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08. PELDIO

PELDIO (Alto
Valiriano)

I. COBRA;
II. Víbora.

ARTHOR DAYNE

Era noite quando Arthor finalmente parou para descansar.

Seu cavalo pastava tranquilamente, preso a uma corda que o ligava a uma árvore, enquanto Arthor acendia uma pequena fogueira para espantar o frio da noite.

O crepitar das chamas e o som suave das folhas ao vento traziam uma sensação momentânea de paz, mas a mente do cavaleiro estava longe de se estar em paz.

Tudo que ele podia pensar era na princesa que ele jurou proteger.

Na forma que ela estava sozinha agora.

Na forma que Lady Royce nem o permitiu se despedir de Baelys. Não o permitiu dizer que ele só estava indo porque assim ele poderia protegê-la no lugar terrível que era Porto Real, que ele não havia saído do lado dela por vontade própria.

Arthor suspirou enquanto se lembrava da forma que o príncipe Daemon olhou para ele quando ele partiu, a satisfação brilhando em seus olhos violeta, o sarcasmo em sua voz.

"ㅡ Espero que sua viagem seja boa, dornês."

Arthor imaginou o que o sarcasmo de Daemon poderia significar. E qual era o  motivo, além de seu local de nascimento, para o ódio do príncipe de cabelos prateados.

Quão longe Daemon iria com seu ódio por Arthor?

E como se zombassem, os deuses pareceram querer responder essa pergunta no instante seguinte, quando Arthor percebeu um detalhe sutil: o silêncio da noite se tornara pesado demais.

As folhas haviam parado de se mover, o canto dos insetos cessara. Não era a quietude natural de um ambiente tranquilo, era a quietude que precede uma emboscada.

Arthor sabia bem disso, ele havia sido emboscado dezenas de vezes antes de se tornar a espada juramentada da princesa Baelys. A vida não era fácil para aqueles que se aventuravam na estrada.

O cavaleiro se levantou devagar, a mão já repousando sobre o punho da espada.

Seus olhos se estreitaram enquanto procurava pela escuridão ao redor.

Então, ele ouviu um leve estalar de galhos à sua direita.

Quatro figuras surgiram das sombras, vestidos como mercenários, mas com uma postura que sugeria treinamento.

Um deles, o que parecia liderar o grupo, deu um passo à frente, abrindo um sorriso astuto.

ㅡ Você está bem longe de casa, dornês. E fez inimigos muito poderosos.

O líder zombou, com a certeza de que Arthor não iria sobreviver à emboscada.

ㅡ Então, foi ele que os enviou ㅡ Arthor murmurou para si mesmo, sentindo a familiar mistura de fúria e determinação enrijecer seus músculos.

A resposta estava aí. Quão longe Daemon Targaryen iria para se livrar de Arthor Dayne.

Daemon Targaryen o odiou tanto, que havia contratado mercenários para o matar.

E por quê? Por Arthor ser dornês? Por Arthor proteger a filha dele quando Daemon não estava lá pra isso?

Sem perder tempo, um dos homens avançou primeiro, uma lâmina curva na mão.

Arthor bloqueou o golpe com precisão, girando seu corpo e contra-atacando com um corte rápido na perna do agressor.

O mercenário gritou, cambaleando, mas antes que caísse, Arthor já se virava para o segundo adversário, o líder, que brandia uma clava pesada.

O líder tentou usar a força bruta para esmagar Arthor, mas o dornês era mais rápido, principalmente sem a armadura, que ele tirou para descansar na noite.

Arthor se esquivou do ataque com um movimento ágil, se abaixando para cortar o tendão do calcanhar do homem, que gritou em agonia antes de tombar no chão.

Com um movimento, Arthor atravessou sua espada no peito do mercenário, silenciando-o para sempre.

Os dois restantes hesitaram por um segundo, percebendo que estavam diante de um cavaleiro muito mais hábil do que esperavam.

Mas a hesitação logo se dissipou, e eles avançaram juntos, tentando sobrepujar Arthor pela vantagem numérica.

O primeiro deles tentou atacá-lo pelas costas, enquanto o outro veio de frente. Arthor girou a lâmina com maestria, bloqueando o golpe frontal enquanto, com um chute, afastava o homem que se aproximava por trás.

Um golpe rápido no braço do adversário à frente fez a espada dele cair, e Arthor não perdeu tempo, acabando com o homem com um corte certeiro no pescoço.

Antes que pudesse virar para o último homem, Arthor sentiu uma lâmina roçar seu ombro esquerdo.

Era apenas um corte superficial, mas o suficiente para despertar uma dor aguda.

Arthor rosnou, girando sobre os calcanhares com a espada em um arco mortal.

A lâmina encontrou a clavícula do agressor, e com um único puxão, Arthor o derrubou.

Respirando pesadamente, Arthor Dayne limpou a lâmina com a capa de um dos mercenários caídos.

O ferimento no ombro ardia, mas não era nada que ele não pudesse suportar.

Ele olhou para os corpos espalhados ao seu redor e para as moedas de ouro caídas das bolsas dos homens, ainda reluzindo sob a luz das chamas.

ㅡ Daemon ㅡ ele murmurou, com desprezo, enquanto apagava o fogo, pegava as moedas e colocava a armadura, montando novamente em seu cavalo e decidindo continuar seu caminho.

Arthor observou a surpresa colorir a face do príncipe quando o viu alí no Fosso dos Dragões, esperando por Baelys.

A princesinha o observou por um momento quando o pai a desceu do dragão vermelho.

Baelys não poupou um segundo olhar para Caraxes, caminhando até Arthor.

ㅡ Você está aqui ㅡ ela disse, quase como se não acreditasse que ele viria mesmo.

Arthor assentiu.

Mas ele não falou, não quando o príncipe Daemon se aproximou.

ㅡ Sua viagem foi boa, dornês? ㅡ os olhos do príncipe encararam a alma do cavaleiro.

ㅡ Foi adorável, meu príncipe ㅡ Arthor respondeu de volta.

Daemon o observou.

E quando Baelys se virou, Arthor puxou a bolsa com as moedas dos mercenários e a entregou nas mãos de Daemon.

ㅡ Seu ouro, meu príncipe.

Com uma reverência e um último olhar, Arthor se virou, seguindo sua princesa.

Caraxes gritou enquanto era levado para dentro do fosso, provavelmente sentindo o ódio do montador.





RHEA ROYCE

Rhea Royce fitava a árvore-coração.

O rosto esculpido no tronco parecia observá-la com olhos que viam além do que qualquer mortal podia compreender.

A quietude do bosque sagrado de Runestone contrastava com o turbilhão de emoções que atormentava a mente da Lady.

Diante daquela árvore antiga, onde as raízes tocavam as profundezas da terra e as folhas sussurravam segredos esquecidos, Rhea Royce derramava suas súplicas silenciosas.

Ela rezava aos deuses antigos, seus deuses, aqueles que haviam guiado sua linhagem por dezenas de gerações, para que mostrassem um caminho, para que a ajudassem a proteger a filha.

Sua Baelys, tão longe no sul, onde as cobras rastejavam nas sombras e as intrigas da corte enredavam aqueles que não conheciam seus caminhos.

O pensamento de sua menina, sua herdeira, vulnerável em um ninho de víboras, a corroía por dentro.

O único escudo de Baelys era um cavaleiro, um homem que Rhea sabia que daria a vida pela garota, mas que ainda era apenas um homem.

Havia também o pai de Baelys, aquele que a levou para longe, um homem cujas promessas ecoavam vazias como o vento no inverno.

Rhea sabia que em Porto Real, os olhos cruéis da Rainha Verde e seus conselheiros observariam cada movimento de sua filha, julgando-a, talvez até rindo da criança de olhos diferentes e coração feroz.

Rhea Royce pediu, implorou, que os deuses antigos trouxessem sua filha de volta para ela, para casa.

E em troca, Rhea prometeu ser a mãe que nunca foi. Prometeu aceitar a loucura de Baelys, abraçar suas sombras e permanecer ao lado dela, não importava o quão tortuosa fosse a jornada.

Diante da árvore-coração, Rhea Royce fez seu juramento solene, suas palavras sussurradas se misturando ao vento que balançava os galhos da árvore.

Rhea prometeu que, se Baelys voltasse para casa, ela a protegeria, a amaria, e jamais a deixaria enfrentar seus demônios sozinha.

Mas os olhos da árvore-coração, fixos e implacáveis, pareciam penetrar a alma de Rhea Royce, como se soubessem de algo que a Lady ainda não sabia.

E no silêncio do bosque, onde os deuses antigos ouvem, mas raramente respondem, as promessas de Rhea Royce se dissiparam como folhas ao vento, destinadas a nunca se cumprirem.





BAELYS TARGARYEN

A primeira vez que Baelys viu a Rainha Alicent Hightower, ela pensou que ela a lembrava muito da serpente que quase a matou em Porto Branco.

Alicent, linda, com seu vestido branco, a imaculada cor da Casa Hightower, adornado com sutis detalhes em verde que revelavam onde estavam suas verdadeiras lealdades.

A rainha parecia envolta em uma pele de falsidade, assim como a serpente que espreita nas sombras, esperando o momento certo para atacar.

Baelys havia crescido no Vale, ouvindo histórias nada lisonjeiras sobre a Rainha Verde.

Como poderia ser diferente? Lady Jeyne Arryn, parente da falecida Rainha Aemma, nunca reconheceu Alicent como digna de respeito.

Sua própria mãe, Rhea Royce, não escondia o desprezo que sentia pela nova esposa do rei, e agora, diante de Alicent, Baelys entendia o porquê.

Alicent Hightower a olhou como se Baelys fosse pouco mais que lama sob seus pés, embora seu semblante permanecesse sereno e imperturbável.

Alicent Hightower, a filha de um segundo filho, que costumava ler para o Velho Rei e agora era esposa e Rainha Consorte de um outro rei.

A vida realmente tinha suas ironias.

Baelys se sentiu estranha, e lutou para não se mover sobe o olhar penetrante da rainha, especialmente sabendo que Sor Arthor estava do lado de fora dos aposentos reais. Sabendo que dentro daquela sala, ela tinha apenas Daemon a quem recorrer. Um pensamento deveras assustador, depender do pai.

ㅡ Você deve ser a pequena Baelys ㅡ a voz do rei Viserys, o tio que ela nunca conhecera, quebrou o silêncio.

Ele se aproximou dela com um sorriso afável, mas vazio, que fez Baelys questionar o que havia de especial o suficiente naquele homem para ele ter sido escolhido como rei.

Ele não parecia um guerreiro, nem mesmo parecia com o que um rei deveria se parecer.

Seus olhos violeta, que deveriam ser cheios de vida, eram opacos, e seus cabelos brancos eram ralos, como se o peso da coroa tivesse drenado sua essência.

Entretanto, nada nele lembrava Daemon, e isso quase a fez simpatizar com o tio.

ㅡ Vossa Graça ㅡ Baelys respondeu com uma reverência perfeita, um sorriso treinado em seu rosto.

Ela podia odiar as gentilezas da corte, mas sabia como executá-las com perfeição. Mesmo que detestasse o vestido preto que usava, as tranças apertadas em seus cabelos, e o ato de se curvar diante de alguém que não respeitava, Baelys manteve a fachada.

ㅡ Nada disso, criança, sou seu tio Viserys quando não estamos na presença da Corte ㅡ Viserys disse, aproximando-se ainda mais. Ele a examinou com novos olhos, como se só agora visse algo nela. ㅡ Pelos deuses, Daemon, ela tem os olhos da nossa mãe ㅡ o tom do rei estava cheio de surpresa, quase encantamento, enquanto ele olhava para Baelys com uma ternura que ela não compreendia, um afeto que ela não entendia.

Seriam os olhos de uma mãe morta suficientes para conquistar o afeto de um rei?

ㅡ Sim, ela tem ㅡ Daemon respondeu, seu olhar oscilando entre o irmão e a filha.

A Rainha Verde, sempre atenta, interveio com uma voz doce, mas carregada de veneno:

ㅡ A mecha de cabelo escuro, é um traço da mãe, não é mesmo? Lady Royce ㅡ a Rainha Verde falou enquanto olhava para o cabelo de Baelys. ㅡ Onde está sua esposa, príncipe Daemon? Ela não veio com vocês?

O pai de Baelys travou o maxilar. Ele provavelmente estava prestes a dizer algo desagradável.

ㅡ Ela ficou cuidando de Runestone, vossa graça ㅡ Baelys respondeu com decoro. ㅡ Ela é uma lady muito zelosa para com sua fortaleza.

Daemon olhou para a filha, como se não entendesse por que ela faria isso.

Baelys não ligava se o pai dela era humilhado ou não. Ou se ele se metia em problemas.

Mas ela não gostou nada de como aquela mulher ruiva estava olhando para ela.

Como se fosse superior.

E por que?

Por que ela se casou com um homem poderoso?

Esse era o maior poder que uma mulher poderia ter? Ser a esposa de alguém?

Antes que a rainha pudesse dizer algo, as portas dos aposentos foram abertas.

E pelas portas a figura que passou roubou o fôlego de Baelys.

De repente, o fato da prima dela ser chamada de " O Deleite do Reino" fez muito sentido.

Rhaenyra Targaryen, sua prima, era a jovem mais deslumbrante que Baelys já havia visto.

Os olhos violeta de Rhaenyra brilhavam com uma vida que faltava no pai, e seus cabelos, macios como seda, pareciam dançar com a luz.

A tiara que repousava em sua cabeça a fazia parecer mais real, mais digna de realeza do que a coroa centenária na cabeça de Viserys.

ㅡ Vossas Graças ㅡ Rhaenyra fez uma pequena reverência para os monarcas e então se virou para Baelys com um sorriso acolhedor ㅡ E você deve ser minha priminha, Baelys, não é?

Baelys mal teve tempo de assentir antes de ser envolvida em um abraço caloroso, algo que a surpreendeu completamente.

Hm...parabéns pelo seu casamento, princesa ㅡ foi tudo que Baelys pôde reunir de volta após o estranho abraço acabar, ainda processando o gesto inesperado.

Rhaenyra riu.

E ela parecia tão jovem e linda, tão cheia de vida.

ㅡ Obrigada, prima ㅡ Rhaenyra respondeu, ainda sorrindo para Baelys, que se sentiu desconcertada pela facilidade com que Rhaenyra interagia, pela gentileza genuína no gesto.

Baelys achou a situação bastante desconcertante.

E tudo que ela queria era fugir dali.

A Rainha Alicent, sempre pronta para interferir, voltou a falar, tentando restabelecer seu domínio, tentando humilhar Baelys:

ㅡ Não vimos um dragão além do de seu pai voando pela cidade. Seu dragão não veio com você, Lady Baelys? ㅡ a Rainha Verde falou novamente.

Rhaenyra lançou um olhar afiado para a rainha, mas Viserys parecia apenas não ver nada de errado no que a esposa falou.

Daemon, por outro lado, parecia pronto para explodir, para brandir Irmã Sombria e acabar com a rainha.

Baelys lutou para manter um sorriso, para não mostrar fraqueza.

Ela não iria desmoronar por conta de uma cobra como a mulher ruiva à sua frente.

ㅡ Meu ovo de dragão nunca chocou, vossa graça ㅡ Baelys disse de forma calma.

Alicent Hightower se preparou para abrir um sorriso e fingir ter alguma compaixão pela menina em sua frente.

ㅡ Isso é bastante comum ㅡ Baelys continuou sem perder a compostura.
ㅡ Vários Targaryen não tiveram os ovos colocados em seu berço chocados. Pelo que eu ouvi, seus filhos compartilham esse mesmo destino que eu, vossa graça.

As palavras de Baelys trouxeram uma centelha de ódio nos olhos da Rainha Verde.

ㅡ É o que parece, Lady Baelys ㅡ a Rainha Verde murmurou com seus olhos nunca se desviando de Baelys.

ㅡ Quando eu nasci, vossa graça, o príncipe Daemon ainda estava na linha de sucessão do Trono de Ferro, então me foi concedido pelo rei, o título de princesa ㅡ Baelys disse com a voz mais amável que conseguiu reunir.

Alicent Hightower a encarou, seu olhar duro e penetrante.

E Baelys Targaryen não desviou o olhar.

O casamento, com toda sua pompa e esplendor, parecia terrivelmente monótono aos olhos de Baelys.

Sem a presença reconfortante de Sor Arthor ao seu lado — uma ausência determinada por Daemon — o evento se tornou um fardo ainda maior.

Mas Baelys não insistiu em ter seu protetor próximo, sabendo que o cavaleiro seria alvo das palavras e olhar gélido e desdenhoso de Alicent Hightower, e Baelys desejava poupá-lo desse desconforto.

Rhaenyra parecia ainda mais linda, sua beleza resplandecente não passava despercebida.

Com rubis adornando seus cabelos prateados e um vestido que irradiava majestade, ela se destacava como uma joia, um deleite, entre todos.

Seu noivo, igualmente belo, com pele escura, olhos violeta e cabelos prateados, segurava a mão de Rhaenyra com uma delicadeza que sugeria afeição.

Mas Baelys, sempre observando, não viu nas interações do casal nada que lembrasse o amor que ela lia nos contos.

O que ela notou, contudo, foi algo muito mais perturbador.

O olhar intenso de Lady Laena Velaryon voltado para o príncipe Daemon, não deixou espaço para dúvidas.

Baelys conhecia bem aquele olhar, viu em muitas lady's olhando para lordes e cavaleiros quando pensavam que ninguém estava olhando para elas.

Era anseio.

E Daemon, por sua vez, devolvia o olhar com uma intensidade semelhante. Não havia como negar, o interesse entre os dois parecia palpável.

Baelys sentiu o desejo de se enraivecer, de fazer algo—qualquer coisa—para impedir que aquilo se desenrolasse diante de seus olhos.

Mas, no fundo, ela sabia que estava se enganando, se prendendo à como ela gostaria que tivesse sido sua vida.

Seu pai jamais amou sua mãe, e Rhea nunca teve afeição alguma por Daemon.

O casamento entre eles não foi fruto de amor, mas de conveniência, de dever.

Eles nunca quiseram se casar um com o outro.

E Baelys nunca foi uma criança nascida do amor.

Baelys Targaryen foi uma criança nascida do ódio.

O ódio que levou até a luxúria.

O peso de tudo isso, assim como o peso de seu vestido opulento, tornou-se insuportável.

E Baelys deslizou para fora da mesa alta, sua saída despercebida por Daemon, cujo olhar estava fixo em Laena Velaryon.

Baelys precisava de ar, precisava escapar daquele salão sufocante.

Mais do que tudo, Baelys precisava de Arthor, o único rosto conhecido naquele ninho de cobras.

Ela atravessou o salão, segurando as pesadas saias que a aprisionavam, seu coração martelando em seu peito.

Ao se aproximar de uma área mais isolada, Baelys chocou-se contra alguém.

Olhos gélidos olharam para ela. Um cabelo escuro e vestes cinzas com um lobo bordado.

Cregan Stark.

Claro que ele estaria alí.

A maioria dos lordes do reino estavam em King’s Landing para o casamento da princesa herdeira.

ㅡ Princesa Baelys ㅡ ele se curvou rapidamente, desviando os olhos dos dela.

Fazia tanto tempo que ela não o via, desde o Torneio de Lorde Manderly.

E, fora sua briga, eles falaram muito pouco nos dias que passaram no lugar.

Ele parecia mais alto, seu cabelo estava levemente maior.

ㅡ Lorde Cregan ㅡ ela encontrou sua voz para dizer.

Eles apenas se encararam então.

Nenhum dos dois sabendo o que dizer.

Foi Cregan quem pareceu encontrar sua voz novamente, reunindo coragem para dizer:

ㅡ Eu queria ter falado com você no torneio, princesa, me desculpar pela forma que eu agi, as coisas que eu disse para a senhorita ㅡ o menino Stark admitiu, as palavras saindo com uma honestidade que surpreendeu Baelys.

Mas isso não importava.

Ele quis dizer cada palavra, só gostaria de se desculpar porque ela era uma princesa.

Se ela fosse uma serva, uma lady menor, ela teria sido punida por ter falado com ele daquela maneira, por ter batido nele.

Ele não se arrependia das coisas que disse.

Se arrependia por ter as dito para uma princesa.

ㅡ Você só diz isso porque sou uma princesa ㅡ Baelys respondeu, com amargura, com um tom que demonstrava como a criança era paranoica, apesar de tão jovem.

Seus olhos brilharam à luz suave que invadia o salão com as velas.

Cregan piscou, pego de surpresa pelas palavras dela.

Por um momento, ele pareceu procurar uma resposta adequada.

ㅡ Não ㅡ ele admitiu com um
suspiro. ㅡ Não é assim, princesa. Eu não queria me desculpar só por você ser uma princesa. Isso foi um motivo sim, mas isso não muda o fato de que fui injusto. Não deveria ter falado com você daquela maneira, independentemente de quem você é. Principalmente pelas coisas que dizem sobre você, princesa.

ㅡ As coisas que dizem sobre mim? ㅡ ela estalou.

Louca.

Era isso que diziam.

Louca e amaldiçoada.

Uma vergonha.

Targaryen sem dragão.

Ela deu um passo à frente, cansada da interação com aquele garoto estúpido. Com as desculpas que ele nunca pediu antes.

Com as desculpas falsas, que não significavam nada.

E ela desejou bater nele novamente, até que todos tivessem reais motivos para chamar ela de louca.

ㅡ Eu também disse coisas. Fui cruel. Bati em você. Mas sabe de uma coisa, Lorde Cregan Stark? ㅡ Baelys falou, antes que Cregan pudesse dizer qualquer coisa, sentindo a fúria dentro dela aumentar. ㅡ Eu não me arrependo de nada. E se pudesse voltar naquele momento, eu faria muito pior.

Então ela se foi, deixando o menino, que só queria se desculpar, atônito.


I. Oie pessoas. O que acharam do capítulo? Gostaram?

II. Eu tinha colocado mais coisa nesse capítulo, mas ele ficou enorme, então eu dividi em dois. Ambos sendo capítulos que eu gosto muito.

III. Alicent levando fecho de uma criança é maravilhoso demais, principalmente porque a Alicent daqui é mais a do livro ( que aqui não existiu amizade da Rhaenyra e da Alicent e todo esse arco da série).

IV. Plantei as sementes do casal Laena e Daemon. E eu amo escrever eles. Tenho pra mim, com base no livro, que o Daemon realmente amava a Laena, tenho pra mim que talvez amava mais que ele amou a Rhaenyra. Ah, e não teremos a droga do "exílio" em Pentos tá, eles vão visitar a família e ficar em Driftmark e Dragonstone várias vezes.

V. Vocês podem achar injusto como a Baelys tratou o Cregan nesse capítulo, quer dizer, o pobre coitado do menino só queria se desculpar. Mas a Baelys sempre pensa o pior de todo mundo, sempre pensa que as pessoas só se importam com ela por ela ser uma princesa. Ela sempre pensa que todos acham que ela é uma vergonha e uma louca. Ela tem só 7 anos, praticamente oito, e a vida dela é complicada demais.

VI. Sim, o Daemon pagou pra matarem o Arthor kkkkk. Eu amo que eles super se odeiam agora, mas no futuro vai ser tipo: "viu o que nossa menina fez?" "Vi sim, o que a gente faz?". Juro, aqui Daemon terá um amigo/aliado antes do Simon Strong kkkk.

VII. Próximo capítulo teremos ela, a rainha Dreamfyre. E isso é tudo que eu posso dizer. Por hoje é só, mas nós nos vemos em breve.
Byee ♡.

31.08.2024
Duda.

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