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• UM •

Harrisburg, Pensilvânia.
2 de Setembro de 2019; 06:30 da manhã.

|04 horas, 29 minutos e 58 segundos antes do Novo Mundo|

Angela Carlson não era uma mulher complicada. Ela acordava às cinco e meia da manhã e começava sua rotina matinal de se alongar por alguns minutos e tomar um bom banho quente antes de descer para fazer seu café da manhã. Ela prezava sua rotina e a mantinha a mesma desde que havia se mudado para Harrisburg para ser professora da universidade local. Infelizmente sua rotina havia mudado recentemente, e o barulho de um bocejo vindo do andar de cima fez a mulher lembrar disso, grunhindo e rolando os olhos.

Angela pôde ver a irmã descendo as escadas de sua casa ainda com uma expressão sonolenta e com suas roupas de dormir, mesmo que fossem seis e meia da manhã e as duas tivessem que sair em alguns minutos. A mulher olhou para sua irmã mais nova com desaprovação, fazendo com que a adolescente apenas levantasse as sobrancelhas como se a desafiasse a brigar com ela mais uma vez, coisa que havia se tornado constante nas últimas manhãs.

— Esme, eu não vou me atrasar novamente por sua causa. Você vai a pé para a escola se não estiver pronta até as sete.

— Bom dia, dormi bem sim, e você? — Esme brincou, cruzando os braços e se escorando na bancada da cozinha enquanto olhava a mais velha cozinhar. — Talvez eu fique pronta se você terminar o café da manhã mais rápido.

Angela grunhiu e focou sua atenção na comida que fazia. Se não fosse um pedido de sua mãe, Angela não manteria Esme em sua casa, tendo que aturar os problemas adolescentes da garota. Elas se davam bem em alguns momentos, como na hora do jantar onde as duas estavam cansadas e desejavam apenas paz e sossego. Era um dos poucos momentos em que conseguiam manter uma conversa civil. Mas pelas manhãs, quando a santa rotina de Angela era perturbada pela adolescente, não era um daqueles momentos.

Esme, no entanto, percebeu o incomodo da irmã e suspirou, tomando uma pose menos ofensiva e suavizando seu olhar.

— Olha, eu sei que você não queria que eu estivesse aqui, morando com você e a Meghan. E, honestamente, eu também iria preferir estar em casa com a nossa mãe, e não aqui na capital com você e sua noiva... Mas infelizmente a mãe não está mais aqui, e infelizmente eu ainda tenho dezessete anos e não sou maior de idade para morar sozinha...

Angela suspirou, sabendo que era dura com a garota, mas era verdade. Quando ela se mudou para Harrisburg com Meghan ela se sentiu completamente feliz por poder finalmente ter sua própria vida após vinte e três anos na mesma casa com sua família. Mas ela não sabia que um ano depois sua mãe iria falecer e fazer com que a guarda de sua irmã mais nova fosse para ela. Ela amava Esme, mas ainda queria uma vida em que ela pudesse criar sua própria família, sem que a antiga fosse parte integral dela.

Angela apenas suspirou, ainda terminando os sanduíches que fazia e olhou de volta para Esme, dando de ombros.

— Vá se arrumar. Hoje eu vou abrir uma exceção sobre não comer no carro. Mas se de sete horas você não descer completamente pronta — Angela apontou a faca de manteiga para Esme, que sorriu enquanto levantava as sobrancelhas. —, eu vou deixar você ir a pé para a escola e sem café da manhã.

Esme sorriu mais abertamente, batendo continência para Angela e se virando para subir as escadas novamente.

— Tem certeza de que a Meghan é a general nessa casa?

Angela rolou os olhos, se pegando sorrindo com as palavras da irmã, e continuou com sua rotina.

2 de Setembro de 2019; 09:10 da manhã.

|1 hora, 49 minutos e 47 segundos antes do Novo Mundo|

Quando o telefone de Angela tocou mostrando o nome de Meghan logo após o final de sua reunião com os outros professores da universidade, a mulher sorriu.

Era estranho a noiva ligar para ela àquela hora da manhã, uma vez que Angela sabia que era uma hora inapropriada para Meghan graças a seu posto como general de brigada das forças armadas dos Estados Unidos. Ela deveria estar em serviço naquela hora.

Mas Angela não reclamou, apenas atendeu o telefone com toda felicidade do mundo, esperando ouvir a voz de Meghan novamente depois de muito tempo.

— Decidiu quebrar as regras e ligar para mim?

— Angie, eu não posso falar muito então me escute. — o sorriso de Angela se desfez ao ouvir o tom de voz de Meghan, fazendo com que a mulher ficasse em alerta.

— Aconteceu alguma coisa?

— Preciso que me escute com atenção. Eu vou lhe enviar um mapa com uma localização marcada nele. Dê um jeito de desenhar ou imprimir ele porquê, em algumas horas, todos os aparelhos eletrônicos serão desligados. — Angela tremeu levemente com o tom sombrio na voz de sua noiva, engolindo em seco e apenas ouvindo-a. — Vá para o local que eu marquei e fique lá. Eu vou buscá-la. Leve Esme e peguem toda a comida, roupas, primeiros socorros... Qualquer coisa de sobrevivência que conseguirem levar. Estejam lá antes das onze. Você me entendeu?

— Eu... Meghan, o que está acontecendo?

— Só confie em mim. Antes das onze. — Angela pôde perceber algumas vozes se aproximando pelo telefone e ouviu Meghan xingar baixinho. — Eu te amo. Te vejo em breve, Angie.

E então ela desligou, deixando Angela sem reação. Ela pensou em ignorar Meghan e continuar com seu dia, porém Angela sabia que Meghan havia ido para uma reunião confidencial com algumas pessoas importantes. Ela não ligaria para Angela sem uma razão, muito menos assustaria a mulher desse jeito.

Ela olhou em volta por um segundo antes de correr dali para seu carro, dirigindo apressadamente para a escola de Esme.

Ao chegar lá, deu um jeito de convencer a diretora a levar a menina para casa, fazendo com que Esme fizesse milhares de perguntas, tentando descobrir o que estava acontecendo enquanto a irmã dirigia como uma louca de volta para casa.

— Meghan me ligou dizendo que algo estava para acontecer... Temos uma hora para pegar comida e roupas e sair da cidade.

— O que? Angela, o que tá acontecendo?

— Eu não sei, Esme! Eu não sei! Mas é algo importante então vamos obedecer o que a Meghan disse.

Esme ficou calada, pensando em tudo que Angela havia dito, começando a ficar preocupada.

Assim que chegaram em casa, Angela pegou duas mochilas grandes que Meghan havia deixado em casa, mandando Esme pegar o que pudesse de comida e encher uma delas, enquanto ela ia até seu quarto e enchia a outra de roupas, pegando as roupas de Esme para a garota. Em meia hora, as duas mochilas estavam prontas e pesadas com roupas, comida e algumas coisas que Meghan havia ensinado Angela a sempre levar em situações assim para que sobrevivessem o que fosse. Esme as colocou no carro enquanto Angela abriu seu e-mail, vendo o mapa que Meghan mandou e franzindo o cenho.

A área urbana de Harrisburg e de outras cidades da Pensilvânia, assim como outras cidades do país inteiro, estavam marcadas em vermelho com a descrição de "Zonas de Eliminação". Havia uma parte marcada de azul, um estreito caminho entre as cidades que se ligavam, descrito como "Estreito de Caça - Eliminação de sobreviventes indesejados". Angela tremeu dos pés a cabeça, vendo que o nome do arquivo era "Novo Mundo" e se perguntando se aquilo era apenas no país ou se aquilo se estendia pelo resto do mundo. Ela então notou algumas poucas cidades marcadas no mapa de verde, marcadas como "Zona Segura". Harrisburg não era uma delas.

Ela então notou as coordenadas marcadas no mapa, dentro do Estreito e engoliu em seco antes de procurar os mapas antigos que Meghan deixava guardado na sala de estudos, pegando dois deles - um do estado da Pensilvânia e outro do país inteiro - e voltando para o quarto enquanto usava uma caneta para demarcar todos os espaços no mapa. Em cinco minutos ela tinha o mapa completo em suas mãos. Antes que Esme pudesse subir as escadas para perguntar o que ela estava fazendo, Angela correu escada abaixo com os mapas em mãos e agarrou o braço da mais nova, correndo em direção ao carro e entrando nele apressadamente enquanto colocava a localização do ponto que Meghan marcou no GPS.

Em pouco tempo, as duas já estavam na estrada enquanto Angela corria sobre o asfalto. Ela olhou para o relógio apressadamente, engolindo em seco. Dez e quarenta da manhã. Felizmente, o ponto não ficava muito longe dali, um pouco mais de dez minutos. Ela olhou de relance para Esme, que parecia tensa.

— Ei, vai ficar tudo bem... — Angela tentou manter a voz calma. Ela era a irmã mais velha no final das contas. — Meghan disse que vai nos encontrar em breve no ponto em que ela marcou. Vamos ficar a salvo.

— E o resto da cidade? — a voz de Esme se tornou um sussurro, o que era atípico da garota. Angela apenas engoliu em seco, lembrando da demarcação da Zona de Eliminação que estava no mapa.

— Eu não sei. Mas no momento é cada um por si...

Após alguns minutos elas estavam perto do ponto que Meghan havia marcado e Angela se sentia mais tranquila a esse ponto, até que um barulho alto foi ouvido e as luzes do carro apagaram completamente na estrada, continuando a andar com a velocidade de antes. Esme se segurou, arregalando os olhos e Angela logo notou o porquê.

ANGELA! — foi tudo que Esme conseguiu dizer antes da batida acontecer.

Esme conseguiu proteger o rosto de ir de encontro ao porta luvas, mas Angela não teve a mesma sorte. Sua cabeça bateu com força no volante e ela ficou atordoada, percebendo que alguém falava mas sua visão estava turva e seus ouvidos pareciam ouvir tudo muito longe. Só após alguns momentos é que a mulher voltou a si, vendo Esme a balançar com cuidado e chamar seu nome. Foi tudo que foi preciso para que Angela voltasse a si e pegasse uma das mochilas apressadamente, dando a outra para Esme para que elas saíssem do carro em quanto sua cabeça pulsava.

Quando ela saiu do carro ela entendeu o que havia acontecido. Meghan já havia a explicado sobre os pulsos eletromagnéticos, como eles acabavam com qualquer aparelho eletrônico e como eles estavam desenvolvendo algo ainda mais forte. Ali estava o algo mais forte. Carros parados por toda a estrada, alguns acidentes e algumas pessoas confusas. Angela então se lembrou do tempo, pegando o pulso de Esme e correndo pelas pessoas, vendo o ponto de encontro em cima de um pequeno morro ao lado da estrada, cheio de árvores. Seu celular não funcionava mais, então ela estava agradecida por sua memória a deixar lembrar o ponto exato em que elas teriam que ficar.

As duas subiram e Esme foi para perto de Angela para checar seu rosto, parando apenas quando uma luz no horizonte capturou suas atenções. As pessoas que pareciam confusas e gritavam na estrada ficaram em silêncio, todos os olhos voltados para a luz que crescia no horizonte. Uma bolha se formou sobre a cidade, crescendo até cobrir toda ela, silenciosa. Angela pôde notar que, ao lado da estrada, uma outra bolha como aquela se formava na distância.

Por um momento nada aconteceu, todos apenas observavam confusos os domos de luz que cobria Harrisburg completamente, até que a bolha pareceu estourar e, com isso, veio um barulho ensurdecedor. As pessoas tamparam seus ouvidos, incluindo Angela e Esme, esperando que não ficassem surdos com o barulho. Era o exato barulho de uma bomba, e não demorou muito para que todos pudessem ver o que aquela bomba havia feito com a cidade. Harrisburg agora não passava de um pedaço de terra negro. Não haviam casas, prédios ou carros, apenas a grande faixa de terra queimada e o cheiro forte de queimado que enchia o ar. Tudo havia sido desintegrado, e, quando as pessoas perceberam isso, o caos começou.

Algumas pessoas começaram a gritar e tentar ligar seus carros, outras tentaram correr para longe, enquanto outras apenas tentavam processar o que estava acontecendo, e esse era a situação em que Angela e Esme se encontravam. Na mente de Angela, ela só conseguia pensar em como Meghan sabia sobre isso, e porquê o governo não ordenou uma evacuação. Milhões de perguntas se passavam por sua cabeça enquanto ela apenas olhava para o deserto que a poucos minutos havia sido sua casa.

Sua atenção só foi capturada pelo barulho de um motor a distância, fazendo com que Angela franzisse o cenho. Os carros estavam parados. Ou ao menos os carros do povo estavam, já que um caminhão completamente blindado abriu caminho pela estrada, batendo em alguns carros que estavam no meio e parando no meio da estrada, fazendo com que as pessoas olhassem em confusão.

Angela pôde ver dois símbolos do lado do caminhão. Um deles era o símbolo do exército americano, o outro Angela não fazia ideia do que era. Era um símbolo estranho a ela, mas, se ela fosse apostar, diria que era um tipo de código. Ela não teve muito mais tempo para analisar os símbolos, uma vez que as portas de trás do caminhão se abriram e soldados armados saíram de dentro. Seus rostos estavam cobertos com mascaras que lembravam Angela de máscaras de gás de um vermelho vivo, e suas roupas eram claramente como armaduras negras de um tecido grosso que Angela logo reconheceu como um material anti balas.

Angela franziu o cenho para aquilo, sentindo que algo iria acontecer, e puxou Esme para que ficasse perto dela, escondidas entre as árvores. Meghan deveria ter escolhido aquele ponto em específico por isso, Angela pensou.

Uma mulher que estava na estrada se aproximou de um dos homens armados, chorando e perguntando o que havia acontecido, dizendo que seu filho estava na cidade e que só queria uma explicação. Angela olhou fixamente para aquela cena, sentindo seu coração bater mais rápido. O símbolo do exército no caminhão deveria acalmá-la sobre toda a situação, mas seu instinto gritava para que mandasse a mulher se afastar, e logo descobriu o porquê.

O homem olhou para a mulher, virando seu rosto lentamente como se estivesse irritado, e, em um segundo, o barulho de uma arma foi ouvido e o corpo da mulher caía no chão com um buraco de bala no meio de sua testa, sua expressão congelada numa surpresa mórbida. Houve silêncio por alguns segundos, Angela arregalou os olhos ao entender o que acontecia, e logo depois o caos voltou. As pessoas tentavam correr e se proteger atrás dos carros, mas os soldados matavam todos a sua frente.

Angela lembrou do mapa, lembrando que aquele era o Estreito de Caça, e logo pegou o pulso de Esme, começando a correr para longe da estrada, indo para dentro das árvores mais e mais para ficarem seguras.

— Angela! A Meghan disse-

— Esme, corra! A Meghan não está aqui e eu não vou morrer para aquelas pessoas, muito menos deixar que você morra.

Esme engoliu em seco mas obedeceu, correndo ao lado da irmã, enquanto Angela sentia um aperto no coração, sentindo o anel de noivado em seu dedo pesar mais do que deveria enquanto corria por entre as árvores altas.


NOTAS DA AUTORA

Bem vindos à Zona Segura. Obrigada por lerem e se interessarem por essa história.

Ela está dividida em duas partes (nesse mesmo livro) e a primeira parte já está completa, a segunda está em andamento, mas até lá vou postando a primeira parte!

Capítulo publicado em 30/05/19.

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