Go Go (Japanese version)
Alyona decidiu que era melhor não ir atrás de Anja quando ela foi embora. Assistiu a amiga se distanciando entre as pessoas até perdê-la de vista, só então se virou para Andrey. Ele exibia um sorriso irônico, atento aos meninos dançando e cantando Fake Love no palco.
– O que diabos está fazendo aqui, Andrey?
– Depois do show te conto. – foi a resposta dele. Em momento nenhum dirigiu o olhar para a empresária, estava realmente interessado no grupo como um todo. Desde a partida de Anja ele tinha dedicado seu tempo a descobrir mais sobre eles e, assim como ela era sua galinha dos ovos de ouro, o BTS era a galinha da Big Hit. Podia ser um cretino, mas reconhecia o talento de longe e podia farejar a oportunidade de ganhar mais dinheiro a quilômetros de distância.
Passou as semanas pesquisando e planejando um jeito de se enfiar nesse contrato arranjado por Alyona e então a oportunidade caiu em seu colo como que por mágica na forma de um convite para dirigir Anja. Como o contrato da bailarina dava exclusividade à empresa coreana e ela nunca havia se apresentado no leste asiático antes, a empresa uniu o útil ao agradável, convidando Andrey para dirigir um espetáculo da bailarina no país.
Alyona não foi a única a imaginar a amiga dançando as músicas dos meninos e foi assim que eles decidiram entrar em contato com Andrey. Ele sorria, cinicamente, ciente de que aquilo ia desestabilizar Anja e Alyona num único golpe, de modo que agora bastava administrar o plano para fazer com que a bailarina voltasse para sua companhia de dança.
O show perdeu um pouco seu brilho dali em diante e quando acabou, Alyona esperou o público começar a sair para poder se dirigir aos bastidores. Tinha trazido um presente para Alex e precisava explicar para Jimin por que Anja não estava com ela.
Posicionou seu crachá sobre a camiseta do grupo e estava prestes a passar quando um segurança a impediu.
– Somente pessoas autorizadas. – falou sem olhar diretamente para ela.
– Mas eu sou autorizada! – mostrou o crachá.
– Esse crachá não serve de nada, moça.
– Ela está comigo. – Andrey parou ao lado dela, exibindo um crachá parecido, mas obviamente com mais benefícios que o dela. – Por favor, traduza, Aly.
– Para você é senhorita Volkov, cretino. – rosnou.
– Ela está comigo. – repetiu Andrey, ignorando a empresária e esperando que ela traduzisse. À contragosto ela o fez e os dois passaram para a área restrita do show. – Aparentemente vai ter que ser legal comigo, Aly. – disse o diretor com um sorriso malicioso no rosto. Andava como se fosse dono do local e de fato, assim que as pessoas viam seu crachá, paravam e faziam uma reverência até que ele passasse.
Jimin foi o primeiro a ver Alyona se aproximando. Abriu seu melhor sorriso, procurando Anja atrás dela, mas deu de cara com Andrey segurando um buquê de rosas amarelas. Irônico, se não fosse trágico. O diretor entregou as flores justamente para Jimin e exibiu seu sorriso mais brilhante.
– Parabéns pelo show, vocês foram incríveis! – ele disse. Alyona traduziu sem muito entusiasmo, procurando Alex com os olhos.
– Noona, quem é esse? – perguntou Taehyung parando ao lado de Jimin e analisando Andrey da cabeça aos pés sem nenhum constrangimento. Alyona amou o menino mais ainda por isso e exibiu um sorriso sarcástico.
– Esse é o lixo humano Andrey Orlov, diretor da companhia de dança que Anja fazia parte.
Andrey entendeu apenas o próprio nome e interpretou aquilo como a apresentação de Alyona dele para com os rapazes. Esticou a mão para Taehyung, mas ele apenas a encarou e saiu de perto dele, provocando um acesso de riso na empresária, que logo disfarçou com uma tosse forçada ao ver a expressão do diretor.
– Peça para todos se juntarem, sim? O que tenho a dizer é importante para o grupo todo. – falou sem olhar diretamente para a moça. Alyona chamou todos para perto. Jin lhe lançou um olhar preocupado, mas ela discretamente balançou a cabeça dando sinal de que estava tudo bem.
– Como devem saber, eu sou o diretor da companhia russa FireDream. Anja Wang é minha bailarina principal há alguns anos. – começou. Alyona traduziu corrigindo o verbo para o passado.
– Há alguns meses ela veio trabalhar com vocês para que planejassem juntos as coreografias das premiações e do próximo álbum, certo? - olhava para todos os meninos, sério, ciente de que aquela conversa determinaria o futuro dele com a Big Hit.
– A empresa de vocês teve a brilhante ideia, e quero reforçar que a acho fantástica, e mal vejo a hora de colocar em prática, de montar um espetáculo exclusivo onde Anja Wang dança algumas de suas músicas. E me convidou para montar e dirigir esse espetáculo com vocês.
Alyona traduziu aquilo e, assim como os meninos, olhou em choque para Andrey. O diretor sorriu satisfeito, era exatamente esse o efeito que queria. Uma pena que Anja não estava presente para receber aquela notícia também, estava ansioso para ver como ela reagiria quando soubesse que teriam que trabalhar juntos por conta daquele espetáculo.
– Espera, como assim? Ninguém me falou nada. Sou a empresária dela, deveria ser notificada, não?
– Olhe seu e-mail, querida. Aquele que você provavelmente mandou para a caixa de spam sem ler. Eu te escrevi tem umas duas semanas.
A contragosto a empresária pegou o celular e conferiu a caixa de spam. Havia três e-mails falando sobre aquilo. Sua ideia ao piano não tinha sido exclusividade sua.
– Acho que se distraiu demais vivendo seu sonho, não foi? – falou lançando um olhar para ela e depois para os meninos atrás dela. Jin não entendeu o que ele disse, mas sentiu uma vontade tremenda de se intrometer.
– Ok, ok, então vamos todos dançar balé esse ano! – falou passando pelos irmãos e Alyona e ficando a frente dela, protetoramente. – Por que bailarinas dançam nas pontas dos pés?
Olhou para todos os presentes e sorriu para Alyona, esperando que ela traduzisse a pergunta para o russo.
– Porque assim não acordam o tio chato que dormiu no ponto. – caiu na risada logo em seguida. Alguns dos meninos riram discretamente, para que a situação não ficasse ainda mais esquisita do que já era. Sem dizer mais nada, Jin saiu da sala, seguido de perto por Jimin e Taehyung. Namjoon se aproximou de Andrey e apertou sua mão com mais força do que precisava.
– Espero que seja um trabalho produtivo. – falou em inglês, seguindo os outros para fora da sala que ocupavam. A equipe deles o seguiu junto com o restante dos membros, deixando o diretor sozinho com Alyona e Alex.
– Gostaram da novidade? – perguntou abrindo os braços como se fossem amigos de velha data.
– Se tocar um dedo na minha irmã, eu mato você, entendeu? – rosnou Alex, passando por Andrey e batendo o ombro no dele com força antes de sair.
****
O celular de Anja começou a tocar exatamente uma hora depois de ter saído do show. Ignorou as ligações de Alyona e hesitou nas ligações de Alex, mas sentiu mesmo foi quando o identificador mostrou o número de Jimin. Pensou seriamente em ignorar as ligações dele também, mas imaginou que àquela altura dos acontecimentos ele já soubesse da presença de Andrey em Seul.
– Anya-ssi. Você está bem? – perguntou Jimin antes mesmo que ela dissesse alô.
– Jimi! Você estava incrível no show hoje!
– Por que foi embora? – ele perguntou logo de cara, fazendo com que ela enrubescesse imediatamente, mesmo que estivessem apenas ao telefone.
– Tive um imprevisto... perdi o melhor lugar do show... sinto muito. Queria poder te dar um presente, mas não consegui.
– Pode me dar agora, se quiser.
– Mas já vim para casa e... – começou, mas foi interrompida pela campainha. – Só um minuto. – completou indo até a porta. – Quem é? – perguntou, torcendo para ser Alyona e não Andrey.
– Sou eu, noona. – Anja congelou, sem ação. Esperava qualquer coisa, menos uma visita de Jimin pouco depois do show terminar.
– Jimi?
– Isso.
Anja correu para o primeiro espelho que viu, tentando ajeitar o cabelo. Estava usando um suéter grande demais para poder usar fora de casa, mas perfeito para fazer as vezes de pijama. Cogitou vestir uma calça antes de abrir a porta, mas a blusa era grande o suficiente para parecer um vestido, então decidiu não demorar muito. Sorriu nervosa para o próprio reflexo, rezando para que ele não a achasse atrevida demais, ou pior, desleixada demais. Soltou um suspiro e abriu a porta.
– Jimi!
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