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• TRÊS •

Phoenix, Maryland.
19 de Maio de 2020; 10:57 da manhã.

Após algumas apresentações, Angela e Esme estavam sentadas no sofá confortável da pequena e improvisada sala de estar do homem, cujo nome descobriram ser Rowen, enquanto ele as preparava chocolate quente — coisa que as garotas não esperavam tomar durante o maldito apocalipse.

Elas descobriram que o pai de Rowen criou esse bunker quando foi avisado em 1977 de que algo estava para acontecer e recebeu um mapa da área segura no Estreito de Caça para a construção do local, juntamente com uma data e hora de quando iria ocorrer. Rowen havia recebido esses documentos de seu pai antes que o mesmo falecesse e deu a sorte de acreditar nas palavras que havia lido. Naquele momento, Angela comparava o mapa datado de 1977 com o mapa que havia recebido por e-mail oito meses atrás de Meghan. Era o mesmo mapa, com a mesma divisão de áreas.

— Por que você não simplesmente se mudou para a Área Segura? — Angela perguntou distraidamente, ainda encarando os mapas.

— Porque, apesar de ser mais fácil, eu não queria me tornar parte da massa controlada deles.

O homem se aproximou com duas canecas com um líquido quente, fazendo Esme sorrir ao sentir o cheiro do chocolate, agradecendo brevemente pela bebida quente enquanto pegava a caneca da mão dele com cuidado. Rowen colocou a de Angela próxima a ela, sabendo que a atenção da mulher estava nos mapas em sua frente.

— Eu não entendo... Como você sabia que isso ia acontecer?

Rowen a olhou por um segundo antes de se afastar, conseguindo a atenção das duas irmãs enquanto ele pegava um papel na cômoda que ficava do lado de sua cama, voltando para o sofá e sentando ao lado de Angela enquanto se preparava para ler o que estava escrito.

— "Para quem chegar esta mensagem, peço que leia com atenção e não a ignore. Espalhe para o maior número de pessoas que conseguir sem causar pânico."

"Meu nome é Luíz De La Cruz Rodríguez, tenho trinta e sete anos e trabalhei os últimos nove anos da minha vida na Área Restrita 4808 Norte, a qual vocês conhecem vulgarmente como 'Área 51'. Vi muitas coisas lá, coisas que não sei descrever sem que pareça um louco, mas uma coisa que eu vi me deu coragem para escrever essas palavras."

"Anos antes dessa carta ser escrita, um objeto caiu na Terra numa parte isolada do Texas. Um grupo da Área 51 foi convocado para trazer o objeto até a base em Nevada e eu estava no meio desse grupo. Era um objeto esférico e pesado de metal extraterrestre, se minha memória não me falha pesava entre quarenta e quatro à sessenta e seis libras (vinte à trinta quilos para os que estão lendo fora dos Estados Unidos) e tinha desenhos gravados por toda sua superfície. Nós levamos até a base para ser estudado e, para nossa surpresa, descobrimos que o objeto abria. Por um momento, pensamos que estivesse vazio, mas percebemos que o peso havia diminuído consideravelmente no momento de sua abertura. Não demos muito valor àquilo na hora, mas deveríamos... Horas depois de sua abertura, alguns dos homens da equipe reportaram dores de cabeça horríveis, alguns chegando a se contorcer de dor, e logo exames começaram a ser feitos para entender o que estava acontecendo. Dos seis homens na equipe, incluindo a mim, quatro sentiram as dores. Ao fazermos os exames, presenciamos algo que não achamos que iríamos ver. Um dos homens, Klaus era seu nome, estava fazendo uma radiografia para vermos o que estava acontecendo com ele. Em meio à todo o processo, Klaus começou a gritar. A sequência de fotos da radiografia mostrava que algo estava destruindo parte de seu cérebro dentro de seu crânio. Finas linhas cortavam parte da massa cerebral enquanto Klaus gritava desesperado. Não demorou muito é claro para que os gritos cessassem."

"Todos tivemos a certeza de que Klaus havia morrido ali, e estavamos certos, mas foi surpreendente o momento em que Klaus Lowe se sentou e olhou para nós. Poucos segundos depois percebemos os olhos dele: as íris pareciam estar cheias de um líquido transparente como um gel, mudando da transparência para o negro dos olhos de Klaus. A única diferença era que ele não parecia mais ele mesmo. Não expressava de maneira alguma o que estava sentindo. Após semanas descobrimos que havia sim algo dentro do objeto encontrado. Organismos vivos, cheios de informações em suas poucas células que os formavam, capazes de tomar um hospedeiro e tomar seu corpo. Eles não tinham nome, disseram vir de um lugar distante, onde as estrelas não são as mesmas que as nossas, e que traziam conhecimento de outras raças e, consequentemente, poder. No começo, foi incrível. Os organismos eram inteligentes como diziam ser, foram fonte para vários projetos realizados na Área Restrita e nos deram o conhecimento que prometeram."

"Então chegou o dia que mais dos objetos chegaram até nós, cheios de mais como aqueles quatro que chegaram primeiro. Eu já não fazia mais parte daquele projeto, estava adoecido e afastado do trabalho, mas soube depois o que estava acontecendo, o que me fez fugir e escrever tudo isso. Os novos organismos se apoderaram de líderes do mundo todo e um plano de dominação foi feito. Por um tempo, não consegui acreditar no que ouvi, mas logo descobri que era verdade. O mapa anexado à esta carta é o mapa do Novo Mundo que eles pretendem criar. Eles dizem que nosso mundo está fora de controle. Pessoas demais, áreas populosas demais..."

"Eles estão entre nós. O governo sabe das zonas seguras mas não avisa a ninguém. Uma população pequena é mais fácil de controlar. Eles não irão fazer uma evacuação. Será um genocídio em massa por todo o globo quando o plano for posto em prática. Mas eles ainda precisam de tempo, eles não tem as armas necessárias ainda e, com a tecnologia que temos, ainda irá demorar para que consigam terminar tudo o que precisam e dominar tudo o que for necessário. Eles foram capazes de prever a data do acontecimento: 2 de setembro de 2019. O mundo que conhecemos acaba aí e o Novo Mundo começa. Se você receber isso, faça o que puder para ficar fora das Zonas de Eliminação. Se você sobreviver a isso, tente lutar pelo que sobrou do nosso mundo, ou eles vão tê-lo para si. Infelizmente não poderei fazer parte da luta. Assim que enviar essas cartas terei que fugir. Provavelmente estarei morto até o fim do ano. Espero que sua sorte seja melhor que a minha."

"Luíz De La Cruz Rodríguez. Ex-funcionário da Área Restrita 4808 Norte. Humano."

Angela ouvira tudo com atenção, sentindo um arrepio correr por seu corpo inteiro. De todas as razões que ela havia pensado para tudo aquilo estar acontecendo, seres extraterrestres não era uma delas. Rowen fechou o papel novamente, o jogando em cima da mesa de centro com os mapas, esperando alguma reação das garotas, que apenas pareciam digerir aquilo lentamente.

— É brincadeira, certo? — Esme foi a primeira a falar, sua voz soando trêmula e incerta.

Rowen apenas balançou a cabeça, negando.

— Gostaria que fosse. Os malditos destruíram nosso mundo e nos dominam agora... Não sei dizer nem se os homens que vimos lá foram são humanos ou cascas vazias servindo de hospedeiros para aquelas coisas. — ele bufou, olhando para o chão com sua expressão agora mais sombria. — Gosto de pensar que são as coisas... Me parece melhor do que pensar que humanos estão ajudando eles a nos matar.

Angela inconscientemente girou o anel de noivado que ainda usava, lembrando de Meghan e se perguntando se, depois de todo esse tempo ainda estava bem. Se ainda estava viva.

— Bem, agora que já contei minha historinha de terror, acho que vocês deveriam comer e descansar por hoje. A roupa de vocês vai secar mais devagar já que estamos no subsolo então acho que terão que passar o resto do dia aqui. Fiquem a vontade, só tentem não fazer muito barulho. Apesar de fundo, nunca se sabe quando estão ouvindo...

19 de Maio de 2020; 07:26 da noite.

Angela terminou de reorganizar as duas mochilas mais uma vez. Uma das poucas coisas que a mantinham sã naquele cenário pós apocalíptico era poder arrumar suas roupas e pertences e os de Esme naquelas mochilas que as acompanhavam por oito meses. No entanto, ela franziu o cenho quando percebeu que o caderno que Esme carregava não estava em sua mochila, olhando em volta e vendo a irmã sentada num dos cantos mais quentes do bunker com o caderno em mãos, escrevendo alguma coisa.

Angela se aproximou, chamando a atenção da mais nova que logo voltou a escrever mais rapidamente.

— Eu sei que você quer guardar o caderno, me dê só mais um segundo... — Esme murmurou.

— Não, tudo bem... — Angela a olhou por mais um momento antes de sentar ao seu lado, tentando não ler o que Esme acabara de escrever. — Você nunca me contou o que era esse caderno.

Esme suspirou, sabendo que teria que se explicar e logo folheou o caderno até a primeira página, mostrando à Angela o que havia escrito ali. A mais velha se sentiu ainda mais confusa ao ver as palavras "Pensamentos Felizes" escritas em letras enormes e garrafais na folha.

— Quando a mãe começou a ficar doente, — Esme começou a se explicar, falando baixinho. — Ela percebeu que eu estava ficando cada vez mais pra baixo. Comecei a ter ataques de pânico todos os dias achando que aquele ia ser o último dia dela... Então ela me deu esse caderno e disse "eu quero que você escreva todos os dias algo que a fez se sentir feliz, ou que a confortou, ou que, em geral, a faça sentir bem". E eu fiz isso. Ainda faço.

Angela observou a mais nova com atenção, vendo-a folhear o caderno novamente antes de parar em uma folha específica, fazendo-a sorrir quase tristemente.

— 13 de abril de 2019, o dia em que a minha amiga Blake conseguiu se tornar uma líder de torcida depois de tanto bullying por ser gorda pelas líderes de torcida. A felicidade dela naquele dia me fez ficar feliz também... 24 de Maio, o dia em que o Luke finalmente conseguiu a confirmação de que iria começar o tratamento com a testosterona. Eu nunca vi ele tão feliz como naquele dia. Ele iria finalmente ser quem ele era, por dentro e por fora... — o pequeno sorriso de Esme desapareceu, dando lugar à uma expressão triste. — Agora eles são nada. Estão mortos...

Angela a olhou tristemente antes de passar o braço por seus ombros, abraçando a irmã por um momento e suspirando.

— Eu sinto muito, Esme...

— Não é justo, sabia? Eles tinham tanto ainda pra viver... E tudo foi perdido por causa de um grupo idiota de aliens?!

— Não, não é justo... Nada do que está acontecendo é justo. Ninguém mereceu ou merece o que está acontecendo.

Esme assentiu fracamente, fechando o caderno e entregando-o a Angela fazendo a mais velha a olhar preocupada.

— Eu gostaria de ficar sozinha agora...

Angela hesitou mas logo assentiu, se levantando e levando o caderno com ela até as mochilas. Antes de guardar, a mulher olhou para trás por um momento, vendo Esme com a cabeça baixa e parecendo completamente desolada. Angela suspirou, olhando para o caderno novamente e o abrindo, procurando uma data específica e sentindo seu coração apertar ao ver o que havia escrito ali em meio à tantos eventos que deixaram os dias da garota mais felizes, aquele parecia ser o mais simples e soturno de todos

"2 de Setembro de 2019: Estou viva e Angela está comigo."

20 de Maio de 2020; 01:07 da manhã.


Quando a noite finalmente chegou, Angela convenceu a irmã a tomar algum dos remédios para tentar ajudar com sua insônia. Para a felicidade da mais velha, o remédio pareceu funcionar. Esme dormia no pequeno sofá tranquilamente, sob o efeito dos medicamentos. Dessa vez, Angela era a que não conseguia dormir.

Ela estava deitada num colchão que Rowen a ofereceu, ao lado do sofá onde Esme dormia, mas seus olhos não se fechavam. Estavam vidrados nos televisores que mostravam o mundo escuro ao redor deles. As câmeras eram de visão noturna, permitindo que as imagens pudessem ser vistas àquela hora da noite.

Nada passava pelas câmeras, a noite estava tranquila, mas Angela ainda as encarava, com medo de que algo fosse acontecer. A única coisa que conseguiu a distrair foi o barulho alto que soou perto dela, fazendo com que ela se levantasse rapidamente para olhar na direção do barulho, vendo Rowen com um pacote de comida caído aos seus pés. O homem lentamente levantou as mãos ao ver o olhar da mulher e Angela apenas bufou, sabendo que estava paranóica a esse ponto. Estava num lugar seguro e nem assim conseguia se acalmar.

— Você não precisa ficar em guarda aqui. Juro que é seguro.

Angela olhou para Esme por um momento, vendo a garota num sono pesado e logo olhando para Rowen novamente.

— Obrigada por nos salvar mais cedo. Iríamos ser mortas se não fosse por você.

Rowen apenas sorriu, finalmente pegando a comida do chão e colocando o pacote junto com alguns outros em cima do pequeno balcão que compunha a cozinha inteira.

— Você fala como se fosse um feito incrível ajudar uma pessoa.

— Os tempos mudaram. Lá fora o que vale é a sobrevivência do mais forte. Nesse caso, você seria o mais forte. Tem comida, água e um esconderijo seguro. — Angela balançou a cabeça. — É arriscado confiar em qualquer um...

Rowen pareceu a analisar por alguns momentos e foi até o pequeno cooler, tirando dali uma lata de refrigerante que fez os olhos de Angela brilharem. Parecia gelada e pronta pra consumo. Ele a ofereceu o refrigerante e ela o pegou, se sentindo satisfeita com o barulho da lata sendo aberta antes de tomar um gole, o açúcar tendo um gosto bom em sua boca

— Eu entendo de onde você tira essa ideia, Angela. Entendo mesmo... São tempos difíceis em que tudo que tentamos fazer é sobreviver. Mas se nós não protegermos uns aos outros, não somos melhores que os seres que fizeram isso conosco. — Rowen falou seriamente, fazendo Angela o encarar enquanto ele falava. — O que nos resta agora é nossa humanidade. Não podemos perdê-la tão fácil assim.

— Humanidade nem sempre é uma coisa boa, Rowen. Humanidade é estar acima do outro. O que você fala é compaixão, e eu tenho alguém pra proteger, não posso me dar o luxo de tê-la.

Rowen observou a mulher, que o encarava com uma expressão séria de quem acreditava no que dizia. O homem suspirou, balançando a cabeça.

— Eu entendo. Sua irmã é sua prioridade, como deveria ser. Você faz o que for preciso...

Angela assentiu, olhando para a lata do refrigerante por alguns momentos, sabendo que Rowen tinha um pouco de razão. Ela não havia medido esforços para manter Esme a salvo, não importando o que ela tinha que fazer para que isso acontecesse, mesmo que isso significasse matar alguém como aconteceu com a mulher no riacho. Mas talvez pudesse ajudar alguém e ser ajudada em retorno se colocasse sua confiança em alguém. Ela só achava aquilo muito arriscado.

— Termine o refrigerante e tente dormir. Estou tentando fazer contato com uma amiga que está num abrigo próximo ao meu. Talvez ela possa ajudar vocês na sua viagem até Washington.

Angela assentiu, vendo Rowen fazer o mesmo antes de se levantar e ir para o seu lado do bunker. A mulher olhou para a irmã uma última vez antes de continuar bebendo o refrigerante, sua mente se mantendo a mil por hora a cada segundo, pensando em cada palavra que foi trocada.

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