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Gente, muitos de vocês estão achando que os Jikook estavam na cidade onde o Tae foi. Mas na verdade eles estavam em Osan, mas neste momento estão próximos a Hwaseong. Por isso não tem como eles terem contato, estão bem longe um do outro.

Jeon Jungkook

(...)

— Qual sua cor favorita? — Jimin perguntou enquanto pilotava a moto.

— Preto — Jungkook respondeu rapidamente.

— Quantos ossos você já quebrou?

— Só um eu acho… Quebrei o dedinho do pé na educação física quando eu era pequeno — Jungkook riu ao lembrar.

— Quantas cicatrizes?

— Hm… Tenho uma no braço, porque eu protegi o Tae de um tiro, a marca da mordida, tenho agora essa na coxa e se eu não estiver esquecendo de nada, são somente essas.

— Você já tinha levado um tiro antes? — Jimin perguntou com a voz em um nível agudo demais. 

— Desde que toda essa confusão de infectados começou, a cada dois dias eu me machuco — Jungkook suspirou. — O Tae se feriu bastante também, ele deslocou a clavícula e fez um corte no braço quando pulamos do jatinho. Tirando a mordida que ele levou na perna.

— Epa, epa! Vocês pularam de um jatinho?! — Jimin perguntou com a voz ainda aguda, demonstrando sua descrença.

— Ah Jimin, o Tae e eu sobrevivemos a muita coisa — Riu.

— Misericórdia, vamos para perguntas mais normais? Qual o seu maior sonho? 

— Essa você me pegou… — Ele ponderou. — Antes de tudo isso acontecer, eu queria fazer faculdade, me formar e ter minha própria casa, sabe?

— Mas e agora, qual o seu maior objetivo? Tem que ter alguma coisa que você queira fazer — ele disse alto, desviando de alguns carros no meio da estrada.

— Qual o seu objetivo agora então?

— Hm… Sobreviver, encontrar meus amigos e dar uma chance ao Hobi, eu acho.

— Quem é Hobi? — Jungkook perguntou com um tom curioso e um tanto malicioso.

— O Hobi é um soldado, braço direito do líder da fortaleza. Ele trabalhou comigo na enfermaria por alguns dias, mas não aguentou a pressão — riu e Jungkook acabou rindo junto com ele. — Ele é meio transparente quanto aos sentimentos dele, muito fácil de ler. É um amor, bonito, educado, gentil e divertido, os dias que eu passei ao lado dele me fizeram esquecer que o mundo estava acabando, sabe?

— Você gosta dele então? 

— Estava começando a gostar, admito, mas eu sinceramente estou com um pouco de medo, não estou apaixonado, mas tenho certeza que eu me apaixonaria por ele facilmente se eu desse mais abertura a ele. Perdi o Yoongi faz pouco tempo, tenho medo de me aventurar em um romance de novo — a voz dele não era baixa, mas transmitia bastante hesitação. Jungkook observava o caminho por onde eles passavam, praticamente com a cabeça no ombro direito de Jimin.

— Acho que você deveria investir, se ele te faz bem e te faz esquecer dos problemas, talvez tenha sido o destino que uniu vocês, para te trazer um pouco de felicidade nesses tempos turbulentos. 

— Você acredita em destino? — Jimin disse risonho.

— Depois que eu conheci o Tae, eu comecei a acreditar.

— Nossa que gay! — os dois riram. — Então nos seus planos, você vê ele em seu futuro?

— Com certeza! — Jungkook abriu um grande sorriso. — Quando ele foi curado, eu me declarei para ele, disse que queria uma casa perto do mar, uma vida com ele, o horizonte e a Yuna. Acho que esse é o meu anseio... Uma vida tranquila ao lado dos dois.

— Yuna é a garotinha que você encontrou, né? Lembro que você me contou sobre ela quando estávamos jantando no hospital.

— Sim ela mesma, eu sou completamente abobado por ela. Nem sei explicar o porquê, eu simplesmente senti uma conexão com ela, entende? Ela segurou minha mão naquele dia, foi como se ela tivesse me escolhido.

— Acho fofa a forma como você explica as coisas, tudo tem um significado diferente pra você, é fofo e inocente — Jungkook ouviu um risinho de Jimin. 

— Já assistiu o filme "Podres de ricos?” — Jungkook perguntou ao se lembrar de algo.

— Já! É um filme muito lindo, nossa, sou apaixonado por ele! — Disse fazendo um tom manhoso.

— Sabe a parte do casamento da Araminta Lee? — Jimin assentiu. — Desde que eu assisti aquele filme, passei a sonhar com um casamento como aquele, mas infelizmente agora eu não posso mais.

— Aquele casamento realmente foi muito lindo, o sonho de qualquer um que queira se casar — Jungkook assentiu, mesmo que Jimin não pudesse ver.

— Está começando a esfriar — Jungkook disse sentindo seu rosto ficar frio com o vento. — E muito.

— É… O inverno chegou.

Eles estavam há dias andando por várias cidades, Jimin ainda usava as roupas sujas pelo sangue de Jungkook. Mas notou que ela aos poucos foi perdendo efeito conforme o sangue foi escurecendo, por isso agora eles tinham de ser muito cautelosos com os infectados, pois o sangue coagulado não tinha eficácia contra eles. A recuperação da perna de Jungkook estava muito boa, ainda doía e tinha de ter muito cuidado com atritos, mas estava muito melhor que antes. Eles ficaram alguns dias no hospital, para não haver riscos de infecção ou alguma piora em seu ferimento, Jimin o ajudou muito com limpeza e instruções de banho.

Eles usaram bastante a cozinha do hospital, levaram o máximo de comida e utensílios médicos que conseguiram transportar e agora estavam em Osan, tinham que procurar algum transporte até a ilha Jebudo, mas sequer sabiam sua localização exata. Seguiram as placas das rodovias para tentarem chegar ao destino deles. Jungkook não disse a Jimin, mas ele estava se preparando para encontrar o lugar destruído ou todos os residentes infectados, como havia acontecido com o laboratório de seu pais. Uma coisa que ele aprendeu com toda a conversa com seu pai é: sem seu sangue para pará-lo, o vírus continuará a devastar a humanidade.

Jungkook continuou olhando para a estrada, vendo Jimin habilidosamente desviar de carros e obstáculos no meio do caminho. Seus olhos viam o sol na frente deles e sorriu pequeno, mesmo estando frio e o céu um tanto encoberto, era uma vista belíssima. Estavam passando por uma auto estrada, todo o caminho se encontrava repleto de carros parados e o sol despontando no final dela. Quando chegaram a uma cidade próxima, Jungkook observou alguns infectados parados, eles os encararam, mas não se mexeram ou tentaram segui-los. O lugar estava como todos os outros que já haviam passado, completamente em caos. Imaginou o pânico das pessoas que causaram aquela destruição.

— Jimin, temos que achar algum lugar para dormir e um posto de gasolina — Jungkook disse observando o céu. — Vai escurecer, não podemos arriscar andar de noite. Os infectados estão começando a notar a sua presença.

— Eu sei — Jimin suspirou. — Podemos achar algum lugar fechado para passar a noite. Talvez uma loja, não sei.

— Ah não, me recuso a dormir no chão — disse indignado. — Vamos procurar algum prédio, apartamento, casa, até uma daquelas barracas com colchão inflável eu durmo. Mas no chão eu não aceito.

— Agradeça se a gente conseguir algo com um teto e sem infectados dentro — disse, diminuindo a velocidade quando virou em uma rua vazia. — Cuida da moto, vou tentar abrir alguma porta.

— Não é melhor eu fazer isso? — Perguntou preocupado.

— Fica de olho, não vou entrar em nenhum lugar, só vou ver se tem algo aberto — sorriu para Jungkook. — E também, se alguém vier às espreitas para cima de mim, você vai ser o primeiro a ver.

Jungkook mordeu os lábios nervoso, mas concordou, usando a mesma lógica que Jimin, se ele estivesse longe tentando abrir alguma porta, sua perna machucada não deixaria ele chegar até Jimin a tempo. Eles caminharam alguns metros, verificando algumas casas e estabelecimentos, alguns estavam trancados, outros abertos. Jungkook ouviu Jimin suspirar ao achar a segunda loja com os vidros estilhaçados e sem tranca, estavam chegando ao fim da rua e não acharam nenhum lugar bom para passar a noite. Avistaram um pequeno prédio do outro lado da rua, havia janelas abertas e outras fechadas, sem sinal de arrombamento nas portas.

— Jimin, tenta aquela porta ali — Jungkook indicou com o queixo a porta do lugar.

Jimin assentiu e atravessou a rua, indo em direção ao lugar. Havia um grande portão de aço, como uma garagem e uma porta de madeira ao lado, Jungkook contou as janelas, havia quatro andares no prédio. Decidiu olhar em volta para ter certeza de que não havia nenhum infectado perto, mas notou que não havia nenhuma lanchonete ou cafeteria naquela rua que não tenha tido as portas arrombadas. Jungkook franziu o cenho com aquilo, Jimin havia tentado abrir uma daquelas portas, todas estavam fechadas, mas não havia sangue nenhum nos cacos de vidro. Sem sinal de infectados loucos para entrar em um local com pessoas.

— Jimin espera! — Jungkook disse encarando seu amigo, vendo ele com as mãos para cima e um homem apontando uma arma para ele.

— Para trás! — O homem gritou e Jimin fez o que ele pediu.

— Calma, calma… — Jimin disse dando passos para trás. Jungkook ajustou a moto para que ela ficasse em pé sozinha e caminhou até Jimin. 

— Vocês estão doentes?! — O homem perguntou apontando uma espingarda para os dois.

— Não, não estamos — Jungkook respondeu. — Só estamos procurando um lugar para passar a noite.

O homem encarou os dois minuciosamente, mas não abaixou a arma em momento algum. Jungkook segurava na camiseta de Jimin, que ainda permanecia com os braços para cima, mostrando que não havia resistência. Ele pensou em pegar a arma que estava em sua cintura, só tinha uma bala devido aos encontros inoportunos com infectados conscientes da presença de Jimin, seria o suficiente se ele não errasse, mas algo fez os dois desviarem os olhos do homem com a espingarda; havia uma mulher atrás dele, segurando a porta e protegendo um garotinho atrás de seu corpo. 

— Não queremos machucar ninguém! — Jungkook disse tirando a arma de sua cintura e jogando-a no chão, o homem o encarava atentamente. — Só queremos um lugar para passar a noite.

— Você está machucado? — Jimin perguntou e Jungkook franziu o cenho confuso, mas entendeu assim que viu uma mancha de sangue no casaco do homem. — Eu posso te ajudar… Sou enfermeiro.

O homem parecia em um conflito interno, mas abaixou a arma e indicou com a cabeça para que entrassem. Jungkook suspirou aliviado e caminhou, junto a Jimin, até a porta da casa, pegando a arma no caminho e entregando ao homem. Quando entraram a porta foi fechada e trancada, todos caminharam até uma escada e subiram. Havia um corredor e mais algumas escadas. No segundo andar, Jungkook viu vários móveis na frente de uma das portas, impedindo a passagem, e continuaram subindo até o terceiro andar. A mulher e a criança entraram em um apartamento e abriram passagem para eles.

— Obrigado! — Jimin se curvou antes de entrar e Jungkook fez o mesmo. A porta foi fechada e trancada assim que entraram.

— Desculpe a recepção, mas achei que vocês eram doentes ou estavam tentando roubar a gente — o homem se justificou colocando as armas em cima de uma mesa de madeira. 

— Está tudo bem, o senhor estava apenas sendo cauteloso — Jimin sorriu para ele.

— Se vocês quiserem podem passar a noite aqui, podem dormir no quarto do meu filho — Jungkook e Jimin sorriram, acenaram positivamente e se curvaram em agradecimento.

— Estão com fome? — A mulher perguntou e Jungkook assentiu. — Aceitam um chá quente? Algo para comer?

— Temos comida na bolsa — Jungkook tirou a bolsa das costas e estendeu a mulher. — A maioria é sopa enlatada e barrinhas de cereais, pegamos em um hospital.

— Muito obrigada, vou guardar ok? Tem um pouco de comida ainda, temos que fazer os recursos durarem — ela se curvou com um sorriso e se afastou, levando o garotinho com ela. 

— Estão aqui há muito tempo?  — Jimin perguntou quando o homem se sentou.

— Nós moramos aqui há cinco anos, quando os doentes apareceram nós nos trancamos dentro de casa — ele explicou.

— Entendi, qual o seu nome? — Jimin perguntou ao se aproximar.

— Me chamo So Jisub, aquela é minha esposa Jihyun e meu filho WooJin — o garotinho sorriu e sua mãe também. Jungkook se curvou sorrindo.

— Meu nome é Park Jimin, esse é meu amigo Hein Jungkook.

— É um prazer — Jungkook sorriu para o homem, que retribuiu seu sorriso.

— Jisub como você se feriu? — Jimin perguntou quando estava a poucos passos do homem.

— Eu saí hoje de manhã a procura de uma farmácia, mas assim que pisei na cidade encontrei com algumas pessoas doentes. Eu corri até uma área em construção para fugir, mas acabei me cortando com o ferro de uma viga — o homem suspirou.

— Você viu se o ferro estava enferrujado? Já tomou alguma vacina antitetânica? — Jimin perguntou e o homem negou. — Posso ver o ferimento?

O homem assentiu e retirou o casaco que ele usava, Jimin se aproximou e com cuidado levantou a camiseta de Jisub. Jungkook curioso ergueu o máximo que pôde o pescoço para ver o que o amigo fazia, conseguiu ver de onde estava o corte, que naquele momento estava com um curativo improvisado, por isso o sangue vazou. Jihyun e seu filho voltaram da cozinha com uma caneca de chá cada um e dois sanduíches em um prato, foi entregue a Jungkook uma das canecas e o prato com sanduíche foi posto sobre uma mesinha. Enquanto Jimin examinava o machucado e fazia perguntas a Jisub, Jungkook conversava com Jihyun.

— Foram vocês que entraram em todas aquelas lojas lá fora? — Perguntou e a mulher assentiu. — Achei estranho, normalmente os infectados quebram os vidros para pegar as pessoas e mancham tudo de sangue, mas não tinha sangue em lugar nenhum.

— Quando percebemos que ninguém viria nos ajudar tivemos que estocar comida e sair de casa só quando fosse estritamente necessário. Jisub que invadia os lugares para pegar comida.

— Por que seu marido saiu hoje? Ele disse que estava a procura de uma farmácia, mas ele se machucou depois de sair, não é? — Jungkook perguntou após beber um pouco do chá, estava com um pouco de frio e o líquido estava fazendo o trabalho de aquecê-lo.

— WooJin é diabético, ele precisa de doses diárias de insulina, mas as canetas já estão acabando. Precisamos de mais ou WooJin pode morrer por conta de complicações... — ela suspirou, sua expressão era de pura preocupação.

— Ah, entendo… — Jungkook abaixou o olhar e bebeu seu chá. Ele encarou Jimin, que agora abria sua mochila e se preparava para limpar a ferida de Jisub. — Como vocês nos ofereceram abrigo e comida, eu posso ajudá-los a conseguir o que precisam.

— Jungkook — Jimin parou o que estava fazendo para encará-lo. — Não temos munição, nem nenhuma outra arma, não temos a mínima chance de sairmos vivos dessa.

— Eu vou sozinho — disse bebendo o chá, ele entendeu bem o que Jimin quis dizer com o “sairmos”. — Eu consigo ir e voltar sem chamar a atenção dos infectados.

— Não acho uma boa ideia — ele disse voltando a cuidar do ferimento de Jisub.

— O menino não tem a medicação que ele precisa para viver, eles nos ofereceram abrigo, acho que é o mínimo que podemos fazer. Eu vou ficar bem Jimin, sabe disso.

— Mas não gosto de contar apenas com a sorte, algo pode dar errado… — Mordeu o lábio inferior.

— Eu vou tomar cuidado, prometo, vou amanhã cedinho e volto antes do meio-dia — Insistiu e Jimin murmurou algo inaudível. — Jisub também precisa de uma antitetânica, não é?

— Eu não sei não Jungkook, é muito arriscado — disse sem encará-lo.

— Eu irei com você — Jisub disse e sua esposa o encarou assustada.

— Jisub, não! Você já se machucou, tenho medo de você passar por aquela porta e não voltar mais! — Jihyun disse encarando-o com os olhos preocupados.

— Ele não sabe qual é o remédio que WooJin precisa, ele é jovem e tem uma arma então é provável que ele saiba atirar, não é? — Jisub encarou Jungkook e ele assentiu, confirmando suas palavras. — Temos uma chance maior com ele, se pegarmos bastante é garantido que não precisaremos sair de casa por muito tempo.

— É muito perigoso — ela disse e Jimin encarou Jungkook, concordando com ela.

— Vai dar tudo certo — Jungkook sorriu. — Eu prometo trazer ele para casa sem nenhum arranhão.

Jihyun o encarou e não pareceu muito satisfeita com aquilo, Jimin também não gostava da ideia, mas não havia nada que dissessem que impediria os dois. Jungkook bebia seu chá encarando Jimin, uma conversa silenciosa entre os dois acontecia, pela troca de olhares eles compartilhavam o que estavam sentindo. Os olhos de Jungkook transmitiam obstinação, mas os olhos de Jimin transpareciam pura preocupação. Jungkook e Jisub estavam decididos que na manhã do dia seguinte sairiam para buscar o que precisavam.

(...)

— Olhe para todos os lados, não faça barulho, não vá pelo meio da rua ou da cidade e acima de tudo, não morra! — Jihyun dizia a Jisub, abotoando o grosso casaco de frio que ele usava.

— Tudo bem — ele sorriu docemente e deixou um selar sobre os lábios dela. — Voltarei com os remédios do WooJin e não precisaremos nos preocupar com isso por um bom tempo.

— Toma cuidado, por favor — ela disse com a voz embargada e o abraçou. Ele retribuiu, a apertando em seus braços.

Jungkook observava da cozinha o medo refletido nos olhos, na voz e nas mãos trêmulas de Jihyun, que deixou claro não gostar da ideia de que seu marido se arriscaria lá fora novamente. Neste momento, Jungkook mexia no faqueiro de Jihyun, a procura de alguma faca grande e afiada, retirando-a da madeira assim que achou uma e observou seu reflexo na lâmina. Pôde ver pelo aço inox, Jimin se aproximando dele, então virou-se com um sorriso tranquilo nos lábios, que foi retribuído, mesmo que um tanto mais hesitante, por seu amigo. Ele trazia nas mãos um casaco e o estendeu a Jungkook.

— Lá fora está esfriando, o inverno chegou e provavelmente vai ficar ainda mais frio — disse e Jungkook assentiu, deixando a faca sobre a bancada e vestindo o casaco. 

— Obrigado — sorriu.

— Toma cuidado lá fora, não abaixa a guarda, você pode ser especial, mas contra qualquer outra coisa fora os infectados, você é vulnerável — disse baixinho retirando a arma da cintura e entregando-a Jungkook. — Não force sua perna, nada de apoiar muito peso nela ouviu?

— Sim senhor — Jungkook disse sorrindo, mas afastou a arma que Jimin estendia em sua direção.

— Jungkook…

— Você precisa mais dela do que eu, caso aconteça algo enquanto eu estiver fora, não quero você completamente vulnerável. Mesmo que só tenha uma bala no pente.

— Ok — suspirou derrotado. — Voltem antes do meio-dia, entendeu? Precisamos continuar o nosso caminho. 

— Certo, tem algo que você precise lá fora? — Jungkook perguntou pegando a faca do balcão, pronto para ir. 

— A vacina que o Jisub precisa, procure pelo nome toxóide tetânico, uma seringa e agulhas..

— Ok, mais alguma coisa? — Jimin negou com a cabeça. — Estou indo então.

— Toma cuidado — seguiu Jungkook quando ele caminhou até a porta.

Jisub se abaixou para deixar um beijo na testa de WooJin e foi abraçado pelo garoto, que logo se afastou. O homem pegou a espingarda em cima da mesa e encarou Jungkook, que segurava a faca com firmeza, os dois olharam para trás uma última vez antes de abrirem a porta e saírem. Todos desceram e quando chegaram na última porta, Jisub pediu para Jihyun trancar tudo e só abrir quando vissem eles pela janela, mas se tivesse “doentes” atrás deles, não era para abrir. A mulher assentiu e fechou a porta, os dois apenas caminharam quando ouviram o trinco da porta sendo ativado.

Olharam um para o outro e Jungkook pediu para Jisub guiá-lo, pois ele não conhecia aquele lugar. Os dois caminhavam pela calçada atentos a qualquer barulho, permaneceram em silêncio o caminho todo. Encontraram alguns infectados pelo caminho, alguns andando e outros parados, mas conseguiram passar por eles sem chamar atenção. Jungkook pediu a Jisub para atirar somente quando fosse extremamente necessário, a espingarda que ele segurava fazia muito barulho, chamaria muita atenção indesejada.

— Estamos muito longe? — Jungkook perguntou baixinho atrás de um carro, vendo que tinha uma mulher infectada parada bem de frente para o carro onde estavam.

— É virando aquela esquina — disse igualmente baixinho.

— Ok, fique aqui — se preparou para se levantar e sentiu seu braço sendo segurado.

— Ela vai te ver antes de você conseguir se aproximar! — disse com os olhos arregalados. — Não vai conseguir parar-lá só com essa faca.

— Fique tranquilo, eu vou ficar bem — disse olhando em seus olhos, mas mesmo assim Jisub não o soltou. — Confia em mim, ela não vai conseguir me morder.

Jungkook podia ver a insegurança estampada nos olhos de Jisub antes de seu braço ser liberto do aperto, viu ele assentir devagar e segurou a espingarda com mais firmeza. Jungkook sorriu e se virou, adotando uma expressão séria, ele se levantou com pressa, andando em direção a mulher, que levantou os olhos para encará-lo. Ele murmurou um “desculpe” baixinho antes de cravar a faca na lateral de seua cabeça, enquanto o corpo da infectada caia no chão, ele retirou a faca com força, respingando sangue por todos os lados. Ele fechou os olhos e respirou fundo, relembrando as palavras de Taehyung.

“É matar ou morrer”, e ele não deixaria Jisub morrer.

Jungkook abriu os olhos novamente e encarou o homem, que estava parado encarando-o atrás de si, com um aceno pequeno de cabeça, os dois seguiram pelo restante da rua. Haviam mais dois infectados no caminho e não hesitando, Jungkook derrubou um de cada vez, tendo Jisub em seu encalço o encarando de forma espantada. Não falaram nada, apenas continuaram até chegar na farmácia, verificaram o local para terem certeza que não havia nenhum perigo. Quando se certificaram de que ali era um lugar seguro, eles caminharam até às prateleiras atrás do balcão.

Cada um foi procurar por uma coisa, Jungkook se mantinha atento aos nomes dos remédios, esperando que encontrasse o que ele precisava ali, ou teriam que procurar por algum posto de saúde ou hospital, o que certamente não seria uma boa ideia. Jisub havia encontrado as canetas que seu filho precisava e pegou todas as caixas que conseguiu, colocando tudo na mochila. Jungkook continuou procurando e não encontrou o que precisava, bufou e olhou em volta, vendo uma porta que levava ao armazenamento interno da farmácia. Caminhou até ela e abriu a porta, se assustando ao ver um homem de jaleco em pé a sua frente.

Jungkook deu um pulo para trás quando viu a figura em pé na sua frente, parecia estar esperando que a porta fosse aberta. Seu rosto estava tomado por veias e seus olhos não tinham mais coloração, estavam em um cinza, opaco e doente. Os olhos mortos do homem saíram de si e foram para Jisub parado a alguns metros de Jungkook, o infectado rapidamente mudou a expressão passiva para uma enfurecida. Jungkook arregalou os olhos quando o infectado passou por ele como um raio, ignorando completamente sua presença e indo para cima do homem, que levantou a espingarda e não pensou duas vezes antes de atirar.

O infectado caiu no chão após um tiro, Jisub havia sido certeiro em sua cabeça, que estourou em vários pedaços no chão. Jungkook não teve tempo de respirar aliviado quando viu uma sombra pequena ao seu lado e seus olhos capturar a silhueta de uma garotinha. Jungkook arregalou os olhos ao ver uma criança sair de dentro da salinha e correr em direção a Jisub também, arreganhando os dentes para ele. Por alguns milésimos Jungkook viu Yuna naquela garotinha, que corria em direção ao homem em pé atrás de si, que segurava a arma apontada para ela. Seu coração deu um salto quando notou o que aconteceria.

— Não atira nela! — Jungkook se virou para ir em direção a garotinha, para cobrir os olhos dela. Mas era tarde.

Jisub pressionou o gatilho e disparou a arma em direção a pequena infectada, que caiu para trás com a força do tiro. De onde estava, Jungkook pôde ver de camarote a bala atingir a cabeça da menina e ela cair no chão, uma poça de sangue se formou no local onde ela estava. A imagem da garota com um buraco na cabeça foi demais para Jungkook, que sentiu-se enjoado e se virou para vomitar todo o seu café da manhã, colocando tudo para fora. Seu estômago se contraiu diversas vezes e quando o vômito parou, ele respirou fundo, sentindo o forte cheiro de sangue. 

Seus ouvidos zuniam com o barulho dos tiros e sua mente girava com o cheiro que se alastrou por todo o ambiente. Sua visão estava fixa em seus pés, tentando processar o que havia acabado de acontecer. Ouviu os passos de Jisub pela farmácia e um engasgo, mas sua mente ainda estava girando em torno dos acontecimentos. Seu corpo saiu da letargia quando ouviu barulhos altos, grunhidos e passos rápidos vindos do lado de fora. Jisub se aproximou dele e segurou a espingarda apontando-a para a porta, foi aí que Jungkook entendeu o que estava acontecendo e o porquê da reação do homem atrás de si.

— Os tiros atraíram atenção desnecessária — Jungkook constatou o óbvio e respirou fundo novamente, virou-se para Jisub e o encarou. — Entre nessa salinha e procure por toxóide tetânico e uma seringa com agulhas. Não abra essa porta até eu mandar.

— Você ficou louco? Você vai morrer! — Disse de maneira estridente.

— Não vou — garantiu e o empurrou para dentro da sala. — Não abra essa porta de jeito nenhum, entendeu? Não importa o que você ouça, não abra!

Jungkook fechou a porta sem nem mesmo esperar por uma resposta de Jisub, encarou a madeira por alguns instantes antes de ouvir os infectados se aglomerando na entrada, outros estavam quebrando os vidros para entrar. Ele virou-se e viu todos bem perto, procurando por algo que não era ele, farejando o ar e encarando-o em alguns momentos. Jungkook fechou os olhos por um momento antes de caminhar até a faca que havia deixado em cima do balcão, ele encarou os infectados e caminhou calmamente até eles, que pareciam esperar por algo.

(...)

Jungkook caminhava na frente, respirando ofegante e vendo a fumaça sair de seu hálito quente, estava mais frio do que esperava e suas roupas molhadas de sangue, deixavam-no ainda mais gelado. Jisub caminhava atrás de si, com a espingarda nas mãos, podia sentir o olhar dele em suas costas, quase perfurando suas roupas por causa das coisas que ele viu. Eles haviam conseguido pegar tudo o que precisavam, mas Jungkook jamais ia esquecer o olhar de Jisub quando abriu a porta e o viu em pé com a faca manchada de sangue. Porém, o que mais parecia ter aterrorizado o homem foi a quantidade de corpos no chão.

Jungkook entendia o choque de Jisub, era algo que ele mesmo não sabia como reagir, fez tudo aquilo porque prometeu levá-lo vivo para sua esposa e filho, mas agora, enquanto caminhava com as roupas encharcadas de sangue, ele pensava se não havia outra alternativa. As manchas vermelhas banhando suas roupas, mostravam o tanto de pessoas que haviam sido mortas por suas mãos. Ele fez aquilo porque sabia que Jisub não era capaz de lidar com todos os infectados sozinhos, certamente ele teria morrido ali.

Jungkook fez o certo, não fez?

Os olhos dele marejaram durante o caminho, tinha medo de olhar para trás e encontrar os olhos assustados e desconfiados de Jisub. Enquanto caminhava, seu medo aumentava a cada passo, medo de como Jimin reagiria ao vê-lo naquele estado, ou qual seria o olhar que Jihyun e WooJin lançariam em sua direção. Jungkook segurou o choro e fungou quando sentiu seu nariz escorrer, querendo correr para os braços de Taehyung, que certamente lhe daria o amparo que precisava. Ele havia salvo a vida de Jisub, mas por que ele se sentia tão culpado?

Quando chegaram no prédio onde estavam temporariamente hospedados, Jisub caminhou na frente, chamou pelo nome de Jihyun e em poucos segundos ela e Jimin apareceram às pressas na janela. Quando viram os dois correram para dentro novamente e em pouco menos de um minuto, a porta principal estava sendo aberta, Jihyun correu para os braços do marido e Jimin paralisou ao ver o estado de Jungkook; quando a atenção de todos sobre si, pôde ver cada um com um olhar diferente, desconfiado, assustado e preocupado. Seus olhos marejaram novamente, mas ele não deixou as lágrimas rolarem.

— Jungkook, você está machucado?! — Jimin correu em sua direção e Jungkook levantou a mão, pedindo para ele parar e recuou alguns passos.

— Estou bem, esse sangue não é meu, são de infectados — explicou e viu Jimin suspirar aliviado, ele fechou os olhos por um instante e voltou a encarar Jungkook. — Mas não se aproximem, pode infectar vocês.

— E você não? — Jisub perguntou e Jungkook abaixou a cabeça.

— Depois explicamos para vocês — Jimin disse e chamou Jungkook com a mão. — Vamos entrar, deixe-o tomar um banho e vestir roupas quentes. Enquanto isso eu explico algumas coisas a vocês.

Mesmo ainda estando desconfiado, Jisub assentiu e todos caminharam para dentro, mas Jungkook se manteve a uma distância segura deles, com medo de infectá-los com o sangue contaminado preso em seu corpo. Assim que entraram em casa, Jihyun correu até seu filho para que ele não visse o estado em que Jungkook se encontrava, levando-o para longe e pedindo para que ele ficasse no quarto. Jisub caminhou até seu quarto e voltou em seguida com roupas limpas e quentes para Jungkook, que agradeceu com a postura cabisbaixa. Jimin pegou as roupas limpas e um saco plástico, os levou até o banheiro e os deixou sobre um cesto.

— Vou esquentar a água para você tomar banho tá? Tire essas roupas e coloque elas na sacola — disse com a voz calma e Jungkook assentiu. — Não se preocupe, vou conversar com eles e explicar tudo tá? 

Jungkook assentiu novamente e Jimin saiu do banheiro, deixando-o sozinho com as roupas limpas, um chuveiro frio e seus pensamentos. Assim que a porta foi fechada, ele começou a tirar as roupas sujas, com cuidado para não encostar em nada e sujar. Quando ele terminou, ficando apenas de cueca, colocou todas as roupas sujas no saco plástico e sentou-se na privada, esperando por Jimin. Tudo que se passava em sua cabeça naquele instante, era que ele havia matado várias pessoas, que poderiam ser curadas e seguir com sua sobrevivência. Ele colocou as mãos sobre a cabeça e suspirou, não tinha psicológico para lidar com aquele tipo de situação.

Jungkook se levantou e caminhou até uma banheira desgastada que havia no banheiro, era pequena e cabia apenas uma pessoa, mas era ali que estavam tomando banho. Ele abriu a torneira e esperou alguns segundos até a água descer, não encheu muito, apenas o suficiente para cobrir um pouco de sua perna. Jimin entrou no banheiro pouco tempo depois, com uma panela grande cheia de água quente, ela foi despejada na banheira e ele logo se afastou para dar privacidade a Jungkook, que não demorou a despir sua única peça de roupa e entrar na banheira.

Ele resolveu não pensar em absolutamente nada enquanto usava a água para tirar o sangue de seu corpo e se lavar. Sua mente conseguia lhe deixar ainda mais ansioso do que a realidade o deixaria, por isso passou o sabonete por sua pele, focado apenas em se limpar enquanto a água ainda estava quente, por isso não demorou muito no banho. Lá fora fazia frio, ele não podia ficar muito tempo na água, que, por causa da baixa temperatura do inverno, estava esfriando rapidamente. 

Tudo o que ele não precisava naquele momento, era pegar um resfriado. 

Quando terminou, ele se levantou e se secou com a toalha que estava disposta ali, se certificando de que não havia mais nenhum resquício de sangue em seu corpo. Ele vestiu as roupas limpas e suspirou, o tecido frio o fez se encolher nelas, buscando por calor. Estava descalço e aquele fator deixava seus dedos gelados, pediria uma meia aos moradores da casa assim que saísse do banheiro, mas quando ele tocou na maçaneta não foi capaz de conter os pensamentos pessimistas. 

Ele havia matado várias pessoas, feito uma fila de corpos no chão tentando proteger Jisub, mas de qualquer forma, aquilo era algo difícil de não se assustar. Engolindo a bile que se formou em sua garganta, Jungkook abriu a maçaneta, levantando sua cabeça e vendo todos sentados à mesa, fora WooJin, que provavelmente estava em seu quarto.

Todos lhe encararam.

Jisub estava sentado do lado oposto de onde Jimin estava, ele abraçava os ombros de sua esposa protetoramente e lhe encarava com os olhos cheios de indagações silenciosas. Jungkook caminhou até eles e se sentou em silêncio ao lado do amigo, que fez um carinho singelo em suas costas, lhe passando segurança. Jungkook sorriu pequeno para seu amigo, mas voltou a baixar a cabeça e juntar suas mãos por debaixo da mesa. Ele estava muito nervoso, com medo de que o expulsassem da casa naquele momento, de ter que lidar com a rejeição e o medo dos dois, mas o que ouviu o deixou um tanto confuso.

— Obrigado por salvar a minha vida! — Jisub disse com os olhos fixos nos de Jungkook, que franziu o cenho.

— Você não está com medo de mim? — Perguntou o que tanto arranhava sua garganta para sair.

— Não. Confesso que fiquei um tanto receoso, mas era porque eu não entendia como você foi capaz de matar tantos doentes, sem sofrer um arranhão — explicou e Jungkook mordeu o lábio inferior, suas mãos tremiam. — O que Jimin disse é verdade? Sobre eles não machucarem você?

— É sim, eles não me atacam, mas mesmo que tentem, não vou me transformar em um deles — Jungkook levantou seu braço esquerdo e arregaçou a manga. 

A marca da mordida estava já cicatrizada, sem sinal algum de infecção, era apenas uma cicatriz como qualquer outra. Jisub arregalou os olhos e Jihyun colocou a mão sobre a boca, os dois pareciam chocados com o que estavam vendo. Não era uma reação inesperada, pois infelizmente todos sabiam o que a mordida de um infectado era capaz de fazer, ver a marca dos dentes de um daqueles que estavam acabando com a vida das pessoas, era algo chocante. Jungkook voltou a cobrir seu braço e juntou novamente suas mãos em seu colo, dessa vez mais calmo e um pouco mais tranquilo, pois o que lhe assustava era a probabilidade de Jisub o ver como uma ameaça.

— Quanto tempo tem essa mordida? — Jihyun perguntou.

— Mais de uma semana — Jungkook esclareceu e os dois arregalaram os olhos.

— Mas como é possível? — Jisub franziu o cenho olhando para a madeira da mesa. — Existem mais pessoas como você? Que não se transformam em uma daquelas coisas lá fora?

— Acho que não — Jungkook disse olhando para Jimin, que mordeu o lábio inferior. — Eu fui cobaia de um laboratório a vida toda, não sei se existe outra pessoa igual a mim.

— Então não tem jeito para nós mesmo, não é? — Jihyun suspirou pesarosa. — Se você é o único que não é afetado pelos doentes, não há o que fazer, a não ser esperar a nossa vez de virar uma daquelas coisas.

— Na verdade… — Jungkook começou com a voz um tanto baixa, incerto se revelar aquilo era uma boa ideia. — Existe uma forma de vocês viverem sem serem afetados pelos infectados.

— Como? — Jihyun perguntou, Jungkook conseguia ver a esperança brilhar nos olhos dela.

— Foi feito um tipo de vacina com o meu sangue, ele cura pessoas doentes e imuniza pessoas que ainda não foram infectadas pelo vírus, vocês ficariam iguais a mim, invisíveis para eles — Jungkook explicou e os dois arregalaram os olhos.

— Ele está imune também? — Jisub apontou para Jimin, que negou com a cabeça.

— Eu o conheci há poucos dias na fortaleza de Yongin, não estávamos juntos — Jimin respondeu por Jungkook. — O exército havia feito uma resistência contra os infectados. Fomos invadidos, apenas eu, de todos os meus companheiros soldados, permaneci lá. Jungkook chegou depois e nós fomos jogados para a morte, conseguimos sobreviver e fugir, mas agora precisamos encontrar meus amigos novamente, para que eles nos ajudem a voltar para Yongin.

— Minha família está lá, presos em cárcere pelo o líder da milícia que invadiu a fortaleza — Jungkook apertou as mãos em punhos. — Com eles estão não só pessoas importantes pra mim, como também a cura e pessoa que é capaz de produzi-la. 

— Precisamos voltar por causa disso, todos da família de Jungkook estão imunes, podemos viver sem nos preocupar com a infecção — Jimin completou, vendo o rosto do casal a sua frente atordoados.

— Venham com a gente — Jungkook pediu e os dois o encararam, a dúvida banhava o olhar dos dois. — Há uma esperança de vivermos longe de toda essa morte e doença, se conseguirmos voltar em segurança, temos uma chance contra os infectados.

— Vamos sair de um esconderijo seguro para nos aventurar em um mundo repleto de perigos, apenas para procurar algo que nem sabemos se está lá? — Jihyun disse e Jungkook adotou uma expressão desanimada.

— Sei que as opções não são muito atrativas, mas vocês vão deixar passar a chance de dar a WooJin a chance de crescer longe daquelas coisa lá fora? Crescer sem a possibilidade de ser infectado ou perder seus pais dessa forma? — Jungkook tentou argumentar.

— Eu vi meu namorado morrer, vi meus amigos morrerem e quando eu corri para os braços dos meus pais eu encontrei apenas o sangue deles no chão — Jimin disse olhando nos olhos de Jihyun, todos se calaram quando ele disse aquilo. — Vocês tem a sua família a salvo agora, mas podem garantir isso daqui alguns dias? As chances de vocês morrerem lá fora são grandes, mas elas virão até vocês em algum momento, não importa o quanto se escondam. Entretanto, e se vocês forem invisíveis para ela?

Jungkook encarou Jimin sentindo seu coração se apertar, mas infelizmente ele estava certo. Futuramente algo ia acontecer, podia demorar ou não, mas aconteceria, a morte era inevitável e eles estavam apenas tentando adia-la. Jihyun e Jisub se encararam por um tempo, pensando em qual decisão tomar, estava óbvio para Jungkook que eles se preocupavam muito mais com o bem estar de WooJin, do que o próprio. Ficaram naquele silêncio por tempo suficiente, tornando o ar ao redor deles mais frio, a indecisão era algo que não conseguiriam abandonar. 

Deixar um lugar seguro para procurar por algo incerto, ou permanecer no mesmo lugar esperando a morte bater em sua porta futuramente?

(...)

O gelo já cobria o chão por onde os pneus passavam, tinham que ser cautelosos para não derrapar na pista. Mesmo com o ar-condicionado do carro ligado, eles sentiam as pontas dos dedos frios, soprando o ar quente de seus hálitos, para tentar aquecer as mãos. 

Todos estavam silenciosos, agora que estavam próximos ao local de destino, podiam ver a ponte à frente, cheia de carros parados e sem qualquer sinal de sobreviventes. De onde estavam não conseguiam ver o que procuravam, o que causou um frio na barriga de todos, que estavam temerosos com o que encontrariam. Mas, sem deixar o medo toma-los, eles pararam o carro no início da ponte, todos respiraram fundo antes de descerem. 

WooJin estava no colo de Jisub e Jihyun segurava em um dos braços do marido, olhando para o final da ponte, que ligava Hwaseong à ilha Jebudo. Jimin e Jungkook se encararam por um instante antes de caminharem um ao lado do outro. O frio estava congelante, o que os fez colocar as mãos nos bolsos e suspirarem. WooJin se encolheu nos braços do pai para buscar calor. Foram passando por uma fila de carros em alerta, Jungkook andava na frente, segurando a espingarda de Jisub.

Conforme foram chegando ao final da ponte, puderam ver que os carros formavam uma pequena barreira, deixando apenas um espaço vazio para que apenas uma pessoa conseguisse passar por vez. Jungkook foi na frente, sendo seguido por todos os outros, mas parou ao ver que dois homens se levantaram de um pequeno muro improvisado, eles apontavam armas de alto calibre em direção a eles. Jungkook não demonstrou resistência, apenas levantou as mãos e a arma, deixando claro que não tinha intenção alguma de atirar. Um terceiro homem saiu de trás do pequeno muro e deu passos em direção a Jungkook, mas parou de repente.

— Jimin? — O homem fardado perguntou, ele tinha um capacete em sua cabeça, que logo foi retirado. — Jimin é você?!

— Hobi? — Jimin deu alguns passos para frente, tentando vê-lo melhor.

— Ai meu deus! — O homem correu em sua direção, o abraçou com força e Jimin retribuiu o abraço com a mesma intensidade. 

De onde estava Jungkook pôde ouvir um soluço. 

— Eu pensei que estava morto...

— Eu quase morri! — Jimin sorriu quando o homem segurou em suas bochechas, para encará-lo melhor. — Mas eu estou bem, eu voltei!

— Eu quis tanto voltar e tirar você de lá… — ele disse com a voz embargada. — E eu quase fiz isso, nem que fosse sozinho, eu escalaria aqueles muros com minhas próprias mãos para te salvar!

— Ainda bem que você não foi então, porque eu não ia suportar perder você também — seu polegar fez um carinho no rosto do homem, que sorriu para ele.

— Você me subestima demais. Eu sou um dos melhores que têm neste lugar, eu teria conseguido.

— Eu não duvido disso — Jimin juntou suas testas, com um sorriso ameno. — Eu senti tanto medo de não te ver mais e não conseguir te agradecer.

— Me agradecer pelo o que? 

— Por me mostrar que ainda não é o fim, que há muito pela frente e eu espero que você esteja ao meu lado para provar isso — Jimin o encarou.

— Não importa aonde você vá, eu estarei lá com você, eu te prometo — ele sorriu.

Jungkook sentiu seu coração apertar ao presenciar aquela cena, queria tanto estar assim com a pessoa que ele amava também. Ele viu os dois entrelaçarem os dedos, o homem olhou para trás e pediu para os outros dois soldados abaixarem as armas, um deles correu para a ilha, onde havia uma barricada de madeira. Eles esperaram enquanto o homem que estava com Jimin, que se identificou a eles como Hoseok, os examinava, para ter certeza de que não estavam infectados. Quando constatou que não, sorriu amigavelmente para eles, que retribuíram.

— Infelizmente eu não posso deixá-los entrar sem a permissão de meu superior — Hoseok explicou. — Tivemos problemas com sobreviventes antes, temos que ser cuidadosos.

— Jungkook estava preso comigo, o San jogou nós dois no subsolo — Jimin disse vendo Hoseok arregalar os olhos.

— Jungkook? — Hoseok encarou o citado. — Então o que aquela doutora disse era verdade?

— Sim — Jimin confirmou.

Jungkook viu Hoseok encará-lo admirado, o que acabou lhe deixando um tanto tímido. Será que todos daquele lugar sabiam quem ele era? Pelo olhar de Hoseok, ele tinha certeza que a resposta era sim. Hoseok olhou para trás e todos seguiram seu olhar, vendo dois homens altos caminhando lado a lado, eles davam passadas firmes e suas posturas estavam eretas. Quando chegaram até eles, os analisaram. Hoseok os informou que eles haviam ido sem demonstrar resistência e que ninguém estava infectado. Os dois assentiram e arregalaram os olhos quando escutaram algo que os outros não puderam ouvir.

— Jeon Jungkook? — Um dos homens perguntou olhando para o citado, que assentiu. — Posso lhe fazer algumas perguntas? Apenas para garantir que não são uma ameaça?

— A vontade — respondeu.

— De onde vocês vieram?

— Sou de Busan, estava em Seul com minha mãe e um grupo de sobreviventes. Todos fomos até Yongin encontrá-los, mas fomos mantidos presos por San, que jogou Jimin e eu no subsolo — o homem arregalou os olhos e encarou Jimin. — Sobrevivemos e viemos de Osan até aqui, encontramos Jisub e sua família no caminho. 

— Qual o nome de sua mãe? — O homem perguntou.

— De solteira, Lee Doyeon.

— Quantos anos tem? 

— Vinte e três.

— Qual é a sua condição especial? 

Jungkook passou seus olhos por todos os presentes, antes de respirar fundo e levantar a manga de sua blusa, revelando a mordida cicatrizada. Todos ofegaram, surpresos quando viram a marca perfeita dos dentes humanos na pele branca de Jungkook.

— Eu sou imune ao vírus.

~❤️~

Balinha?

Então meus amores, não sei se todos estão sabendo (pq eu já surtei em todo lugar), mas...

ZOMBIE OUTBREACK VAI VIRAR LIVRO FÍSICO PELA editorasea!

Enfim, eu já surtei, já chorei, já pulei de alegria e agora é só agradecer mesmo. Obrigada pelo apoio, pelos votinhos e pelos comentários, pois esse sonho não estaria sendo possível sem vocês!❤️

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Tag da Fic: #ZOTAEKOOK

Casamento que os Jikook comentaram:

(Recomendo muito esse filme, sério)

Reescrito no dia 14/04/2021.

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