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• DOIS •

Phoenix, Maryland.
19 de Maio de 2020; 03:15 da manhã.

|8 meses depois do Novo Mundo|

Angela acordou assustada de mais um pesadelo. Sua respiração estava pesada e seu corpo coberto por uma fina camada de suor que fazia sua pele morena brilhar levemente com a luz da lua que atravessava o vidro quebrado da janela da farmácia em que dormia.

Ela se levantou do saco de dormir, indo até a janela e engolindo em seco ao ver bem do lado do prédio em que a farmácia existia o grande deserto de cinzas negras que a bomba havia deixado meses atrás. Apenas poeira e cinzas. Parte de Phoenix estava dentro do Estreito de Caça, o que significava que a ausência de pessoas ali se dava pelo simples fato de que todos os moradores restantes da cidade haviam sido mortos.

Angela odiava saber disso. Por oito meses ela havia corrido dos soldados que caçavam os sobreviventes, e ela ainda não fazia ideia do porquê aquilo tudo estava acontecendo. Parecia um pesadelo do qual ela não conseguia acordar. O mais desagradável de todos.

No chão, próxima a Angela, Esme acordou mais uma vez naquela noite, dessa vez notando que Angela não estava ao seu lado, fazendo com que a garota se levantasse rapidamente para olhar em volta, encontrando a irmã olhando para a janela e suspirando aliviada. O pesadelo de estar sozinha naquela bagunça não havia se realizado afinal, para a sorte e felicidade de Esme.

— Não consegue dormir? — a mais nova perguntou, fazendo com que Angela virasse o rosto para ela por um momento antes de voltar a olhar o horizonte pela janela.

— O de sempre, outro pesadelo...

Esme assentiu, olhando para as próprias pernas, escondidas pelo saco de dormir. A garota não tinha pesadelos pelo simples fato de que nem sequer conseguia dormir direito desde que tudo aquilo começou. Com sorte, os remédios que elas haviam pego da farmácia em que estavam ajudariam ela um pouco, apesar de não estar muito animada para conseguir dormir. Sabia muito bem que os pesadelos viriam no momento em que tivesse uma boa noite de sono.

— Tente dormir de novo, Esme. Vamos sair assim que o sol começar a nascer.

— Temos mesmo que ir? Aqui é até confortável...

Angela assentiu, finalmente virando-se para a garota e cruzando os braços. Ela não queria sair dali tanto quando Esme. Era um lugar relativamente seguro, que protegia elas da chuva e do sol. Mas não seria seguro para sempre.

Não apenas isso, mas o mapa que estava guardado na bolsa de Angela mostrava que o caminho até Washington não era tão longo assim. Elas não haviam chegado ainda apenas pelo fato de que sempre paravam em locais estratégicos para descansarem alguns dias ou pegarem suprimentos. Além disso, tinham que se manter fugindo dos soldados. Não fosse pela bússola que estava no kit de sobrevivência que Angela tinha na bolsa, elas já teriam se perdido meses atrás.

— Sinto muito Esme... Passamos quatro dias aqui. Muito tempo. Temos que voltar a andar.

Esme não parecia satisfeita com aquilo mas concordou. A esperança da mais nova era finalmente chegar em Washington e finalmente poder descansar. Sem mais dessa vida nômade que elas viviam. Talvez até encontrar respostas para o que estava acontecendo.

Com isso, a garota se virou para dormir, porém estava longe de conseguir pegar no sono.

19 de Maio de 2020; 8:15 da manhã.

Angela sorriu levemente ao ouvir o barulho do riacho mais a frente, olhando no mapa e vendo que estavam no caminho certo. Poucas eram as vezes que a mulher se permitia sorrir, mas sempre que podia ter certeza de que estavam no caminho certo ela se permitia relaxar um pouco. Talvez conseguissem se manter vivas no fim das contas.

Assim que chegaram no riacho, Angela tirou a bolsa das costas, assim como Esme. A mais nova entregou as roupas sujas para a irmã e foi direto para o riacho tomar um banho, enquanto Angela tirava uma barra de sabão de sua bolsa para lavar as roupas na água corrente. Eram poucas, uma vez que haviam conseguido lavar a maioria nas casas de Phoenix quando estavam na cidade. Haviam lavado as mais urgentes — com manchas de sangue de suas menstruações e roupas íntimas —, enquanto as outras Angela lavava naquela hora.

Assim que terminou, estendeu as peças de roupa num galho baixo e se juntou à garota para se lavar no riacho. Ao tirar parte de suas roupas, deixou a arma que havia conseguido meses atrás perto da borda do riacho, sabendo muito bem que se precisasse se defender, a arma estaria ali. Assim que Angela entrou, não demoraram muito dentro da água, sabendo que precisariam sair dali assim que as roupas enxugassem completamente. Não era seguro em lugar algum, muito menos num riacho.

As garotas se enxugaram, vestindo suas roupas rapidamente e iam se sentar para relaxar um pouco antes de pegarem as roupas, mas pararam no momento em que ouviram um barulho. Angela colocou sua mão em sua arma, olhando para os lados para ver se tinha alguém por perto antes de se levantar, ouvindo o barulho novamente, perto das roupas. Ela se aproximou com cuidado enquanto Esme olhava, pegando as duas mochilas e já se preparando para fugir se Angela assim mandasse.

Ao chegar perto das roupas molhadas, uma mulher saiu de trás de uma árvore, apontando uma faca para Angela, que prontamente levantou a arma. A mulher tinham um olhar insano no rosto, e Angela não se surpreendeu. Parecia estar sozinha, e ela não podia imaginar o que era estar sozinha num momento como aquele. Ainda tinha Esme para manter sua sanidade controlada.

— Eu só quero as roupas... — a mulher falou, mantendo sua faca apontada para Angela.

— Não são suas. — Angela respondeu, sua voz autoritária. — Saia e eu não atiro.

A estranha soltou uma risada curta, olhando para Angela, descrente, o que apenas fez com que ela destravasse a arma, mostrando que falava sério. A estranha tomou uma expressão séria.

— Se atirar, os executores aparecem. Você não quer isso florzinha...

Executores?

— Os homens de preto com rostos vermelhos como sangue. Matam qualquer um que esteja nessa área como eu ou você. Você não quer morrer, quer?

— Quero que se afaste das roupas.

A estranha se manteve parada por mais alguns momentos antes de tentar agarrar uma das camisas de Esme sem aviso. Angela não atirou. Ao invés disso se moveu para parar a mão da mulher antes que pegasse a camisa. A estranha a cortou com a faca no momento em que ela fez isso e Angela segurou o grito ao sentir seu braço sendo cortado, porém não foi o suficiente para impedir Angela de que a mulher a roubasse.

Com rapidez Angela conseguiu se desviar de mais um corte e segurou a mão da mulher que segurava a faca, virando seu pulso o suficiente para que doesse e a mulher soltasse a faca no chão. Com seu braço machucado, Angela conseguiu ainda golpear a mulher forte o suficiente para fazê-la cair no chão. Esme observava com os olhos arregalados enquanto a irmã chutava a faca para longe e dava um chute forte o suficiente para apagar a mulher de uma vez só, bufando e olhando para o corte em seu braço, percebendo que sangrava bastante.

Ao notar o estado do braço da irmã, Esme soltou as bolsas no chão e procurou as faixas e o esparadrapo, correndo até a irmã e começando a tentar ajudá-la. Em pouco menos de um minuto, o braço de Angela estava devidamente enfaixado e ela movia para saber o quanto de dor teria que aguentar por uns dias, enquanto Esme prendia os braços da mulher com parte da fita isolante que as garotas tinham nas mochilas.

— Ela vai morrer se a deixarmos aqui... — Esme murmurou.

— Não temos escolha... Nós ou eles, Esme.

Esme trincou o maxilar, levemente irritada com as palavras da mais velha, bufando e balançando a cabeça, ainda obsevando a estranha.

— Ela provavelmente está com fome e sabe-se lá quanto tempo está sozinha... Não pode culpá-la por isso.

— Minha prioridade é você. — Angela falou duramente, fazendo Esme a olhar, vendo o olhar duro da irmã e notando a leve tristeza por trás deles. — Sei que soa frio, mas você é a única família que me restou. Você é a única coisa que importa, não importa quem eu tenha que deixar pra trás ou passar a perna.

Esme suspirou, sabendo que Angela tinha razão. Não podiam oferecer ajuda a quem aparecesse, principalmente porque não podiam confiar em ninguém. Mas também não queria dizer que isso não frustrasse Esme.

— Vamos ter que levar a roupa molhada para secar em algum outro lugar. — Angela balançou a cabeça, olhando em volta. — Da próxima vez, não vamos ficar perto do riacho por tanto tempo.

Esme finalmente se levantou, começando a ajudar a irmã a pegar as roupas molhadas até que as duas pararam ao ouvirem vozes.

— ...perto do riacho. Vocês dois vão para o outro lado. — a voz parecia abafada, e Angela sabia bem que eram os soldados.

As duas terminaram de pegar as roupas e colocaram as mochilas nas costas, começando a correr para longe. Angela sabia a direção que elas tinham que ir para não sair da rota original e Esme apenas a seguia. Ao longe, as duas puderam ouvir o som de uma arma, fazendo Esme engolir em seco, se perguntando se poderia ter salvo aquela mulher. Ela, no entanto, não teve muito tempo para pensar.

Por mais que corressem, puderam ouvir gritos dos soldados falando para se separarem pois havia mais gente no local. Angela se desesperou por um momento. Se eles as vissem, estariam mortas no mesmo momento. Ela parou ao ver que havia chegado até o limite do Estreito de Caça. A área morta estava bem a frente, onde não havia proteção alguma para elas. Ela havia saído do trajeto.

Ela olhou para Esme em pânico, fazendo a garota se desesperar também. O barulho de passos pesados pareciam vir de todos os lados, não havia para onde correr. Angela quase aceitou a morte até que, do nada, o chão pareceu se abrir, fazendo as duas irmãs pularem assustadas quando um homem as olhou do buraco que ele havia aberto. Após raciocinar um pouco, Angela percebeu que era um alçapão.

— O que estão esperando? — o homem sussurrou, parecendo levemente irritado com a lentidão das garotas. — Entrem logo! Ou querem morrer?

As irmãs se olharam, decidindo que era a melhor opção, e logo entraram dentro do alçapão, percebendo os passos chegando cada vez mais perto antes que o alçapão se fechasse completamente.

Elas desceram uma escada de madeira até o fundo do esconderijo, parando ao ver o espaço que existia ali embaixo. Haviam algumas televisões ligadas próximas à entrada, mostrando imagens dos arredores por câmeras escondidas. De um dos lados estava um quarto improvisado mas aparentemente aconchegante; do outro, uma pequena cozinha/sala de estar com alguns jogos de tabuleiro empilhados na mesa de centro, junto com algumas louças sujas.

Elas encararam o lugar por alguns momentos antes de perceberem o homem passando por elas para ir até as câmeras. Ele olhava para as televisões com atenção, e logo Angela viu porquê. Os soldados estavam passando por aquela área naquele momento, e, pelo que Angela podia ver, estavam bem acima do alçapão. Se escutassem com cuidado, poderiam ouvir os passos dos soldados acima deles.

Angela engoliu em seco, ainda se perguntando se eles encontrariam o alçapão, mas, após alguns minutos, eles começaram a caminhar para o outro lado, se afastando cada vez mais do esconderijo. O corpo de Angela pareceu relaxar instantaneamente e a dor de seu braço aumentou um pouco mais assim que o cansaço a atingiu.

Enquanto isso, o homem sorriu, parecendo orgulhoso de si mesmo, antes de se voltar para as garotas, abrindo os braços e sorrindo para elas mais abertamente, fazendo com que as irmãs levantassem as sobrancelhas.

— Bem vindas à segurança, garotas.

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