Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

80%

⚠️ Aviso! ⚠️

Neste capítulo contém cenas sensíveis que podem causar gatilho em algumas pessoas. Se não se sente preparado psicologicamente a leitura não é recomendada.

Jeon Jungkook

(...)

Pânico.

Era isso que Jungkook sentia naquele momento, pavor, pânico, medo e desespero. Sua única esperança era aquele laboratório e as pessoas que estavam nele, seus pais, seus avós, qualquer sobrevivente. Mas a entrada estava destruída, cheia de corpos no chão, sangue e vidro por toda parte, aquilo era a cena de um massacre. As portas de vidro estavam estilhaçadas, a recepção estava um caos, tudo o que se podia enxergar era destruição e morte. Antes que conseguisse assimilar um soluço escapou de sua garganta, resultado do aperto no peito que sentiu ao ver somente a entrada do prédio daquela forma.

— Acabou... Nós estamos sozinhos — Jungkook deixou a dor escorrer por seus olhos em forma de lágrimas.

— Não, Jungkook! — Taehyung o abraçou.

— Estamos sozinhos! Olhe o estado desse lugar! Estão todos mortos. Vamos morrer também — estava com a cabeça na curvatura do pescoço de Taehyung, chorando copiosamente. Ele não conseguia conter sentir-se inseguro quando sua única esperança se encontrava destruída.

— Não sabemos se estão mortos, esse prédio é enorme. Pode haver sobreviventes, podem estar todos seguros em algum lugar, seus pais tem bons seguranças.

— E-Eu não sei o que pensar... — Soluçou e segurou com força na camisa de Taehyung. — Nós vamos entrar lá?

— Vamos... Minha família também está lá dentro. Preciso me assegurar de que estão bem.

— E se... Não tem ninguém? — Taehyung ficou em silêncio por alguns instantes.

— Vamos buscar sobreviver só nós dois, juntos... — Sua voz soou baixa, um tanto embargada.

Jungkook ficou temeroso, pela primeira vez Taehyung não havia dito: “Não tem e se”, isso mostrava que ele também não estava muito esperançoso. Quando se afastaram encararam um ao outro, aquilo seria perigoso, muito perigoso, eles tiveram sorte todo esse tempo, agora eles entrarão em um lugar que definitivamente não sabiam se voltariam vivos. Taehyung acariciou o rosto de Jungkook e deixou um beijo gentil em sua testa, ele fechou os olhos e apreciou o gesto.

— Vamos entrar? — Taehyung perguntou e Jungkook respirou fundo antes de assentir.

— Vai ficar tudo bem, não vai?

— Vai sim — sorriu pequeno.

Jungkook sorriu fraco e segurou a mão de Taehyung, entrelaçando seus dedos e o encarando de forma intensa com seus olhos úmidos, ele fungou e juntos caminharam até a entrada do laboratório. Tomaram cuidado com os cacos de vidro quando entraram evitando pisar e fazer barulho, viram os corpos no chão tentando passar o mais longe possível deles, Jungkook viu o corpo de um guarda e se aproximou dele. Parecia ter sido infectado antes de levar um tiro em sua cabeça, havia uma poça de sangue no chão envolta dela, nunca o tinha visto, mas pediu licença ao pegar a arma que estava em sua mão.

Ela tinha silenciador embutido.

Taehyung estava olhando em volta enquanto Jungkook olhava a munição da arma, ele procurava por infectados, mas não havia nenhum, pelo menos não naquele local. Juntos eles resolveram ir pelas escadas, para não acontecer o mesmo que aconteceu no shopping, o prédio ao todo tinha dezesseis andares, o décimo quarto e o décimo quinto eram os andares de Nomin e Doyeon. Precisavam chegar até eles, mas o maior problema era que centenas de pessoas trabalhavam naquele lugar, se todas foram infectadas, eles teriam muitas dificuldades.

Em silêncio absoluto foram até as escadas e abriram a porta devagar, ali era a saída de emergência, com certeza pessoas correram para lá na hora da invasão, tinham que tomar cuidado. Subiram as escadas devagar, atentos a barulhos e movimentos. Jungkook sentia sua respiração alterada, seu coração pulsava em ritmo frenético no peito. Enquanto caminhava ele  rezava para que sua família estivesse bem, que estivessem seguros em algum lugar daquele prédio e que conseguissem chegar até eles em segurança.

Quando chegaram ao décimo andar eles pararam, cansados por conta da escadaria, suas pernas reclamavam pelo esforço e seus pulmões lutavam arduamente para fornecer ar suficiente para suas respirações. Jungkook sentou no chão por um instante, deixando o taco ao lado de seu corpo e Taehyung encostou-se na parede, era apenas uma pausa para recuperar o fôlego perdido. Jungkook não visitava o laboratório com frequência, por isso não sabia o caminho de cor, sua mãe não gostava que ele ficasse naquele ambiente.

Mas sabia que Taehyung conhecia muito bem aqueles corredores, pois ele andou ao lado de Doyeon, Nomin e Minjae por trabalhar ali com eles, ele sabia exatamente onde ficavam suas salas e áreas de atuação. E por saber onde era ele tinha medo e confidenciou isso a Jungkook, eles passariam por várias outras salas, onde vários outros funcionários trabalhavam em conjunto, seria deveras perigoso. Todas as janelas das salas eram revestidas por vidros a prova de balas, ao contrário da entrada do local, eles não conseguiriam quebrar facilmente como os infectados fizeram.

Se precisassem fugir por uma janela eles não conseguiriam.

Aquele lugar era um labirinto, onde havia apenas três saídas, a que eles entraram e consequentemente se afastaram dela, a saída dos fundos do outro lado do preto e a cobertura, onde o helicóptero ficava. Não sabiam pilotar, então só iriam para lá caso quisessem se matar, jogando-se de cima do predio. Jungkook pensou que aquilo seria muito melhor do que ser infectado, passar o resto da vida vagando e matando inocentes. Estavam os dois perdidos em seus próprios pensamentos quando escutaram um barulho na porta ao lado deles.

Os dois se assustaram e se colocaram de pé rapidamente, eram passos, Jungkook e Taehyung se encararam, não sabiam se eram sobreviventes ou infectados, por isso esperaram os passos se afastarem antes de abrirem a porta. Taehyung foi o primeiro a colocar o corpo para fora, para observar, Jungkook estava logo atrás com a arma na mão. Viram uma mulher loira de jaleco andando de costas para eles, provavelmente uma funcionária, logo à frente dela havia um pequeno grupo de infectados ociosos, de costas para ela.

Taehyung a chamou baixinho, dizendo que talvez ela não estivesse vendo os infectados, provavelmente seria morta por andar distraída, porém quando ela se virou eles arregalaram os olhos. Seu rosto estavadeformado, como se houvesse jogado ácido em seu rosto, completamente desfigurado e irreconhecível, ela encarou os dois por alguns segundos antes de soltar um ruído alto e avançar. Taehyung recuou quando viu o grupo se virar e encará-los também, Jungkook apontou a arma e acertou a cabeça da mulher que estava mais próxima antes de fechar a porta.

Taehyung tentou trancar-lá, mas não conseguiu antes que o pequeno grupo de infectados se chocasse contra ela, os dois tentaram segurá-la enquanto sentiam ela sendo empurrada com força. O braço de um infectado passou pela brecha e os dois tiveram que desviar para não serem pegos, Jungkook olhou para trás e procurou por alguma saída, até que viu algo útil e correu até ele. Taehyung soltou um gemido doloroso fazendo uma força tremenda para segurar a porta sozinho, quando estava quase cedendo, Jungkook colocou o taco entre os puxadores da porta.

Se afastaram dela e viram o taco impedindo os infectados de passarem, suspiraram aliviados e Taehyung puxou Jungkook para longe dali rapidamente. Juntos eles subiram os degraus e pararam quatro andares acima, respiraram fundo buscando fôlego, eles levantaram a cabeça e olharam para a porta, onde havia uma placa em cima dela escrito: Microbiologia. Jungkook respirou aliviado, pois era o andar comandado por seu pai, seria a primeira tentativa deles de encontrar sobreviventes e torciam para que encontrassem. Taehyung abriu a porta com cuidado e olhou em volta, dessa vez de forma cautelosa, Jungkook fez o mesmo olhando para o outro lado.

Vazio.

Sem fazer qualquer ruído eles entraram no andar e fecharam a porta, estavam em um extenso corredor de paredes brancas, onde haviam várias salas com equipamentos e profissionais de diferentes áreas da Microbiologia. A sala de Nomin ficava do outro lado do prédio, em uma área diferente de onde estavam, por isso não tinham tempo a perder, não quando corriam o risco de encontrarem algum infectado parados ali. Taehyung indicou a direção a Jungkook e juntos seguiram o caminho, tentando não fazer muito barulho com seus passos.

Quando chegaram próximos às primeiras salas eles pararam, Jungkook e Taehyung observaram com cuidado se haviam infectados dentro delas e a resposta era sim, haviam vários infectados dentro do pequeno espaço, infelizmente a porta estava aberta, então para saírem de lá e pegá-los seria muito fácil. Taehyung se abaixou e engatinhou, se escondendo por debaixo das janelas de vidro, Jungkook fez o mesmo. Quando chegaram na porta Taehyung olhou se não havia nenhum infectado olhando e passou. Ele olhou para Jungkook e encarou o infectado novamente, dando o sinal para que ele passasse quando o infectado se distraísse. Enfim conseguiram passar por uma sala.

Faltavam apenas mais doze até chegarem na passagem do outro prédio.

Com muita calma, cautela e cuidado eles passaram pelas salas, uma por uma bem devagar. Quando chegaram na porta dupla que os levariam para a passarela do outro prédio, viram que ela estava trancada do outro lado. Taehyung praguejou baixinho ao tentar abri-la e ver as correntes pela brecha da porta, Jungkook sacou a arma novamente e olhou para ele, que assentiu entendo o que queria fazer, Jungkook mirou no cadeado e atirou. Mesmo com o silenciador foi inevitável não ouvir o barulho da corrente caindo no chão, por isso se apressaram a passar por ela, pois os infectados com certeza haviam escutado.

Quando passaram pela porta viram a passagem à sua frente vazia e um barulho atrás deles, todos os infectados que estavam nas salas saíram e encararam os dois no final do corredor. Taehyung puxou Jungkook que estava distraído olhando os infectados até uma máquina de refrigerante, que estava disposta ao lado da porta, assim que Jungkook entendeu o que ele queria o ajudou a empurrar a máquina, até que ela caísse na frente da porta e impedisse a passagem. O atrito da máquina no chão fez um barulho absurdamente alto e eles se encolheram.

Os dois olharam rapidamente para trás e esperaram uma horda de infectados aparecer no final da passagem para pegá-los, mas após um tempo esperando não apareceu nenhum, nem um som sequer, apenas o barulho dos corpos dos infectados atrás deles contra a porta querendo entrar. Eles olharam um para o outro estranhando a situação, mas resolveram não esperar os infectados irem até eles, caminharam até a passagem e ficaram ainda mais confusos ao chegarem no final dela e não verem nenhum infectado pelo corredor.

— Você acha que lacraram a porta para manter os infectados presos naquele prédio? — Jungkook perguntou com o cenho franzido.

— Eu acho que sim... Então isso significa que há sobreviventes — Taehyung disse um tanto hesitante e Jungkook sorriu de maneira nervosa.

Jungkook não queria ficar criando expectativas, mas qualquer fio de esperança ele se agarrava a ele com todas as suas forças, pois era tudo o que tinha naquele momento para mantê-lo são. Se havia a diminuta chance de haver sobreviventes, fazia toda aquela luta valer a pena, mostrava que todo o perigo, todos os medos e todas as lágrimas não seriam em vão. Ele precisava acreditar que havia algo mais, ele acreditaria naquilo, por isso, sorrindo ele caminhou até o final daquele corredor ao lado de Taehyung, se sentindo em um filme, pois aquele lugar se parecia muito com o laboratório de Maze Runner, esperava apenas que as cenas de ação não fossem iguais.

Jungkook saiu de seus pensamentos ao escutar um barulho à sua frente, ele olhou para Taehyung aflito e os dois se preparam para encontrar algum infectado no caminho deles. Taehyung guardou sua faca e levantou a arma, Jungkook também segurava sua pistola, os dois caminharam devagar até o final do corredor, onde havia uma curva. Não havia nada nem ninguém ali, somente as salas individuais, todas trancadas pelo sistema de Lockdown. Ficaram mais aliviados, mas não guardaram as armas ao voltar a caminhar.

Arregalaram os olhos ao verem infectados dentro das salas, havia alguns mortos e outros batendo contra a janela e porta para pegá-los, mas sem causar nem sequer um arranhão nos vidros, que provavelmente eram resistentes para possíveis acidentes químicos e inflamáveis. Taehyung disse baixinho que se sentiu mal, que já havia visto muitas daquelas pessoas, já tivera contato com muitas delas também, Jungkook concordou que era horrível o que havia acontecido.Taehyung andava distraído encarando as pessoas presas nas salas, lastimando por suas vidas terem um fim tão horrível, enquanto Jungkook andava na frente, atento.

Jungkook não havia ido muitas vezes naquele lugar, sua mãe sempre fora contra, porém quando era pequeno seu pai o levava com frequência até a sala dele, era um tanto nostálgico estar ali, agora tudo parecia mais tecnológico e moderno. Ele não tinha lembranças boas ali, seus pais sempre discutiam na sua presença, seu pai não lhe dava atenção e ficava apenas trabalhando, deixando-o sozinho com seus pensamentos e seus brinquedos na sala. Quando atravessou uma porta e viu um pátio, havia alguns bebedouros, cadeiras e outras portas, cada uma delas marcada com uma plaquinha em cima.

Ouviram um barulho estranho, uma sirene e após isso tudo aconteceu rápido demais.

— Falha no sistema de Lockdown, identificamos uma anomalia no sistema, todas as portas principais serão fechadas por sua segurança — a voz da robô soou pelos altos falantes do laboratório.

A porta entre Jungkook e Taehyung se fechou, deixando os dois de lados opostos da grande porta de vidro que se fechava rapidamente. Ele correu até a porta com a expressão assustada e Taehyung fez o mesmo, Jungkook tentou dizer algo, mas Taehyung não pareceu escutar, pois o vidro parecia isolar o som. Eles tentaram apertar os botões ao lado da porta e até bater no vidro, mas nada funcionava, podiam sentir o desespero e o aperto no peito virem com força nos olhos um do outro. Jungkook pegou um extintor de incêndio que havia ao lado da porta e bateu com força do vidro. Mas novamente uma sirene alta foi ouvida, mas dessa vez junto com uma luz vermelha piscante.

Tudo isso no corredor onde Taehyung estava.

Jungkook sentiu o desespero aflorar seus sentidos quando viu as primeiras portas atrás de Taehyung se abrirem, libertando os infectados que estavam nas salas. Ele viu por detrás do vidro Taehyung levantar a arma e atirar nos infectados mais próximos, acertando suas cabeças com precisão, uma pequena trilha de corpos foi sendo feita conforme ele atirava, até que ele parou de atirar. Jungkook sentiu sua garganta fechar quando notou que a munição havia acabado, viu ele largar a arma e tirar a faca do bolso de sua calça. Enquanto isso Jungkook gritava do outro lado da porta, tremendo e batendo o extintor na mesma.

Taehyung desviava dos infectados com destreza e lutava com eles com ímpeto, empurrando e perfurando suas cabeças um a um, mas aos poucos mais duas portas foram abertas, liberando mais infectados. Taehyung havia conseguido matar o primeiro grupo, estava cansado e se preparava para matar o segundo que vinha com uma quantidade menor de infectados. Jungkook viu ele respirar fundo e refazer o processo, era uma luta corporal que Taehyung obviamente tinha a vantagem, pois ele havia treinado por anos em seu trabalho, mas não sabia se ele conseguiria dar conta daquilo.

Faltavam apenas três agora.

Jungkook gritava e sentia as lágrimas molharem as suas bochechas com o medo iminente de Taehyung morrer ali, aquilo não podia acontecer, não podia morrer, ele não suportaria seguir em frente sozinho. Jungkook tentou atirar no controle ao lado da porta, mas não adiantou, ela não se abriu nem mesmo com um buraco na placa. Ele tentou atirar também na porta, mas era a prova de balas e apenas deixou um risco insignificante nela, começou a chorar alto e a soluçar, como uma verdadeira criança. Viu o momento em que Taehyung se preparou para lutar com os últimos três infectados e gritou por ele, sem saber o que fazer para ajudá-lo.

Aquilo o deixava desesperado, queria estar lá dentro lutando com ele, não queria estar longe quando ele mais precisava. Aquilo fez o bolo em sua garganta aumentar e o tremor de seus músculos se intensificar, não conseguia sequer enxergar bem por conta dos olhos cheios de lágrimas. De sua boca saía apenas soluços e lamúrias, implorando que desse tudo certo, implorando que ele conseguisse, implorando que aquela porta abrisse, implorando para que ele não morresse. A dor da impotência dilacerava seu peito aos poucos.

Taehyung estava cansado, muito cansado, ele podia notar que por conta de sua respiração estava alta ele estava um pouco tonto, devido ao esforço repentino, haviam vários corpos no chão em volta dele. Suas roupas estavam manchadas de sangue, assim como sua faca e mãos, o chão antes branco agora estava banhado em um vermelho carmim, o cheiro da morte devia ser muito forte e mesmo sem sentir Jungkook enrugou o nariz. O primeiro infectado do grupo avançou em Taehyung com voracidade, empurrando-o contra a parede, mas ele conseguiu empurrá-lo para longe antes do segundo alcançá-lo.

Jungkook sabia que ele estava dolorido, sua expressão de sofrimento não o deixava esconder seu desgaste, reclamando do esforço extremo, mas ele não podia parar, não podia deixá-lo sozinho, não podia morrer na sua frente. Taehyung estava dando tudo de si naquela luta, ele sairia vitorioso dela, ele sobreviveria, Jungkook rezava por aquilo, por tudo o que haviam construído e pelo o que iriam construir juntos. Mas quando o viu cravar a faca na cabeça de um deles, o outro veio em seguida, não dando tempo de ele se esquivar, levando seu corpo ao chão. Jungkook colocou as mãos na boca e sentiu seu corpo tremer ainda mais, tinha certeza que seu coração parou por um instante.

Taehyung segurou com força a cabeça do infectado para não deixá-lo mordê-lo, mas ele havia se esquecido do terceiro, Jungkook gritou do outro lado da porta que havia outro indo atacá-lo, pois o infectado apenas aproveitou a oportunidade para morder sua perna direita enquanto estava caído. Taehyung gritou de dor ao sentir os dentes do infectado adentrarem sua carne com força, ali o mundo de Jungkook desabou e gritou junto com ele, batendo o extintor com força na porta antes de largá-lo. Taehyung em um solavanco conseguiu chutar o infectado que lhe mordia para longe de sua perna, finalizou com a faca na cabeça do outro que ainda estava em cima de si. Quando tirou o corpo de cima do seu, ele aproveitou a investida do infectado restante e perfurou sua cabeça.

Jungkook estava aos prantos, sentindo todas suas forças saírem junto com as lágrimas, seu peito doía tanto que ele achou que seu coração se partiria ali mesmo. Ele viu Taehyung olhar para si e mancar até a porta sorrindo com os olhos marejados, Jungkook gritou em meio a um soluço e bateu seus punhos no vidro com toda dor que sentia como combustível. A perna de Taehyung sangrava muito, manchando o tecido de sua calça, sua expressão era de pura dor por detrás do sorriso, sua mão direita estava sobre o vidro, manchando-o de vermelho. Ele não conseguiu, não havia conseguido matar todos antes de ser mordido, agora Jungkook chorava por causa dele, por ele.

“Está tudo bem.” Jungkook conseguiu ler seus lábios.

— Não por favor! Não faça isso comigo! — Sua voz saiu completamente embargada junto a um soluço alto. — Você não pode morrer! Você me prometeu! Por favor! Por favor, Tae!

“Eu te amo.” Jungkook soluçou e fechou os olhos por um instante, sentindo suas pernas perderem as forças.

— Eu também te amo Tae! Por favor não me deixe, por favor!

Jungkook colocou a mão esquerda sobre a porta, tentando tocar sua mão pelo vidro, mas nem sequer podia sentir o calor dela através da divisão. Seu nariz escorria e ele sentia que podia morrer com o vazio que sentia por não ter sido capaz de ajudá-lo, Taehyung sorria para ele com os olhos úmidos, ele olhava para seu rosto com cuidado parecendo memorizar cada traço de sua aparência antes de morrer e aquilo o quebrou ainda mais. Taehyung não conseguiu segurar por muito tempo as lágrimas, deixou que elas caíssem livres por suas bochechas, molhando seu belo rosto com as provas de sua tristeza, Jungkook viu seu amado chorar e nem sequer pôde abraçá-lo.

“Fique vivo.” Jungkook pôde entender e se desesperou ao ver as veias negras subirem pelo pescoço de Taehyung.

— NÃO! POR FAVOR NÃO! — Taehyung sorriu deixando uma última lágrima solitária escorrer por sua bochecha antes de seu corpo cair. — TAEHYUNG! TAEHYUNG MEU AMOR POR FAVOR NÃO ME DEIXE!

Jungkook continuou a chamá-lo, mesmo sabendo que era inútil, que havia perdido Taehyung e que agora tudo o que podia fazer era ver ele convulsionar na sua frente, sem poder fazer absolutamente nada. Jungkook gritava o mais alto que conseguia, não ligava se chamaria atenção de outros infectados, ele não se importava com mais nada, por isso começou a distribuir socos no vidro, tentando inutilmente quebrá-los com suas próprias mãos, tentando descontar a sua dor. Quando percebeu que estava manchando o vidro de vermelho o transparente, que a ardência em seus punhos ficaram insuportáveis demais ele caiu de joelhos.

Ele chorou, chorou por todas as lembranças que não teria com Taehyung, por todos os beijos, abraços e sorrisos que perdera, por toda uma vida ao lado dele que fora tirada de si de maneira tão cruel. Ele podia sentir cada pedaço de seu coração se despedaçando, cada fio de esperança de uma vida se partindo e a dor de ter perdido a chance de sua felicidade. Ele viu sobre os olhos cheios de lágrimas Taehyung parar de convulsionar, viu ele se levantar e em um último, doloroso e quebrado sussurro de esperança ele se levantou também, encarando-o com os olhos cheios de dor.

Mas o que encontrou ao ter seus olhares cruzados fora apenas o vazio, seus olhos não transmitiam nada, nem dor, nem felicidade e nem amor. Ele não era mais Taehyung, ele era apenas mais um infectado sem consciência, sem espírito, sem rumo e sem vida. Jungkook sentiu a realidade se tornar sufocante quando Taehyung apenas se virou e ignorou completamente a sua existência, virando o rosto como se ele não fosse nada. O observou caminhar devagar para longe dele e Jungkook gritou seu nome, mas ele não escutou, suas costas era tudo o que podia ver enquanto ele se afastava.

Ele apenas continuou a caminhar para longe, procurando por algo que não era Jungkook.

As mãos de Jungkook tremiam, seu corpo inteiro tremia, sua boca tinha um gosto amargo, assim como sua vida agora, ele não tinha ideia do que fazer agora, se encontrava completamente sem norte. Jungkook caminhou de maneira lenta até o bebedouro atrás dele, sentia sua existência perdendo o sentido a cada passo, ele estava sozinho, completamente sozinho, completamente abandonado e perdido. Todos a sua volta estavam mortos, ele sabia disso, não havia mais ninguém esperando por ele, não havia mais nada nesse mundo para ele. Se culpou por não ter desistido e impedido Taehyung de convencê-lo a entrar no prédio.

Jungkook em um acesso de raiva, frustração, ódio e tristeza empurrou para longe o bebedouro, derramando toda água que havia nele no chão. Ele gritou, jogou todas as cadeiras nas paredes, rasgou todas as revistas que havia sobre a mesa e destruiu tudo que encontrou na sua frente, em uma tentativa frustrada de descontar tudo o que sentia. Até que ele simplesmente caiu no chão e voltou a chorar, era tudo que ele podia fazer agora, chorar. Ele viu Taehyung vagando pelo corredor do outro lado da porta, ele soluçou e desceu seu olhar, vendo sua arma no chão, ele se levantou e caminhou até ela.

Ele não sabia o que estava fazendo ao caminhar até a pistola, ele estava cego pelo luto, pela tristeza e pelo abandono. Tudo o que ele queria era dar um fim em sua dor, queria pôr um ponto final em seu sofrimento e angústia, talvez aquela fosse sua solução. Quando chegou até a arma ele a pegou e a encarou por alguns instantes, pensou em toda a trajetória de sua vida até ali, sentiu o sangue em suas mãos escorrer por seus ferimentos e caminhou até o centro do pátio. Quando chegou no centro ele caiu de joelhos novamente, levantou a pistola na altura de sua cabeça e repousou o cano na lateral de sua cabeça, em sua têmpora.

Fique vivo. Lembrou-se das últimas palavras de Taehyung.

— Me desculpe Tae... Mas nós dois fizemos promessas. E no fim, nenhum de nós dois conseguimos cumpri-las — Jungkook fechou os olhos e colocou pressão no gatilho.

— Jungkook?! — Uma voz no auto falante o impediu de concretizar o ato.

— Pai?

~❤️~

Podem me xingar, eu mereço.

Mas lembrem-se, a estória não acabou. Parece o fim, mas não é.

Não era nem para ter postado hj, mas não aguentei.

Reescrito no dia 10/04/2021.

Tag da fic no Twitter:
#ZOTAEKOOK

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro