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Jeon Jungkook

(...)

As ruas estavam desertas, as pessoas que antigamente passeavam por ali sumiram, o sol estava se pondo e aos poucos a escuridão tomava as ruas, as luzes que ainda estavam acesas iluminavam apenas alguns pontos da rua, Jungkook as observava pensando quanto tempo eles tinham até a energia ser cessada. Ele estava com o braço apoiado no ombro — que não estava machucado — de Taehyung, que o ajudava a caminhar sem colocar muito peso no pé, seu tornozelo estava doendo demais, eles andavam pelos cantos com os olhos atentos. Enquanto caminhavam eles observavam os arredores com desconfiança, estavam estranhando aquela tranquilidade toda, estava tudo... Silencioso demais.

— Tem um mercadinho ali — Jungkook indicou um estabelecimento próximo a eles. — Podemos pegar comida, estou faminto.

— Vamos até lá, olhos atentos aos arredores, ok? — Jungkook assentiu.

Eles caminharam até o mercadinho, espiaram dentro, para ter certeza que estava vazio assim como todos os estabelecimentos que eles passaram em frente, mas ao contrário de outros lugares ele parecia revirado, provavelmente outras pessoas já tinham ido para lá para pegar comida também. Adentraram o local com cuidado e fecharam a porta de vidro, andaram por entre as prateleiras evitando fazer barulhos, verificando se não havia nenhum infectado naquele lugar. Mas quando haviam andado por quase todo o local não acharam nada, nem sequer um ruído fora os de seus próprios passos, quando garantiram que estavam seguros eles relaxaram um pouco.

— Procura por alguma mochila, tem um corredor de material escolar ali na frente, eu vou procurar por comida — Jungkook disse olhando em volta.

— Ok, coloque tudo de útil ou comestível que você achar dentro dela. Não sabemos quando acharemos comida novamente — Taehyung disse soltando-o, Jungkook assentiu.

E foi ali que eles se separaram para buscar coisas úteis nas prateleiras do mercado, Jungkook conseguiu achar as mochilas e deu uma a Taehyung, eles andaram por todo o mercado pegando tudo que fosse útil para eles. Pegaram comidas, produtos de higiene e mais algumas outras coisas que julgaram ser necessárias, Jungkook encontrou um taco de beisebol na seção de esportes e o pegou sorrindo. Estavam juntos colocando as coisas nas bolsas quando escutaram gritos do lado de fora, pararam o que estavam fazendo e correram até a porta, não viram nada a princípio.

— SOCORRO! — Era um garoto, Jungkook pode perceber por sua voz jovial e um tanto infantil. — POR FAVOR ALGUÉM ME AJUDE! EU VOU MORRER!

Jungkook viu o garoto virar a esquina na rua onde eles estavam e correr mancando com o pé machucado, ele segurava uma barra de ferro nas mãos e corria o mais rápido que ele conseguia. Jungkook segurou o taco de beisebol com mais firmeza, até a ponta de seus dedos ficarem esbranquiçados e viu o momento em que o garoto caiu no chão, mas tentou se levantar com rapidez e voltar a correr, ele chorava desesperadamente e seu peito doeu ao ver aquilo. Ele correu até a porta para abri-la e correr para ajudá-lo quando o ouviu pedir socorro de novo, mas foi segurado por Taehyung, que o puxou com força e o prendeu em seus braços, impedindo-o de abrir a porta.

— Taehyung me solta ele... — Sua boca foi tampada e Jungkook largou o taco para poder segurar a mão de Taehyung, que o impedia de falar.

— Não faça nenhum barulho — Taehyung disse baixinho, quase em um sussurro.

Jungkook franziu o cenho em confusão e olhou para o garoto novamente, viu ele ao longe tentar correr, mas seu pé machucado não o permitiu correr de forma veloz, notou também uma movimentação atrás dele. Havia uma horda de infectados correndo a toda velocidade em seu encalço, como formigas saindo de um formigueiro eles se aglomeravam, eram muitos, até mais que no aeroporto quando fugiram. Jungkook arregalou os olhos e Taehyung o puxou para a parede ao lado da porta, sentou-se no chão com suas costas encostadas nela, deixando-o sentado entre suas pernas ainda tendo sua boca tampada.

— POR FAVOR! EU NÃO QUERO MORRER! ALGUÉM ME AJUDA! — A voz do garoto soava em um grave tom de choro e desespero.

Jungkook fechou os olhos com força sentindo suas lágrimas banharem a mão de Taehyung, que apenas apertava seu corpo contra o dele protetoramente. O braço esquerdo dele abraçava sua barriga enquanto a mão direita ainda tapava sua boca, temendo que ele chorasse e alguém lá fora escutasse. Eles podiam ouvir os altos e horríveis rosnados dos infectados correndo em direção ao garoto que tentava ao máximo sobreviver, até que os gritos dele ficaram ainda mais altos e desesperados. Jungkook soluçou baixinho quando a voz do garoto começou a embargar ainda mais.

— SOCORRO! — Puderam ouvir o momento em que seu corpo foi ao chão junto com a barra de ferro, pois os gritos ficaram mais altos e os rosnados mais ameaçadores. — NÃO! POR FAVOR! 

Jungkook tremia nos braços de Taehyung enquanto ouviam o garoto gritar e lutar para não morrer, enquanto certamente tinha seu corpo esfolado pelas unhas e dentes dos infectados. As lágrimas saiam em abundância dos olhos de Jungkook em um choro completamente quebrado, desesperado para ir ajudá-lo e acabar com seu sofrimento, mas o medo o deixando incapaz de fugir do aperto de Taehyung, que o abraçava com força. Ele torcia para aquela tortura acabar logo, mas o tempo estava castigando os dois, fazendo aquele momento durar uma eternidade, uma eternidade angustiante e cruel.

Jungkook estava com seu corpo encolhido, tendo soluços altos e intensos, sentia os firmes braços de Taehyung envoltos em seu corpo dizendo silenciosamente que ele estava ali com ele, passando-lhe um pouco de conforto. Quando os gritos finalmente cessaram sobrou somente os rosnados horripilantes dos infectados, mostrando que ainda estavam ali com eles, que ainda não era seguro sair ou fazer barulho. Jungkook deixou sua cabeça para trás, cansado de chorar, mas ainda sem conseguir conter os soluços.

Jungkook sentia o peso da culpa igual Taehyung sentiu quando não conseguiu salvar Minjae, aquilo era horrível e aquela sensação ruim corroía os ossos até a carne, ver pessoas morrerem na sua frente e não poder fazer absolutamente nada para impedir. Seu peito doía e seu pulmão não conseguia fornecer oxigênio suficiente para que ele conseguisse normalizar a respiração. Sabia que provavelmente conseguia sentir ele tremer, estava assustado, triste e evidentemente se sentindo culpado pelo o que aconteceu com aquele garoto, mas não tinham como ajudá-lo, seriam apenas mais duas vítimas dos infectados famintos.

Era injusto e cruel o que acontecia com essas pessoas, vidas inocentes sendo tiradas, pessoas sendo atacadas e transformadas em monstros que matam umas às outras. Jungkook se perguntava o porquê de tudo aquilo, por que isso estava acontecendo? Quantas pessoas mais morreriam? Quantas famílias seriam destruídas e a que proporção aquilo chegaria? Eram perguntas demais que não haviam sequer uma resposta. Tinha certeza que se sua mãe estava trabalhando em uma vacina, ou algum meio de ajudá-los, se ela ainda estivesse viva.

E aquele pensamento repentino o quebrou, ele não conseguiu evitar pensar na morte, pois era sua realidade agora e talvez ninguém estivesse esperando por ele, talvez não houvesse mais ninguém vivo. Jungkook simplesmente deixou seus braços caírem e sentiu seu peito doer, suas mãos tremiam e ele desejou ter morrido junto a aquele garoto do lado de fora.

Taehyung havia percebido sua mudança de postura, pois ele tirou a mão de sua boca devagar, viu que ele não reagiu e soltou seu corpo, o virou a tempo de ver uma lágrima solitária escorrer por sua bochecha. Jungkook não fazia contato visual, ele estava perdido, sem rumo e completamente disperso do que estava acontecendo.

— Jungkook? — o chamou baixinho com as mãos em suas bochechas. — Ei Jungkook, você está bem?

— Eles estão mortos.

— Quem está morto?

— Todo mundo —  adotou uma expressão chorosa e Taehyung pareceu aflito ao vê-lo daquela forma. — Eu estou sozinho, eu não tenho mais ninguém.

— Isso não é verdade! Eles não estão mortos, está tudo bem, todos estão bem —  disse colocando suas pernas sobre as dele, abraçando seu corpo trêmulo, como um bebê.

— Como sabe?

— Eu não sei, eu acredito nisso — Jungkook apertou sua camisa. — Você não está sozinho, você tem a mim. Estamos juntos nessa, eu não vou deixar nada acontecer com você, não enquanto meu coração estiver pulsando em meu peito.

— Eu tenho medo de ficar sozinho... De todo mundo morrer e eu não ter mais a quem recorrer — chorou agarrado a blusa de Taehyung.

— Você não vai ficar sozinho.

Ficaram por um bom tempo sentados ali, Taehyung esperou que ele se acalmasse para poder tomar alguma atitude, esta que foi checar seu rosto inchado para ver se ele já havia parado de chorar. Seu nariz estava avermelhado e seus olhos também, mas não estava mais chorando e Taehyung sorriu com isso, arrancando um sorriso acanhado de Jungkook antes de ele abaixar a cabeça entristecido e envergonhado. Quando os ânimos estavam voltando à normalidade, os dois se separaram, Jungkook se ajoelhou para observar do lado de fora e Taehyung fez o mesmo, para terem certeza de que a ameaça já havia passado. 

Não havia mais ninguém na rua, sem sinais de infectados.

— Vamos pegar as coisas e procurar algum lugar para dormir, o sol já se pôs — Taehyung disse e Jungkook assentiu olhando fixamente para o ponto do lado de fora.

Uma poça de sangue.

Jungkook encarava o lugar engolindo em seco, se lembrou dos gritos e pedidos de ajuda do garoto e fechou as mãos em punhos antes de se afastar da entrada, Taehyung fez o mesmo e pegou as mochilas para irem embora. Quando estavam saindo, Taehyung sacou sua arma e Jungkook empunhou o taco de beisebol, abriram a porta com cuidado e olharam em volta, quando se certificaram que realmente não havia nenhum perigo eles saíram. O sol já havia se posto e agora o céu começava a se banhar na escuridão da noite, as poucas estrelas que já se instalavam no céu os faziam companhia.

O cheiro de sangue embrulhou o estômago de Jungkook e eles saíram de lá às pressas antes que os infectados voltassem, Taehyung colocou seu braço em volta do pescoço e mesmo que seu ombro ainda doesse ele o ajudou a caminhar, pois seu pé ainda o deixava lento. Os dois andaram por mais ou menos dez minutos até acharem o que parecia ser uma pousada, de novo entraram em modo "sobrevivência" e ficaram atentos quando entraram no estabelecimento. Taehyung possuía a arma abaixada, mas estava com ela destravada, eles concordaram que ela seria usada apenas como último recurso, pois seu barulho chamava muita atenção e não podiam ficar gastando munição.

Andaram pela pousada com cuidado vendo a recepção vazia e quando não acharam nenhuma chave ali foram em direção aos quartos, a pousada era grande, mas possuía apenas dois andares, por isso subiram as escadas e andaram pelos corredores a procura de algum quarto. Jungkook notou que a maioria dos quartos estavam com as portas escancaradas e as coisas reviradas, Taehyung estava a seu lado vendo o caos que estava naquele lugar, as pessoas que estavam ali provavelmente viram as notícias e partiram às pressas para longe dali antes que os infectados chegassem. Quando Taehyung iria entrar em um quarto Jungkook o impediu.

— O que foi? — Taehyung perguntou confuso.

— Não precisamos pagar, então porquê não ficamos com o melhor quarto? — Taehyung ergueu uma sobrancelha. — O que? Ah... Você é um homem que combate o crime. Se sente mal invadindo uma casa?

— Nunca pensei que diria isso... Mas dessa vez não temos escolhas a não ser invadirmos esse lugar. De qualquer forma, não tem ninguém para quem eu possa pagar.

— E mesmo que tivesse, vai pagar com o que? Estamos sem dinheiro e não acho que você seja passivo para oferecer a bunda — Jungkook passou por ele rindo e deixando-o perplexo para trás.

— Não acho que seja só a sua avó que está perdendo o filtro, viu? — O seguiu.

Jungkook caminhava na frente fazendo caretas horríveis para conter a gargalhada alta que ele queria dar naquele momento, a fala saiu no automático, não havia dado nem tempo de seu cérebro processar antes de escapar por seus lábios. Ele era acostumado a fazer aquele tipo de brincadeira, pois sua avó brincava falando que se Jungkook saísse de casa, sem a ajuda deles ou dos pais ele teria que vender a bunda para se manter. Apenas acabou que a situação se encaixou bem e ele soltou sem pensar, mas agora ele estava vermelho de vergonha e tentando se conter para não rir da cara de choque que Taehyung fez.

Caminharam por poucos metros até uma porta um pouco diferente das outras, os dois se encararam por um tempo antes de abri-la. Era um quarto de casal, muito bem arrumado e com móveis bem organizados, havia uma televisão no quarto e uma porta onde provavelmente ficava um banheiro da suíte. A cama de casal estava disposta no centro do quarto com edredons aparentemente muito confortáveis, Jungkook não esperou por mais nada antes de largar o taco e a bolsa no chão, correu como um patinho com o pé machucado e se jogou naquela cama enorme enquanto Taehyung riu fechando a porta.

— Eu vou tomar um banho — Taehyung disse tirando as luvas.

— Vou achar alguma coisa para a gente comer — Jungkook se levantou em pulo e mancou até a mochila que havia largado no chão quando entrou.

— Será que tem alguma roupa nesses armários? Tomar banho para depois colocar a mesma cueca e roupa suja é meio nojento — abriu os armários e viu apenas vários cabides vazios.

— Fica sem roupa, ué. Fácil, prático e confortável — Jungkook disse sem encará-lo.

— Você é um sem vergonha não é? — Retirou sua camisa suja e Jungkook levantou o olhar.

— Sou apenas honesto comigo mesmo e com os outros, aprendi isso com a minha avó. Acabou se tornando um hábito — passou os olhos pelo braço de Taehyung vendo o machucado coberto pela a atadura. — A gente trouxe alguma coisa da farmácia?

— Eu trouxe, peguei algumas ataduras que eu achei e coloquei no bolso da minha calça, coloquei dentro da bolsa quando chegamos no mercado — começou a tirar seu cinto. Jungkook abriu a outra bolsa, analisando o que Taehyung trouxe.

— Quer ajuda para tirar o curativo? — Viu o momento em que Taehyung tirou seu cinto e a calça do uniforme, ficando somente com uma cueca box preta.

— Não, não precisa — disse encarando-o e Jungkook abaixou a cabeça com os lábios comprimidos. Ele sabia que sua bochecha provavelmente atingiu uma coloração avermelhada. — Vou retirar quando estiver lá dentro. — Sorriu e caminhou até a porta do banheiro. Jungkook perguntou a si mesmo se ele estava falando da cueca ou do curativo.

— Certo — disse retirando algumas embalagens de bandagens da bolsa e uma garrafinha de álcool.

— Você disse para eu ficar nú. Mas ficou corado apenas ao me ver de cueca — Taehyung riu e Jungkook não ousou levantar o rosto para encará-lo. — Você quer parecer um homem inabalável, mas é adorável quando você mostra o que está sentindo de verdade.

— Não gosto de parecer frágil e sensível demais.

— Você não é frágil, você atirou uma garrafa de vinho na cara de um infectado quando qualquer outra pessoa teria simplesmente corrido para longe do perigo. Você sabe o modelo e a capacidade de tiro de uma pistola que a maioria das pessoas não sabem diferenciar de um revólver — Jungkook riu, ainda sem encará-lo. — Mas tem uma coisa que você se enganou sobre mim Jungkook.

— O que? — Perguntou confuso e levantou o rosto para encará-lo.

— Eu não tenho cara de passivo porque eu não sou passivo — disse com um sorriso ladino e Jungkook arregalou os olhos. — Eu nunca transei com homens, ainda não tive a oportunidade, mas posso afirmar que eu não sou o tipo que gosta de ficar por baixo. — Taehyung o encarou por alguns segundos antes de girar a maçaneta do banheiro. — Eu peguei um pacote de ervilhas congeladas no mercado, coloque no seu tornozelo antes que elas derretam por completo.

— O que foi isso? — Sussurrou baixinho quando Taehyung entrou no banheiro.

Jungkook procurou pelo pacote de ervilha na bolsa que Taehyung havia trago com ele, quando a pegou ela ainda não havia derretido, talvez por estar junto a outros alimentos frios e tirou a tornozeleira, viu seu pé inchado e fez uma careta antes de colocar as ervilhas sobre a luxação arroxeada. Olhou para o que eles tinham para comer e suspirou, aquilo não duraria nada, olhou a sua volta e pensou na volta que deu em sua vida, — na verdade a volta que a deixou pelo avesso — ele que sempre teve uma vida tranquila e monótona, suas únicas preocupações eram alimentar e cuidar de alguns animais na fazenda.

Agora ele fazia parte do gado em perigo no meio dos predadores.

Pensou também em sua mãe, ela devia estar super preocupada consigo sem conseguir entrar em contato, provavelmente estava ligando para ele e para seus avós desesperadamente já que eles não haviam chegado lá, precisava avisá-la de alguma forma que ele estava bem. Por isso ele se levantou com cuidado e retirou as ervilhas do pé, estava sem tornozeleira, o que aumentava minimamente a dor ao caminhar, mancou até a porta e a abriu, olhou pelos corredores e procurou por algum telefone. Desceu as escadas e foi até a recepção novamente, andou até a parte de trás do balcão e achou um telefone fixo.

— Por favor, esteja funcionando... — Discou o número e respirou fundo ao colocá-lo no ouvido. Estava chamando.

Alô? — A voz de sua mãe soou chorosa e ele agradeceu por ela estar viva.

— Oi mãe.

Jungkook?! Graças a Deus! — Sua voz embargou e o menor sentiu seus olhos marejaram ao ouvir seu tom quebrado. — Onde você está? Eu estava tão assustada, presumi o pior...

— Estou bem, estou em Goesan.

Goesan? Por que está em Goesan?

— Encontramos com uma horda de infectados quando paramos para abastecer, o jatinho caiu quando estávamos no ar.

Ai meu Deus você está bem?! Alguém está com você?

— Eu estou bem, apenas torci o tornozelo. Estou com Taehyung, ele também está um pouco machucado, mas bem.

E o piloto? Minjae?

— Eles fizeram tudo o que podiam mãe — sua voz falhou quando o bolo em sua garganta aumentou.

Oh meu amor... Sinto muito que tenha passado por isso — ela ficou em silêncio por um instante.

— Mãe como meu pai está?

Trancado no laboratório com o celular na mão, provavelmente esperando por notícias suas.

— Está tudo bem por aí?

Estamos todos presos aqui dentro, não temos como sair. As ruas foram tomadas, os nossos seguranças estão mantendo os infectados afastados das portas de vidro.

— Mãe tem como mandar alguém buscar a vovó e o vovô?

O nosso helicóptero está em uso agora, porém quando ele voltar acho que a gente consiga buscar eles sim. Fica tranquilo.

— Obrigado mãe, por favor tome cuidado.

Você também meu amor. Você está seguro agora? Onde você está?

— Estou passando a noite em uma pousada abandonada com o Taehyung, amanhã iremos atrás de um carro para ir até Seul.

Entendo por favor, tome cuidado no caminho, ok? Mesmo que os infectados não — sua voz foi interrompida e tudo ficou silencioso.

— Mãe? — A linha estava muda. — Mãe? Alô?

Jungkook franziu o cenho, ele não havia entendido a última parte antes da ligação cair, colocou o telefone no lugar e resolveu voltar para o quarto. Sua mãe estava bem, seu pai também e em breve seus avós também estariam, sorriu pequeno com isso, todos ficariam bem, agora eles tinham apenas que se cuidar para que ele e Taehyung chegassem em segurança também. Subiu as escadas novamente fazendo uma careta dolorosa quando precisava apoiar seu peso no pé machucado, caminhou até a porta do quarto, mas ela foi aberta antes mesmo que conseguisse tocar na maçaneta.

Taehyung havia aberto a porta com pressa e desespero, sua expressão estava visivelmente transtornada, seu peito subia e descia em ritmo completamente desregulado. Jungkook notou a toalha em sua cintura e as gotas de água escorrendo por seu cabelo, rosto e peito, mostrando que ele havia saído às pressas do banho. Taehyung o encarou com verdadeiro temor no olhar, ele estava tremendo, Jungkook notou suas mãos trêmulas e mal teve tempo de falar algo quando os braços dele contornaram seu pescoço, seu corpo fora puxado com força de encontro ao de Taehyung, que o manteve pressionado em seu peito.

Taehyung o abraçou como se ele pudesse sumir a qualquer instante, com toda sua força ele o manteve preso a seu corpo, Jungkook ficou atordoado e escutou um soluço perto de seu ouvido. Ele se desesperou quando o ouviu chorar e tentou se afastar para que pudesse ver seus rosto, mas os fortes braços de Taehyung o mantiveram ali, parado escutando seu choro quase silencioso ecoando próximo a seu ouvido e os batimentos desregulados de seu coração. Jungkook estranhou e levou as mãos até as costas de Taehyung, acariciando o local sentindo as gotas geladas molhar seus dedos.

— Onde você estava? — A voz Taehyung soou grave, repleta de preocupação.

— Procurando um telefone. Eu fiz uma ligação com a minha mãe — ele podia sentir como o corpo de Taehyung estava trêmulo sob seus dedos.

— Por favor me avise antes de sair assim. Sabe o quão assustador foi eu te chamar e você não me responder? Ou o aperto que eu senti no peito quando eu não te vi no quarto?

— Me desculpe.

— Se você morrer Jungkook... Eu não sei o que eu faço.

— Eu não vou morrer, eu te prometo, eu não vou morrer — abraçou o corpo de Taehyung com mais força. — Mas promete para mim também. Promete que você não vai se colocar em situações perigosas apenas para me proteger e que não vai morrer. — Taehyung se afastou e Jungkook encarou seus olhos úmidos.

— Eu prometo — Jungkook sorriu. — Mas eu quero que me prometa também que se eu for infectado você vai atirar na minha cabeça.

— O que? Não! Eu não vou atirar em você! — Seus olhos transpareciam todo o medo que sentiu apenas em imaginar aquela situação.

— Jungkook eu não vou me colocar em situações de riscos para te proteger. Mas se algo acontecer e eu for mordido, você tem que me matar antes que eu tente te machucar.

— Não! Isso não vai acontecer! — Seus olhos marejaram e sua voz embargou. — Por favor não me peça isso.

— Jungkook... — O abraçou novamente e ele escondeu o rosto na curvatura de seu pescoço. — Eu não quero virar uma daquelas coisas e machucar alguém... Não quero machucar você.

— Isso não vai acontecer.

— Mas se acontecer — insistiu e segurou as bochechas de Jungkook para que ele o encarasse. — Me prometa que vai me matar.

— Por que você está me fazendo prometer isso? É como se você estivesse me preparando para quando fosse morrer — não ligava se estava chorando novamente.

— Não sabemos o que o futuro nos aguarda, eu quero me prevenir de possíveis desastres — limpou uma lágrima que escorreu pela bochecha esquerda de Jungkook. — Por favor prometa para mim.

— Eu não...

— Prometa, por favor.

— Eu prometo — disse junto a um suspiro derrotado. Jungkook fungou e levantou o olhar, o encarando com os olhos úmidos, mas muito sérios. — Mas você não vai morrer! Está me ouvindo? Eu te proíbo de morrer! — Bateu em seu peito e Taehyung sorriu.

— Ok, eu não vou morrer. 

~❤️~

Amo colocar essas tensões, ui ui.

Reescrito no dia 08/04/2021.

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