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0.3

BÉLGICA
27 DE MARÇO DE 2016

Max não conseguia entender o que havia acontecido na casa de Charlotte a algumas horas. E a sua mãe já havia percebido que algo realmente estava martelando a sua cabeça, depois de ver o filho ficar sentado no sofá com os olhos fixos a parede. Victoria, em sua grande sabedoria, preferiu deixar o irmão mais quieto. Sabia que se algo sério estivesse acontecendo, falaria. Era assim desde o tempo das merdas vindas de Jos Verstappen — o pai dos dois. E nada poderia ser pior que uma visita de seu pai ou uma das merdas dele depois de uma corrida... Ela sabia disso, mesmo sendo a princesinha da casa.

— Estou preocupada com ele.

— Por quê? — Victoria encarou o irmão, o vendo deitado de costas no sofá, um dos braços caído pela lateral — Tá sendo o esquisitão de sempre. Nada fora do normal.

— Victoria!

— Não falei nenhuma mentira. — a loira sibilou, vendo a mãe a olhando de maneira irritada.

— Ele mentiu essa manhã para mim.

— O que ele mentiu, mãe?

— Falou que dormiu na casa de Florence, mas ele não dormiu nos Bilard. — Victoria encarou a mãe, como quem perguntava de onde vinha tamanha certeza — Ele avisou ontem que estava ali, mas pela madrugada saiu acompanhada de uma garota.

— A senhora estava monitorando a casa vizinha?

Sophie tripudiou da pergunta da filha.

— Não, estava prezando pela segurança do meu filho.

— As vezes a senhora me dá medo.

A mais velha deu de ombros, os olhos indo até onde o filho analisava o celular, como se magicamente uma solução estivesse surgindo.

— Alguma coisa aconteceu.

— Ele tem dezoito anos, mãe. Nem morar conosco mora mais, apenas vem para essas visitas esquisitas e meio estranhas. Ele sabe o que está fazendo.

— Ele ainda é o meu garoto. O dia que tiver os seus, irá me entender.

Ambas acabaram se assustando ao ver o loiro pular do sofá, o celular em mãos, digitando rápido. Max tinha acabado de entender que não conseguiria compreender a atitude de Charlotte sem uma segunda opinião. O problema era que sua segunda opinião não poderia ser as pessoas próximas a ele no momento. Ou seja, precisava de alguém fora sua mãe e irmã. E a sua mente deveria estar com algum problema, mas a única pessoa que parecia provável de o ajudar era seu colega de equipe.

— MENSAGENS —

Nós fizemos amor
Não sexo, amor

Cabrón

Nós fizemos amor

Eu com certeza não fiz sexo com você
Muito menos amor

Eu e a Charlotte
Seu idiota

Quem é Charlotte mesmo?

O amor da minha vida

Ah
A morena bonita da foto que você mostrou bêbado?

Sim

E você conseguiu pegar aquela mulher?
Porque pelo que me lembro
Ela ignorava sua existência

É uma história longa
Mas sim

Isa tomando banho
Puedes habla

O que?

Pode falar
Sério, cara
Aulas de espanhol
Urgente
Se quiser que eu me mantenha na Toro Rosso com você

Quem disse que eu vou continuar na Toro Rosso?

Quem chegou antes de quem mesmo?

Ridículo

Idiota

Você não é humilde, cara
Precisa ser mais modesto se quiser conquistar os fãs

Ninguém gosta de você

Odeio você

Vai falar ou não?

Eu fui na festa da cidade

Nesse frio?
Coragem

Obsessão é a palavra

Pelo menos reconhece

Vai me deixar falar?

Teoricamente é digitar

Carlos

Meu nome

Eu fui na bendita festa
E encontrei meu vizinho
E ele viu que eu estava olhando
Eu não sei como ele percebeu
Eu estava sendo muito discreto

Você encarando a menina

Ela não tinha percebido

A coitada é inocente, Max
Não tem culpa se você é um maluco obsessivo
Que a persegue a vida toda

Eu não a persigo a vida toda

Eu preciso te lembrar que furou o pneu do carro dela
para ela pedir sua ajuda para trocar?

Ela não tinha carro

Verdade
Você fez essa ação super normal
No carro da amiga dela

Estamos perdendo o foco aqui
E só para constar
Foi o namorado da amiga que trocou

Sim, porque namorados normais fazem isso por sua garota
Você não sabe disso
Porque nunca namorou

Cara
Você começou a sair com a Isabel
A um mês

Mais tempo que você
Com essa sua paixão platônica

Eu pelo menos já consegui sair dos boxes
Não continuo só no simulador

Você leu a parte que a Isa foi tomar banho?

O que vocês estavam fazendo, Carlos?

Max
Hahaaah

Carlos

Certo
Estamos na sala dela

Fazendo?

Olhando filme
*figurinha revirando os olhos*

Pois é, meu querido
Pois é
Quem está perdendo mesmo?

Se sua garota é tão importante assim
Por que está me mandando mensagem
Ao invés de falando com ela?
Em?
Em?
Acho que alguém está mentindo...
Mentindo

Continuando
Porque você não vale uma briga
Enfim
Ele me levou lá
Só que o idiota achou que eu tava olhando para Alana

Quem é Alana?

A amiga da Charlotte
Presta atenção

Eu não me lembro de nenhuma Alana

Eu falo que ela é amiga da Lotti a meses

Uma menina chamada Alana é melhor amiga da Charlotte?

Sim!!!

Eu acho que não
Acho que me lembraria se tivesse citado alguma Alana

Caaaaaaarloooos
Estamos perdendo o foco de novo

Então para de enrolar e falaaaaa

Florence achou que eu estava interessado na Alana
E a Alana aparentemente estava interessada em mim
E...

Interesseira
Não se mistura

Que?

sendo uma interesseira para querer te pegar por livre e espontânea vontade

Vai tomar

Uma cerveja?
Eu quero mesmo
Mas a Isa tá com cólica
Não vai dar

Vocês não estavam apenas conversando?
Por que está na casa dela?
Se ela tá com cólica?

Porque se você quer ficar com uma mulher
Precisa dar atenção
Max

Você estava dando atenção para umas cinco mulher no último GP

Detalhes
E eram quatro
Seu exagerado

E onde isso é melhor?

Você jura amor eterno a Charlotte e pega quatro garotas no pós corrida junto comigo
Não sei se pode me julgar Maximiliano

Meu nome é Max Emilian

Mesma bosta

Só que a garota é uma babaca

Eu disse que não prestava
Podemos perceber o desvio de caráter
em querer te pegar

Carlos

Continua
Eu pontuei o negócio aqui

Nem conversamos direito na festa
E acabamos indo comprar kebab
E então estávamos na sala do Florence com as duas

Max, elas estavam bêbadas antes de ir?

Não

Tem certeza?

Absoluta

Hum

Em algum momento estávamos falando sobre academia
E Alana falou sobre o bumbum da Lotti estar mole
Só que não está

E você reparou bem

Foi só uma olhadinha

Claro...

Talvez um pouco mais

admite que olhou, Max
É menos vergonhoso

Eu posso olhar para o que é meu

Detalhe: não é seu

Ainda

Claro, querido
Continua

Charlotte pediu para ir ao banheiro
E eu me ofereci para mostrar onde era
Como um bom cavalheiro

Sabia que um cavalheiro nunca se ofereceria para ir com uma donzela para qualquer lugar?

Como sabe disso?

Isa
Continua

Papo vai
Papo vem

Você tava vermelho ou roxo?

Que?

Quando fala dessa garota
Sempre vermelho
Mas como você tava falando com ela
No banheiro
Pensei que pudesse estar roxo

Roxa vai ficar sua cara
Em seguida
Zé ruela

Vou te bloquear

Nós fizemos amor no banheiro

Opa
Não vou te bloquear
Conte-me mais

Fizemos amor
Depois de um drama com camisinha

Que drama?

Não tinha
Eu não achei em lugar nenhum

Titio ama, titio não cuida
Titio é padrinho

Claro, Carlos
Se eu engravidar a garota dos meus sonhos
Você vai ser o padrinho
*emoji revirando os olhos*

Você é o melhor

Mas isso provavelmente não vai acontecer
Porque ela tomou a pílula do dia seguinte
Em menos de duas horas

Para quem não tinha camisinha
O medo da maternidade
A fez achar a medicação bem rápido

Fomos a farmácia antes da casa dela


Mas e a amiga?

O que tem ela?

Você disse que ela tava junto

Na hora que saímos ela tava de pega com o Florence

Quatro é par?

Quase isso

Então você dormiu com a menina que sonhava
Tocou uma pílula do dia seguinte
E foi para casa?
Essa é a grande história?

Eu dormi na casa dela

Sério?
Uou
E a Isabel não me deixando dormir aqui
Sortudo de merda

Estou em campanha a anos

Então você na casa dela?

Não

Por que não?

Porque ela me mandou embora

Sua garota te mandou embora?

Sim...

Cara
Você é péssimo

Que?

O chá que voce deu nela
Péssimo

Que chá?

O chá, Max

Carlos
Não faço ideia do que está falando
?

*emoji berinjela e pêssego*

Aaaaaaa
Entendi

Finalmente
Aleluia, aleluia, aleluia
Aleluuuuuuia

O que eu faço?

Considerando o horário
Dorme para recuperar a energia da madrugada

Não, idiota
Com ela

O que tem ela?

O que eu faço

Nós dormimos juntos

Com quantas garotas você já dormiu, Max?

Não te interessa

Para você nunca interessou também

Então só segue o baile

Carlos, eu dormi com a mulher da minha vida

Eu lembro de você falando que depois que acontecesse

Você a tiraria do sistema

E não iria mais querer saber dela

Mas eu menti

Porque eu quero saber dela
Quero saber cada passo

Então não sei

Pergunta a Isa

Eu não vou perguntar a Isa

Pergunta

Ela é a mulher mais próxima que temos

Victoria existindo

Não vou perguntar isso a minha irmã

Pergunte a Isa

Não

Sim

Não

Sim

Não

Não

Sim

Ótimo

Mierda
Você me deve uma

Estou esperando
Ainda esperando

Carlos
Eu não dormi

Rolou porque eu sou um ótimo amigo
E eu amo essa mulher

Ah rá
Entendeu o que eu sinto agora?

O que ela disse?

O que eu posso fazer?

Isa falou para tentar conversar com ela

Ela disse que tava na hora de voltar para minha vidinha de piloto de F1

Então ela leu as notícias de você com outras garotas
Está insegura

Você acha?

Sem brincadeira agora
Realmente foi bom?
Você sentiu que para ela foi bom?

Sim, cara
Nós nos encaixamos

E foi meio surreal
De tão bom

Então vá até ela e conversa
Não entrega que você é obcecado nela
Mas conversa que quer a conhecer melhor

Isso foi você ou a Isa?

Os dois

Certo

Obrigada

Tudo certo agora cabrón?

Tudo certo

Ótimo
Será que eu posso curtir a minha garota?

Mais uma coisa

O quê?

Charlotte e eu teremos muitos filhos

E?

E você vai ser padrinho de pelo menos um

Isa disse que quer o mais calminho
Beijo, tchau

Max desceu as escadas com tanta pressa que quase não conseguiu parar a tempo, precisando levar ambas as mãos para o lado, uma pousando no corrimão das escadas e a outra na parede, ao menos se equilibrando antes de bater em seu pai.

Jos Verstappen não pareceu achar o esforço do filho para não o alcançar bom o suficiente, o encarando com a sobrancelha arqueada e a bendita cara de quem o mataria se pudesse. Max tinha certeza que o pai apenas não tinha feito um acidente não tão acidente porque conseguia ver certo futuro para sua conta bancária. Não era o retorno que ele queria ainda, mas já tinha dado o melhor pontapé depois que a Toro Rosso assinou com ele.

— Por que está correndo?

O mais novo engoliu em seco. Como ele falaria a seu pai que estava querendo ir atrás de uma garota que o expulsou logo após transarem? Primeiro que seu pai sempre deixou claro que ele não deveria ter envolvimento algum com qualquer mulher, ele não havia criado um maricas com sentimentos por algo além de corridas. Segundo que Charlotte Bakker havia se tornado assunto proibido depois que Max e Jos brigaram e a garota ajudou a Max. Terceiro que nada deve ser tão importante a Max ao ponto de o fazer poder ter um pequeno acidente doméstico... Jos o mataria se caísse daquelas escadas ou tropeçasse, porque isso mudaria todo o roteiro de vida ao qual preparou para o filho. E isso era inadmissível. 

— O que está fazendo aqui?

— Isso é uma boa pergunta. — a voz de Sophie chegou aos dois, antes mesmo que sua imagem, ela vinha do corredor com Victoria em seu encalço — O que está fazendo aqui, Johannes?

Max reparou como seu pai apertou a mandíbula, desgostoso com a persistência de sua mãe em o chamar pelo nome ao invés da informalidade do "Jos". O engraçado era que parecia tão distante a memória de qualquer um dos filhos do antigo casal a última vez que Sophie chamou o pai deles pelo apelido, ou qualquer coisa além de seu nome. Talvez não fosse mais possível recordar, visto que os dois se separaram em 2008 e Max tinha onze anos e Victoria apenas nove.

— Vim ver meus filhos, Sophie-Marie.

Victoria não tinha muitas memórias de seus pais juntos, muito menos conviveu com o pai suficientemente para saber que não era uma boa pessoa. Apesar de ter ouvido cada uma das histórias de seu irmão, ainda era diferente. Victoria era a garotinha da casa, Jos quase a levou consigo quando houve o divórcio. Mas, por sorte da menina, Sophie não a deixou ir viver no inferno.

Entretanto, era de certa forma estranho ver a loira correr para os braços de Jos. Max nunca faria aquilo. Talvez por saber que se fizesse aquela demonstração de carinho, possivelmente ganharia um tapa pelo rosto. E Sophie se aproximou do  filho, deixando um dos braços passar pelas costas e a mão cair no quadril do piloto da Toro Rosso.

Existia uma espécie de conexão entre os dois. Ambos haviam sofrido e ainda sofria — no caso do Max — nas mãos do Johannes. Parecia errado deixar Victoria, a doce menina, conviver com Jos. Ao mesmo tempo, que parecia certo a deixar criar memórias boas com o pai como qualquer pessoa normal.

— Max, venha dar um abraço ao papai também.

O piloto olhou para a mãe, ganhando um leve aceno de cabeça, antes de se mover ainda desconfiado na direção de seu pai. Jos não era carinhoso, não era um bom pai. Jos era um treinador. Se alguém quisesse ser um bom piloto, apenas precisava seguir os conselhos de Jos Verstappen. O problema era que Max apenas queria ser um bom filho.

Jos não se deteve muito ao abraçar o filho, talvez por conta de Max estar tenso ao seu lado, diferentemente de Victoria. Por conta disso, o afastamento foi bem rápido, partido da parte do jovem. E os quatro ficaram ali, na ponta da escada, aparentemente sem saber como conversar ou falar.

— Kelly não venho?

Sophie-Marie questionou, lembrando-se da nova esposa de Johannes, ganhando um aceno negativo do homem.

— Vim tratar de assuntos de família. Não seria bom que ela viesse.

Sophie-Marie e Max entenderam o que estava sendo discretamente velado na fala do homem. E as costas do piloto tencionaram. Não era bom que Kelly, a nova esposa, o visse sendo quem era. Max, de repente, se perguntou se o pai também aprontava com a nova esposa. Se era grosseiro e meio violento como era no tempo de casamento com sua mãe. Ele torcia para que não fosse, pois não desejava aquele tipo de relação a ninguém.

— O que vocês acham de almoçar fora? Não consegui avisar antes que viria, queria fazer uma surpresa.

A pergunta de Jos era mais uma maneira de desviar o assunto, Max conhecia aqueles trejeitos. Ele não queria almoçar fora, Jos venho para almoçar com eles, tal coisa era clara ao chegar no horário próximo ao que Sophie servia e as coisas na maioria pronta.

— Esta tudo pronto aqui em casa, Johannes. — Sophie suspirou, como se as palavras fossem difíceis de serem pronunciadas — Mas pode almoçar conosco.

Era bem óbvio que não era da sua vontade, nem a de Max. Porém, qualquer outra resposta, conhecendo Jos, viria a trazer uma briga que ninguém estava disposto a embarcar naquele instante. Então, existem momentos em que apenas deve subir no barco e deixar a maré levar.

O almoço passou como um borrão de desconforto, mesmo Victoria tentando puxar os três para qualquer assunto. Max até se esforçou para participar por um tempo, sua irmã pareceu reconhecer isso, tocando sua mão por cima da mesa em determinado momento. Mas nada poderia quebrar a enorme pedra de frieza que a presença de Jos trazia a casa.

Quando o almoço se encerrou e Max começou a auxiliar a mãe na retirada das coisas da mesa, deixando Victoria com Jos, ele e Sophie trocaram um olhar. A mulher passando as mãos pelos fios loiros dele, tentando passar conforto.

A casa em Maaseik sempre passava segurança a Max. O problema era que Johannes Franciscus Verstappen não era alguém propriamente seguro para se conviver. Todavia, ainda era o pai de Max.

— Max, podemos conversar?

Jos surgiu na cozinha, ignorando que o mais novo estivesse secando alguns itens a mãe, e fazendo uma pergunta, mesmo que o tom deixasse claro que se tratava de uma convocação. Sophie-Marie apertou os talheres entre os dedos, os olhos se voltando ao filho, como quem não gostaria que aquilo acontecesse, mas não havia o que pudesse ser feito.

— Claro.

Max nunca pensou que aquela simples palavra tivesse um enorme peso. Todavia, quando se tratava de seu pai, parecia que tudo ganhava um significado maior.

Os dois acabaram se movendo para a parte de trás da residência. Jos sendo o primeiro a sentar na espreguiçadeira, os olhos em cima do piloto da Toro Rosso. Max levou a mão a cabeça, apenas para se dar de conta que não tinha usado seu boné em momento algum da manhã, franzindo a testa ao perceber que não sabia onde ele estava. Senhor, ele tinha trazido da casa de Charlotte? Ele não lembrava de ter vindo de boné da casa da Bakker.

— Meus amigos me parabenizaram por sua vitória.

Max acabou precisando piscar quatro vezes até se orientar e saber o que devia falar ao pai, concordando no final. Ele não se animava a abrir a boca.

— O que acha disso?

Aquilo era uma pegadinha. Jos nunca o parabenizaria pelo décimo lugar, se não o fazia nem pelo segundo, dirá o último na pontuação. Max continuou em silêncio.

— Não irá me responder?

Max já via como a face do pai parecia mais corada. A irritação tão conhecida se tornando evidente. O piloto se questionava como o pai havia demorado tanto para chegar até si. A fuga do mais novo do paddock não tinha o dado chance de "conversarem".

— Não sei o que posso o dizer.

— Foi uma pergunta bem simples.

— Mesmo assim.

— Ótimo! Criei um acéfalo que não sabe responder uma pergunta simples.

O mais novo passou a língua entre o lábio inferior e os dentes, suspirando no final. Sendo sincero, "acéfalo" era um xingamento até normal vindo do pai. Não era um que gritava para correr ou preparar-se para uma surra.

— Vamos, Max. — ele se ergueu da espreguiçadeira — O que acha das pessoas estarem me parabenizando? Acha que foi um bom resultado?

— Segundo as notícias, foi um bom resultado para um início de temporada.

Johannes soltou uma lufada risonha, mais parecendo raivosa do que realmente feliz e ele deu um passo a frente, fazendo o filho recuar dois.

— Ótimo! Alguém que não entende nada fez um comentário positivo quanto ao décimo lugar. — ele sorriu, não era a melhor reação para se esperar — Décimo lugar, nem ao menos conseguiu o nono, mas o décimo, atrás de seu colega de equipe.

Max havia feito um comentário parecido durante a madrugada com Charlotte, dito sobre Carlos ter faturado uma posição melhor e ele ter "perdido". Mas não havia tido aquele tom raivoso na sua voz. Não. Era diferente. Ele estava animado por ter compartilhado aquele momento com Carlos. Era a estreia da temporada e eles haviam pontuado. Certo que o outro tinha tido um resultado melhor, mas a diferença de tempo havia sido baixa e poderia ser recuperada na próxima corrida.

O problema era que Max conhecia seu pai.

Johannes nunca aceitaria um décimo lugar.

— Diga-me, Max. Nós trabalhamos duro para conseguirmos um décimo lugar, atrás de seu colega de equipe?

O piloto sabia o que viria depois que seu pai falasse o que bem entendia sobre a situação. Ele não costumava se pronunciar muito. Interromper Jos se tornava inviável, pois ele se irritava ainda mais e acabava esquecendo tudo o que tinha para falar e apenas partia para cima.

— Me responde, moleque! — de jeito nenhum que o tapa que recebeu na nuca foi recebido com surpresa pelo piloto da Toro Rosso e esse fato foi percebido pelo seu pai, fazendo as veias de Jos quase brilharem — Eu não trabalhei para que ficasse em décimo lugar, Max Emilian!

O mais novo fechou os olhos ao ver a mão ser afastada, estava preparado para a primeira agressão, pois era costumeira após a decepção. Todavia, a voz de Victoria chegou aos seus ouvidos antes que pudesse ser finalizado e Jos se afastou de maneira rápida.

Johannes tinha medo de parecer um monstro para Victoria, porque Victoria era a sua garotinha. E Victoria fingia não ver as coisas porque gostava de ser a garotinha dele.

— Pai, Kelly está no telefone.

Max tinha começado a pegar um carinho especial por sua madrinha a partir daquele instante, principalmente ao ver a maneira como seu pai pareceu mudar de forma drástica. Primeiro era Victoria, depois Kelly Van Der Wall — seu pai fingia muito bem ser uma boa pessoa a segunda esposa.

— Isso ainda não acabou.

O número 33 ergueu os polegares, vendo o mais velho se afastar e deixando seu corpo cair em cima da espreguiçadeira. Victoria continuou na porta, mesmo depois do pai passar, os olhos parecidos com os do irmão em cima do corpo de Max. Como se quisesse confirmar se chegou a tempo. Sophie-Marie parou ao seu lado.

— Descubra até quando seu pai ficará.

A mãe dos dois pediu a filha, antes de a abandonar e seguir para a espreguiçadeira.

— O que aquele neandertal queria?

— Não terminamos nosso assunto ainda.

Max a respondeu, sem abrir os olhos, o corpo ainda caído na espreguiçadeira.

— E o que ele falou até agora?

— Que um décimo lugar não é bom.

— Seu pai não iria aceitar nem mesmo o primeiro lugar, schat.

Max acabou rindo ao escutar a mãe o chamando de "querido", porque havia usado muito aquela palavra durante a madrugada. E de forma automática, tinha a ligado a pessoinha que estava consigo.

— O que foi?

— Nada.

— Max Emilian...

— Sophie-Marie...

A mãe dele acabou rindo e ele abriu os olhos, encarnado de lado a mulher.

— Como a senhora foi casada com esse homem por tanto tempo?

— Não sei.

Max queria perguntar o porquê de sua mãe nunca ter se intrometido nas vezes em que pilotou kart, ou porque não deu um basta quando Jos o abandonou no posto, ou porque continuava o deixando invadir suas vidas. Mas ele percebeu que talvez Sophie-Marie o deixasse fazer isso pelo mesmo motivo pelo qual Max o deixava fazer o que quisesse.

Johannes Franciscus Verstappen era uma péssima pessoa, um péssimo pai e havia sido um péssimo piloto. Mas Max Emilian Verstappen ainda o amava, pois era o seu pai. Mesmo sabendo que ele era tudo aquilo, ainda sentia o mesmo sentimento de apego e o deixava continuar achando que estava no controle.

— Seu voo está marcado para amanhã?

— Sim, Milton Keynes.

— Talvez devesse pegar suas coisas e ir dormir na casa dos Bilard como ontem. — Sophie-Marie falou como quem não queria nada — Não sabemos quando seu pai irá embora e posso dizer que um amigo precisava de ajuda ou algo assim.

— Os Bilard são nossos vizinhos.

— Quem sabe teria outros amigos...?

Ela deu uma olhadela na direção dele, vendo quando um sorriso acabou preenchendo as bochechas do filho.

— Acho que tenho um lugar.

— Tem?

— Aham.

— Onde...? — ela fez pequenos círculos sobre suas coxas, tentando parecer desinteressada.

— Um lugar aí.

E o Max pulou de onde estava, deixando um beijo na bochecha de sua mãe e correndo para dentro. Nem parecia a pessoa atirada sobre a espreguiçadeira que tinha deixado o pai sugar tudo o que podia. E a mente do piloto da Toro Rosso tinha trabalhado rápido em uma desculpa para retornar a casa de Charlotte e sua mãe acabou de o dar uma perfeita.

— Já está indo?

Victoria o perguntou ao vê-lo colocando suas coisas dentro da mochila, o fazendo parar e a encarar, concordando em seguida.

— Estou com alguns problemas na escola.

O piloto fechou os olhos, se amaldiçoando internamente por ter prometido a irmã que a ajudaria apenas para estar fugindo de casa com a recente aparição do pai.

— Geografia?

— Geografia.

Max fechou sua mochila, a trazendo aos seus ombros e tentando achar uma solução para o caso.

— Eu posso tentar te conseguir uma professora particular.

— Mamãe acha um gasto atoa tendo você.

— O problema é que não estou mais aqui né?

— Foi o que falei. — ela o apoiou, rindo.

— Me manda uma foto do seu problema geográfico e faço esse para você, depois arrumamos uma professora.

— Você é o melhor!

Ele sorriu ao receber um abraço da caçula.

— Tá! Tá! Agora me deixa fugir antes que ele desligue o celular.

— Foi uma boa ligar a Kelly né?

— Você que ligou?

— O que você acha?

— Essa é a minha garota!

Ela bateu sua mão com a de Max, sorrindo antes de o guiar pelas escadas, ambos agindo como se fosse uma super-fuga, encontrando-se com Sophie-Marie do lado de fora. A mãe dos dois riu, ainda os vendo como duas crianças.

— Me ligue quando for para o aeroporto e quando chegar em Milton Keynes, entendido?

— Sim, senhora.

— Amo você.

Ele concordou, deixando um beijo nas bochechas das duas, antes de ir andando pelas ruas. Não pegaria o carro, nem pediria carona a sua mãe. Fora que seria um exercício, seu personal aprovaria a mudança, ainda mais depois dos últimos dias.

A casa de Charlotte ainda parecia a mesma, apesar de que não foi a imagem da casa que chamou a atenção do piloto. Mas, sim, o fato de Violet, a irmã da sua garota, estar correndo na rua, vinda na sua direção.

— Socorro!

Ele pegou a menininha, Violet tinha 12 anos, Charlotte o informou pela madrugada, vendo quando a sua irmã mais velha abriu a porta de casa.

— Você tá morta, Violet!

Ele sentiu os bracinhos da menor o apertando. E Charlotte finalmente o viu, estreitando os olhos castanhos.

— Oi.

Max sorriu ao falar, os braços na volta da menina.

— Eu te vi chegando pela janela. — Violet contou, um sorriso grande para a irmã.

— O que você falou a ele, Violet Bakker?

— O que ela tinha para falar comigo?

— Nada da sua conta, Verstappen.

Ele não sabia se sorria ou não para a maneira como Charlotte parecia irritada, mas a maneira como a castanha estava bonita usando um roupão felpudo e meio gasto deveria ser estudado. E Violet tremeu em seus braços, o fazendo perceber que estava usando apenas uma blusa fina.

— Vamos entrar para dentro. — Max chamou a mais nova, ganhando um aceno animado, ele passou o portão, sorrindo ao encostar a Charlotte — Oi.

— O que está fazendo aqui?

— Está frio, schat. — ele tocou a bochecha dela — Podemos conversar do lado de dentro.

Charlotte tinha certeza que poderia chutar a bunda branca de Max de sua casa. Ela já havia o feito pela manhã. Não tinha problema em fazer de novo. O problema era que Violet estava agarrada a ele como se fossem velhos amigos, isso porque sua irmã estava dormindo em todo o momento em que Max se fez presente na madrugada e de manhã.

— Eu olhei o primeiro GP da temporada.

Violet até mesmo deu pulinhos ao contar aquilo, ganhando um olhar surpreso de Max e de Charlotte — que nem fazia ideia do interesse da caçula em corridas.

— E aí? O que achou?

— Você foi fantástico!

Ela pulou nos braços de Max novamente, o fazendo se sentar no sofá. Ele não reclamou sobre estar sendo elétrica demais, apenas aceitou o carinho de Violet.

— Décimo lugar na primeira corrida? Fantástico!

Ele sentia vontade de rir, pois tinha acabado de fugir da casa, porque sabia que seu pai o faria se sentir um bosta por ter conseguido apenas o décimo lugar na competição. Todavia, o que importava a opinião de Jos Verstappen, quando Violet Bakker o chamava de "fantástico"?

— Eu quase não acreditei quando deixou o boné aqui em casa para mim. — Violet pegou as laterais do rosto de Max — Eu o encontrei na sala caído, a Char disse que conseguiu para mim, quando contei que era sua fã.

— É? — ele desviou o que pode dos olhos para onde Charlotte tinha uma mão no rosto, parecendo envergonhada com as ações da irmã.

— Ela é a melhor irmã do mundo.

— Claro.

Max não desmentiria a garotinha, ou acabaria com seus sonhos dizendo que na verdade havia esquecido o boné pela madrugada depois de ter transado com Charlotte. Ou que saiu tão desiludido da casa que não lembrou do boné. Não. Deixasse a menina pensar que Charlotte havia conseguido como um presente.

— Você assina para mim?

— Sem sombra de dúvida.

Violet soltou um segundo gritinho, voltando a abraçar o pescoço do piloto da Toro Rosso. E Max encarou a irmã da menina por cima de seu ombro. Charlotte negou com a cabeça, mesmo estando com um sorriso doce nos lábios.

— Obrigada, obrigada, obrigada!

Violet gritou ao se afastar de Max, correndo para os braços da irmã mais velha, pulando em cima de Charlotte e a fazendo esquecer da cantoria de mais cedo. Violet tinha visto Max pela janela se aproximando e contou a Charlotte, a universitária falou para as duas se esconderem, mas Violet choramingou um "não", antes de falar que pediria a Max para ser o namorado da irmã.

Charlotte não conseguiu a pegar a tempo, apenas vendo a irmãzinha correr para fora e se atirar sobre Max.

Aparentemente, para a sorte de Charlotte, Violet havia esquecido de sua ameaça.

— Você é a melhor irmã do mundo!

Charlotte beijou a bochecha de Violet.

— Você é a melhor irmã do mundo.

E quando colocou a irmã de volta no chão, Violet voltou a ser a pequena sombra de Max, não dando chances de Charlotte se quer questionar o que o piloto estava fazendo na sua cara e o motivo para ter uma mochila tão grande na porta de entrada, trazida por ele.

Mais um capítulo do Max e da Charlotte

No próximo vamos ter uma pequena conversa e pular alguns dias, vai ser mais uma ambientação esse início

Esse capítulo estava finalizado e estou terminando o novo de "DISCOMBOBULATE", espero o finalizar até terça feira, no máximo

estava meio claro que iria colocar o Jos não sendo uma boa pessoa desde o capítulo de apresentação, mas quero deixar bem ressaltado que ele vai ser um trasgo aqui

Charlotte tem uma pequena do Max em casa

Max adorou o fato da Violet ser dele

Eu reparei que estava colocando o Max e o Carlos como estreantes da F1, sendo que eles estão desde 2015, então perdão o erro

Isa vai aparecer na história

Temos breves menções agora, porque está no início

Vai existir o triozinho Charlotte, Kelly e Isa na fic

Enfim, acho que é isso

Me falem o que estão achando

Espero que tenham gostado

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