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É assim que eu imagino a Yuna😔❤️

Jeon Jungkook.

Duas semanas e meia antes.

Namjoon havia feito várias perguntas sobre o que ele e Doyeon haviam conversado por telefone, para confirmar que Jungkook era de fato o garoto de quem ela falava no telefone antes de saírem do laboratório. Eles passaram muito tempo conversando antes de entrarem no lugar onde eles apelidaram de Refúgio de Jebudo, eles haviam tomado a ilha para eles, erguido ali uma nova resistência ao vírus e abrigaram muitas pessoas. Enquanto caminhavam pela estrada que levava a entrada, Jungkook suspirava encantado com o tamanho do lugar, — nunca havia viajado para lá antes — eles estavam cercados pelo mar amarelo, um dos mares marginais do oceano pacífico e pela natureza. Namjoon os levou até uma van e já dentro dela seguiram para o outro lado da costa.

— Desculpa não me apresentar a vocês, eu estava absorvendo a notícia, meu nome é Kim Seokjin coronel da marinha sul coreana — sorriu olhando para eles pelo retrovisor. — Ou era né, agora eu ajudo o Nam a deixar esse lugar em ordem. 

— Vocês estavam no navio? — Jungkook perguntou abraçando sua mochila e Seokjin assentiu. — Quantas pessoas estavam com você?

— Por volta de cem pessoas, não me lembro o número exato, pois quem cuida do número de tripulantes não sou eu. Mas menos de cem com certeza não tem — Jungkook arregalou os olhos. 

— Estão todos na ilha? — Seokjin assentiu.

— Nam, todos conseguiram fugir em segurança? — Jimin perguntou preocupado. — Todos da enfermaria se foram… Beomgyu também.

— Todos que conseguiram fugir com a gente estão bem — Namjoon disse desviando o olhar da estrada a tempo de ver Hoseok acariciar as costas de Jimin em consolo. — Conseguimos salvar mais de quarenta pessoas com os carros, mas perdemos bastante gente na troca de tiros com os rebeldes.

— Eles sofreram algumas baixas também — Jimin contou. — Levaram bastante gente para a enfermaria, mas como eu não cuidei de nenhum, eles não devem ter sobrevivido. Me pergunto se eu fiz o certo deixando aquelas pessoas morrerem... 

— Está tudo bem agora, passado é passado. Vocês estão seguros aqui, não há nada que vocês precisem se preocupar, temos bastante gente e recursos aqui — Seokjin disse sorrindo para eles.

— Foi por isso que eu vim até aqui — Jungkook disse atraindo a atenção dos dois que estavam nos bancos da frente. — Eu vim pedir ajuda de vocês, minha família está lá… Tem muitas pessoas na fortaleza de Yongin, estão todos presos lá.

— Você quer que nós te ajudemos a ir para lá? — Seokjin perguntou e Jungkook assentiu. — Olha, eu entendo que sua família está lá, mas entenda nosso lado também. Construímos um recomeço aqui, não podemos arriscar mais pessoas em uma luta por território.

— Você precisa estar seguro também — Namjoon continuou a fala de Seokjin. — Você é nossa última esperança de sobrevivência.

— Mas o que adianta? — Jungkook disse sério, atraindo o olhar dos dois líderes. — Vocês tem alguém formado em Biomedicina no refúgio? E mesmo que tenham, o vírus foi estudado por vinte e três anos até chegar onde chegou, apenas uma pessoa neste planeta sabe como se produz a cura. Meu sangue por si só não ajuda em nada; se não Jimin estaria imune também, sei que posso estar fazendo um pedido egoísta, mas se eu vou dar o meu sangue para ajudar as pessoas, tudo o que eu peço é que ao menos a minha família esteja aqui para vê-la sendo produzida também. 

Namjoon e Seokjin se encararam por um tempo, suas faces banhadas em seriedade e hesitação.

— Vamos conversar sobre isso amanhã — Seokjin disse olhando para Jungkook do retrovisor. — Se instale primeiro, coma, tome banho e durma. Amanhã faremos uma reunião para discutir sobre seus termos.

(...)

Dizer que Jungkook estava admirado era um eufemismo enorme, pois ao olhar para as pessoas sorrindo e usufruindo do que o refúgio poderia lhes fornecer o deixava embasbacado.

A ilha Jebudo era uma ilha grande, mas muito pequena comparada a algumas cidades, havia uma placa em uma praia dizendo que havia noventa e oito hectares, condizente com noventa e oito campos de futebol. Cercada por água ela passava a imagem de lugar tranquilo, Jungkook olhava chocado o lugar onde estavam, Namjoon havia parado em frente a um hotel e decido da van, tendo todos em seu encalço. Eles foram levados a recepção do hotel, que estava vazio, havia apenas um caderno grande e um caneta ao lado dele, enquanto Namjoon e Jin viam a lista de quartos que não havia alguém Jungkook olhava para fora.

A vista de frente para o Hotel era linda, o sol estava brilhava em todo o seu esplendor onde as nuvens não o cobriam, refletindo seus raios nas águas calmas da praia, poucas e delicadas ondas molhavam a areia do lado de fora, o dia estava extremamente frio e a água deveria estar congelante, mas Jungkook desejou nadar ali. Não via ninguém andando pela areia ou pela orla da praia, talvez por estar frio demais, mas a vista era tão linda que o frio não o impediria de aproveitá-la. Quando foi chamado para ficar em um dos quartos, Jungkook se afastou da porta do lugar, olhando uma última vez para o horizonte antes de segui-los.

No caminho Namjoon contou que grande parte dos sobreviventes estavam naquele hotel, cada um em um quarto só para eles, cada um tentando se reerguer novamente, mas havia muito o que fazer para transformar o Refúgio em um lar. Jungkook ficou com um quarto de solteiro só para ele e agradeceu imensamente por isso, pois precisava de um tempo só para ele; Jimin foi dividir o quarto com Hoseok, por insistência do mesmo, mas sob a promessa de que não o tocará quando disse que só havia uma cama, — o que arrancou uma risada de Jungkook e dos outros — mas foram juntos até o quarto. 

— Eu e Jin achamos que você iria querer um quarto só para você, mas se quiser posso tentar achar algum quarto conjunto — Namjoon disse enquanto Jin levava Jisub e sua família para seus respectivos quartos.

— Não, está ótimo assim, obrigado — Jungkook sorriu e teve seu sorriso retribuído. — Eu posso andar um pouco pela ilha? 

— Claro que sim, como a ilha tem sua própria usina de energia você não precisa se preocupar em voltar para casa cedo. Sobre comida nós comemos todos juntos em um restaurante às duas da tarde ou você pode apenas pegar e voltar para cá, o Hoseok vai levar vocês para lá. Nós estamos racionando água, então peço que seu banho não demore mais que cinco minutos — Jungkook assentiu. 

— Tem algum lugar que eu não possa ir?

— Não, mas não recomendamos que você entre no mato…

— Tem algo lá? — Perguntou temeroso.

— Só vários caminhos fáceis de se perder — Namjoon riu e Jungkook acabou rindo também. — Jin e seus homens limparam a área antes de chegarmos, mas tinha poucos infectados por aqui, ao que parece todos fugiram e os poucos que ficaram foram infectados.

— Vocês mataram os infectados que estavam aqui? —  Namjoon assentiu, mas franziu a testa em confusão ao ver a feição de Jungkook entristecer.

—  Por que?

— Meu sangue não só imuniza os sobreviventes, mas também cura aqueles que foram infectados —  disse vendo Namjoon o encarar com pavidez. — Por isso eles ainda estavam vivos, apenas inertes por conta do vírus.

— Vocês já conseguiram curar algum infectado? 

— Sim, uma criança e um homem — Jungkook disse ao lembrar-se de quando estava no laboratório, com Yuna e Taehyung. 

— Nós vamos conseguir pensar em algo benéfico para ambas as partes, não fique desanimado ok? — Namjoon o tranquilizou. — Hoje mesmo vou avisar a todos para fazermos uma reunião amanhã; junto com Jin tinha várias patentes altas da marinha, muitos sábios e estrategistas. Vamos chegar em um consenso. 

— Certo — respondeu não muito seguro com as palavras de Namjoon, mas não lhe restava muitas escolhas se não acreditar em seu positivismo.

— Vou deixar você se acomodar, até amanhã Jungkook — se curvou.

— Até amanhã Namjoon — se curvou também. Observou as costas de Namjoon enquanto caminhava para longe antes de entrar e fechar a porta de seu quarto.

Quando virou a chave que se encontrava na parte de dentro da porta, Jungkook encarou a maçaneta, ele não sabia se podia confiar naquelas pessoas ou se deveria se sentir tranquilo sobre o entendimento deles sobre sua imunidade. Mas afastando seus pensamentos por um tempo ele virou-se para trás, a fim de conhecer seu quarto, ele deu alguns passos para dentro, deixando sua mochila no chão, vendo uma cama de solteiro bem arrumada e uma televisão. As paredes do quarto eram em tons pastéis de bege e marrom, dando um ar confortável e calmo ao quarto.

Caminhando até a varanda de seu quarto ele foi agraciado novamente com a vista para o mar, a brisa fria bateu em seu rosto e ele suspirou, o frio invadiu o quarto e ele suspirou com o ar quente do quarto se perdendo. Ele caminhou para fora, até estar no parapeito da varanda, onde abraçou seu corpo e observou como o mar ficava lindo com os feixes de luz do sol entre as nuvens, imaginou como seria estar com Taehyung e Yuna naquele lugar. Ele fechou os olhos e respirou fundo, sentindo o cheiro gostoso da maresia e sentindo-se pela primeira vez em um muito tempo, em paz.

Ele saiu da varanda após ficar alguns minutos do lado de fora, ele queria tomar um banho e se aquecer, queria sair e andar pela ilha sem medo de ter alguma ameaça constante a sua vida, queria caminhar sem precisar estar com uma arma em punho. Por isso, após levar sua mochila para o banheiro não demorou em despir-se, Jungkook correu até estar dentro do box, o frio estava demais para ele permanecer muito tempo fora do conforto de suas roupas quentes, seus pés estavam tão frios quanto um bloco de gelo. Quando ligou o registro teve de esperar um pouco até a água esquentar, mas mesmo assim estava fria para seu corpo.

O banheiro estava parecendo uma sauna quando Jungkook terminou seu rápido banho, vestindo suas roupas de maneira rápida para impedir que o frio se instalasse em seu corpo recém aquecido. Abrindo sua mochila ele pegou mais uma blusa, uma calça de moletom e mais uma meia, se preparando para enfrentar o frio lá fora, lembrou-se de agradecer imensamente Jisub pelas luvas, touca e roupas de frio que havia ganho, se não estaria em maus lençóis naquele inverno.

Jungkook vestiu suas calças — colocando duas para não haver problemas com o frio — e suas meias, vestiu também sua cacharrel de lã e seu sobretudo grosso de frio, o fechou até o pescoço, para se certificar que o frio não entraria suas roupas. Caminhando em direção a cama ele sentou-se para colocar seus coturnos e amarrou os cadarços, não se esquecendo de colocar a touca sobre seus fios secos — que ele não estava louco de lavar naquele frio — e suas luvas.

Jungkook se levantou e caminhou até um espelho que havia na porta do pequeno guarda roupa, ele estava usando tantas roupas que não conseguia levantar muito os braços, o que o fez rir, se sentia uma bola. Mas estava aquecido e era aquilo que importava, por isso deixou suas coisas no quarto e caminhou até a porta, pegando a chave e a trancando assim que saiu, pois mesmo Namjoon dizendo que não havia perigo ele não queria dar mole para ladrões. Colocando a chave no bolso e partindo para longe do quarto ele seguiu o mesmo caminho pelo qual entrou, descendo as escadas e caminhando até chegar ao hall, onde havia um casal escrevendo algo no caderno. Após acenarem para ele, Jungkook sorriu e continuou seu caminho.

Ele queria conhecer o "Refúgio" do qual Namjoon e Seokjin gentilmente apelidaram aquela nova resistência.

(...)

Após andar pela orla da praia, visitar alguns lugares e conhecer o restaurante/refeitório que Namjoon havia mencionado, Jungkook voltou para o hotel, mais tranquilo quanto as pessoas daquele lugar. Encontrou poucas pessoas no caminho, mas todas foram muito gentis e sorridentes com ele, eles haviam transformado uma cidade em um lar comunitário, todos ali compartilhavam as coisas sem precisar de algo em troca. Agora ele estava sentado em uma cadeira de balanço com um cobertor cobrindo suas pernas, havia uma caneca com um chococino fervente em suas mãos, aquecendo-se com ele enquanto observava as estrelas e seus reflexos na água do mar.

Aquele chococino junto a algumas cápsulas de expresso foram presentes de Hoseok por ter salvo a vida de Jimin, junto também a uma máquina de café expresso e uma caneca, Jungkook disse que não precisava daquilo, mas Hoseok insistiu e ele não foi capaz de recusar. Acabou por rir quando viu a máquina preparando seu chocolate, Hoseok parecia ser alguém muito gentil como Jimin havia dito, gostou dele e gostou mais ainda do presente. Aquela noite de paz era exatamente o que ele precisava, mas não ficou muito tempo na varanda, precisava dormir, pois o dia seguinte não seria tão tranquilo quanto aquele.

Após se deitar na cama macia, se encolheu entre os edredons e travesseiros, fechou os olhos ansioso, deixando o cansaço se abatesse e ele fosse levado ao mundo dos sonhos novamente, pois sabia que nele Taehyung e Yuna estariam junto a ele. E foi assim que ele adormeceu, com um sorriso singelo nos lábios, pois agora ele estava perto de ter sua família nos braços novamente, ou assim pensou que seria. Mas já no dia seguinte, após o café da manhã, todas as pessoas “importantes” estavam no hall do hotel, de braços cruzados ouvindo as palavras de Namjoon com expressões sérias e céticas.

— Foi esse o pedido dele, de que o ajudemos a buscar sua família na fortaleza de Yongin — Namjoon finalizou.

— Não acho que vale a pena arriscar mais pessoas em algo que não temos certeza — uma mulher alta e um tanto intimidadora disse com os braços cruzados. — Todos ouvimos as histórias de um garoto imune ao vírus, mas como saberemos se é verdade ou apenas uma forma de nos usar para conseguir atingir seu objetivo?

— Neste momento todos estão desesperados pela sobrevivência, fariam de tudo para salvar aqueles que são importantes, até mesmo mentir que é imune para nos convencer de a ir atrás deles — um homem continuou a fala da mulher.

— O que ele diz é verdade! — Jimin interviu também de braços cruzados, ele estava ao lado de Hoseok. — Eu vi com meus próprios olhos, eu curei a ferida da mordida dele, eu usei o sangue dele para me camuflar!

— Tem alguma forma de provar isso? — A mulher voltou a falar olhando para Jimin. — A palavra de apenas uma pessoa não é o suficiente para me convencer a colocar meu filho nessa luta.

— Ele nos mostrou a marca da mordida Taehee — Seokjin disse atraindo a atenção das pessoas para ele. — Já estava até mesmo cicatrizada e nada da infecção.

— É pouco Jin — um senhor falou do outro lado do hall. — Eu mesmo posso morder meu braço e dizer que foi um infectado.

— Mas não foi isso o que aconteceu! — Jimin interviu novamente com a voz alterada. Jungkook permanecia calado, ouvindo tudo ao lado de Namjoon e Seokjin. — Estávamos nos túneis que ligavam Yongin às outras cidades, um berrador estava lá, Jungkook sangrava por conta do tiro que levou e não conseguiu matá-lo na hora. O berrador veio para cima de mim e quando foi me morder Jungkook colocou o braço dele no lugar do meu!

— Berrador? — Namjoon perguntou confuso.

— Lembra quando estávamos em Yongin e o soldado que guardava a entrada do subsolo disse ter ouvido gritos lá dentro? Eram berradores — Jimin explicou olhando em volta. — Berrador é um infectado diferente, enquanto estava sendo mantido como refém por San ele enviou homens para lá, para tentar usar os túneis. Mas os berradores gritaram e chamaram a atenção dos outros infectados e infectaram as pessoas que foram para lá, eles servem como uma sirene, para alertar aos outros de que tem pessoas ali. 

Um burburinho começou no hall, todos chocados e assustados com o que acabaram de ouvir.

— Estão vendo? — Namjoon disse olhando para o rosto das pessoas ali. —  Novas ameaças! Jungkook e Jimin atravessaram o país com apenas uma pistola com uma única bala no pente, não acham isso meio impossível? Comparado a nós, que viemos de carros e um navio, com armamento pesado e mesmo assim perdemos pessoas durante o caminho?

— Não vou me arriscar e arriscar meus filhos nisso Namjoon — um homem ao lado de Taehee disse e as pessoas em volta concordaram com ele. — Estamos seguros aqui, sinto muito, mas não consigo acreditar nessa história.

— Me joguem em algum lugar cheio de infectados então — Jungkook se pronunciou pela primeira vez, calando a todos. 

— O que está dizendo garoto? — Taehee franziu o cenho.

— Assim vocês param de duvidar de mim não é? Me coloquem cara a cara com um deles se estão duvidando da minha palavra — Jungkook disse com a expressão banhada em decepção.

— Entenda Jungkook — uma outra mulher chamou sua atenção. — Levamos tempo para limpar esse lugar, perdemos pessoas para San e seus homens, perdemos nossa família para chegarmos até aqui. Não podemos simplesmente largar tudo o que construímos aqui por uma teoria.

— Perdemos filhos, amigos e muitas pessoas para deixar esse lugar seguro — uma senhora disse ao lado dela.

— Eu perdi dois de meus três filhos nessa confusão, não quero perder meu único filho vivo — Taehee disse com um olhar triste.

— Então é assim? — Jungkook disse sentindo o bolo em sua garganta crescer. — Vamos competir para saber quem tem o pior passado? Quem tem mais perdas? Quem sente mais dor? Então vamos lá.

— Jungkook… — Jimin o chamou, vendo-o ele lhe encarar com os olhos marejados, prestes a desmoronar na frente de todos. — Você não precisa provar nada a eles.

— Não, eles acham que eu estou mentindo, que eu não sei o que é perder alguém? Pois agora vocês vão me ouvir — Jungkook limpou rapidamente a lágrima que escorreu por sua bochecha. — Vocês acham que eu vim de onde? Que eu não sei o que está acontecendo lá fora? Acham que eu também não vi pessoas morrerem na minha frente?

— Garoto nós entendemos que-

— Não! — Jungkook interrompeu Taehee. — VOCÊS NÃO ENTENDEM!  

Jungkook gritou a plenos pulmões, calando as dezenas de pessoas que estavam naquela recepção.

— Vocês não entendem nem a metade das coisas que estão acontecendo e sabem o por quê? Porque quem criou esse vírus foi o meu pai! O homem que me colocou no mundo, o homem que por anos fingiu que eu não existia, o mesmo homem que eu tive que matar com as minhas próprias mãos porque queria me usar para vender uma cura! — Jungkook dizia tudo isso em apenas um fôlego, sem parar para deixar as pessoas absorverem as informações. — E vocês têm a cara de pau de dizer que me entendem? Eu vi com meus próprios olhos o amor da minha vida ser infectado na minha frente, convulsionar e se tornar uma daquelas coisas lá fora, vi ele me ignorar e caminhar para longe de mim. Eu o curei, assim como curei uma garotinha de seis anos, eles estavam bem e imunes, assim como todas as pessoas que estavam junto comigo. E a mulher que sabe fazer a cura está presa lá dentro também! 

Jungkook respirou fundo, limpando suas lágrimas com suas mãos trêmulas, vendo o olhar assustado de todos à sua volta.

— Eu deixei para trás a minha mãe, meus avós, meu namorado e minha filha para vir atrás de vocês, deixei toda a minha vida lá para vir aqui e vocês duvidarem da minha palavra? EU ERA UMA COBAIA DE LABORATÓRIO! — Gritou, sem ligar em conter os soluços. — Eu levei dois tiros, pulei de um avião, fui espancado, ameaçado, fui levado para longe da minha família, jogado em um túnel cheio de infectados para morrer, mordido, para chegar aqui e eu ser descredibilizado pelas pessoas que eu busquei amparo? Ser tratado com uma criança sem noção das coisas, ter minhas dores diminuídas por que vocês também sofreram? Que tipo de pessoas são vocês?!

— Jungkook se acalme — Taehee pediu e Jungkook a ignorou.

— Eu não vou me acalmar! Quer saber? Eu vou embora desse lugar, eu sozinho vou ir atrás da minha família e tirar eles de lá. Vamos viver em paz a salvo dos infectados, porque não sei se vocês sabem, mas eu sou imune a eles — Jungkook riu sem humor, fungando quando sentiu seu nariz escorrer. — Vocês deram o nome desse lugar de refúgio, mas do fundo do meu coração, eu acho que vocês não sabem o significado dessa palavra. Desde que o Namjoon contou a vocês qual o meu pedido, que em troca de eu dar o meu sangue em prol da vacina para deixá-los imunes, vocês me ajudassem a resgatar minha família, vocês só reclamam como se somente vocês tivessem passado por situações ruins.

— Não é bem assim — o homem ao lado de Taehee falou.

— É exatamente assim! Vocês estão aqui, seguros, bebendo café e desfrutando da paisagem enquanto minha família pode estar sendo torturada por San, vocês reclamam que não querem arriscar seus filhos, reclamam que não querem abrir mão de um lugar seguro, mas querem que essa seja a minha realidade? Que mesmo assim eu dê meu sangue para salvar vocês? As pessoas egoístas que só pensam em si mesmos? Querem algo para reclamar? Reclamem que duvidaram da única pessoa que tem o sangue antiviral nesse planeta, que a fizeram desistir de tentar salvar a humanidade, reclamem por ter feito ela desistir de acreditar que ainda existia uma chance para os humanos. 

Jungkook fungou e limpou suas lágrimas, saindo daquele lugar sem olhar para trás e sem ligar de estar empurrando as pessoas para ir embora, caminhou para a praia e sentou-se na areia úmida. Sua cabeça doía e sua garganta coçava com o bolo que estava entalado nela, embora ele estivesse tentando se controlar e engolir o choro, ele não estava conseguindo, tudo estava transbordando. Ele abraçou suas pernas e escondeu sua cabeça entre os joelhos, se sentia patético, uma criança e ele odiava aquela sensação, se sentia impotente e aquilo o corroía, por isso ele chorava, não era lágrimas de tristeza e sim de pura frustração. Ele daria seu sangue para salvar as pessoas que não mereciam ser salvas?

Enquanto soluçava ele ouviu passos e braços passando em torno de suas costas, duas pessoas haviam sentado ao seu lado, uma lhe abraçava enquanto a outra fazia carinhos delicados em suas costas. Jungkook continuou a chorar, sabendo que Jimin lhe abraçava e provavelmente Hoseok lhe amparava do outro lado, os dois silenciosos, deixando-o derramar todas as lágrimas que estava contendo. Ficaram assim por um tempo, antes de Jungkook levantar sua cabeça e fungar, limpando seu nariz na manga de seu sobretudo, ele encarou Jimin e Hoseok com um sorriso pequeno, enquanto os dois ainda acariciavam suas costas.

— Vamos entrar? — Jimin perguntou com a voz mansa. — Está frio aqui fora.

— Vamos — Jungkook fungou novamente antes de se levantar e limpar a areia de suas roupas, virou-se para voltar para o hotel e parou quando viu todos atrás deles, parados.

— Nos desculpe pelo o que falamos lá dentro — Taehee disse se curvando, todos os outros fizeram o mesmo. — Estamos todos assustados com a ideia de nos arriscarmos, mas não deveríamos ter duvidado de você, nos desculpe.

— Por que isso de repente? — Perguntou Jungkook, ainda desconfiado. — Estão arrependidos somente porque viram que eu não os ajudaria mais?

— Sabemos que merecemos sua desconfiança depois do que dissemos — o senhor que havia duvidado da mordida disse, se levantando e vendo todos fazerem o mesmo. — Mas foi realmente difícil acreditar que havia esperança depois de tudo o que aconteceu.

— Eles estão dispostos a tentar resgatar sua família Jungkook — Namjoon disse com um sorriso gentil, mostrando suas covinhas. 

— Temos muitas mentes dispostas a pensar em algum plano eficiente — Seokjin disse também sorrindo. — Mas precisamos de sua ajuda, pois você tem muitas informações valiosas, elas podem nos ajudar.

— Vamos arquitetar um plano onde evitaremos um confronto — Taehee disse a Jungkook, que ainda encarava a todos com os olhos desconfiados. — Por favor, deixa a gente tentar se redimir pelas palavras duras que dissemos a você.

— Tudo bem… 

(...)

Todos estavam dentro do hall novamente, todos com os braços cruzados e feições sérias, mas dessa vez o motivo das feições eram seus cérebros trabalhando em algum plano para ajudá-los. Jungkook também tentava pensar em algo, no início da discussão sobre o que e como fariam o resgate, todos concordaram em tentar fazer algo que não chamasse a atenção de ninguém, um plano silencioso e sem mortes. Agora todos pensavam em todas as possibilidades silenciosamente, esperando alguém tomar a palavra com alguma ideia, apenas uma fagulha para iniciar a discussão. E essa fagulha veio de um homem que não parecia estar muito contente com a decisão dos demais.

— Se a família de Jungkook está imune porque a gente não dá um jeito dos infectados entrarem e pegarem os outros? — Disse fazendo todos o encararem pasmos com a sua ideia.

— Quem trouxe ele para cá? — Seokjin disse olhando em volta e arrancando uma risada de Jungkook.

— Aquele lugar tá cheio de pessoas inocentes também, não podemos simplesmente matar todos — Hoseok disse como se fosse óbvio e o homem deu de ombros. Namjoon suspirou desanimado.

— Podemos usar o subsolo para entrar na fortaleza —  Jimin disse atraindo a atenção de todos. — Apenas um homem fica de vigia pelo San lá embaixo, seria fácil de invadir.

— Também pensei no subsolo — Namjoon disse de braços cruzados. — Mas tem muitos infectados lá embaixo, seria impossível passar por eles sem matá-los, somente Jungkook conseguiria.

— Jungkook, você sabe de alguma fraqueza dos infectados? — Seokjin perguntou. — Algo que possamos usar a nosso favor?

— Quando eu estava no laboratório com o meu pai ele me mostrou algumas coisas, como por exemplo: os infectados não atacam nada que não possam ver — disse olhando para Seokjin, que ficou confuso com a informação. — Quando Taehyung e Yuna foram infectados, nós cobrimos os olhos deles com uma venda e eles ficaram inertes. Ficaram a centímetros de pessoas e não fizeram absolutamente nada para atacá-las.

— Então se estiverem em um local completamente escuro não vão se mexer? — Taehee perguntou e Jungkook assentiu. — Então e se conseguíssemos levar os infectados do subsolo para um bunker? Poderíamos trancá-los lá dentro com a luz apagada, um banker só abre pelo lado de dentro, eles não saberiam como sair de lá. 

— Mas como levaríamos eles para lá? — Um homem perguntou.

— Nesse banker tem algum tipo de rádio ou auto falante? — Jungkook perguntou e Taehee assentiu.

— Os bunkers tem um sistema de alarmes e câmeras de segurança de última geração, para ajudar em situações de calamidade, por que? — Ela franziu o cenho em confusão.

— Os infectados são atraídos pelo som — Jungkook explicou. — Meu pai fez uma experiência no laboratório para me mostrar, ele havia acionado uma máquina de fax, atraindo os infectados para dentro das salas e fechando as portas.

— Certo, sabemos que podemos prendê-los dentro de um bunker, mas qual? — Um senhor perguntou.

— Podemos prendê-los no bunker onde nos abrigamos depois da invasão de San — Namjoon disse sorrindo. — Eu e Hoseok estudamos os mapas dos bunkers por dias, pois precisaríamos parar para abastecer durante a viagem até aqui. Então eu decorei a localização de cada um deles, eu posso dizer onde e qual é o bunker mais perto da fortaleza. Fica entre Osan e Siwon, o túnel mais próximo passa por Osan.

— Certo temos um problema — Seokjin chamou a atenção para ele, que estava com os braços cruzados. — Osan fica um pouco longe de Yongin, precisaríamos ligar os alto falantes de todo o subsolo para que eles ouçam, como faremos para atrair os infectados sem chamar a atenção de San? — Todos voltaram a ficar em silêncio, pensativos.

— O Jungkook disse que no escuro eles não se mexem certo? — Jimin perguntou e Jungkook assentiu. — Então o que eu direi é apenas uma teoria, mas a probabilidade dela estar correta é grande. O que acontece quando um ser humano perde um de seus sentidos? O corpo aguça os outros restantes, para manter um equilíbrio; então digamos que os infectados tenham a visão ruim, a audição deles é melhor, assim como os berradores que são cegos, a audição deles é precisa.

— Onde está tentando chegar? — Hoseok perguntou confuso.

— O limite seguro de decibéis de nossa audição é de oitenta, claro, passamos disso então nossa audição com o tempo vai se comprometendo. Mas nossos ouvidos não captam nada abaixo de zero decibéis, então se minha teoria estiver correta e os infectados tiverem a audição aguçada, basta usarmos algum som abaixo desta escala para atraí-los, sem alertar qualquer sobrevivente.

— Meu deus Jimin você é um gênio! — Hoseok sorriu grande e Jimin acabou retribuindo seu sorriso, um tanto corado pelo elogio.

— É uma ótima ideia realmente, mas precisamos ter acesso aos autos falantes dos túneis — Namjoon voltou a falar. — Mas temos alguns problemas, a sala de controle das câmeras de segurança fica lá dentro, o painel de controle de portas e rádios também. Fora os geradores de emergência que ficam lá dentro, teríamos que entrar lá de qualquer forma, para ligarmos tudo.

— Eu faço isso — Jungkook disse de repente, fazendo Namjoon encará-lo. — Eu entro e saio de lá sem problemas se eu for guiado.

— Certo, temos isso a nosso favor — Namjoon acenou positivamente com a cabeça, concordando com sua linha de raciocínio. — Precisaremos de escutas, lanternas e uma câmera para acompanharmos você de longe.

— Vamos mandar ele lá para dentro sozinho? — Um homem se aproximou com a feição preocupada. — Um civil?

— Não se preocupe, primeiro que eu sou invisível para os infectados. Segundo, eu sei atirar e modéstia à parte, eu não costumo errar — Jungkook disse arrancando um riso nasalado de Seokjin. — Sei lutar artes marciais e vocês não têm outras opções, ou alguém quer se aventurar no meio dos infectados no meu lugar? — Todos olharam uns aos outros hesitantes, a resposta era clara.

— Certo, então Jungkook vai ligar os geradores — Namjoon disse repassando o que já tinham em mente. — Precisamos estar em algum lugar com acesso aos computadores, para que ele possa passar os comandos para a gente acessar de onde estivermos.

— Mas quem aqui sabe os comandos dos computadores das bases? — Taehee disse olhando para as pessoas reunidas ali. — Como capitã de fragata da marinha, eu não tinha muito contato com essas partes tecnológicas.

— Hoseok pode cuidar disso para a gente — Namjoon sorriu olhando para o citado, que sorriu alongando os dedos.

— Isso é moleza pra mim — Hoseok disse com um sorriso grande nos lábios. — Eu era o responsável por interceptar mensagens e alertar a base quando houvesse alguma ameaça.

— Certo — Seokjin cruzou os braços. — Então o plano atual é: Jungkook entrar nos túneis e ligar os geradores, Hoseok vai estar usando os computadores de longe para ter acesso às câmeras de segurança. É isso?

— Resumidamente, sim — Namjoon disse olhando em volta e vendo todos concordarem.

— Mas novamente estão deixando passar alguns detalhes — Seokjin disse suspirando. — Jimin disse que fica um cara de guarda no subsolo, assim que os geradores forem ligados vocês não acham que ele vai estranhar as luzes de lá acendendo? E se for como Jungkook disse, precisamos avisar de alguma forma a família dele, se algo der errado, eles vão tentar nos matar e nós vamos tentar matar eles. Não sabemos em quais condições eles estarão quando chegarmos lá.

— Eu e o Taehyung conversamos antes de eu ser jogado com Jimin no subsolo, ele me prometeu não fazer nada imprudente e proteger nossa família, então eu tenho certeza que ele está tentando ganhar a confiança de San — Jungkook explicou. — O San colocou nossa família para trabalhar na cozinha e alguns seguranças para fortalecer os portões, talvez o Taehyung esteja nos portões também.

— Mas como vamos avisá-lo sem chamar atenção dos outros? — Jimin perguntou.

— O Taehyung trabalhou para o fbi e para a interpol nos estados unidos, não tem nenhuma linguagem que só oficiais usem? — Jungkook perguntou com o cenho franzido, sua cabeça estava um tanto inclinada em sinal de confusão.

— Código Q? — Hoseok sugeriu.

— Acho que não vai ser muito útil sem rádios ou telefones — Namjoon explicou.

— Código morse? — Taehee deu a ideia e todos a consideraram.

— Será que ele sabe código morse? — Namjoon olhou para Jungkook, que deu de ombros.

— Não custa tentar — Jungkook respondeu.

— Precisamos arquitetar isso melhor para não ter erro, observar eles, preparar o terreno — Taehee disse e Seokjin concordou.

— Não precisamos ter pressa, precisamos ter cautela, mas acima de tudo — Seokjin olhou para todos com cuidado. — Precisamos de um plano B.

~❤️~

Estamos na reta final! No prelúdio para o fim!

Já marcaram o psicólogo de vocês? Porque o próximo capítulo me desencadeou uma crise enquanto escrevia.

O capítulo passado teve um ótimo retorno de comentários e votinhos muito obrigada pelo carinho!❤️❤️

Obrigada novamente a wtf_Neptune por betar meu bebê❤️

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#ZOTAEKOOK

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