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Jeon Jungkook

Claramente havia algo errado naquele lugar.

Jungkook notou que aqueles olhares não eram de pessoas felizes, prontos para lhe darem boas vindas. Pareciam mais os predadores encarando suas presas antes de atacar, o que o fez colocar Yuna atrás de seu corpo, protegendo a pequena de qualquer intenção hostil por trás daqueles olhares famintos. Olhou para Taehyung, vendo seus olhos analisando as roupas, as posturas e até mesmo as armas que aqueles homens pareciam ter aos montes naquela fortaleza. Havia se passado algumas semanas após a saída do laboratório, pois a esposa de Minjae acabou dando a luz em meio a viagem, o que atrasou um pouco as coisas.

Andaram por dias a fio, no frio, no calor e na chuva para encontrar a fortaleza que o exército havia feito para abrigar os sobreviventes. Sabiam que a fortaleza era grande e protegida, feita com o sangue daqueles que se sacrificaram para manter as pessoas seguras, os muros foram erguidos com pressa sendo revestida de placas de aço e ferro. Em volta dele havia várias valas cavadas e grandiosos espinhos de madeiras apontados para eles, que agora podiam admirar a grandiosa e impenetrável fortaleza militar.

Esperava encontrar homens fardados, mas não era o caso.

Mas sendo sincero consigo mesmo, o olhar daqueles homens pareciam carregar muito mais do que apenas o medo da morte ou o profissionalismo de soldados, Jungkook conseguia ver nas expressões a curiosidade e o perigo explícito. Havia um aviso imenso piscando a palavra “cuidado” na testas deles, as armas eram de calibres altos, muito maiores do que as pistolas que eles e os seguranças de Doyeon carregavam nos coldres. Mina a esposa de Minjae abraçava seu bebê de forma protetora, intimidada pela aura estranha que rondava o local.

Jungkook olhou de canto de olho para sua mãe, próxima a irmã de Taehyung e Sooyeon, que pareciam estar tremendo. Os grandes portões de ferro estavam fechados, não havia trancas do lado de fora, não havia no que segurar ou algo para escalar, nada de fora deveria entrar sem que alguém de dentro permitisse. Por isso Jungkook franziu o cenho, algo naquele lugar e naquelas pessoas não se encaixavam na descrição de sua mãe, com certeza algo de errado com aqueles olhares, pois eles pareciam se divertir com as expressões no rosto de todos.

— Como chegaram aqui com um grupo tão grande e com armas tão pequenas? — Um homem alto com um fuzil na mão se pôs à frente de alguns homens, parecia ser o líder do lugar. Ele parecia estar sobre algo, para parecer ainda maior e mais visível, o sol estava brilhando atrás dele, deixando sua silhueta às cegas.

— Sorte — Taehyung respondeu pelo grupo, parecendo sentir o ambiente hostil.

— Com crianças? — O homem ergueu a sobrancelha ao ver o bebê, Yuna e os filhos dos guardas sendo escondidos pelos familiares. — E idosos... Acho engraçado a sorte de vocês ser maior do que a audição dos monstros.

— Vocês parecem ter um grupo bem grande também — um dos guardas de Doyeon disse olhando para a quantidade de homens nos muros.

— Vocês limparam a área em volta da fortaleza, colocaram até mesmo armadilhas para os infectados — Taehyung disse olhando para o homem em cima do muro, que agora o encarava com um sorriso mínimo. — Foi fácil atravessar e chegar até aqui.

— Vocês vieram de onde? — Perguntou o homem com um sorriso estranho e um olhar incisivo.

— Cheon-ri — Doyeon mentiu, Jungkook sabia que ele não parecia ser aquele homem com quem ela conversou pelo telefone, agora ele tinha certeza. — Mas não se preocupem, já estamos de partida, estamos à procura de uma pessoa. Certamente ela não se encontra aqui.

— Ah, mas por que a pressa? — Seu tom saiu completamente debochado. — Meus colegas não veem alguém vivo já faz uns dias, por que não ficam aqui essa noite?

— Agradecemos o convite, mas não podemos demorar para encontrá-lo — Doeyon insistiu. — Cada minuto é precioso.

— Acho que vocês não entenderam — o homem riu, ele fez um sinal com a mão direita e todos os homens ao seu lado nos muros apontaram as armas para o grupo. — Isso não é um convite.

Os seguranças de Doyeon, Taehyung e Jungkook também levantaram as armas, todos apontando para o líder. Jungkook sabia que havia algo estranho com aquele lugar, sentia sem sua espinha uma sensação ruim, um mal pressentimento. Mas não achou que seriam sobreviventes que se tornariam uma ameaça a eles, era ilógico, todos deveriam unir forças para sobreviver. Porém, aquele maldito sorriso nos lábios do homem a sua frente mostrava o quão péssimo o ser humano conseguia ser, ele parecia se divertir muito encurrlando-os daquela forma.

O que irritou e muito Jungkook.

— Vocês podem até atirar em nós, mas além de chamar mais ainda a atenção dos monstros, vão expor as crianças ao perigo — riu ladino. — Nós estamos protegidos dentro desses muros, mas vocês estão aí fora, vulneráveis.

Mal sabia ele, Jungkook pensou rindo em sua cabeça.

— Abaixem as armas — Taehyung disse fazendo todos olharem em sua direção, mas os olhos dele permaneceram fixados nos do homem acima do muro. Quando abaixou sua arma ele olhou para os rostos confusos dos demais de seu grupo. — Temos muito mais a perder do que eles. Não vamos nos arriscar assim, prefiro encarar aquele imbecil do que colocar as crianças em perigo.

Jungkook concordou e abaixou sua arma, igualmente os homens atrás de si. O homem em cima do muro sorriu, ele não pediu para os homens ao seu lado abaixarem as armas como seu grupo fez, ele apenas colocou seus dedos na boca e assobiou. Jungkook viu o momento em que o portão a frente deles se abriu revelando ainda mais homens armados, ele simplesmente sabia que assim que entrassem naquele lugar seria muito difícil sair. Mas não tinham muitas escolhas quando haviam várias armas apontadas para eles, por isso apenas caminharam até lá com os rostos banhados em tensão.

— Peguem todas as armas e qualquer coisa que eles possam usar para se defender — o líder disse descendo uma escada. O lugar onde eles estavam pareciam vários andaimes de ferro.

Jungkook sentiu a pistola de sua mão ser arrancada sem o mínimo de delicadeza e sua mochila ser puxada de suas costas. Ele foi virado de costas de forma bruta e revistado para que entrasse nem nada mais do que as roupas do corpo. Jungkook viu o mesmo processo sendo feito com todos, até mesmo com Yuna, o que o irritou ainda mais, pois ela parecia extremamente assustada com tudo aquilo. Quando decidiram que estavam limpos de qualquer coisa fora suas roupas Yuna correu para Taehyung, que estava mais próximo a ela e ele a segurou no colo.

— Bem vindos a nossa fortaleza e meus pêsames — sorriu de forma maliciosa. — Meu nome é San, espero que gostem do lugar que irão se hospedar, não é cinco estrelas, mas é melhor do que as ruas cheias de monstros.

“Os monstros estão aqui dentro” Jungkook quis dizer, mas mordeu a língua para não arrumar confusão.

— O que fará com a gente? — Taehyung perguntou com o tom ríspido, o que não pareceu agradar a San.

— Vocês serão nossa garantia de sobrevivência — San disse olhando para todos que estavam no grupo, contando e sorrindo. — Mulheres e crianças para a dispensa!

Os homens de San que não estavam armados puxaram as mulheres e crianças para longe deles. Quando um deles tentou puxar Yuna de Taehyung, ele o impediu com um chute certeiro em seu joelho, fazendo o homem cair no chão gritando de dor, pois Taehyung não pareceu medir sua força. San se enfureceu e apontou seu fuzil em direção a Taehyung, que ficou novamente imóvel. Outro homem pegou Yuna e a levou para longe dele, fazendo Jungkook serrar os punhos, por não poder fazer absolutamente nada. Três homens apontavam as armas para Taehyung, que mantinha as mãos erguidas, sem mostrar resistência

— Esse aqui parece bem valente não é? — San desdenhou. — Vamos ver se ele gosta de bancar o durão sem os dentes.

Jungkook viu o momento em que um homem atrás de Taehyung bateu a coronha da arma em sua nuca, derrubando-o de joelhos no chão. Quando San se aproximou para chuta-lo ou qualquer que fosse sua intenção Jungkook resolveu agir, pois ele não veria aquele maldito machucar Taehyung na sua frente sem reagir. Enquanto todos estavam focados de mais na cena que eles faziam, foi a deixa perfeita para Jungkook se aproximar de San e acertar um golpe em seu pulso, fazendo-o largar a arma e balançar o braço no ar, tentando amenizar a dor.

E claro, Jungkook deu uma rasteira nele, fazendo-o bater a cabeça no chão duro. Agora Jungkook era a mira de todas as armas.

— Mas que porra?! Qual o problema dessas pessoas hein? — Chiou San se erguendo e vendo Jungkook adotar uma posição de defesa. Ele era faixa vermelha em Jiu-jitsu de qualquer forma.

— Qual é a porra do seu problema? O que vai fazer com a gente seu doente? Deixa a gente ir embora, não temos nada de valor ou útil pra você, só queremos ir — Jungkook disse se defendendo logo em seguida de um dos homens que partiu para cima dele.

Mas obviamente ele não era páreo para cinco homens de uma vez, pois todos foram para cima dele com sangue nos olhos. Jungkook poderia apanhar, mas seus oponentes sairiam no mínimo com um olho roxo daquela luta, que só parou quando conseguiram segurar os braços de Jungkook. Taehyung observava imobilizado de seu lugar — também sendo segurado —, um rastro de sangue escorria por seu pescoço por conta da coronhada na cabeça. San se aproximou de Jungkook somente para lhe dar um soco no estômago.

— Eu vou cuidar bem de vocês dois viu? — Disse puxando o cabelo de Jungkook para cima, ganhando uma cuspida no rosto. — Leve esse infeliz até a oficina, uns dois dias sem comer vai colocar ele na linha.

— E eles? — Um dos homens apontou para os guardas e o avô de Jungkook.

— Coloca para trabalhar — San deu de ombros, parecendo não dar a mínima para o que fariam com eles. — Menos aquele ali.

Jungkook olhou na direção que San apontava, era na direção de Taehyung, que encarava o homem com sangue nos olhos.

— Ele quebrou a perna do Hyubin, vamos dar um corretivo nele.

— Não toca nele seu maldito! — Jungkook guinchou irritado, quase rosnando para ele. San riu.

— Oh que fofo, está defendendo o namorado? — Riu e ficou sério novamente ao ver a expressão no rosto de Jungkook. — Calma aí... É sério? Vocês namoram?

— Algum problema? — Jungkook ergueu a sobrancelha.

— Algum problema? — Repetiu incrédulo. — Vocês são dois homens!

— Os seus dois neurônios só conseguiram absorver essa informação? Que somos dois homens? — Taehyung disse rindo de onde estava.

— Olha só galera! Dois viadinhos — riu em escárnio e foi acompanhado por todos os outros. — Uau, conseguiram sobreviver bem para duas maricas.

— Ha há, a mariquinha aqui te derrubou no chão sem dificuldade nenhuma — Jungkook riu. — Você é covarde demais para lutar com um maricas sozinho né? Tem que chamar os comparsas para ser mais macho?

San deu um gancho de direita em Jungkook.

— O que foi que disse? — San puxou o cabelo de Jungkook novamente.

— Eu disse que você é um covarde — riu com os dentes manchados de sangue. — Quer que eu soletre?

San deu mais um soco em Jungkook, fazendo Taehyung se debater nos braços dos homens que o seguravam.

— Pensando bem, esse aqui tem uma linguinha afiada — San segurou o rosto de Jungkook, para que pudesse olhar em seus olhos. — Vamos ver se você é valente assim quando está de frente para a morte. Leve ele para o subsolo, vamos preparar uma festa amanhã à noite!

Um coro de gritos soou alto e Taehyung temeu o significado da palavra "festa" no vocabulário de San.

(...)

Alguns dias antes.

Após saírem do laboratório eles inicialmente andaram em círculos, procurando algum meio de transporte grande o suficiente para levá-los, encontraram um ônibus atravessado em uma avenida apenas três dias depois. Quando eles já estavam cansados e famintos, comendo o que encontravam em lojas e mercados. Os infectados não eram mais uma ameaça a eles, mas sua mãe era observadora e conhecia o projeto RDC tanto quanto seu pai e ela havia dito aquilo a ele em segredo, por isso eles sabiam que aquele vírus não pararia ali. Sem ninguém para pará-lo ele iria evoluir e sabe-se lá o que fariam após evoluíram.

O ônibus conseguiu levá-los por grande parte do caminho, porém tiveram que fazer o restante da viagem a pé, porque em um dado momento da viagem encontraram uma colônia de infectados. Para Taehyung e Jungkook aquilo não era uma novidade, porém, para todos os demais aquilo era a coisa mais assustadora do mundo. Tiveram que se embrenhar pelo monte de infectados, ganhando a atenção deles por todo o instante. Mesmo estando imunes eles tinham medo, afinal não sabiam o que poderia acontecer.

E como ninguém queria arriscar expor um bebê recém nascido aos perigos daquele mundo, montaram acampamento no primeiro lugar “seguro” que encontraram depois de passar pelos infectados, aproveitando também para descansarem os pés, pois a caminhada havia sido longa. Doyeon fez o parto quando Mina começou a sentir as contrações — mesmo não sendo sua área de atuação —, pois era a única com conhecimentos fisiológicos o suficiente para dar suporte. Eram um grupo relativamente grande, haviam no mínimo cinco famílias ali, cada com sua própria história e filhos para carregar nos ombros. Jungkook, mais do que qualquer um ali, tinha seus avós, mãe, Taehyung e Yuna para proteger.

Quando o bebê nasceu foi uma grande comoção entre todos do grupo, pois todos correram por todos os estabelecimentos que encontraram atrás de coisas para ajudar o bebê e a mãe. Jungkook, Taehyung, Yuna e Jisoo correram para as farmácias à procura de tudo o que o bebê precisava, voltaram com as mochilas cheias de chupetas, fraldas, gaze, álcool e mais algumas coisas que encontraram. Quando retornaram viram Doyeon colocando a criança ainda ligada ao cordão umbilical em uma manta, o choro do bebê atraiu atenção indesejada.

Jungkook, Taehyung e outros guardas ergueram suas armas para infectados curiosos que vieram averiguar o barulho, mas eles não atacaram, o que fez Doeyon e todos suspiraram aliviados, pois o bebê havia nascido imune também. Com a ajuda de todas as mulheres Doeyon cortou o cordão e o prendeu com um grampo de cabelo, após isso suturou Mina, que estava exausta após o parto. Jungkook desviou os olhos de sua mãe suturando Mina para ver as outras mulheres limpando o bebê, que agora notou ser um menino. Elas limparam com muito cuidado e vestiram a roupa que Mina havia colocado em uma das bolsas, enrolando uma manta grossa envolta do pequeno corpo.

Jungkook estava sentado no chão com Yuna entre suas pernas, que estava muito curiosa com tudo o que estava acontecendo. Nada podia explicar a ligação que eles tiveram com Yuna, era como se eles se conhecessem desde o nascimento da pequena, que ensinava a eles gestos básicos de libras, para que ela pudesse se comunicar melhor. Ela ensinou a eles a palavra “fome”, apontando para a maçã que estava em sua mão, “frio” e “medo". Para ajudar Taehyung e Jungkook a identificar e ajudá-la nessas situações. Mas entre esses acontecimentos um pensamento estranho surgiu novamente em sua mente com a seguinte indagação:

Como Yuna sabia ler lábios, sendo que Doyeon disse que ela provavelmente havia nascido surda?

Era algo que não fazia sentido pra ele, pois se ela nasceu sem a audição, como era possível ela saber discernir qual era a frase dita por eles? Algo nessa história não estava fazendo sentido e Jungkook tinha duas hipóteses, ou Yuna havia aprendido a ler após observar muito — o que era um pouco difícil já que ela tinha apenas seis anos — ou Doeyon mentiu. A pergunta que rondava a mente de Jungkook era essa, por que sua mãe mentiria para ele? Talvez por medo de sua reação ao saber a verdade sobre a menina, ou porque ela não confiava nele.

Aquilo encheu os olhos de Jungkook de lágrimas.

Sua mente tendia a lhe sabotar durante toda a viagem deles, embora Doyeon tivesse sido muito compreensiva, ele via sua mãe lhe encarando de vez em quando com um olhar enigmático. Jungkook sentia o peso da culpa forçar seus ombros para baixo, ele havia matado seu pai a sangue frio e apenas ela sabia disso. Pois ele não conseguia contar nem mesmo para Taehyung, que pelo olhar desconfiado sabia que havia algo errado consigo. Mas ele manteria aquilo guardado até que tivesse força o suficiente para suportar aquele peso, sentia que a morte de seu pai podia pesar tanto que o afundaria.

Taehyung também lhe encarava interrogativo, ele queria entender como todos estavam vivos e Nomin não. Jungkook fugiu do assunto quando ele foi abordado por um dos seguranças, Doyeon e ele se encararam e apenas mudaram de assunto. Era óbvio que Taehyung sabia que algo havia acontecido, ele era inteligente demais para não notar. Jungkook tentou desconversar, mudar de assunto e jogar o foco para a viagem novamente, mas ele ouviu Taehyung murmurando um “por que estávamos indo até ele então?”. Ele desconfiava, Jungkook não conseguia achar alguma desculpa que não fosse “ele morreu”, pois isso obviamente levantaria dúvidas aos outros.

“Como ele morreu?”

“Onde está o corpo?”

“Por que não disseram nada?”

“Foi um infectado?”

Jungkook suspirou atraindo a atenção de Yuna que olhou para ele interrogativa, ele apenas sorriu. Ele viu Taehyung caminhar até ele, após deixar a mochila que carregava com sua irmã e ela lhe dar outra. Jungkook estava sentado com as costas encostadas em um muro, estavam em o que parecia ser um terreno abandonado, não havia infectados lá dentro e eles conseguiram mantê-los longe com uma barricada improvisada. Taehyung sentou-se ao lado de Jungkook e Yuna sentou-se no colo dele, deitando sua cabeça no ombro alheio.

— Você está com uma expressão estranha no rosto Jungkook — Taehyung disse encarando-o.

— Estou pensativo.

— Sabe que pode me contar qualquer coisa, não é? — Jungkook assentiu. — Então por que eu sinto que você está escondendo alguma coisa de mim?

Jungkook suspirou.

— Eu realmente preciso te contar algo, mas eu não estou pronto para falar sobre isso ainda... — Taehyung assentiu.

— Não vou te pressionar, mas saiba que não importa o que seja, eu não vou te julgar.

— Acho que você está subestimando o meu segredo Tae — Jungkook olhou para ele com um sorriso pequeno que não alcançou seus olhos.

— Tem a ver com o seu pai? — Jungkook apenas assentiu. — Entendo, vou esperar até que você esteja pronto para me contar.

— Obrigado — sorriu novamente.

— Vamos dormir? Acho que teremos mais um dia longo amanhã — Taehyung disse abrindo a mochila com cuidado e tirando de lá uma coberta.

— Minha mente está uma bagunça agora, duvido que eu consiga dormir.

— Hm... E se eu cantar pra você? — Aquilo chamou a atenção de Jungkook.

— Não sabia que você cantava — sorriu para ele e Taehyung lhe roubou um selinho.

— É um dos meus muitos talentos — Jungkook riu, o que arrancou uma risada dele também.

— Eu aceito então — eles se ajeitaram da maneira mais confortável que acharam no chão duro e frio, Yuna estava deitada entre os dois, que dividiam o cobertor. — O que vai cantar pra mim?

— Hm... Gosta do Elvis?

— Não é do meu tempo, escutei pouquíssimas músicas.

— Tem uma dele que eu amo muito.

— Quero ouvir — Jungkook fechou os olhos e Taehyung sorriu.

— Wise men say...

Jungkook conhecia aquela música, seu avô cantava para a sua avó.

— Only fools rush in — Taehyung cantava baixinho, mas sua voz era tão melodiosa e grave que com certeza chamou a atenção das pessoas que estavam próximas. — But I can't help falling in love with you...

Jungkook ouvia a voz perfeita de Taehyung de olhos fechados, sentindo a canção, a intensidade com a qual Taehyung cantava e como aquela canção ficava perfeita sem sua voz. Jungkook abriu os olhos quando sentiu uma movimentação, Yuna encostou seu ouvido no peito de Taehyung, para sentir as vibrações enquanto ele cantava, o que arrancou um sorriso dos dois. Eles podiam estar no pior cenário, a humanidade poderia estar em colapso a alguns metros deles, mas naquele momento, nada daquilo importava, pois aquele momento era precioso demais para ser tomado por medos e preocupações.

— Shall I stay? — Taehyung continuou a cantar, olhando para Yuna. — Would it be a sin...

Jungkook sentiu os dedos de Taehyung se entrelaçarem aos seus e um sorriso fofo surgir em seus lábios.

— If I can't help falling in love with you? — Jungkook sorriu.

Não havia nada mais importante naquele momento do que a união deles.

(...)

Kim Namjoon

Fortaleza de Yongin, antes da invasão.

— Nam o soldado que você colocou o cuidar do subsolo disse estar ouvindo sons estranhos vindo de lá — Hoseok disse andando ao lado do major.

— Sons estranhos?

— Ele descreveu algo como gritos, mas não gritos de terror ou dor, mas sim gritos como os dos demônios nos filmes de terror — Namjoon franziu o cenho com a descrição.

— Os infectados ainda estão tentando entrar?

— Depois que cobrimos as grades do portão com uma coberta eles silenciaram, ouviam apenas passos e suspiros. Até que os gritos começaram, o soldado informou ter sentido medo somente do som, não queria saber quem ou o que fazia aquele barulho.

— Acha que foi um infectado? — Namjoon olhou para Hoseok.

— Sim, acho, um humano não gritaria dessa forma... Chama muita a atenção, com os conhecimentos mínimos que temos dos infectados, sabemos que eles vão atrás de tudo que vêem e ouvem.

— Tem razão, temos que ficar de olho no subsolo, pois tudo o que nos protege entre eles e nós é o labirinto de túneis e as grades dos portões — disse suspirando, aquilo tem sido uma dor de cabeça desde que ergueram os muros. — Acha que conseguiremos chegar até o navio da marinha?

— Acho! Temos que ser positivos, vai dar certo! — Disse animado e Namjoon riu.

— Temos suprimentos suficientes para durar no mínimo uma semana de viagem? — Namjoon perguntou caminhando até a dispensa.

— Temos que parar em algum lugar para abastecer, temos bastante alimento, mas não o suficiente para alimentar mais de sessenta pessoas por sete dias — Hoseok disse caminhando ao seu lado.

— As ruas estão cheias de infectados?

— As armadilhas tem funcionado bem, os poucos que se aproximam caem nas valas.

— Certo... Algum sobrevivente?

— Era sobre isso que eu queria falar com o senhor — Hoseok parou e Namjoon o encarou.

— Algum problema?

— Foram vistos dois carros nas redondezas nos últimos dias — Namjoon franziu o cenho.

— Tentaram contato?

— Tentamos, foi disparada uma flare gun para indicar nossa posição. Mas eles não vieram até nós.

— Talvez estejam com medo — Namjoon pensou, mudando seu rumo para a enfermaria. — Eu não mandarei mais homens para fora, só em casos de emergências. Temos poucos suprimentos médicos e os soldados voltam com machucados graves.

— Alguns nem sequer voltam... — Namjoon suspirou, pois Hoseok estava certo.

— De acordo com Seokjin eles estão em uma embarcação da marinha, próximos a ilha Jebudo — Namjoon disse adentrando a enfermaria. — Temos que juntar suprimentos para a viagem, não podemos gastar munição, mesmo que ainda tenhamos muitas. Não sabemos o que vamos encontrar no caminho.

— De acordo com os relatos do último grupo de soldados que saíram, os infectados estão andando em grupo — Hoseok disse vendo várias camas e várias pessoas deitadas sobre elas.

— Oh seu teimoso eu já mandei você deitar nessa merda dessa cama! — Namjoon e Hoseok ouviram a voz melodiosa de Jimin gritar com um paciente. — Sua perna precisa ficar imóvel!

— Eu quero fazer xixi — o homem retrucou quando Jimin o deitou na cama novamente.

— Vou trazer uma garrafinha pra você tá? Aí você só cobre com o lençol e faz — Namjoon fez uma careta e Hoseok riu, chamando a atenção de Jimin.

— Você tá brincando né? — o homem o encarou sério.

— Olha, vou ser franco com você, sua perna por um milagre dá para salvar. Mas se você se mexer e a ferida se abrir ainda mais, infeccionar e começar a putrefação você pode dizer adeus a sua perna. Então você quer fazer xixi na garrafa ou quer que eu arranque sua perna agora para que você possa fazer xixi no banheiro? — Jimin ergueu as sobrancelhas.

— Trás a maldita garrafa Jimin — o homem cruzou os braços com um bico imenso nos lábios.

— Muito bem, vou pedir para trazerem sua garrafa tá? — Jimin riu e bagunçou os cabelos do homem, que acabou rindo também.

— Estamos atrapalhando? — Namjoon perguntou quando Jimin caminhou até os dois.

— Se eu disser que estão atrapalhando, vocês vão embora? — Perguntou sorrindo.

— Certamente não — Namjoon sorriu também.

— Então pra que perguntar? — Jimin riu antes de se virar para trás. — Beomgyu!

— Sim! — O garoto levantou a cabeça da mesa que estava cheia de papéis.

— Acha uma garrafinha pet e dá para o Lee, por favor, ele quer fazer xixi! — Jimin gritou e o mencionado colocou a mão no rosto por conta da vergonha.

— Ah... Tá bom? — Beomgyu franziu o cenho confuso e foi buscar o que seu hyung pediu.

— Trabalho infantil Jimin? — Hoseok riu.

— Ele que se ofereceu para ser meu aprendiz — Jimin riu dando de ombros. — Ele é um garoto esforçado. Infelizmente meu antigo ajudante não aguentou a pressão.

— Em minha defesa... Você é um demônio quando entra no modo profissional — Hoseok riu e arrancou o riso de Jimin também.

— Mas então, em que eu posso ajudar? Estão machucados? — Jimin olhou Namjoon e Hoseok de cima a baixo.

— Não — Namjoon disse. — Viemos saber como estão as coisas, precisamos partir dentro de alguns dias em direção a ilha Jebudo. Acha que o que tem é o suficiente para uma viagem?

— Com certeza não — Jimin suspirou. — Tá vendo aquele homem? — Apontou para o homem que estava conversando a pouco tempo. — Ele é o senhor Lee, há três dias saiu junto com um grupo para buscar mantimentos. Um bando de infectados estavam dentro do mercado que eles iam entrar, durante a correria ele foi derrubado e acabou caindo em uma grade de arame farpado, que o encheu de cortes. O infectado não conseguiu morder ele, mas fez um estrago em sua perna. Preciso de bandagens, suturas, álcool e remédios, estou mantendo ele com o pouco que eu tenho.

— Tem muitos pacientes graves assim? — Namjoon perguntou e Jimin assentiu.

— Quatro graves e dois estáveis — Jimin foi apontando para cada um deles e explicando. — Aquele quebrou a perna pulando de uma casa para outra, fratura exposta. Aquela ali foi baleada pelo próprio companheiro que tentou fazê-la de isca, mas no final ele que foi pego. Tem aquele ali também, ele foi mordido e cortaram o braço dele antes da infecção chegar a cabeça, ele sangrou até quase morrer. E tem o Lee.

— Podemos mandar uma equipe para o posto de saúde próximo daqui — Hoseok deu a ideia.

— Podemos montar uma equipe pequena para ir fazer a coleta, não vamos arriscar levar muita gente — Namjoon disse pensativo. — Vamos em um grupo de cinco.

— "Vamos"? — Jimin o encarou. — Nam precisamos de você aqui. Não pode se arriscar assim.

— Não posso arriscar levar muitas pessoas.

— E por que você tem que ir junto? — Perguntou com o cenho franzido. — Você precisa estar aqui caso algo dê errado.

— Obrigado pela preocupação Jimin — Hoseok sorriu amarelo. — Vou ficar muito bem, tá?

— Você é bom no que faz e tem porte atlético, você vai se sair bem de qualquer forma — Jimin riu e Hoseok sentiu as bochechas arderem pelo "elogio" ao seu corpo.

— Devo me ofender pela sua preocupação então? — Namjoon riu.

— Embora você tenha um bom corpo, seu cérebro é mais valioso. Você é o líder desse lugar, obviamente estou preocupado que arrisquemos perder o pilar da nossa fortaleza.

— Vai dar certo, iremos amanhã com mochilas e armas silenciadas — Namjoon tocou o ombro de Jimin com um sorriso tranquilizador. — Faça uma lista do que você mais precisa e me dê amanhã de manhã, ok?

Jimin suspirou.

— Certo — confirmou e todos se assustaram quando ouviram gritos e tiros. Namjoon e Hoseok correram para fora da enfermaria, indo em direção aos muros, onde os atiradores agora cuidavam da segurança do portão. Subiram os andaimes depressa e correram até estarem ao lado de um dos atiradores.

— Bogum, o que houve? — Namjoon olhou para onde atiravam.

— Uma sobrevivente, major — Bogum disse ainda com os olhos focados nos infectados. — Ela veio gritando em direção aos muros, tem um grupo grande de infectados perseguindo-a.

— Devemos abrir os portões?! — Uma mulher gritou com a arma nas mãos.

— Não, atirem nos infectados, não iremos abrir os portões com eles próximos! — Namjoon disse vendo alguns infectados caírem nas valas e se prenderem nos espetos.

Os soldados continuaram atirando até que a garota encostasse no portão e batesse nele com toda sua força, gritando para abrirem os portões a plenos pulmões. Os infectados caiam um por cima dos outros, gritando e fazendo barulhos grotescos, eles pareciam estar tentando escalar a pilha de corpos que se formava enquanto os soldados atiravam neles. Os fuzis que eles usavam não deixava os infectados se aproximarem de mais, criando de fato uma pilha grande de corpos no chão. Quando enfim o último infectado caiu todos respiraram tranquilamente, o alarme não precisou ser soado. Eles tinham um sinal quando acontecia uma invasão, um alarme foi disparado para alertar a todos em um raio de quinhentos por conta das sirenes altas dadas pelo governo.

— Abram os portões — Namjoon disse descendo do andaime pegando um fuzil que estava descansando sobre o muro. — Façam um círculo, se ela estiver infectada não podemos arriscar que ela morda alguém!

Todos fizeram o que ele disse, seis homens e mulheres armados fizeram um círculo em volta do portão, mantendo uma distância segura da mulher assim que ela passou pela brecha do portão aberto. Hoseok e Namjoon se aproximaram e Jimin veio logo atrás, curioso com o que estava acontecendo. A mulher agora estava com os olhos assustados encarando todas as armas apontadas para ela, todos estavam atentos a qualquer movimentação suspeita da mulher, que não parecia ter mais de vinte anos. O portão atrás dela foi fechado e o barulho alto ecoou, todos tinham atenção nela, até mesmo os soldados que estavam sobre os muros.

— Você foi mordida?! — Namjoon gritou a alguns passos de distância, com o fuzil apontado para ela.

— N-não! — Ela gritou assustada, dando um passo à frente. Todos deram um passo para trás e os dedos foram postos nos gatilhos. — Não atirem, por favor!

— Deixem eu examiná-la — Jimin deu um passo à frente e Hoseok o segurou.

— Não! Se ela estiver infectada você vai ser a primeira vítima! — O encarou preocupado.

— Se ela estiver eu posso avisar e vocês atiram nela antes mesmo da infecção se concluir — Jimin olhou nos olhos de Hoseok, que bufou.

— Vou ir com você — Hoseok olhou para Namjoon, que assentiu.

— Não vou te machucar, ok? Só quero confirmar se não foi mordida — Jimin se aproximou devagar, vendo-a recuar. — Posso?

— P-pode — os olhos dela estavam Hoseok, que caminhava ao lado de Jimin com uma M16 apontada para ela.

Jimin se aproximou com cuidado, olhando para suas pernas vendo se havia qualquer sinal de mordida, seus pulsos e suas veias, seu pescoço e por último analisou os olhos da mulher. Quando aparentemente não achou nenhuma anomalia ele sorriu para ela, parecendo estar tentando tranquilizá-la, ele virou-se para encarar Hoseok e sorriu para ele, que suspirou e abaixou a arma. Namjoon também abaixou sua arma e todos fizeram o mesmo, ele deu passos em direção a mulher ainda com a arma em mãos, mas com um sorriso acolhedor nos lábios. Ela o encarou confusa e assustada.

— Desculpe a recepção hostil, mas temos nossas famílias aqui, não podemos arriscar — disse calmamente e a mulher assentiu. — Pode contar de onde veio e como descobriu esse lugar?

— E-Eu sou de Ansan, estava em incheon na fortaleza que havia lá também — ela engoliu em seco e continuou. — Depois que ela foi tomada eu andei com um grupo de pessoas, eles me disseram sobre a fortaleza de Yongin. Estávamos vindo para cá, mas fomos pegos por uma horda de infectados assim que entramos na cidade.

— Onde está o restante do seu grupo? — Namjoon perguntou com calma, mas na sua cabeça ele sabia que havia algo errado naquela história.

— Provavelmente na pilha de infectados que seus homens atiraram lá fora...

— Certo, desculpe novamente o tratamento. Jimin cuidará de você, caso esteja com fome nós temos três refeições ao dia, ele lhe explicará tudo com detalhes — ela assentiu e Jimin a guiou até a enfermaria. — Hoseok.

— Sim major —  Hoseok se pôs a frente dele, ele reconhecia seu tom quando estava sendo profissional, pois eles se tratavam formalmente.

— Quero que fique de olho naquela mulher — Namjoon disse vendo as costas dela, que caminhava acuada ao lado de Jimin. — Algo na história dela me deixou desconfiado.

— O que exatamente senhor? — Franziu o cenho confuso.

— Tenho alguns pontos: antes de Incheon ser derrubada, houve um alerta de invasão. Haviam carros rondando as extremidades dos muros e você não acha muito conveniente somente ela do grupo inteiro ter sobrevivido? Uma cívil desarmada?

— Realmente, é algo suspeito.

— Mas o que mais está me incomodando é o número de infectados atrás dela — Namjoon passou os dedos por seu queixo. — Fizemos buscas, coletas e patrulhas nas últimas semanas, os infectados que encontrávamos eram alguns desgarrados ou dentro de estabelecimentos fechados.

— Onde quer chegar, senhor?

— Não tenho certeza, mas me parece muito bem orquestrado. De repente uma sobrevivente aparece após carros serem vistos e um grupo de infectados surgir em grande quantidade em Yongin? Acho pouco provável que seja algo natural, até porque, haviam limpado a área enquanto erguiam esses muros, isso cheira a emboscada.

— Acha que ela irá tentar algo? — Hoseok perguntou receoso e Namjoon assentiu.

— Fique de olho nela e qualquer intenção suspeita. Posso estar apenas tirando conclusões precipitadas, mas parece tudo perfeito demais para ser somente acaso.

— Certo, irei ficar à espreita — Hoseok bateu continência antes de sair.

— Hobi espere! — Namjoon chamou e quando tinha a atenção dele novamente continuou. — Espere o momento certo para perguntar, mas quando tiver uma brecha, pergunte a ela o que houve em Incheon. Se ela disser que foram infectados há algo errado, pois antes de serem emboscados e enviarem o alerta de invasão, tínhamos entrado em contato usando "código Q" e eles informaram encontrar sobreviventes.

— Ok — Hoseok caminhou até a internaria, onde estava Jimin e a mulher.

Namjoon viu Hoseok se afastar e voltou-se para os soldados que ainda aguardavam atrás dele. Pediu para todos redobrar a atenção e dobrar as rondas noturnas nos muros, precisavam estar atentos e preparados para qualquer tipo de imprevisto. Quando estava tudo em ordem ele caminhou por alguns minutos, sendo cumprimentado pelas pessoas que residiam dentro dos muros de sua fortaleza, sorriu e acenou para as pessoas, indo em direção aos fundos. Estavam em uma fortaleza do exército, um lugar que tinha a funcionalidade parecida com um bunker.

Tinham tudo o que precisavam para a sobrevivência naquele lugar, como cozinha, enfermaria, geradores, armas e carros. A única diferença era que em vez dos muros, haviam cercas elétricas, que foram facilmente derrubadas pelos infectados. Ele caminhou até a garagem, verificando os carros, ele fazia isso todos os dias, somente para garantir que caso algo acontecesse eles estavam prontos para levar todos dali o mais rápido possível. Todos os carros eram blindados e fechados, com capacidade para levar até dez pessoas dentro deles. E quando constatou que estava tudo nos conformes, voltou o que iria fazer com Hoseok inicialmente, iria na dispensa, para saber exatamente a quantidade de comida que tinham e o quanto precisavam.

Namjoon andou conferindo todos os recursos que tinham até anoitecer, para confirmar que não tinham recursos médicos e alimentícios para seguir uma viagem longa como aquela sem conseguirem mais provisões. Precisavam fazer uma busca pelas redondezas para que pudessem viajar sem problemas durante o caminho, com sorte eles conseguiriam chegar com o combustível que tinham até o bunker do exército perto de Osan, talvez lá eles encontrassem mais recursos. Namjoon caminhava até o lugar onde dormia, junto a outras pessoas em seu dormitório, quando viu Hoseok correndo em sua direção.

— Aconteceu algo? — Namjoon perguntou assim que Hoseok o alcançou.

— Mais ou menos — ele respirou fundo antes de continuar. — O nome da mulher é Kim Si-Hyeon, ele tem vinte e um anos e parece ter somente um caso leve de insolação e desidratação. Jimin estava cuidando dela, eles conversaram bastante.

— Algo relevante?

— Ela tem uma curiosidade muito grande sobre nossa rotina, principalmente a sua — Namjoon riu nasalado, sabia que havia algo errado. — Jimin conseguiu desviar do assunto sem revelar muita coisa, quando ela foi ao banheiro eu conversei com ele.

— Espera... Ela foi ao banheiro? — Hoseok franziu o cenho confuso, mas assentiu.

— Ela foi ao banheiro da enfermaria, eu vi o momento que ela entrou desde que ela saiu.

— Droga! Cometemos um erro! — Namjoon apressou seus passos em direção a enfermaria.

— O que?! Qual?! — Hoseok se apressou atrás de Namjoon.

— Nós em nenhum momento a revistamos, Jimin apenas analisou sua aparência e pulsos — ele dizia entredentes. — Ela pode estar guardando algum tipo de comunicador e passando informações para alguém de fora!

— Será que-

A fala de Hoseok foi cortada por um som alto de tiro, os dois olharam em direção ao muro, vendo o corpo de um soldado cair no chão. Em seguida, mais um tiro e mais um, derrubando mais dois soldados. Namjoon e Hoseok correram em direção ao muro, quando um soldado gritou "sniper" e todos se abaixaram. O silêncio durou pouco, pois uma das soldados se levantou com a arma mirada em certo ponto e disparou, ela gritou a todos que havia atingido o sniper que se escondia no telhado de uma construção. Mas sua fala foi silenciada por um tiro certeiro em sua testa.

— Não se levantem! — Namjoon gritou pegando novamente um fuzil. — Não sabemos quantos são, esperem um pouco até que-

— Ei! — Ouviram um grito feminino vindo de dentro da muralha, que chamou a atenção de Namjoon e todos os outros. Si-Hyeon estava com uma cold steel no pescoço de Jimin. — Se vocês não quiserem ver o amiguinho de vocês morto é melhor abrirem os portões.

— Jimin! — Hoseok grunhiu irritado e apontou a arma em direção a Si-Hyeon, que apertou ainda mais a faca no pescoço de Jimin, que soltou um gemido dolorido.

— Abaixe a arma, ou eu faço um corte mais profundo que esse! — Ela gritou e para provar que não estava brincando passou a lâmina na pele branca de Jimin, fazendo um rastro de sangue escorrer. — Abre a merda do portão!

— Sua ordinária... — Hoseok grunhiu em ódio.

— Abram os portões! — Namjoon disse surpreendendo a todos.

— Tem certeza disso senhor?! — Uma mulher gritou. — Não podemos confiar nela.

— Ela tem em mãos não somente um companheiro e um amigo, mas o único com conhecimentos médicos de nossa fortaleza — Namjoon disse irritado. — Se ela realmente atentar contra a vida dele eu quero que descarreguem suas armas atirando nela e em qualquer um que virem! E também, eles jamais arriscariam invadir esse lugar com infectados a solta, eles limparam a área.

— Muito inteligente major — Si-Hyeon desdenhou e o portão foi aberto.

As pessoas que estavam dentro dos muros ficaram completamente apavorados quando viram a única coisa que os mantinham seguros serem abertos. Os soldados mantinham-se abaixados, mas alguns deles aproveitaram a distração para olhar o lado de fora dos muros, viram um tanque se aproximar e alertaram Namjoon. Si-Hyeon caminhou com Jimin para fora da fortaleza, ainda pressionando a faca em seu pescoço ela andou até estar ao lado do tanque. Disse algo no ouvido de Jimin, que o fez subir no tanque junto a ela e quando a comporta foi aberta ele foi jogado lá dentro e um homem apareceu.

Namjoon arregalou os olhos quando enfim notou o que iria acontecer, pois o homem segurou a metralhadora do veículo.

— PRO CHÃO! — Namjoon gritou e todos se jogaram quando os tiros foram disparados.

A partir dali tudo se tornou um caos, tudo o que ouviam eram tiros, gritos e a sirene indicando que estavam sendo invadidos.

~❤️~

Vocês não sabem o prazer que é estar de volta :)

Sim galera, a estória do Taekook no Apocalipse vai continuar! Gostaram da supresa?

Código Q: Linguagem de Rádio em Código mais usado pelo exército para uma comunicação ágil.

Cold steel: É um tipo de faca.

Para quem não conhece, essa é a música cantada pelo Tae para ninar o JK❤️:

A primeira temporada está cheia de erros, porém essa aqui está sendo betada pela wtf_Neptune para não agoniar vocês com meus erros❤️

Reescrito no dia 12/04/2021.

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#ZOTAEKOOK

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