Balões são problemáticos🎈
"Você está adorando o psicopata sentado ao seu lado
Você está adorando o assassino sentado ao seu lado
Você vai pensar: Como eu cheguei até aqui, sentado ao seu lado?
Depois de tudo que eu disse por favor, não se esqueça"
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***
— Balões, balões, balões, voam sem parar, chame a mamãe e o papai e vamos todos brincar, eu tenho verde, vermelho e laranja, mas prefiro as amarelas porque me lembram as bananas. Olhe quantas cores, não é divertido? Venha rir comigo e com o palhaço meu amigo.
— Alice, não deixe sua mente vagar. Precisa continuar a me contar o que aconteceu. Preciso de você aqui, comigo. — a voz de Robert chegava em um tom melodioso aos meus ouvidos.
— É o que estou fazendo, não é? — perguntei erguendo uma sobrancelha.
Robert concordou, incerto.
— Os diagnósticos dos médicos relatam de fato a mordida em seu ombro. Soube que teve que lidar com uma infecção, certo? — ele cruzou as mãos nos joelhos.
— Era sujo lá dentro, mas não vou falar mais nada porque ele gosta da van. Não quero que ele se irrite comigo. — desabafei.
— Não se preocupe, Taehyung não vai te machucar mais. — Robert remexeu-se na cadeira.
— Ele não me fez gostar de balões. — retruco o óbvio.
— Sim, Alice. — Robert colocou mais fita no gravador. — Soube também que foi diagnosticada com uma leve perda auditiva, certo?
— Os balões são problemáticos, não é? — observei com um tom melancólico. Minha mente parecia prestes a derreter. Ou pelo menos era o que eu sentia.
— Sim, e ainda mais quando juntos a um trauma como o seu, mas tudo vai se resolver em seu tempo. — o psiquiatra folheou a prancheta na mão. — Você disse que gritou por ajuda antes do Taehyung se jogar em você. Tem certeza que ninguém ouviu? Não conseguiu ver onde estavam?
— Estávamos sempre no mesmo lugar. O tempo todo, todo o tempo. Aquela era a casa dele, Taehyung precisava ficar perto dos pais.
— Está se referindo a van? — questionou o homem.
— Ao circo, estávamos no local do circo. Era a casa dele. — me mexi desconfortável ao olhar o relógio na parede. Estava ficando tarde.
— Por isso ninguém ouviu, ninguém anda por lá desde o incidente. — murmurou Robert, mais para ele do que para mim.
— Posso ir para o quarto? Ele vai aparecer logo. — perguntei temerosa enquanto olhava o relógio.
— Alice, isso faz parte do seu trauma. Tem que aprender a lidar com ele. Nós iremos exercitar amanhã assim que acabarmos o relatório hoje, mas preciso que se concentre em mim e em minhas perguntas. Acha que pode fazer isso? — a voz de Robert soava cansada. Desconfio que eu era sua única paciente, mas dava mais trabalho do que muitas pessoas.
Dei de ombros voltando a encostar minha cabeça na poltrona.
— Ótimo. — ele olhou para a prancheta antes de continuar: — O que aconteceu depois de acabar o algodão doce?
— Ele chorou. — retruco.
— Chorou? Por quê? — Robert ergueu um sobrancelha, parecia surpreso e curioso.
— Saudades dos pais dele, eu acho. — olhei para o relógio mais uma vez. 18h:12. — Foi quando ele me contou a história do assassinato dos pais dele.
— Só um momento, assassinato? Não, Alice, o circo pegou fogo por um descuido dos profissionais que montaram as lonas. Houve um curto circuito em uma das barracas ocasionando o incêndio. — explicou Robert consultando outra folha da prancheta.
— Não foi um "descuido" como todos disseram. Os Kim's estavam devendo dinheiro. — dei de ombros. — Além disso, eles tinham muita inveja das apresentações que o Kim's Circus fazia.
— Eles quem? — Robert inclinou-se para frente.
— Os Park's, tenho certeza que o senhor ouviu falar no Park's Circus. Eles passaram por aqui no começo do ano. — tive que tocar no meu joelho mais uma vez.
— O que quer dizer com isso? Qual foi a história que Taehyung lhe contou? — o homem empurrou o gravador para que ficasse mais perto de mim.
— Bem, era dia 23/12/2021, o Kim's Circus ia se apresentar aqui em Seul...
***
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Cuidado com os balões!🎈
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