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0.32

ESPANHA
28 DE DEZEMBRO DE 2016

Charlotte adorava os Sainz. Sério, eles eram as melhores pessoas que havia conhecido e esperava os manter em sua vida por muitos e muitos anos. Entretanto, todavia, chegar na mansão deles depois de uma discussão com o pai de Max sobre ficar ou não na Espanha, e ser recebida por uma pequena festinha não era o seu plano. Tinha a impressão que nunca seria. Ainda mais quando não conhecia metade daquelas pessoas espalhadas pela sala.

Dominique estava no colo de uma amiga da Blanca. Ela não sabia dizer quem era, mas ela estava com seu filho. E Max estava ao lado, um perfeito enquadramento e imagem. O sangue de Charlotte estava fervendo.

— Ele é igual o meu filho.

A belga se virou, vendo o seu sogro. Jos e Sophie ainda estavam na cidade, iriam depois do ano novo. Reyes havia os convidado para passar as festividades com eles. Charlotte adorou a ideia de Victoria ficar, gostava da irmã de Max. O problema era seu sogro e sua sogra. Ela não queria que eles ficassem.

— Quem sabe seja porque é filho dele.

Ela cruzou os braços, retornando a pousar os olhos em cima de Dominique, enquanto via a amiga de Blanca brincar com ele. Dominique tinha três dias, ele não queria brincar. Ele gostava de dormir, mamar e sujar as fraldas depois do seu tete.

— Max me contou que estão juntos novamente.

— Nós sempre estivemos juntos.

Ela rebateu, não se dignando a olhando Johannes, os olhos castanhos focalizados em seu filho no colo da droga da amiga de Blanca. E Max também, por que ele apenas não pegava Dominique e vinha para perto dela? Dominique provavelmente também estava cansado.

— Acho difícil. Os canais de notícias gostavam de postar imagens dele com uma modelo... Qual é o nome dela mesm...?

— Francine. — Charlotte o interrompeu, entre dentes. Lembrar da loira perfeita que aparecia em toda corrida não era a melhor coisa para uma mulher recém saída do hospital que ainda não havia conseguido recuperar o corpo de antes. A belga finalmente tinha entendido o motivo do médico rir quando insinuava sobre os quinze quilos a mais ser de Dominique.

— Bingo! — ela respirou com mais força, tudo piorando quando a mão de Jos chegou ao seu ombro, o pai de Max sussurrando contra seu ouvido — Olhando daqui, até que ela se parece um pouquinho com essa tal de Francine não?

Charlotte encheu os pulmões, tirando o braço de Jos de seu ombro e se movendo para a cozinha. Se recusava a passar mais cinco minutos na presença de seu sogro ou vendo a bela imagem da loira idiota, amiga da Blanca, com seu filho no colo e seu namorado na volta.

— Você não precisa ficar assim. — sussurrou a si mesma, tentando manter seus ânimos no controle.

E a porta da cozinha que dava aos fundos estava aberta, as cortinas que compunham os enormes vidros chacoalhando com o vento e Charlotte franziu a testa. Todos estavam na sala. E ela se moveu para lá, os ombros relaxando ao ver quem estava sentado na espreguiçadeira ao lado da piscina, um livro em mãos e parecendo aproveitar o sol.

Caco ergueu o rosto, como se adivinhasse que estava ali, sorrindo e abanando a mão. Charlotte abanou. Ele sinalizou a espreguiçadeira ao seu lado. Ela considerou, os olhos se voltando para trás. Indecisão. Negou, apontando para dentro. Ele confirmou. E ela se guiou de volta, parando na divisa entre a grande sala onde todos estavam e a parede que dava para a cozinha.

Max estava rindo de alguma coisa, Dominique estava no seu colo e ela sorriu. Logo fechando a cara, porque a amiga de Blanca realmente parecia Francine, ainda mais quando encostava no braço de Max e beijava a bochecha de Dominique.

Ela voltou. Saindo do lado de fora da casa, sentindo o vento frio do inverno da Espanha, mas ignorando aquilo para se mover para a espreguiçadeira ao lado de Caco.

Os Sainz deixavam um cobertor embrulhado nas espreguiçadeiras, como se soubessem que alguém iria precisar daquele cuidado. E Charlotte puxou o cobertor, sentando no objeto com os ombros tapados pelo tecido grosso e muito mais lento que o considerado normal. Ela ainda tinha medo, mesmo o médico dizendo que nada iria cair de sua vagina. Era difícil de acreditar quando um bebê tão grande saia dela.

Os dois ficaram em silêncio. Caco percebendo que a mulher não parecia apta para conversar naquele instante e apenas seguindo sua leitura.

— O que está lendo?

— Pablo Neruda.

Charlotte concordou, não fazendo ideia de quem era. E o espanhol a olhou, marcando com o dedo a página que estava e apenas encarando a menina.

Charlotte estava cansada, isso era visível. Bolsas grandes embaixo dos olhos, uma calça legging e uma camisa de tricô branca por cima de seu corpo. Ela havia tirado os tênis que usava, deixando a mostra suas meias coloridas, porque o cobertor estava de lado e tapava mais sua parte de cima.

— São poemas, uma coletânea de sonetos.

— Poderia ler um para mim?

Ela gostava da companhia do Caco. Ele era calmo e compreensível. A belga tinha percebido como o homem tinha se mantido mais distante depois de sua ideia para que se casassem caso entrasse em guerra com seu sogro. Não sabia dizer se era por conta da sugestão ou porque sabia do desconforto que Max sentia com a aproximação dos dois. De qualquer forma, ela sentia falta de conversar com ele.

— A maioria são de amores e Max pode não gostar.

Charlotte o olhou, imitando seu movimento de ficar de lado e o olhando também. Existia uma grande diferença de idades entre eles.

— Por favor.

Caco suspirou, olhando na direção da porta da cozinha, como se Max pudesse estar os observando de lá.

— Só um.

— Obrigado, Caco.

Ele abriu o livro novamente, um pequeno riso ao perceber que seu cérebro precisaria trabalhar, pois os sonetos estavam em espanhol e Charlotte definitivamente era péssima no idioma. Eles vinham tentando a ensinar nos últimos meses, não tinham a resposta que queriam. E, para que os poemas não perdessem o sentido, preferiu os pronunciar em inglês para que a belga entendesse tudo.

— É o soneto onze. — ele a mostrou no livro, a fazendo sorrir ao reconhecer o romano que compunha o número "XI" — Posso?

— Por favor.

Ela se arrumou na espreguiçadeira, apoiando as mãos embaixo da cabeça e apenas esperando. Era quase como uma aluna.

— Tenho fome da tua boca, da tua voz, do teu cabelo, e ando pelas ruas sem comer, calado, não me sustenta o pão, a aurora me desconcerta, busco no dia o som líquido dos teus pés. — ela franziu a testa — Estou faminto do teu riso saltitante, das tuas mãos cor de furioso celeiro, tenho fome da pálida pedra das tuas unhas, quero comer a tua pele como uma intacta amêndoa. — ela fechou os olhos, como se estivesse saboreando aquilo — Quero comer o raio queimado na tua formosura, o nariz soberano do rosto altivo, quero comer a sombra fugaz das tuas pestanas e faminto venho e vou farejando o crepúsculo à tua procura, procurando o teu coração ardente como um puma na solidão de Quitratue.

Ela engoliu em seco. Não sabia exatamente em que momento tinha começado a chorar, nem o motivo para tal ato, apenas se virando e ficando com as costas contra a cadeira. Caco não se mexeu para a importunar ou se aproximar, achando a distância que tinham boa o suficiente para a apoiar.

— Você está bem?

Ele quebrou o silêncio para perguntar.

— Já sentiu como se a vida estivesse te levando por um caminho que nunca cogitou seguir e não sabe como pode se desviar disso, por que não quer perder, mesmo que ache já estar perdendo?

— Sendo sincero, não sei se entendi a pergunta.

— Eu pensei que teria filhos apenas quando já estivesse formada. — ela confidenciou — Mas Dominique nesse momento está no colo de uma loira que não conheço e com Max lá dentro.

— Loira que não conhece?

— Uma amiga de Blanca.

— Lucia?

— Sei lá. — a belga bufou irritada — Eu não a conheço, não deveria ter meu filho no colo ou tocar Max.

— Ela estava tocando no Max?

Mais um suspiro.

— Sim.

— Hum. Interessante.

Charlotte percebeu o modo como o homem estava interpretando sua fala, se sentindo frustrada.

— O Dominique tem três dias e eu sinto como se fosse toda a minha vida, é como se eu não soubesse quem eu era até o ter nos meus braços e isso... Parece tão confuso. — ela voltou a encarar Caco — Eu não lembro como eu era antes de estar grávida, parece que só consigo me reconhecer grávida e agora eu tenho um filho e isso é maluco. Meus planos era ter construir uma carreira, me casar, ter filhos e ter uma vida estável. O que eu tenho agora? Max é pai e é piloto. Eu sou o que? Eu perdi a minha bolsa de estudos, a única coisa que poderia me garantir algum tipo de estabilidade, estou morando aqui de favor, porque minha mãe me expulsou de casa e daqui seis meses irei morar com a minha sogra... Eu não tenho casa. Não uma que eu possa dizer que é minha. Eu quebrei todas as minhas perspectivas para o futuro e agora estou sem saber quem sou.

Caco queria se levantar e a abraçar, trazer para seu colo e apenas a confortar. Entretanto, sentia como se não pudesse fazer, a deixando encolhida na cadeira entre a coberta, os olhos cheios de lágrimas não derrubadas.

— E se Jos estiver correto e eu não for uma boa mãe para Dominique? Se eu errar com ele? É a minha primeira vez sendo mãe e a minha não é exatamente um exemplo a ser seguido. — ela tinha o peito acelerado ao continuar a falar — Eu vou estragar a única coisa que sou. Não sei quem eu era antes do Dominique, parece que só existo a partir do momento que soube da existência dele e isso está me apavorando, Caco. O meu bebê tá com três dias e eu não sei o que fazer. Três dias. Eu não aguentei nem mesmo uma semana e já estou com os nervos a flor da pele e sem conseguir dormir. Como posso ser mãe de uma pessoinha tão pequena? Como posso cuidar e ser referência a ele se não consigo nem ao menos me policiar para não ter uma crise de choro como essa?

O espanhol se ergueu, indo para a espreguiçadeira ao lado e apenas tocando o braço da mais nova. Charlotte se abraçou a ele, como se estivesse no meio de um mar revolto e Caco fosse a canoa que a leva. O Sainz não sabia o que poderia dizer, nem fazia ideia, então apenas se manteve ao seu lado.

— Dominique é a pessoa mais importante da minha vida, tenho plena certeza disso. Eu o amo mais que tudo nessa vida, Caco. Mas ele está me deixando tão, mas tão assustada que machuca.

— Você já falou com Max sobre isso?

— N-não...

— Max também deve estar assustado.

— Vo-você acha?

— É a primeira vez que os dois tem uma responsabilidade como essa. É a primeira vez que você é mãe. É a primeira vez que ele é pai. Pode parecer que isso só tenha pesado para você, mas ele pode estar tendo os mesmos questionamentos que os seus.

Ela refletiu as palavras do espanhol, passando a mão pelo rosto, tentando voltar a se concentrar e parecer mais consigo mesma.

— Está melhor?

Um aceno positivo.

— Eu não quero culpar ninguém sobre isso, mas vim aqui para fora achando que você se sentiria melhor sem tantas presenças juntos consigo quando chegasse. Não achei certo as meninas terem feito a recepção, porque imaginei que sua mentezinha deveria estar confusa e aparentemente estava certo. — ela deu um pequeno sorriso a ele — Por que você não volta para dentro, pega Dominique e Max e não sobe para o quarto um pouco? Sei que vocês passaram bastante tempo juntos no hospital, mas ainda era um hospital. As vezes, demoramos um tempo para deixar a ficha cair de que tudo realmente aconteceu. Talvez seja a hora de você deixar a sua cair completamente e fazer isso na companhia de quem você ama com seu filho pode ser mais fácil do que sozinha.

— Não sei se posso fazer isso, porque as meninas prepararam a recepção e...

— Você acabou de ter um filho. Você pode fazer o que quiser. Só chegar na sala, agradecer a iniciativa e dizer que está cansada.

— Eu estar cansada não justifica levar Dominique e Max.

— Justifica quando você é a mãe do Dominique e a mulher do Max.

Charlotte piscou, discernindo aquilo.

— Você é isso não é? Você é mãe do Dominique e mulher do Max não?

Ela concordou.

— Então, Lottie, só ir na sala, ser educada e levar os dois.

Ela se levantou, tirando o cobertor de cima de seus ombros e o dobrando em silêncio. Caco a observou, não a apressando, nem nada. Esperando que ela tomasse a atitude. As vezes, se torna necessário de um momento para reunir coragem para agir.

— Eu gosto muito de você, Caco. — ela confessou — Rolou aquele beijo na corrida e tal, mas eu gosto de você como uma figura importante e familiar. Sinto muito se em algum momento deixei as coisas estranhas para nós e o fiz se afastar.

— Eu também gosto de você, pequena. — ele beijou a mão da menina — Agora vai lá levar seus dois homens para o quarto.

Ela riu, deixando um beijo em sua bochecha em carinho, antes de se mover para a casa novamente.

Max estava com Dominique, a amiga de Blanca não parava de falar e falar sobre o quanto Dominique era fofo. E realmente era. O problema era que Max havia percebido a fuga de Charlotte desde a conversa com seu pai e ele queria ir para junto dela, entender o que aconteceu, mas tinha medo de acabar a sufocando. Então ficou, precisando ouvir a amiga de Blanca elogiando seu filho. E ele sorriu ao ver sua schat novamente.

— Muito obrigada por terem vindo nos receber. — Charlotte começou antes que tivesse chance de desistir, se movendo para o lado de Max e colocando seu corpo como uma barreira entre ele e a amiga de Blanca, um sorriso falso a loira — Mas acho que vamos subir agora. Passar um tempo sozinhos.

E Charlotte não deu nem tempo de todos processarem a sua fala, tocando a cintura de Max e o arrastando para as escadas. O número trinta e três não falou nada, para falar a verdade, não aguentava mais toda aquela cerimônia e bajulação, respirando aliviado ao entrar no quarto e ver sua namorada passando o trinco na porta.

— Nossa! Obrigada por is...

— Você também está apavorado?

A pergunta voou da boca da belga, as mãos na frente do corpo, trêmulas ao segurar uma a outra. E Max olhou para o seu filho ainda dormindo no seu colo, preferindo o soltar no bercinho montado por ele e Daniel, um leve medo do móvel cair, mas respirando aliviado antes de se virar para Charlotte. Ela agora estava cutucando o canto da unha, como se ele não fosse perceber como ela sempre fazia aquilo quando nervosa.

— Sim.

— Você sente como se pudéssemos estar errando?

— Sim.

— Sua mente o faz pensar que Jos, seu pai, tem razão?

— Em partes.

— Explica.

Ele se moveu para a cama, a mão dando duas batidinhas em cima de sua coxa, uma pequena maneira de aliviar sua tensão, quando foi surpreendido com a mulher subindo em seu colo.

— Opa!

— Você me chamou...

Charlotte murmurou, passando o braço na volta de seus ombros e o fazendo sorrir.

— Na real, foi meio automático.

— Você me chamar?

— Eu bater a mão na minha perna.

Ela fez menção de se levantar, fazendo o braço do piloto passar a sua volta.

— Fique.

— Mas você disse...

— Eu sei o que disse. Não era a ideia, mas gosto de estar assim com você.

Ela concordou, se aconchegando mais a Max.

— Nós somos inexperientes e meio idiotas e não sabemos conversar na maioria das vezes. — ela concordou, sentindo as bochechas quentes — Mas isso não é ruim. Nós estamos aprendendo a ser um casal, assim como sei que vamos aprender a ser pais.

— Mas e se aprendermos do jeito errado e errarmos com ele?

— Não somos pessoas ruins, Charlotte. Não posso te garantir que não iremos errar com Dominique, mas espero que se isso acontecer, nós consigamos resolver juntos.

— Eu estou com medo.

— Eu também estou.

Ela puxou o nariz, o sentindo a apertar mais entre seus braços.

— Nunca mais deixa aquela menina tocar em você. — pediu baixo, o fazendo franzir a testa.

— Que menina?

— A loira.

— A amiga de Blanca? — ele a sentiu assentir contra seu pescoço — Nem eu quero que ela me toque mais.

Sua boca tocou os cabelos castanhos da mulher.

— Você vai ser uma ótima mãe, Charlotte. Todos nós sabemos disso. Não apenas eu, todos.

— Você também vai ser um bom pai. — ela se afastou um pouquinho para falar — Dominique tem muita sorte em ter você. Gosto que ele seja seu e meu, não de qualquer pessoa. Mas seu e meu. Nosso.

— Ainda bem que eu te engravidei na primeira pimbada né?

— Ah vai a merda! — Ela empurrou o holandês, o fazendo cair com as costas no colchão e começar a rir — Idiota! Eu estava fazendo toda uma conversa com você e você me solta essa merda.

— Schat! — ele riu, a vendo caminhar brava na frente da cama — É verdade. Pensa. Se eu não tivesse te engravidado, você nem ia estar olhando na minha cara hoje.

— Claro que eu estaria.

— Claro que não, no caso.

Ele sorriu ao ver o olhar incrédulo da mulher.

— Eu passei cinco anos da minha vida te esperando, fiz merda nos primeiros cinco meses e senti como se tivesse te perdido na Espanha. Foi a pior sensação que tive. Sem mentira. — ela o olhou com a face corada — Dominique venho para provar que nós nascemos para ficar juntos, schat. Mesmo que um dia as coisas acabem confusas entre nós, sei que sempre vai me amar e que eu sempre vou amar você.

— Você é meloso... — ela suspirou, como se isso fosse ruim, o fazendo franzir a testa, antes de a ver subir na cama ao seu lado — Ainda bem que eu gosto disso.

Ela fechou os olhos, lembrando da primeira vez que o acusou daquilo. O número trinta e três havia afirmado que ela gostava. Charlotte nem fazia ideia se gostava ou não. Entretanto, um sorriso se abriu naquele instante ao sentir o braço de Max cair na sua volta e um beijo ser depositado em sua bochecha. Um não, vários por sua pele.

Charlotte riu, um som baixo, enquanto fazia o mundo do Max girar. E ele não sabia como tinha vivido os últimos anos de sua vida achando que estava feliz, quando sentia que toda sua felicidade era o bebê no berço e a mulher entre seus braços.

ESPANHA
31 DE DEZEMBRO DE 2016

— Charlotte, será que você pode tirar a boca dessa criança do seu peito por três minutos?

Reyes perguntou a mais nova, visto que Dominique tinha acabado de mamar, não fazia nem uma hora, mas lá estava ele com a boquinha grudada no seio da mãe e a mão parada no outro.

— Ele esta com fome, tia.

— Você tá é estufando a barriga dessa criança.

Charlotte encolheu os ombros, sorrindo quando a mãe de Caco chegou, parecendo brava por ter sido arrastada pelo filho para a celebração e não poder ficar em sua casa. Ana e Blanca haviam convencidos os namorados a passar o ano novo com elas, depois de uma pequena batalha interna. E, para a felicidade de Charlotte, Jos e Sophie-Marie estavam sentados no sofá, conversando com Victoria sobre o filme que passava na TV.

Era até uma imagem bela.

A casa estava cheia.

— Você já tá de novo, Dominique?

Max perguntou, abraçando a mulher por trás da cadeira e deixando um beijo em seu ombro. Charlotte quase ronronou entre os braços do homem. Dominique tirando a boca do bico do peito da mãe para observar o pai. A testinha franzida, como se estivesse bravo.

— O que tu tá atrapalhando o homem, papa? — ela não se orgulhava da maneira como sua voz saiu dengosa ao imitar uma criança, fazendo Max rir — Tu não irrita o homem, papa.

— O papa tá te irritando, bochecha?

Charlotte riu ao escutar o apelido, deixando o namorado pegar seu filho do colo e arrumando a camisa jeans que estava usando. Ela não estava muito arrumada. Não como Blanca ou Ana com seus vestidos de gala. Ela agradecia ao sistema de aquecimento da casa. Usava uma saia branca longa e a camisa jeans com abertura na frente. Nem foi capaz de colocar o sutiã, já que Dominique parecia se irritar com eles.

Céus! A cria só tinha seis dias e se irritava. Parecia insano a Charlotte pensar que aquele bebêzinho no colo de Max se mostrava bravo por qualquer coisa.

— Não o chacoalhe, ele não arrotou ainda.

— Você tá lindão em? — Max a ignorou, erguendo um pouco o filho no ar, o analisando com o macacãozinho verde e camisa branca.

— Me deixe pegá-lo um pouco. — Jos pediu, se levantando do sofá e pegando o bebê — Ele sempre tá pendurado no peito da Charlotte. Quase não consigo pega-lo nos últimos dias.

— Até seu sogro sabe que não deve dar tanto mama a esse menino, querida. — Reyes comentou, se sentando ao lado do abuelo.

— Ela não tem que dar. — Jos falou, fazendo todos olharem a ele — Domi está tomando o que é dele, como um Verstappen. Se ele quer mama, a mãe dele vai dar mama a ele.

— Domi? — Max o olhou estranho.

— O apelido dele. — Jos falou com simplicidade, erguendo o menininho e o fazendo voltar a seu colo depois — Dominique é um nome bonito, mas muito grande, Domi é mais fácil de lembrar.

Charlotte franziu a testa ao se levantar, dando um passo a frente, fazendo o sogro dar um para trás e tentar brincar de aviãozinho com o neto novamente. As bochechas de Dominique coradas antes de só abrir a boca e o vômito cair direto no rosto do avô, pelas bochechas.

— Dominique!

Charlotte chamou, a voz um tiquinho mais alta. Porém, o que saiu mais alto foi a risada do abuelo Carlos, inclinando o corpo para trás, contra o sofá e gargalhando.

— Eu sinto muito, seu Jos. — ela balbuciou — Eu disse a Max que ele não havia arrotado e...

— Está tudo bem. — a Bakker tinha o queixo caído ao ouvir o pai de Max falar — Não é, Domi? Essas coisas acontecem.

E a gosminha branca do leite parecia escorregar de forma quase lenta pela face de Johannes, fazendo o abuelo rir sem parar, ganhando um tapa nada delicado de Reyes, o mandando se comportar.

— Consegue um lenço para mim?

E Charlotte concordou, correndo para o carrinho que só servia para enfeite, já que Dominique nem ao menos ficava dentro dele. E pegando uma fraldinha de patinho. Todavia, o que não entrava na cabeça da belga, era toda aquela calma de Jos. Não fazia sentido.

— Aqui, seu Jos.

— Para! — o abuelo gritou, pulando do sofá e tomando o celular da mão de Carlos — Deixa eu tirar uma foto! Faz pose, Verstappen.

— Carlos Sainz! — Reyes gritou com o marido, um arrepio passando pelo corpo dos três homens da sala que respondiam com aquele nome, os dois mais novos se encolhendo no sofá — Larga esse celular agora!

Dominique não parecia achar graça naquela brincadeira de grito, começando a chorar no colo de seu avô. Charlotte pegou o filho, o colocando em seu ombro, não sabia se ele arrotaria, entretanto dando algumas batidinhas em suas costinhas, apenas para sentir a gosminha atingir seu ombro.

— Na Charlotte não tem graça. — o abuelo murmurou, voltando a entregar o celular a Carlos — Me passa essa foto depois.

Jos respirou fundo, parecendo estar se segurando, passando a fraldinha de patinho por seu rosto para limpar o rosto.

— Eu vou subir para trocar a roupinha dele.

Charlotte avisou a Max, Dominique se sujando em sua grande façanha, manchando com gosminha a frente do macacão. Ela agradecia que sua camisa não tapava bem seus ombros, sendo uma regata jeans.

— Eu te ajudo.

Ela sorriu para ele. Os dois indo para as escadas com Dominique. O loirinho não parecendo muito preocupado por ter vomitado, visto que uma das mãozinhas já estavam tentando achar uma abertura na camisa da mãe.

— Deu de mama agora, mocinho.

A testinha parecia ficar mais franzida.

— Não adianta fazer essa cara, você aprontou com seu avô.

E eles colocaram o pé dentro do quarto, Max tomando o cuidado de fechar a porta, antes de começar a rir. Charlotte o olhou estranho, o vendo cair na cama rindo. Dominique com seu pouco entendimento parecia julgar Max.

— Ele... — Max ria, a mão tapando o rosto — Ele... No meu pai...

E Charlotte entendeu, olhando para seu bebê de seis dias antes de se voltar para Max. E ele estava rindo tanto quanto o abuelo quando aconteceu, sendo que parecia congelado no primeiro andar.

— Max...

— Ele... — Max ria sem parar.

E, automaticamente, sem perceber, Charlotte também estava rindo. Vendo seu namorado puxar um pouco da gola do sueter que usava, como se a risada pudesse fluir mais facilmente se não tivesse o usando.

— Você é o melhor!

Max declarou alto, os olhos brilhando na direção de Dominique. E Charlotte sentiu seu peito se encher da melhor forma possível no mundo. Um sorriso grande ao ver a admiração presente nos olhos de Max para o filho dos dois.

— Agora vamos ver uma roupinha nova.

O holandês se moveu no quarto, abrindo a cômoda toda desenhada a mão que Carlos havia dado a Dominique, um sorriso grande ao se virar com um macacão da Red Bull.

— Não.

— Você disse que eu poderia colocar se ele sujasse essa.

E a mente da belga trabalhou, a expressão suavizando em compreensão.

— Você o pegou para vomitar, Max?

Os olhos do homem se arregalaram.

— Eu não acredito nisso, Max.

— Ele vive vomitando!

Se defendeu, o dedo apontando para o bebê que apenas observava no colo da mãe.

— Ele vomitou no seu pai!

— Isso foi jogo de sorte. Meu plano era ele vomitar no Carlos, não no meu pai e...

— Você tinha um plano, Max Emilian Verstappen?

Ele abriu a boca, fechando em seguida.

— Estou te perguntando. Você tinha um plano para fazer nosso filho vomitar?

— Por lei, eu tenho o direito de me manter em silêncio para não fabricar provas que me autoincriminam.

A belga deu uma pequena corridinha, esquecendo seu medo de que pudesse fazer isso e ter algo caindo de dentro de si, sem ser o filho. Fazendo Max gritar, se atirando na cama.

— Cagão!

E foi como uma reação em cadeia, porque um barulho soou no quarto, trazendo um cheiro nada bom junto. E Max voltou a rir.

— Isso é sério, Dominique?

Nem ela conseguiu se aguentar daquela vez, vendo o olhar sonso de seu filho, como se não tivesse acabado de soltar um pum fedorento.

— Não posso com vocês.

Ela suspirou, largando o bebê em cima da cama. Max se moveu, apertando o filho e o fazendo resmungar.

— Sim, Domi. Sua mãe não pode viver sem a gente.

Charlotte os olhos, pegando uma fralda, o lenço umedecido e a pomada, os olhos vendo o macacão da Red Bull, o puxando para perto.

Só porque eu fui trouxa e prometi.

— Obrigada, Schat.

Ela rolou os olhos, mesmo que Max tenha a visto sorrir. Ele a observou lutar para erguer as perninhas de Dominique, que parecia determinado a mexê-las de um lado para o outro.

— Eu já disse que amo você hoje?

Charlotte ergueu os olhos até os seus.

— Tô falando com o nosso filho, metida.

Ela voltou a rolar os olhos, passando a pomada nas dobrinhas do Dominique, sem ligar para a implicância, logo fechando a fralda e puxando o macacão da Red Bull

— Também amo um pouquinho você.

— Um cara que me espera por cinco anos não me ama só um pouquinho. — ela bateu o indicador com pomada em seu nariz, piscando convencida — Mas tudo bem, eu também amo um tantinho você.

— Só um tantinho?

— Só um tantinho.

Charlotte puxou Dominique para seu colo, mexendo o ombro, de maneira convencida. Max se ergueu da cama, indo atrás da namorada.

— Quanto é um tantinho para você?

— Não sei.

— Só um exemplo para que eu saiba.

— Humm... — ela fingiu pensar, as bochechas inchadas em brincadeira e o nariz enrugadinho, Max estava a achando a pessoa mais fofa do mundo — O mesmo tantinho que o Dominique significa para mim.

Max abriu um sorriso.

— Você diz que Dominique é a sua vida.

— Pois é.

Ela piscou para ele.

E Max desceu com um sorriso grande no rosto, puxando a cadeira para Charlotte na mesa de jantar e ficando com o filho no colo para que ela jantasse primeiro. Não que ele não fizesse aquilo já. Mas naquele momento existia toda uma energia animada na sua volta, conversando e rindo com leveza. Volta e meia tocando nos fios castanhos da namorada, tentando chamar sua atenção.

Rodrigo conseguiu pegar Dominique perto da meia noite. Todo mundo estava usando os chapéu de ano novo que a Ana havia comprado e Charlotte se sentou na guarda da cadeira do Max, pegando seu celular e apenas se juntando um pouco a ele para os dois tirarem uma foto juntos, mandando para o número de sua mãe e irmã, as desejando um Feliz Ano Novo.

— Falta um minuto!

Victoria pulou animada, todo mundo recebendo uma taça de champanhe de Carlos. Charlotte optando por um suco de morango, Dominique de volta ao seu colo.

— Cinco!

Blanca gritou com a apresentadora da TV.

— Quatro!

Victoria se abraçou com Sophie-Marie.

— Três!

Charlotte sentiu o braço de Max em sua volta.

— Dois!

Carlos berrou.

— Um!

Max a beijou, segurando seu rosto e colando suas bocas, enquanto todo mundo bebia do conteúdo de suas taças. E Dominique choramingou, fazendo o pai se afastar.

— Não pode ser reclamão na primeira hora do ano novo, filho!

— Nada de brigar com o tilapinha, tilapia!

O abuelo gritou e Charlotte viu o namorado ficando vermelho.

— Deixa ele! — ela defendeu o namorado, arrumando o bebê em seu colo — Dá feliz ano novo ao papa, filho!

A expressão de Max melhorou. Os dois trocando mais um selinho para o desgosto de Dominique.

— Carinha, ela não é só sua!

Charlotte jurava que a testa de Dominique estava franzida e a expressão brava. Max não pareceu levar aquilo em consideração, a abraçando por trás e recebendo as felicitações dos outros ainda junto consigo. E, para a sua surpresa, em algum momento acabou sozinha com Dominique, o colocando no carrinho, enquanto todo mundo se reunia para ficar na sala conversando mais um pouco.

— Você até que esta fazendo um bom trabalho.

Ela se assustou, virando com a mão no peito, não vendo mais o dono da voz. Sentindo vontade de chorar. Não sabia dizer qual era a sensação... Talvez alívio.

A fotinho que eles tiraram

Eu adoro essa foto

A Charlotte parece sempre estar brilhando nela

Provavelmente seja porque eu sou péssima com montagens

Mas e ?

O que acharam.?

Caco foi muito legal com a Charlotte ?

Ela com medo da maternidade e sentindo como se não tivesse nada além do filho

Ela apavorada com a ideia de errar

O Max sentindo o mesmo

As vezes eu tenho medo de esquecer que ela tem 18 anos e o Max 19. Os dois acabaram de sair da adolescência

Então temos o Dominique apaixonado em mama

Meme novo:

Dominique entregando tudo ao vomitar no Jos

Todo mundo Chocado e o Abuelo Carlos gargalhando

"FAZ POSE, VERSTAPPEN"

E então descobrimos do plano maquiavélico do Max para vestir o filho como uma latinha de energético

Dominique soltando o primeiro pum da vida

E ele só tem 6 dias e rendendo muito

Espero que tenham gostado

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