheço sua melhor amiga

Por falar em Alana
Preciso te contar algo

O que foi?
Eu não vou levar Alana para China
Não gosto dela
Principalmente depois daquele comentário ridículo sobre você

Não sei o porque de ter ficado chateado
Nem foi sobre você que ela falou

Ela falou de você
O que é pior

Isso foi fofo, Max

Sempre por você, schat

A mulher nunca admitiria que aquilo arrancou um sorriso de seu rosto, principalmente porque ela nem deveria estar mexendo no celular. Mas, era meio difícil conseguir conciliar seu horário com o do loiro... E ela gostava de conversar com ele, mesmo que fosse uns comentários nada a ver sobre Fórmula 1, no qual não entendia nada e precisava de explicação a cara frase. Max já estava poupando tempo, falando as coisas e escrevendo o que era abaixo.

Eu estou pensando em começar a fazer algum exercício
Alana não estava de todo modo errada

Garanto que sua bunda não está mole, schat
Eu a olhei de perto no último fim de semana
E ela está perfeita
Principalmente para mim
O que é o que importa
Porque é toda minha

E esse é você indo com calma?

Max riu ao ler a mensagem, o corpo cansado em cima do colchão. Teoricamente era para estar fazendo seu jantar, mas se sentia cansado demais para o fazer, então apenas estava atirado na sua cama, conversando com sua garota e esperando o sono chegar. Sua barriga não roncava, o que era bom. E Charlotte o entretia quanto as demais coisas.

Você quer que eu vá com calma, schat?
Aposto que está sorrindo

A morena apertou os lábios na mesma hora, se recriminando por estar sendo tão idiota, vendo o movimento aumentar na recepção assim que mais uma turma parece ter chegado ao fina do dia. Entre eles, vinha Florence com o braço caído sobre os ombros de uma garota.

Estou certo, schat?

Talvez...

O que iria me falar de Alana?
É sobre fazer exercício?
Porque eu sinceramente acho que não precisa mesmo, schat
Alana só está com inveja
Porque além de mais bonita, tem um corpo mais bonito que o dela

Pare de fomentar uma rivalidade feminina

Quem começou foi ela

Se ela não tivesse dito aquilo
Não teríamos dormido juntos

Opa!
Abençoada seja Alana Thompson
Então

Meu Deus, Max
Hahahahahh
Isso foi péssimo

Não confio em quem ri
Hahaahaha
Mas em você confio

Charlotte negou, bloqueando o celular quando o corpo masculino caiu ao seu lado. Florence, de alguma forma, tinha decidido que eles eram amigos agora. E isso significava sentar juntos no ônibus, na lanchonete da faculdade, ou em qualquer espaço que a mulher estivesse sozinha. Ele se recusava a ficar perto de Alana desde o dia anterior.

— Nós vamos sair hoje. Quer ir?

— É terça-feira.

— E daí?

— Temos aula amanhã, Florence.

— Preciso te lembrar que ontem parecia uma morta viva pelos corredores?

— É diferente.

— Se for por causa que dormiu com alguém e por isso aceitou ir dormir tarde, mesmo tendo aula no dia seguinte, podemos resolver isso.

Charlotte suspirou, um olhar claro de quem não tinha gostado da insinuação.

— Tá bom. — ele ergueu as maos — Você vai na próxima.

— Obrigada.

Florence sorriu para a morena.

— Perdeu o ônibus?

— Não, gosto de ficar aqui olhando para a parede e aguardando o próximo vir.

— Alguém está afiada hoje.

Ela rolou os olhos. Ouvindo quando um dos amigos de Florence e a garota que estava junto a ele até alguns instantes o chamaram.

— Eu não vou mais. — ele avisou ao grupo, ganhando quase automaticamente uma pergunta do porquê — Vou levar a mocinha para casa.

Os amigos dele sorriram maliciosos, enquanto a menina negou, se virando de costas e seguindo para longe.

— Qual é a sua?

— Não vou te deixar sozinha de noite.

Florence sorriu sem mostrar os dentes, e os dois viram quando as luzes do ônibus iluminaram o início da rua.

— Bora!

Florence agarrou a mochila preta de Charlotte, correndo a frente da mulher. Bakker riu ao acompanhá-lo, o vendo com o braço espichado a muitos metros de distância da calçada, como se o motorista não fosse ver dois jovens correndo a parada.

Florence se sentou nos bancos da frente vazios, largando a mochila da mulher nos pés, dificultando para que ela se sentasse no banco da janela.

— Por que não senta na janela?

— Corredor é mais seguro do que a janela.

Charlotte o analisou, aguardando que explicasse melhor, apenas para ouvir o silêncio, ante aos passos de mais pessoas embarcando. Ela nem ao menos tinha reparado que havia mais pessoas aguardando. E o seu celular vibrou com mais uma mensagem.

Schat
Ainda está aí?
Onde está afinal?
Já está em casa né?

Estou aqui
Apesar de não ter certeza por quanto tempo meu celular vai pegar
Acabei de entrar no ônibus

Por que está saindo tão tarde?
Você está bem?
Alguém vai te encontrar?
Quer que eu mande um carro te buscar?

Como faria isso sendo que não está em Maaseik?
E eu perdi o primeiro ônibus
Um colega meu pediu ajuda e eu me atrasei
E estou bem
Fora que estou acompanhada

Max sentiu como se alguém estivesse o sufocando ao ler a última mensagem. Como assim Charlotte estava com alguém? Quem estava a acompanhando? Era uma de suas amigas? Era algum interesse amoroso? Charlotte tinha alguém na faculdade? Por isso que tinha aceitado o conhecer e não cobrado nada? O que estava acontecendo? O piloto respirou fundo, tentando manter a calma e parecer casual em suas mensagens seguintes.

Eu tenho o número de um taxista de segurança
É com quem falo quando surge emergência
Ou Victoria precisa de ajuda
Posso mandar a você
Assim não precisa fazer a pessoa desviar o caminho

Que a pessoa que esteja a acompanhando seja uma mulher. Que seja uma mulher. Que seja uma mulher. Que Charlotte goste dele e não olhe para ninguém além dele. Que isso não passe de uma brincadeira. Max seguiu com sua pequena oração estranha.

— Você ainda fala com ele?

Florence parecia surpreso ao ler as mensagens. Charlotte tinha o perguntado se o acompanhar dele se expandia até a levar em casa ou poderia aceitar a oferta de Max. Talvez ela quisesse que o Bilard a falasse para aceitar, pois estava realmente cansada e não custava nada aceitar a boa vontade de Max. Seus pés estavam a matando.

— Por que não falaria mais?

Florence a encarou, o rosto quase perdido na pouca iluminação vinda da frente do ônibus.

— Achei que fosse querer ser mais do que a 02 de um piloto.

Aquilo a pegou de surpresa, o modo como Florence parecia sincero ao falar aquilo, um sorriso forçado e amarelo. Mas o que era ser a 02 de um piloto?

— Como assim?

— Ué! Ele não está aqui né?

— E...?

— E existem muitas Alanas na vida dele.

Ela franziu a testa.

— Como assim?

— Ele é um piloto, Char. Tudo o que Alana falou ontem, o modo como parecia orgulhosa ao falar sobre uma foda inexistente... Não acha que existem outras garotas que devem fazer o mesmo, só que tendo o feito? Max é um homem. Não vai negar mulher, porque vocês dormiram juntos por dois dias.

Ela desceu os olhos para o aparelho celular.

— Deixa de ser idiota, Bilard. — ele riu ao escutar o sobrenome, tinha regredido após ter conquistado o primeiro nome — E eu nem quero que ele negue. Somos duas pessoas solteiras. Ficamos com quem quisermos.

— Ótimo! — ele sorriu para ela — Então na sexta vamos sair e você vai ficar com alguém.

Ela o olhou, pronta para negar, quando o homem suspendeu a sobrancelha, a desafiando a fazê-lo. Charlotte suspirou, concordando no final.

— Agora diga a ele que vou te levar em casa. — Florence sugeriu — Provavelmente vai ficar sem sinal logo.

A maneira como o vizinho de Max falou tinha voltado a irrita-la. A recordou de sua fala sobre se sentir desconfortável com ele na outra noite. Florence puxou o capuz de seu moletom, sorrindo a ela.

Estou com Florence
Ele disse que me deixa em casa
Não precisa se preocupar

Max leu a mensagem, o gosto estranho retornando a sua boca.

Você que sabe, schat

Mas obrigada pela oferta
Não vou dizer que aceito na próxima
Porque espero não perder o primeiro ônibus de novo

Tá certo, schat

Alguma coisa nas mensagens mais curtas de Max fez Charlotte encarar por mais tempo que o necessário o aparelho, conseguindo disfarçar bem ao bloquear a tela e começar o assunto que Florence a propôs.

30 DE MARÇO DE 2016

Charlotte odiava Florence Bilard. Ela tinha decidido isso após o moreno ter a feito repensar as mensagens de Max. Ele estava desde cedo questionando sobre sua ida. A aparente falta de interesse da noite anterior tinha sido esquecida e ele estava bem conversador no dia.

Você achou o seu passaporte?

Eu já estou vendo a sua passagem
Quer levar Violet?
Sinto que ela gostaria de ir
E o Franz já garantiu que terei suas entradas na próxima semana

Violet iria adorar
Mas ela é muito nova, Max
Não sei...

Você que sabe, schat
Podemos ver com o tempo
Vai ter outros GP's para ela ir

A morena leu a última mensagem. Max tinha acabado de insinuar que a levaria para mais GP's? Ela nem tinha ido ao primeiro e ele estava planejando o próximo? E ainda queria levar sua irmã? Aquilo era o que? Um mundo paralelo?

Eu nem fui a um GP
E você está planejando o próximo?

Eu quero você em todos os meus GP's
Mas você precisa ser o cérebro de nossa relação
Então possivelmente não vai querer ir em todos

Relação? Max tinha acabado de falar que os dois tinham uma relação? E as falas de Florence guiavam sua mente e as coisas que vinham com isso não a agradavam nem um pouco. Por que sua mente insistia em colocar imagens de Max a deixando sozinha, enquanto ia saindo com outras pessoas. E por que isso importava? Não fazia sentido.

Max, você não acha que isso está indo rápido demais?

Tá no tempo certo, schat

Ele suspirou, soltando o celular assim que Carlos soltou um prato de panquecas na sua frente. O seu colega de equipe tinha um sorriso grande no rosto e ele tinha um leve medo de ser envenenado pelo espanhol, mas muita preguiça para recusar a oferta de jantar panquecas no apartamento de Carlos.

Ele acabou tirando uma foto do prato, mandando a Charlotte com a frase "jantar de hoje". Recebendo uns emojis de coração que o fez rir.

— Sua garota?

— Sim. — ele deixou o celular de lado, pegando os talheres e recebendo uma xícara de café de Carlos.

— Vocês estão bem?

— Sim? — ele riu, levando a panqueca a boca, sob o olhar atento do espanhol.

— Achei que ela tivesse com seu vizinho.

Max o viu levar a caneca de café a boca, os olhos em cima dele. Max apertou a mandíbula, engolindo em seco sua porção.

— Ele só acompanhou ela até em casa. Não estavam desse jeito que está insinuando.

— E como você sabe? Não estava lá.

— Qual é a sua, Carlos? — Max empurrou o prato, encarando o colega.

— Nada. — o espanhol se sentou do outro lado da bancada, sorrindo para o colega — Só acho que está focado demais nessa garota, o que não é ruim, mas também não é bom.

— O que foi? Isabel não te respondeu hoje, por isso tá se metendo na minha relação?

— Não existe relação, Max. — O espanhol sorriu para ele — Você transou com uma garota, foi legal e estão mantendo contato, mas relação, relação, não existe.

— Tá. — ele rolou os olhos — E aí? O que quer que eu faça então, senhor sabichão?

— Olhe a volta. Só. Você é um piloto, um dos vinte pilotos. Tem caras querendo a sua vaga e é injusto que não viva isso como tem que ser vivido.

— E quem disse que não estou vivendo?

— Max, você vai ir no pós-GP? — o loiro ficou em silêncio — Você é solteiro, vai ter mulher para tudo que é lado querendo sentar em você. E esse seu silêncio significa que está pensando na garota antes de pensar em você.

— Nós ainda não conversamos sobre isso.

— Sim, porque não existe nada para ser conversado. Vocês dois são solteiros.

— Vai dizer que não falou com Isabel?

— Eu falo com Isabel todo dia, Max. Só não sou como você que fica de sorrisinhos para cima e para baixo. — o espanhol declarou — E nós não conversamos sobre isso, porque é legal o que temos e não queremos nos incomodar com algo tão cedo.

— E ela o deixa ficar com todo mundo?

— Ela não só me deixa como faz o mesmo. Ontem mesmo, vi no instagram dela que saiu com umas amigas e em uma foto tinha um cara ao seu lado.

— E tudo bem isso para você?

— Por que não estaria? — Carlos riu pelo olhar quase chocado do colega — Olha, eu nem conheço essa garota, mas pelo que me contou, ela é bem de boa... Mas se continuar agindo assim, vai acabar a sufocando... Você está em uma baixada a cem quilômetros por hora, traga a marcha para o ponto morto e deixa o carro ir sem pressa.

Max piscou, tentando raciocinar a fala do colega de time.

— Seu pai não o ensinou isso? Que tipo de pai não ensina um filho a economizar gasolina?

— Meu pai não era a melhor pessoa a instruir alguém.

— Vou falar com o meu pai, ele vai te dar umas aulas.

Max concordou, trocando um sorriso com Carlos. E os dois continuaram a tomar seu café na hora do jantar, conversamos mais algumas banalidades no tempo. Volta e meia dando atenção a seus celulares. E o Verstappen pode ter reparado como o Sainz deixou um ou dois sorrisos aparecerem ao ler algumas mensagens. Se perguntou se era a Isabel, a dona deles. Talvez fosse. Talvez não.

31 DE MARÇO DE 2016

Acho que vou arrumar um emprego
Minhas aulas integrais terminam no fim do mês
E eu não quero ficar em casa
Porque se ficar em casa
Será desculpa para minha mãe sair
E se ela sair
Violet não vai ter convivência nenhuma com ela
E Violet merece convivência com nossa mãe
Mesmo que seja uma convivência fingida
Minha mãe é boa em fingir gostar de nós
Quando está sóbria

Ela só é daquele jeito bêbada?

Max precisou de um tempo antes de ter coragem de mandar aquela mensagem. Não sabia se já tinham intimidade para falarem de seus problemas familiares. Todavia, ele tinha passado por uma situação com Charlotte. Era diferente. Achava que poderia começar.

Sim
Bom, não
Comigo ela não é quando está bêbada
Mas com Violet é
Parece que ela tem algum tipo de senso quando Violet está por perto
Acho que foi porque ela pode escolher o pai de Violet

E ela não escolheu o seu?

Eu sou fruto de um caso de uma noite, Max
Uma noite bem louca, segundo ela
a Violet é filha de Pietro

Quem é Pietro?

Um cara que morava em Maaseik
Você não deve conhecer
Eu pouco me lembro dele
Acho que tinha por volta de uns nove anos
Quando ele deixou minha mãe

Eu tinha mais ou menos essa idade quando meus pais se separaram

Verdade
Lembra de muita coisa?
Porque eu quase não lembro

Max suspirou, pensando nas coisas que lembrava. Os gritos com certeza não era a coisa que mais gostava, as brigas também. Mas sua mente sempre recordava desses momentos primeiro. Todavia, lá no fundinho, havia os jantares silenciosos.

Ele gostava de jantares silenciosos.

Porém, com seu pai na mesa, era melhor um jantar silenciosos do que um jantar humilhante.

Max quase não pensava nesses momentos, apenas torcia para que quando tivesse uma família, os jantares fossem cheios, desde pessoas a risos, conversa e gargalhadas. Ele não queria ser como seu pai. Ele queria que seus filhos tivessem boas lembranças de casa.

Quase nada, schat

Ele não espichou muito. Não queria falar de sua infância. Sua mente gostava de apagar coisas da época e talvez fosse o melhor.

Minha mãe tem uma regra aqui em casa
Terminar a faculdade e não ter filhos até os 25

Acho que meu pai me mata se engravidar alguém
Ele te um plano
É como se minha vida estivesse montada desde o meu nascimento

Max sentiu como se todo seu corpo levasse um choque ao pensar em ter um filho. Não que ele fosse odiar a ideia, apenas conhecia Johannes Franciscus Verstappen o suficiente para saber que não deixaria aquilo barato. Ele não ficaria surpreso se o pai o espancasse se houvesse uma escapada. E, então, uma coisa passou por sua mente.

Seu pai não gostaria de saber que Charlotte estava no paddock. Primeiro que ele tinha desenvolvido um ódio mortal pela morena desde que o ajudou, e, segundo ele, arrancou seu foco. Isso foi erro dele, nunca devia ter deixado seu pai o ver encarando a Bakker.

Um brinde a nossa família

"Um brinde a família que vamos formar", ele chegou a digital, sorrindo ao ler, apenas para fechar a cara ao lembrar da fala de Carlos. Ele não queria sufocar Charlotte. Ele queria manter Charlotte o quanto pudesse, mesmo desconfiando que, em algum momento, a perderia. Porque sua vida era essa. O esporte não o deixava manter a constância, viu por anos o que ele fez a sua família, ouviu o relato de sua mãe por muitas noites de choro para se deixar acreditar em um conto de fadas.

Eu preciso sair, schat
Carlos me chamou

Aquilo era mentira. E ele não sabia o porquê de ter mentido a Charlotte, mesmo que tudo parecesse mais leve e fácil ao ficar conversando com ela. E Carlos estava até mesmo dormindo quando ele bateu na sua porta.

— O que...?

— Preciso sair.

Carlos deixou seu corpo ser empurrado, olhando o horário no relógio digital na parede e coçando os olhos.

— Que?

— Veste uma roupa, qualquer roupa. — Max pediu abrindo o guarda-roupa e puxando uma muda de lá — Amanhã vamos para o Bahrein, mas antes precisamos nos divertir aqui.

— Max...?

— Você disse que precisava aproveitar a vida como um piloto solteiro não? Pilotos solteiros fazem loucuras, não lembra dos comentários quanto a Kimi? Então... Vamos fazer isso hoje.

— O que aconteceu?

Max não sabia como explicar que o fato de lembrar de seu pai tinha o quebrado. Nem como justificar a maneira como se livrou de Charlotte como se não fosse nada, mesmo que seu peito tivesse se acelerado como nunca antes. Ou o motivo para ter aquela sensação de sufocamento. Talvez quem estivesse se sentindo sufocado naquela troca não fosse Charlotte e, sim, ele. Não. Ela não o sufocava. Charlotte o dava vida. Charlotte era a melhor coisa que aconteceu nos últimos meses.

O que ele estava fazendo?

— Certo. Você precisa de uma bebida.

Carlos sibilou ao perceber que não conseguiria arrancar nada do mais novo, fazendo o que foi pedido por ele e pegando a chave de seu Golf. Seria uma noite interessante na companhia de Max. E, aparentemente, longa.

01 DE ABRIL DE 2016

A Bakker tinha percebido que foi uma péssima ideia ter concordado com o desafio de Florence ao chegar no lugar indicado. Alana estava ao seu lado, portando um vestido branco que destacava cada canto de seu corpo e os fios loiros caindo como cachoeira por suas costas.

Os amigos de Florence e o próprio não foi muito difícil de localizar. Não quando o vizinho de Max estava parado sem camisa no meio do bar.

Charlotte se questionava o quão alto todos já estavam para aquilo ser tratado como uma normalidade. Para si, não era algo comum.

— Por que ela venho?

Florence questionou assim que viu Alana aparecer atrás de Charlotte. O pessoal da mesa sorriu para as mais novas chegadas, ignorando o fato dele parecer irritado ao encarar a Thompson.

— Boa noite para você também. — Alana sorriu a ele, jogando os fios loiros para trás.

Charlotte se sentia uma personagem do High School Music, vendo os dois populares se encarando, em uma prévia de tensão para a música. No caso deles, ofensa. E Florence rolou os olhos, antes de assumir a responsabilidade de apresentar as duas, um pouco de má vontade ao falar o nome da Thompson.

— Ela é minha melhor amiga, sinto muito.

A morena acabou se justificando, o deixando empurrar sua cadeira e sentando-se com toda a delicadeza possível. Florence deu de ombros. Na verdade, ele não ligava muito para a loira, apenas achava Charlotte mais divertida estando sozinha.

— Essa garota não te merece.

— Vamos parar por aqui? — Charlotte pediu, o fazendo concordar, antes de perguntar o que ela queria — Qualquer coisa doce.

— As doces são as mais fortes.

— Então nem trás. — Alana se intromete, a mão tocando o ombro de Florence, antes de deixar os dedos correr pelo braço desnudo — Char não tem uma tolerância boa para bebidas.

— Gostaria que mantesse suas patinhas longe de mim. — O Bilard pediu a ela, afastando a mão de si e se voltando a Charlotte — Vai de você querer algo forte ou fraco.

A morena suspirou, odiando a maneira como de repente tinha se tornado o centro do assunto. Alana  a encarava de cima a baixo.

— Quero algo sem álcool.

Ela não iria se embebedar na primeira saída com desconhecidos. E Alana já estava cumprindo o papel de desmilinguida da amizade, aceitando o copo de um dos amigos de Florence, como se pudesse confiar em um completo desconhecido em um bar. Se bem que essa era a graça de ser nova, não? Fazer burradas.

Florence retornou mais rápido que o esperado, sentando ao lado de Charlotte, o braço caído nas costas de sua cadeira e colocando a camisa de volta ao vê-la o julgar.

O celular da castanha não tinha recebido nenhuma mensagem aquele dia e ela estaria mentindo ao dizer não ter estranhado o fato. Não que ela estivesse esperando... Talvez estivesse... Era apenas confuso de explicar. E Max tinha chegado a Arábia Saudita... E as palavras de Florence foram fazendo ainda mais sentido conforme bebia ao lado do grupo.

— Por que parece estar sendo obrigada a estar aqui?

O amigo de Florence a questionou. Charlotte não fazia ideia de qual era o seu nome, mas lembra de ter sido apresentada no início da noite.

— Porque é mais ou menos o que aconteceu. Com a pequena porcentagem de culpa minha de ter caído na onda de Florence.

— Você não lembra meu nome né?

— Não. — foi sincera, esquecendo de pedir desculpas ao assumir a culpa.

— Sou o Erick.

Ela se apresentou também, o ouvindo declarar saber. E essa era a parte insensível que a fazia afastar a todos. Alana costumava chamar de falta de atenção. Ela chamava de desinteresse.

Erick era estudante de engenharia, o que viria a ter certa ligação com arquitetura... até por ali... E ele parecia realmente interessado em falar com ela, pelo menos era o que parecia, até Charlotte ver Florence sussurrando coisas no ouvido dele e o bendito nome do Verstappen correr na roda.

Alana a encarou. Impactada ao saber por Erick que ela havia aberto as pernas para o piloto. E ela estava do lado de fora do bar antes que pudesse falar alguma coisa que se arrependeria. E Florence estava atrás dela.

— Você não iria a contar.

Charlotte odiava como Florence gostava de apontar o dedo na cara de Alana e a acusar de se beneficiar com tudo. Mas aquela sua fala, a confissão, beneficiava e trazia algum tipo de felicidade a ele. Ela não queria seu nome ligado a Max. E Max provavelmente não queria seu nome ligado ao dela.

— Pare de tentar ser meu amigo.

— Você é minha amiga.

— Você nem me cumprimentava antes daquele dia da festa da cidade. — ela o acusou, vendo a barra de notificação denunciar que em dois minutos o carro chegaria — E só continuou falando comigo, pois precisava de alguém que o ouvisse falando de Alana.

— Talvez eu só tenha usado isso como desculpa para falar com você.

Charlotte o encarou, os olhos semicerrados. Florence suspirou, dando um passo a frente e a beijando. E isso nem fazia sentido. Porque Florence estava magoado com Alana e ela, de certa forma, magoada com o fato de não ter subido nenhuma notificação vinda de Max.

02 DE ABRIL DE 2016

Florence me marcou em uma foto com você
E isso foi estranho e legal ao mesmo tempo

Max não sabia exatamente como puxar assunto naquele dia a Charlotte, apenas estava irritado por ter caído no Q2, depois de um deslize digno de um estreante. E ele sabia que falar com ela ajudaria. Bakker tinha esse poder sobre ele.

Hey, Max
Isso é sério?
Eu vou matar esse idiota

Sinto muito se não era a sua ideia me marcar

Que?
Não, não é isso
É ... Florence é meio idiota

Ele fez alguma coisa com você?

Lembra que falei sobre Alana ter feito algo esses dias?

Sim
Você enrolou, enrolou
E não me falou o que houve

Alana espalhou que você dormiu com ela
Para a faculdade toda

Como assim?
Eu não dormi com ela, schat
Eu nem tive tempo de dormir com ela

Sim, eu dei
Sei*
Merda de teclado

Teoricamente, você deu também

se foder, Max

Não dá
Você não quis vim nesse GP
...
Acho que só posso no pós-corrida também

Ele não fazia ideia do motivo para ter mandado aquela última mensagem. Quem sabe tinha sido por conta de ter acordado com uma marcação de seu vizinho e uma foto de Charlotte sorrindo ao lado dele e com outro cara ao lado.

Carlos só faltou o esfrega seu rosto contra a tela do celular. Se achando muito por ter suposto que ambos tinham o direito de se divertir. E o chamando de idiota por ter passado o dia anterior sem mandar mensagem a Charlotte por se sentir culpado.

Legal
Enfim, Florence contou aos outros sobre nós

Max sorriu ao ler a mensagem. Charlotte tinha acabado de os chamar de "nós"? A mesma mulher que declarou não existir nenhum "nós" a alguns dias? Ele não tinha visto nenhuma evolução grande quanto a relação dos dois vinda de Charlotte até aquele momento. E ele estaria mentindo se dissesse não ter ficado feliz ao ler.

Nós?
Somos um "nós" agora?

Ah, a merda
Sério
Passou a semana toda nos chamando de "nós"
E agora fala como se eu falando fosse grande coisa?

Calma, schat
Não digo
Respira fundo

Charlotte leu a mensagem, rolando os olhos. Violet, que estava sentada ao seu lado no sofá, a encarou, parecendo curiosa.

— Está falando com Max?

— Eu não falo só com Max no celular, Violet.

— Mas está falando com ele?

Charlotte suspirou, encarando a tela.

— Sim.

— Diz que ele foi o melhor piloto na qualy, mesmo que tenha escorregado no segundo setor. Tendo a carroça da Toro Rosso, foi uma grande coisa ter passado para o Q2.

A mais velha encarou Violet, a vendo com um sorriso grande na face. Como ela sabia aquilo? Era a pergunta que Charlotte se fazia.

— Você tem que saber essas coisas do seu namorado.

— Ele não é meu namorado.

— Ele disse que vocês namoram, mas você não quer assumir ele.

Charlotte abriu a boca, meio chocada com a declaração, antes de puxar o celular novamente.

Você disse a minha irmã que namoramos?
E que eu não quero te assumir?

A Violet te contou?
Que boquinha de sacola
Eu disse que era um segredo nosso

Eu sou a irmã dela
Claro que ela me contaria
E, por falar nisso, ela pediu para te parabenizar pela colocação

Ela sabe que eu cai no Q2?

Sabe
E disse que você arrasou
Chamou o seu carro de Carroça da Toro Rosso

Agradece a ela
Diz que pode me pedir o que quiser
Que na próxima ida, levo

Não vai trazer nada para minha irmã

Se eu disse que vou
Eu vou

Max, isso não é certo
Não tem que trazer nada a ela
Não deve nada a ela

Não é questão de dever, schat
Eu quero

Charlotte torceu os lábios, deixando o celular cair em cima de seus peitos e fechando os olhos para respirar fundo. Violet pulou no seu lado, se aconchegando mais a irmã, deitando a cabeça contra seu braço.

Chloe havia saído cedo, tendo deixado dinheiro em cima da mesinha e um guardanapo manchado com batom. Era fim de semana, ela não perderia tempo passando com suas filhas, tinha coisas mais importantes a serem feitas. E, sendo sincera, Charlotte preferia isso.

O treino classificatório acontece em três turnos
O Q1, Q2 e Q3
No Q1
Quem saiu foi o Felipe Nasr, Rio Haryanto, Jolyon Palmer, Kevin Magnussen e Sergio Pérez

Max se viu mandando as mensagens a Charlotte depois de um tempo sem resposta. E a mulher continuou na mesma posição, a mão passando pelos fios castanhos da irmã mais nova.

— Seu celular tá vibrando nos seus peitos.

— Eu percebi.

— Será que é o Max?

Charlotte abriu uma pequena fenda nos olhos, encarando os olhos brilhosos da irmã.

— Você realmente gosta dele?

— Sim, quero que vocês se casem e ele nos leve para todos os GP's e quando for mais velha, vou me apaixonar por um piloto da F2 e me casar e seremos as duas felizes para sempre com nossos pilotos.

Charlotte riu com os planos da irmã, pegando seu celular e lendo as últimas mensagens enviadas pelo loiro.

Pera aí!
Você não tinha dito que esse Sergio era bom?

Falei, schat
Mas essas coisas acontecem

Você foi bem?

Passei para o Q2

Isso é bom né?
Violet parecia a ponto de pular ao falar

Eu cai no Q2

Segundo Violet
foi uma grande coisa
Visto que dirige uma carroça

Eu vou pontuar de qualquer forma, schat
Prometi a você, lembra?

Isso é fofo, Max
Mas me conta, sei que quer falar sobre
Como foi o restante do classificatório?

Bom, no Q2
Daniil Kvyat caiu, o que trouxe certo comentário...
Estão pensando em subir um de nós para o lugar dele...
Foi o que falaram a meu pai
E aí o Jensen Button, Stoffel Vandoorne, ele entrou para substituir o Fernando Alonso que se machucou
Carlos e eu
E o Gutiérrez e o Grosjean

Hum
Uma pena você e Carlos terem saído

Vamos pontuar
É o que importa

Se você diz

As Mercedes lideraram o Q3
E agora estamos aguardando até amanhã

Você jantou?
Carlos fez panquecas hoje?

Estamos em hotel
E já jantei
Pedi para me trazerem comida

Ui, ui, ui

E vocês?
Já jantaram?

Minha mãe saiu e deixou dinheiro
Comemos pizza hoje
E vamos assistir um filme agora

Diz para Violet que qualquer dia
Apareço para ver filmes com vocês
Se você ainda me quiser por perto

Vamos ver isso ainda
Não sei se posso te deixar entrar muito na família
Quando enjoar
Não vai mais querer saber de nós
E eu tudo bem
Mas Violet ainda é pequena

Mais fácil você enjoar de mim, schat
Do que o contrário

03 DE ABRIL DE 2016

MAX
EMILIAN
VERSTAPPEN
VOCÊ FOI INCRÍVEL
INCRÍVEL
INCRÍVEL
INCRÍVEL
MEUS PARABÉNS
Vou voltar para o teclado normal
Enfim, parabéns
De décimo para sexto
Você foi incrível
Violet pulou por toda a casa
Parabéns, Max

A mensagem ficou no aguardo por boas horas. Max estava fazendo o que Carlos falou, aproveitando muito bem o pós-corrida para lembrar da "sua garota".

Amor da minha vida

Sem você nananananan eternidade

Nossos destinos foram traçados na maternidade

Tantantan

Eu não lembro bem essa música, mas ela ficou na minha cabeça por muito tempo ontem

Sei que estavam esperando um capítulo de 2023, mas expliquei que seria 4 capítulos da história deles e 1 de 2023

Mas, em minha defesa, vocês precisam entender melhor do passado para entender as próximas ações da Charlotte

Estamos próximos de ter a Char no primeiro GP dela

E o que acharam das falas do Florence e do Carlos? Sinto em dizer que tudo seria mais fácil e prático se eles não tivessem se metido...

Espero que não me odeiem por isso

E ? O que estão achando?

Espero que tenham gostado

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