Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Dream Glow

– Está pronta, Anja? Faltam cinco minut... tudo bem?

Anja limpou o rosto e o rímel borrado a tempo, mas os olhos vermelhos eram difíceis de esconder. De que adiantava ter a pele linda se não era capaz de esconder nenhum sentimento? Sorriu triste através do reflexo no espelho e balançou a cabeça concordando. Estava bem. Ia superar. Ia sobreviver. Sempre sobrevivia.

Passou o batom mais uma vez, retocando a maquiagem que havia se desfeito por causa do choro e sorriu para si mesma. Ajeitou o cabelo ruivo e o prendeu melhor no coque. Pelo menos estava bonita. Podia não ter... – como ele disse? – "corpo de bailarina", mas sabia que era e dançava como uma e que o sucesso do grupo se devia ao fato de ser o ato diferente dos padrões de ballet nele.

Se tudo desse certo, e ela dançaria como se fosse a última vez para garantir isso, essa seria sua última apresentação no corpo de ballet daquele cretino. Depois disso a pessoa que havia exigido uma audiência particular a levaria dali junto com seu irmão e nunca mais pisaria em Moscou de novo.

Anja era a irmã do meio entre três irmãos. O mais velho havia morrido de frio durante um dos piores invernos russos numa época que nem ela e nem o outro irmão conseguiam fazer nada além de chorar por leite – que não tinham – e pedir carinho – que também não tinham. A pobreza durante a infância a fez se tornar uma mulher dura na vida adulta e a carência a fizera se tornar uma mulher dependente. Mas isso não vinha ao caso, aquele fracasso que ela chamava de relacionamento havia finalmente chegado ao fim e ela estava a uma dança de conquistar sua liberdade.

Quando entrou no palco, a música, as luzes, o ritmo a fizeram esquecer todas as suas preocupações. Podia não ter mesmo um corpo de bailarina, estava longe de ser magra e alta como a maioria delas, mas sua dança era incomparável. Era responsável por quase todos os prêmios que a companhia carregava e os levaria consigo para onde fosse.

Na platéia havia apenas dois empresários e um cantor assistindo. Estavam ali para avaliar se ela realmente cabia no cargo que queriam criar junto ao grupo deles.

O mais jovem e único que estava ali única e exclusivamente pela dança, conhecia o nome de Anja Wang apenas de boca e pela fama. O fato dela não ter nenhum vídeo online, em nenhuma mídia, e ainda assim muitos prêmios e muitas críticas positivas o deixaram curioso para ver aquela performance ao vivo. Ficou surpreso ao ver que a bailarina em questão era gorda e não era chinesa como havia imaginado pelo sobrenome, era russa.

O cabelo vermelho dela se destacava mesmo daquela distância, assim como a brancura da pele se confundindo com a da roupa. Parecia uma fada, o corpo gordinho combinando perfeitamente com o figurino, a música e a coreografia. Quando ela começou a dançar, porém, foi como se ela se transformasse numa deusa etérea e tudo isso fizesse parte da coreografia. Era um anjo que podia voar para qualquer parte do mundo apenas com um passo clássico do ballet. O corpo se movia perfeitamente através da melodia escolhida, como se ela fosse a música e a música fosse ela. Sem que percebesse, estava totalmente inclinado para frente, as mãos apoiadas na poltrona diante de si, maravilhado com Anja.

– Eu disse que ela era boa. – ouviu a empresária falando quando apoiou o rosto nas mãos e ficou admirando a apresentação como uma criança diante de uma vitrine de brinquedos. Sorriu concordando em silêncio, incapaz de desviar os olhos daquela moça.

***

Um buquê de rosas amarelas a esperava no camarim quando saiu do palco. Não havia prestado atenção na plateia, mas ouvira o boato de que um deles havia chorado e aplaudido de pé quando ela terminou. Imaginou que as flores fossem dele, mas sua esperança morreu assim que abriu o cartão.

[Espero que nossa amizade não seja afetada por causa da sua saída do grupo. Ainda te amo. Andrey]

Sentiu vontade de vomitar lendo aquele cartão e estava prestes a lançar o buquê longe quando entraram no camarim. Abrindo o cortejo estava um rapaz em quem ela identificou a postura de um bailarino imediatamente. Estava com os cabelos descoloridos e usava maquiagem e várias jóias. Ficou parada encarando o rapaz enquanto ele fazia o mesmo. Viu quando ele a mediu da cabeça aos pés, parando milésimos de segundo no corpo que ela aprendeu a conviver, mas que ainda assim detestava, para depois fixar-se nos olhos verdes dela. Ele sorria de um jeito que a fazia se lembrar de um anjo – asiático, mas ainda assim um anjo – com os olhos apertados, quase fechados por conta dos olhos pequenos. Não sabia definir se gostava ou não desse anjo, já havia sido enganada por vários ao longo de sua vida.

– Oi...? – falou. Não tinha certeza se ele havia entendido, ela com certeza não havia entendido a resposta dele.

– Acho que vamos precisar de um interprete... – ele comentou olhando para os lados, juntando as mãos à frente do corpo e esperando que os empresários aparecessem logo com um antes que ele começasse a bancar o fã. – Bonitas flores... queria ter trazido algumas, você com certeza merece. Amei sua apresentação. – ele falava apenas para não ficar preso num silêncio constrangedor, mas o olhar de incógnita dela era pior, então ele ficou quieto.

Anja por sua vez ficou analisando aquele homem andrógeno o tempo todo enquanto ele falava coisas que ela não entendia. Estivera a um passo de jogar as flores na cabeça dele e ainda bem que não o fizera, percebeu que isso causaria um desconforto diplomático se tivesse feito. Sorria o tempo todo, querendo muito entender o que ele dizia, parecia importante.

Pouco depois uma mulher, um homem e Alyona entraram todos sorrindo muito. Anja olhou para a amiga, querendo uma resposta, mas ela apenas negou rapidamente com a cabeça, num gesto discreto, antes de voltar a sorrir e falar muito rápido misturando inglês e a língua daquelas pessoas. Foi só então que as coisas começaram a fazer sentido para a bailarina, aqueles eram os caras da tal empresa coreana que queria contratá-la por um ano. Seu sorriso se ampliou e ela teve vontade de finalmente apertar a mão do primeiro rapaz que havia entrado e se apresentar formalmente. Dizer que ele ia ser o príncipe encantado que resgata a princesa do calabouço do feiticeiro mau em todas as danças que fizesse e que representasse algum conto de fadas.

– Anja, esses são os representantes da Big Hit. – falou Alyona sorrindo. Fazia as vezes de empresária da amiga e junto com ela faziam um par que confundia qualquer um. Ela com um nome russo e um rosto asiático e Anja com um sobrenome asiático e rosto russo, culpa da proximidade que a maioria das pessoas subestimava entre a China e a Rússia.

– Como eu pronuncio o nome dela? – perguntou Jimin interrompendo o resto da explicação que Alyona ainda queria dar.

– Anya. – respondeu. – Se escreve Anja, mas o jota é pronunciado com som de y.

– Anya-ssi, sua dança foi a coisa mais linda que eu já vi na vida. – falou Jimin e foi prontamente traduzido por Alyona.

– Esse é Park Jimin, Anja, é membro daquele grupo que eu comentei com você outro dia, o BTS. Interrompeu as férias dele apenas para ver você dançando.

Anja sorriu, finalmente colocando o buquê de lado e esticando a mão para o rapaz. Queria agradecer por oferecer aquele emprego, por oferecer sua passagem e sua liberdade, mesmo que fosse num país completamente diferente do seu. Jimin sorriu fechando os olhos e apertando a mão dela com entusiasmo.

– Espero que possamos nos dar bem durante esse ano de trabalho. – falou. – Você foi incrível. Mal posso esperar para mostrar o que vimos aqui para o resto dos caras. Eles com certeza vão ficar surpresos. – falou.

O sorriso de Anja esmoreceu um pouco ao ouvir isso. La vinha de novo a insegurança que sempre a acompanhava quando alguém se dizia surpreso. Ninguém esperava que uma mulher gorda dançasse como ela. Ainda mais se essa dança fosse o ballet clássico. De repente ficou com medo de conhecer "o resto dos caras" e ser julgada. Por mais que tivesse alguns anos e vários prêmios de sucesso na carreira, ainda tinha que lidar com a Síndrome de Impostor que a acompanhava. Culpa de seis anos de um relacionamento conturbado com Andrey. Lembrar do cretino a fez ficar séria de novo, deixando que Alyona resolvesse tudo com aqueles três.

***

– Você não vai ficar emburrada assim só porque o garoto disse que os amigos iam ficar surpresos com você, ficou? Pelo amor de Deus, Anja, ele estava falando da sua dança! – protestou Alyona digitando freneticamente no celular enquanto as duas iam para casa depois da apresentação. Aqueles seriam os últimos dias delas em Moscou.

Anja não disse nada, estava pensativa. Ainda não tinha certeza sobre o combinado entre eles e o grupo formado por ela, o irmão e Alyona. Acompanhariam Jimin no resto das férias dele, mostrando Moscou e a beleza da Rússia nesses poucos dias que restavam do descanso dele. Para Anja isso seria uma tortura. Tinha imaginado que bastaria assinar o contrato e iriam para Seul viver longe de tudo de ruim que aquele país gelado lembrava. Em outras palavras, longe de Andrey.

– Eu não ligo para o que seis meninos vão dizer, Aly... só achei que íamos embora logo... Por que você tinha que inventar de me colocar de babá desse menino? Ele tem o que? Quinze anos? – perguntou emburrada.

– É por isso que está assim? Então eu acho que te conheço menos do que esperava... – respondeu ela largando o celular por alguns segundos para encarar a amiga. – Não gostou dele?

– Não é isso...

– O que foi então?

Mas Anja não sabia explicar. Como colocar em palavras que ficou sem jeito com a admiração que aquele garoto a olhava depois da apresentação? Por curiosidade tinha ido procurar vídeos dele dançando e ficou surpresa com a qualidade da dança dele. Não havia muito o que ensinar, não entendia o motivo de contratarem-na para isso, uma vez que ele e o resto do grupo, eram excelentes dançarinos.

– Acha mesmo que vou ser útil? – perguntou, insegura.

– Como assim?

– Alyona, você não precisa ficar de rodeios, eu sei muito bem que você só arranjou esse encontro porque é fã dos caras.

– Sou ué, nunca escondi isso! – respondeu a empresária na defensiva. – Só achei que seria uma oportunidade maravilhosa para que você crescesse e saísse um pouco da sua bolha. Eles não dançam o clássico como você, misturam tantos estilos que acabaram criando um estilo novo. E a sua dança me lembra muito isso, por mais que seu ballet pareça não ter nada a ver com o que eles apresentam.

Foi o suficiente para calar a boca da bailarina. Ficou mais um tempo em silêncio, imaginando o que faria para distrair Jimin nesses poucos dias que ainda ficariam na Rússia.

– E quanto à barreira linguística? Vai ficar de babá da gente o tempo todo?

– Não vou precisar... descobri que o Jimin é fluente em japonês. Você não vai precisar fingir que sabe inglês e ainda vai poder praticar seu hobby favorito. Até que ser otaku não foi tão inútil assim, hein? – provocou. – Isso, agora sim é a Anja que eu conheço. Anda, desmancha esse bico e sorria mais. Ganhamos hospedagem até irmos para a Coreia. Não vai precisar ficar mais nenhum dia sob o mesmo teto daquele cretino do Andrey.

Anja olhou de novo para Alyona, virando o pescoço tão rápido que acabou sentindo uma fisgada. Agora sorria abertamente, feliz.

– Se tivesse começado por essa informação, eu não teria ficado de cara feia todo esse tempo. O que vamos fazer primeiro?

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro