O Mito da Verdade
No dia 12 de maio de 1888, os pensamentos enfáticos e temperados de esperança, respeito e indignação dum jovem, sinalizado na pele a um negro rumo, com vinte e cinco anos, somados por uma felicita mentira de liberdade e uma penúria verdadeira de escravidão, espelhava o pior dos silêncios, o do corpo. Sua alma se consolava no passado por estar acorrentado, ao menos, em grilhões luxuosos e zelosos. Conquanto, sua alma deprimia pelos castigos escravocratas sutilmente dolorosos. Assim, ainda que enjaulado, conclama em silêncio, em direção aquilo que crê como um dos artifícios de sua libertação, a morte, apegado a uma crença secular, o Zaramorg, a Alma de Leão Branco, na mesma medida que a sua mãe amada de criação. Esse mito africano propagado entre os escravos nas províncias brasileiras, a dois séculos, diz que se morreres com o espírito todo centrado num desejo, tu reviverás para cumpri-lo, pois tua alma rejeitará a morte, voltando mais forte para o cumprimento. Não obstante, o principal propósito dos escravos é serem livres. Dessa forma, como é raríssimo o nascimento de um leão branco, raríssimo é um homem que conseguirá nascer, pós morte, como Zaramorg. Então, dizia Taú no seu espírito:
"Senhora Benedita, agradeço por teres me adotado da foça onde meus irmãos experimentam a companhia da morte um dia após o outro, a conhecendo e se afeiçoando a ela, até não ligares de se mudarem eternamente para a sua morada... Eu embora apartado deles, estava mais próximo que meu corpo poderia estar... Agradeço o seu amor, que envolveu na sua fineza até um espinhoso cacto, o abusador de minha falecida mãe, o meu algoz, e do meu povo, o Senhor Edmo, que se agrada de devorar como numa refeição a carne dos meus irmãos... Tu me ensinaste como a um filho e aluno, eu a retribuirei, mesmo que se sinta retribuída por fazer os outros se sentirem amados, pois o caminho que sigo bifurca para a vida... Eu sei, foi doloroso... As suas lágrimas daquele dia encheram mais a vasilha de minha indignação, qual agora está sendo fervida pela raiva, culminando quase em ódio fervente... Isto é terrível, sou filho do homem que criou uma ocasião para minha morte, como fizera a tantos, em sua malícia! É melhor ser odiado por ti, porque se me amasse, poderia não perceber todo o seu mal... Peço perdão mãe, estou preparado para matar, e destruir toda extensão territorial do inferno na terra, que escravizou nossos corpos e almas... Estou sentindo... Está breve o tempo da nossa libertação".
Agora, amarrado no tronco, Taú estava com o vestuário comprado pela lagrimosa Senhora Benedita para a ocasião de sua morte, irremediável por ela. Olhando para o armado Senhor Edmo, dono da fazenda Céu Verde, apoderado pela animosidade e o medo, suava diante da prova de sua vontade. Inquieto o Senhor Edmo disparou, perfurando com um único disparo, Taú e todos que o amam. Porém, mesmo aquilo sendo a sua morte, esta pode ser o último ato para seu retorno.
Os choros indiferentes de finas e lentas lágrimas dos escravos, diante do falecido Taú, eram o sinal da habitual morte dos seus amados irmãos, aos quais preferiam ver mortos que vivendo agonizantes, estimavam a como misericordiosa. Embora Taú vivera no luxo, não na indigência, aspirava como sua mãe sempre trazer uma partilha caridosa destas posses, oculta as vistas avaras e cruéis do pior dos espinheiros de sua propriedade, o Senhor Edmo. Nesta circunstância, o amor não ousou continuar a esmorecer pela dor, irrompendo nós escravos em choros mais amáveis, de lágrimas agudas. A Senhora Benedita sentindo o falecimento da metade de sua alma, retinha sua tristeza, pensando esperançosa que seu filho estava agora sonhando para nenhum pesadelo despertá-lo jamais. O corpo de Taú era como a paisagem do Sol que põe ao fim da tarde, para se levantar no horizonte durante o amanhecer; Taú aparentava que acordaria em qualquer tempo. Assim, com esta visão fixa na mente, o Senhor Edmo saia pensativo do local da injusta execução, passando pela sua esposa, a Senhora Benedita, frigiu as sobrancelhas e disse:
"Se fores enterrar, faça o onde não me pertença, porque este pertence não é mais meu, já que quebrou morrendo!"
A Senhora Benedita respondeu indignada em sua tristeza:
"Meu marido, quebrou para que a riqueza do cofre seja revelada"
O Senhor Edmo aspirou pelas narinas, depois saíra sério e em silêncio. Seguidamente, a Senhora Benedita ordenou que dois feitores desatassem as cordas do corpo de Taú, e o levassem para a floresta em sua companhia. Assim, enquanto levavam os rejeitos fragmentados, sua riqueza havia sido despejada num espaço nunca visitado, entre os vivos e os mortos. Taú via estático com o tórax posicionado para cima, figuras marrons e esverdeadas que moviam ondular, semelhante as arvores, e sentia um fluxo energético no seu corpo. Depois, escutou uma voz feminina seca:
"Basta esquecer a sua vida passada para poder viver uma vida presente nova! Aquele que se apega demais com o passado, nunca saberá viver bem o presente! Sejas resiliente, não imprudente!"
Taú, mais confiante, e sentido fluir a energia com maior força em seu corpo, disse:
"Apegado demais!? Se eu esquecer aquilo e aqueles pelo qual vivi para poderem realmente viverem, aí sim, não aprendi a viver bem o presente e tampouco aprenderei no futuro!"
O ser contrariado e enraivecido, respondeu simulando paciência:
"Sim! Porque tu nasceste para uma vida de grades, onde não tens força para libertar-se, e só podes estender com limites os seus braços. Agora, que pode se libertar desse aprisionado passado, ao qual lhe restou apenas perambular numa cela, quer retornar!?"
Taú, determinando mais em seu propósito, e sentindo a energia exaltar pela vontade, disse:
"Você disse que nasci para perambular numa prisão, eu digo, nesta cela aprendi demasiado... Todos nós nascemos para o cárcere, todos tentam libertassem, e quanto mais tentamos, mais grades podemos quebrar, posso me soltar para em outra prisão estar. Mas, nunca desistirei, pois pretendo apenas alcançar a cela mais espaçosa que conseguir, onde eu e meu povo estaremos bem vivendo!"
O ser orgulhosamente, após rir brevemente, disse:
"Eu habito num lugar que está a margem de sua prisão!"
Horas precedentes a execução de Taú, à noite, seguido imediato deste misterioso debate, o Senhor Edmo havia sacado, estranhado, o seu revólver na direção da cabeça de uma nefasta figura na floresta, com silhuetas femininas, essa virou o rosto para o lado esquerdo, ainda ajoelhada no solo térreo, e disse:
"Perdoe-me a compostura, meu senhor, eu não podia estar de costas a ti ainda, acredito que confundi, é só para mais tarde que está marcado na agenda."
Então, um homem negro forte e alto, o agarrou por detrás impondo violentamente as mãos sobre seu rosto, bloqueando a boca, e disse ao Senhor Edmo assustado que via homens negros chegarem devagar com faces aterradoras, dentre eles havia uns de seus feitores:
"O alívio precede a aflição, acalme-se, ficarás em paz pelas luzes com que iremos te iluminar!"
Como a noite que sobrevém, sombreando a fazenda Céu Verde, afastando mais a luz da liberdade dos escravos, por máscaras metálicas, correntes e grilhões, que pesam mais os seus sonos. Ironicamente, ela sobreveio ao mais radiante em liberdade da fazenda, o Senhor Edmo, porém com maior obscuridade, Sombra que moveu bruscamente até as suas costas, agarrando o violentamente, e moveu pavorosamente devagar a sua frente, causando um súbito susto. Ao ver um desumanizado ser do passado, que se tornava menos humano quanto mais o via a noite na floresta esgueirando entre as árvores, tornando uma assombração em seus pensamentos, que o fazia se julgar pelo crime e recordar desse erro, por medo, apenas com a sua aparição. Porque não podemos destruir a coisa, destruindo o reflexo. Assim, o Senhor Edmo nunca tirará dele o medo vindo dum Amedrontador indestrutível para ele, a mãe de Taú, Kieza, mas não era mesma que amoleceu sua carne pela tristeza até morrer. Esta mulher estava viva, com a carne animada pela confiança.
Há vinte cinco anos atrás, quando morrera em lágrimas ardentes pelo sangue fervente de amor a seu filho Taú, após concebê-lo, Kieza, estimulada por um intenso desejo de viver para educar e criar seu filho, paralelamente inferior à sua intensa tristeza, conseguiu resistir a toda força da morte, impelindo o arrebatar completo de sua alma, a fazendo estagnar entre os vivos e os mortos, mas ao contrário de Taú, Kieza tendia mais para a morte. Assim, o espírito que antes tentara persuadir Taú, devido não poder impedir seu renascimento como Zaramorg por si mesmo, tocando em sua alma. Conseguiu com Kieza, percebendo o momento como ocasião para eliminar o nascimento de Zaramorg, crendo que iria abortá-lo eternamente, e ainda, usurpar o poder vindouro de seu desejo, possuindo o corpo dela aliado à sua alma, que estava ligada fracamente ao corpo, por estar quase no mundo dos mortos. A dor de Kieza estava vencendo o desejo por Taú, mas esse venceria, pois seu amor a ele era mais forte, e pela perseverança, iria permanecer e crescer no profundo sofrimento; a mãe de Taú poderia renascer só, se não fosse o espírito feminino Mahara, o Invasor. Por fim, a profecia não desapareceu para Mahara, seguido a possessão de Kieza, existindo ainda na história o homem que ressuscitará como Zaramorg.
Séculos atrás, a Mahara, após encarnar-se como humana, havia realizado um ardil invejoso contra outros espíritos, influenciando na escravidão do povo africano em toda a Terra. Ao longo dos anos, muitas nações a aboliu, restando a escravidão apenas no Império do Brasil, ao qual Mahara pretendia fazê-la perdurar eternamente, o que não pretendeu em outras nações devido ao alcance de seu poder. Conquanto, junto a esta vontade, surgi o que seria uma fantasia esperançosa, discursada e falada entre um povo humilhado: Zaramorg, a Alma de Leão Branco. A princípio Mahara riu, mas no fim cerrou os lábios, ao constatar por uma profecia, falada pelas suas estimadas conjurações, não mais pelos míseros escravos: "Num céu verde, uma constelação de leão nascerá com a morte da estrela, e suas luzes enfraquecerão todas as estrelas deste céu". Conseguinte, Mahara, seduzira escravos seletos, aos quais suas feridas haviam sido cicatrizadas pelo ódio, os fazendo terem um profundo rancor. Escolhera os piores dos sofredores, devido a natural incapacidade de Mahara ceder numerosamente seu poder, para esse ser maior e mais tenebroso, consequente a proporção do sentimento atormentador dos seus escolhidos. Mahara os chamou para apagar as estrelas da constelação, pois intuiu incomodantemente pela profecia, que de fato, o futuro Zaramorg poderia vir a causar lhe danos, então escolheu outros, com impiedosas mentiras, para somar forças, pois como foi profetizado: "suas luzes enfraquecerão todas as estrelas deste céu".
Mahara sob o corpo e poder do desejo da alma de Kieza, olhava face a face ao perplexo Senhor Edmo, que era forçado a não desviar o rosto pela relutância do seu medo. Diante dele, disse Mahara:
"Senhor, não está acreditando que o fogo do nosso amor poderá arder novamente, e se espalhar como num incêndio em uma floresta!? Pode acreditar, não duvide, é dádiva sentir o calor do seu corpo. Há um, porém, será que resistirá a essa brasa!? Suportará tamanha emoção!?... Seja forte! Estes homens ao teu redor aprenderam a força, pelo exemplo dos seus senhores, inclusive eu ou ela, há, há!"
Depois que o Senhor Edmo ficou mais estático com estas palavras, o pior dos seguidores de Mahara o empurrou no solo térreo, Sekani, e este declarou com seriedade:
"O que farei a ti, é uma retribuição do que aprendi: os cães só podem andar de quatro! No entanto, lhe daremos algo para emocioná-lo ardentemente, pois até os animais são bem tratados pelos seus donos! Considere-se um escravo!"
Após os outros seguidores rirem brevemente, Sekani moveu verticalmente com a cabeça levemente para um dos feitores, Ayo, como sinal. Este veio pegando o boneco de palha pequeno e largo, envolto por um fio de metal, do seu bolso, ao parar o engoliu. De repente, sua estrutura corpórea mudou, Ayo alargou, sua altura aumentou, como os músculos, e fios de palha entrelaçados em fios de metal, saíra do seu corpo nalgumas partes, as envolvendo. Nele emanava algo que oprimia. Então o Senhor Edmo exclamou mais assustado:
"O negros são mais que escravos!!!"
Então Mahara, observando uma luz branca na floresta, tirou do seu manto um boneco de palha pequeno no formato dum canino, com um anel metálico envolta do pescoço, ao qual fez atrito no corpo de Ayo, o queimando, depois fizeram o Senhor Edmo o engolir. Transformou-se em gritos numa figura quadrúpede incendiaria, com chamas negras e vermelhas, de longos braços e pernas na altura das árvores, que avançava floresta adentro em direção da luz branca, o Zaramorg. Será que um incêndio enorme poderia apagar a constelação do leão ao destruir o Céu Verde, diante dos olhos da Senhora Benedita, que em sua janela recordava o seu filho.
Em outra região florestal da fazenda Céu Verde, antes que algumas Estrelas ardilosa despencasse meteoros agonizantes, incumbidos de alastrar chamas e fumos por esse Céu, para destruir seu verde e sua constelação luminosamente intimidadora, de Leão Branco, o Zaramorg. Taú, após ter escutado a última fala da Mahara, o seu Invasor, enquanto estava entre os vivos e os mortos, a sua concentração circular de energia dos braços e pernas, intensificou extremamente pelo desejo, que ultrapassava o próprio jovem, ligando ao Universo. Isto impeliu a conhecer qual era desordem universal vinculada a seu desejo. A visão de Taú azulou, logo começou a ver imagens: um ser com turbante vermelho e vestido negro, o desfez de sobre a cabeça puxando o tecido, revelando como cabelos palhas de milho, começou massagear los na direção inferior, isso elevava o tamanho dos cabelos, ao alcançar o solo, o ser envolveu uma parte de seus cabelos com o tecido, aguardou até ficarem vermelhos e cederem. No solo, transformou num boneco de palha vermelho na altura dos joelhos, representando algo com braços e pernas igualmente pequenos, porém uma grande barriga. Embaixo do boneco havia uma grande abertura circular, assim, o ser feminino fez em seu interior um símbolo, pôs no solo, impôs as duas mãos firmando sobre a cabeça do boneco vermelho. Depois, levantou ele, o que manifestou de imediato uma adiposa ventania com claridade azulada, que cessou velozmente, neste instante o ser feminino tapou o orifício com um toco semelhante a uma cadeira.
Depois Taú viu o ser feminino a beira mar, no horizonte surgi uma frota trazida por estas águas, como homens desinteressados com uma mosca que pousa sobre si. Seguidamente, o ser feminino anda diante de outros seres alvoroçados, calmo os vê chorarem e orarem, aqueles que ouviriam e assistiriam foram aprisionados primeiros. Pois, se pretende aprisionar aqueles que nos aprisionam. Barcos vinham e iam, cheios de homens chorando, até começar cessar a navegação, e os mesmos começarem a se alegrar em regiões do mundo, restando uma região, um reino entre os reinos, ao qual a bandeira estava com cores quase transparentes, era um país quase sem Estado pela falta do direito humano. Antes que as cores do Império brasileiro aumentem seu tom, colorindo os olhares das vítimas do ser feminino, ela massageou e dividiu os cabelos como outrora. Porém em menos tempo, formando um boneco negro com a metade da altura do anterior, de braços e pernas proporcionais a seu corpo, com algemas de palha nos dois braços. Na abertura circular da algema esquerda, colocou um papel, removido dum caderno sem pauta, enrolado e amarrado junto a uma caneta. Na abertura circular da algema direita, colocou a bandeira imperial brasileira. Isto simboliza que nunca será escrito nem assinado um documento para libertação dos escravos no Império brasileiro. Ainda nesta visão, devido o relógio profético do tempo haver apontado tanto as horas e os minutos para cima, com sua típica exatidão: em direção ao Céu Verde, onde surgiria a constelação do leão.
Taú viu o ser feminino aproximar de um homem, próximo a dois cadáveres: criança e mulher o eram. Disse-lhe o ser:
"Sekani, sua mulher e filho mataram, se vier poderá matar deles um casal do que mais amam!"
Sekani e o ser feminino aproximaram de um homem sentado encostado numa árvore, com uma criança deitada sobre suas coxas, disse-lhe o ser:
"Ayo, seu único bem neste mundo, a única joia na caixa de sua vida eles destruíram, sua irmã, se vier poderá arruinar com as joias deles, e esmigalhar suas caixas!"
Ayo, Sekani e o ser feminino chegaram a uma casa, a um homem deitado no chão rodeado por cadáveres, e disse-lhe:
"Habib, tentaram matar todos da sua família, sobrando só a ti, que desejas viver como se tivessem vivos, vindo conosco poderá imagina-los vingando contigo de todas as famílias deles!"
Habib, Ayo, Sekani e o ser feminino aproximaram de dois homens deitados nu no mato com os pulsos atados, com diversas feridas nas costas, e disse-lhe:
"Zaki e Zaire, como disseram que negros gêmeos devem ser castigos em dobro, cada um por duas vezes, se vierem conosco poderão fazer lós sofrerem multiplicados!"
Depois Taú viu, Zaki, Zaire, Habib, Ayo, Sekani e o ser feminino chegaram na fazenda Céu Verde, Zaki e Zaire obtiveram impiedosamente a confiança do Senhor Edmo, tornando feitores horrendos pelo dobro de sua altiva maldade. Uma mulher em lágrimas morreu com seu filho nos braços, após, sua alma se distancia do corpo até o ser feminino, que arrebata de seu corpo um espírito monstruoso, a personificação dos anos de escravidão, devido sua maldade ser larga como os séculos deste tempo. Depois o ser invade o corpo da mulher arrastando sua alma, a possessa, conquistando o poder de seu desejo: materializar a sua tristeza do amor por meio dum metal distinto que vem da alma e sai pelo corpo. Representando a vontade de Kieza tirar de si a tristeza mortal refletida dolorosamente da alma para o corpo, devido a lascívia do Senhor Edmo, para poder cuidar do seu amado filho, Taú. Os maus sentimentos são compactos como um metal, pesam as almas. Em seguida, a mulher antes falecida se levanta e diz:
"Eu, Mahara, nasci pelo Universo, e supero ele próprio, estou além de sua ordem cósmica. Verdade, os filhos tendem a superar os pais!"
No entanto, o sentido dos ponteiros do relógio profético continuou em vigor, Kieza não seria o Zaramorg. Seguidamente, um homem por vinte cinco longas noites dirigia a floresta para perseguir um atormentador ser, Mahara em Kieza. No mesmo período, que o filho da possuída mulher crescia, Taú. Ao serem completadas as vinte cinco longas noites, o jovem morreu e foi posto na floresta, não enterrado, pois ele próprio acreditava, como verdade, em sua ressurreição. Assim, a mãe de criação, a Senhora Benedita, conservou a mesma crença, porém com menos verdade. Por fim, Taú teve a visão de um homem, o Senhor Edmo, apontando uma arma contra Mahara. A visão de Taú retornou do azul a coloração natural, conquanto sua íris tenha permanecido azul, essa era a cor do raro Leão Branco, o Zaramorg. Ao qual é aquelas águas azuis que são contrárias as águas que trouxeram a escravidão, a naufragando ao trazer a libertação. Taú, levantou o torso, ficando em posição de assentado, olhou para seu corpo, e viu marcas cilíndricas brancas envoltas dos braços e pernas: o braço esquerdo tinha um no meio do antebraço e outra na região dos bíceps, igualmente estava as marcas no braço direito; nas pernas havia apenas uma marca no meio de cada canela. Do terno restara apenas as calças do conjunto branco, ainda até acima das marcas das canelas, devido a destruição anímica energética.
Taú, levantou-se, começou a caminhar em direção a outra área florestal, ao qual a visão mostrara Mahara e o Senhor Edmo, dizendo com a boca, pois seria insuportável dizer pelos pensamentos, devido a seriedade de suas ideias, e junto ao brilho das suas marcas:
"A crença que fez me esgotar completamente em desejo, por mim e a todos os meus irmãos, não é de homens delirantes por ébria esperança, é uma verdade universal, é para a ordem dos cosmos! Incumbida a um dos sofredores dessa desordem universal! Renasci por esse fim, diferente de como havia nascido, conforme o propósito do Universo, com o ser ordenado para ordem dos cosmos! Renasci, nascendo como Zaramorg! A minha alma e meu corpo mudaram por Zaramorg, aquele que fora profetizado para mudar a história dum povo! Assim, chamo a mim mesmo, unicamente, por aquele nome que é um nome para todos, Zaramorg, a Alma de Leão Branco!"
Zaramorg, vendo um fogo se alastrar pela floresta por um ser grande quadrúpede em chamas, vermelhas e negras, que corria em sua direção, utilizou do poder advindo pelo seu desejo: poder enfraquecer os outros pela intimidação provinda de sua alma, por meio das marcas brancas quando brilhantes. Representa que todos devem se submeter a ordem do Universo, ao qual ordena para a ordem dos seres, o seu bem. Um leão acima dos outros leões, um leão branco, que intimida para a preservação do bom convívio animal. Assim, os meteoros despencados pelas Estrelas Ardilosas, tiveram as suas chamas reduzidas diante da brilhante constelação do leão, pois o brilho de um meteoro é menor que duma estrela, segundo a ordem dos cosmos. Quando o Senhor Edmo transformado enfraquecia ao estar próximo de Zaramorg, cessando a corrida, tendo as suas chamas anômalas reduzidas, e começando a emitir gemidos movendo desorientado, Zaramorg o identificou, e disse enquanto puxava o anel metálico anômalo do pescoço de Senhor Edmo, enquanto enfraquecia mais, todo aquele medo e dor não eram mais fortes que a vontade universal herdada por Zaramorg na forma de intimidação, pois o próprio Senhor Edmo aceitou sua terrível condição:
"Não te sinto opor a esse poder que está o queimando, se aceitaste tua própria morte, nada faria contra nem a favor, pois se tornou isso pelo que sempre foi, mas existe alguém que o ama como amou a mim e meus irmão, por essa pessoa até feriria as minhas mãos nos mais espinhosos cactos para dar lhe uma rosa!"
Dessa forma, durante a fala, o anel metálico envolto por palha se rompeu nas mãos de Zaramorg, tornando-se um fio, depois saiu na pele um boneco de palha que estava ligado a ele, a transpassando sem danifica-la, porque conectava-se na alma. O boneco estava quase destruído, e com aspecto de queima. Todo o incêndio havia apagado, porque era originário dessa ramificação do poder de Mahara, era o mesmo fogo anômalo. Em meio a fumaça surgi Sekani, Ayo, Habib, Zaki e Zaire, em suas formas hediondas e igualmente poderosas ramificadas de Mahara, que vinha atrás junto a possessa Kieza. Ambos sentem intimidados e um pouco enfraquecidos, porém diz Mahara:
"Pelo visto tu serás desobediente a sua mãe, não está com saudades de mim meu filho, eu não renasci por ti! Há, há! Agarrem no que lhe daremos o prazer de morrer com a sua mãe ao seu lado, lhe dando os cuidados necessários! Também faço parte da ordem universal, nasci como todos, e esse é meu fim, dar a quem quiser, o que me convém!"
Os seguidores viam que Zaramorg só estava centrado em Mahara, pensando estarem sendo subestimados, avançaram irados sobre ele, mas Zaramorg permaneceu imóvel, e disse lhes enquanto o golpeavam:
"Sekani, Ayo, Habib, Zaki e Zaire vocês são do propósito de meu nascimento, uns dos que vim libertar, irmãos desfigurados pelos ferimentos da escravidão, se eu os ferir estarei ferindo o próprio cosmos!... Sekani, vim por mulheres e filhos como os seus... Ayo, renasci pelas irmãs adoráveis como a sua... Habib, vim por famílias iguais a que perdeste... Zaki e Zaire, vim para que outros como te sejam saldados multiplicadamente, cada, pelos duplicados sofrimentos... Ela, Mahara, deste esse poder para usar a seu favor as desgraças que lhes fizeste, a escravidão que trouxe para suas almas e corpos, como a todo o povo negro, ao acorrentá-los na pior das correntes e celas, mas se confiarem, poderemos sair em sentido a prisão mais espaçosa que houver... Digo a verdade, pois estou os entregando meu corpo, pois ele é de vocês, por vocês renasci!"
Os seguidores, durante a fala, mais para o final, haviam terminado o espancamento, pois estavam perplexos pelo fato desse homem os conhecer, não reagir dizendo ser por fidelidade, e dizer que a mulher ao qual seguiam era a culpada pela escravidão. Ao olharem para Mahara, ela estava agonizando, pois ao Zaramorg enfraquece-la, a sua mãe Kieza, despertou-se, e começara a reagir contra a possessão, quando assumiu a maior parte do domínio corpóreo, disse:
"Me mate... Me mate... É o que pude ver... Assim, ela não retornará... O amo meu filho, já estou feliz por vê-lo, mas isso é maior que nosso amor..."
Ferido, Zaramorg levantou-se, sério, porém com lágrimas escorrendo estava em pé, e junto dos perplexos seguidores de Mahara via perante ti a maior das batalhas, a contra si mesmo.
Como o incêndio teve suas chamas apagadas na floresta, mas o queimado não, assim, Zaramorg poderá extinguir o fogo da escravidão, acrescentando um novo doloroso queimado em Céu Verde. Porém, mesmo com estas chamas alastradas até a alma de sua mãe Kieza, Zaramorg pretenderá apagá-las e reflorescer a sua flora, fazendo renascer a passada verdejante felicidade. Zaramorg vendo fixamente, Kieza chorar resignada, apertou fortemente o punho, e começou a andar devagar em direção a sua mãe, pisando sobre a destruição desta secular escravidão, para apagá-la junto com o seu Incendiário, Mahara. Sekani, Ayo, Habib, Zaki e Zaire, ao verem o intrigante homem mover até sua identificada mãe, após ela pedir que a mate, conjunto as suas palavras esperançosas e acusadoras, sentiram-se indignos pela reverência, ao as mesmas serem confirmadas pelo andar de Zaramorg, que pisoteava todas as suas cumplicidades com Mahara. Sekani, Ayo e Habib, relembraram do que fizeram devido as mortes cruéis de seus familiares, e esse homem, o Zaramorg, parecia estar disposto a matar sua própria mãe por eles, pela sua salvação. Era uma compaixão insuportável, pois viviam para vingá-los, e nunca sacrificariam os seus familiares pelos que houvessem feito algum mal a eles. Vingança motivada pelo verdadeiro ser a odiar, o projetista daquelas pesadas correntes e grilhões esmagadores de almas, da escravidão. Assim, sentiram-se tristes e irados, por haverem percebido a manipulação; os poderosos bonecos de palha eram eles ao serem manuseados por Mahara. Sekani olhou para direita, ao ver perifericamente vultos entre as fumaças, e disse com o semblante sério a Zaramorg ao olhar para o seu próprio corpo apavorante, pressentindo algo:
"Não irei lamentar a morte de sua mãe, mas sentirei aliviado e satisfeito, se com ela morrer Mahara, e todos os sofrimentos ao qual nós e nossos parentes fomos acometidos por séculos. O que farei ainda será por vingança, mas uma maior. Agradeço, tu me fizeste ver em quem devo esgotar meus olhos, e fechá-los com todo o meu obstinado rancor. As vezes na outra vida, eu possa sentir bons sentimentos novamente, e chorar de alegria por esse momento. Mas, nessa, estou absorto nesta vingança."
Zaramorg olhando sua mãe, que estava de cabeça um pouco inclinada, respondeu a Sekani, e todos os demais antigos seguidores de Mahara:
"Muito nós perdemos por ela, e todos os afiliados desta antiga desgraça. Assim, não irei deixar perdido, mas resgatarei tudo que for possível de encontrar, nem eu e nem vocês, poderemos fazer isso, se nos deixarmos perder, ao sermos levados por nós mesmos a qualquer lugar."
Quando Sekani responderia, Ayo adiantou-se:
"Primeiro, nos mostre se você foi encontrado, podemos até ajudar!"
Após esta exclamativa pronúncia, Ayo fez um movimento vertical com a cabeça como sinal, de que ambos, e todos, ao se olharem, pressentiam o mesmo: seria o fim deles, diante alguma novidade. Depois, os vários vultos em meio ao fumo, revelaram-se feitores da fazenda Céu Verde, que ficaram assustados e estranhados perante aqueles seres monstruosos: todos eram altos, musculosos, com específicas diferenças fisionômicas, fios de metal distinto e palha entrelaçados entre si, que envolvem cada, algumas partes do corpo, igualmente os braços e pernas. A pele tinha a mesma substância de palha, mas aparente a pele, com colorações distintas entre eles: Sekani, pele vermelho claro, Ayo, pele amarela clara, Habib, roxo claro, Zaki e Zaire, marrom claro. Devido a cor dos bonecos de palha aos quais engoliram. Por fim, os músculos eram rígidos como metal. Ao verem os armados feitores, fizeram aqueles fios entrelaçados fixos no corpo, como o seu ódio, percorreram a pele aceleradamente, mas estáticos em sua posição, faiscando. Logo, atacaram os feitores, que começaram a disparar contra, no entanto, o atrito faiscante do conflito entre eles e o sofrimento, estraçalharia sem poder tocar nos feitores, pois o que está dentro sai pelo que está fora. Estraçalharam os feitores pelos fios acelerados. Enquanto, as libertas rochas da escravidão rolavam sobre as cercas dela, visando chocarem contra o seu grande muro, o Leão Branco, mais atrás, andava para desabá-lo quando estivesse rachado. Os antigos seguidores de Mahara estavam fazendo a cobertura do Zaramorg. Quando estava quase próximo a sua mãe Kieza, ela disse-lhe, tremendo pelo esforço de conter o espírito Mahara, e chorando silenciosamente:
"Filho... não importa se teu toque for violento... será para mim como um amoroso abraço... que me fará morrer, como se eu adormecesse em alegria... Seja forte... Quando estava despertando eu vi... tinha caído e Mahara morrido dentro de mim... isso me fortaleceu."
Então, Taú, seu filho, o Zaramorg, deu-lhe um abraço em lágrimas, e disse a sua surpreendida e mais comovida mãe:
"O meu e seu retorno, é a prova de que mesmo sem sabermos como proceder, acreditando desejosamente, conseguiremos, e tudo que perdemos será restituído... Eu desejo, restituir a sua vida para amá-la como não pude amar... Iremos recuperar!
Devido a comoção, Kieza fraquejou contra Mahara, e esta tomou posse da metade esquerda do seu corpo, e usou seu poder, fazendo sair das pontas dos dedos o mental singular, e perfurou a sua barriga. Porém, aquele poder originou-se pelo amor de Kieza a Zaramorg, sendo mais uma de suas armas, o inimigo iria se armar contra si mesmo, neste combate entre a abolição e escravidão. Após a perfuração, Zaramorg havia se ligado definitivamente via o poder de Kieza, a sua alma, emanando um piscar luminoso, igualmente a luz solar em intensidade, sendo uma manifestação energética deste imenso amor, a causa era um encanto, que atraiu a atenção de todos os presentes. Viram um abraço resiliente em amor, disposto a entregar-se a toda dor, até a morte. Uma energia azulada percorria o corpo de ambos, fluindo como um campo encostado nas suas peles. Conseguinte, Zaramorg se viu num lugar com várias luzes que cruzavam entre si, advindo até os joelhos, sobre um cérebro transparente ao qual fluía energia, neste ambiente havia o mesmo cenário fora do corpo de Kieza, porém maior, por haver diminuído, ao residir no corpo dela. Diante Zaramorg estava Mahara, o primeiro tinha seu corpo com a mesma fisionomia, já o segundo distinto, assumindo sua tenebrosa forma espiritual, mas ambos estavam com igual substância, energética e mais sólida, também igualmente distintos na coloração. Zaramorg com as marcas e olhos azuis, enquanto o restante, branco, já Mahara toda de tonalidade rosa escuro. O espírito dela era muito mais alto comparado a Zaramorg, e a estrutura semelhante a cabelo, demasiadamente longa e larga, chegava até a região semelhante a joelhos. Os cabelos espirituais de Mahara se transformaram por inteiro numa criatura nebulosa e energética, Mahara utilizou toda a sobra do seu poder, certa de que superaria absolutamente o Universo, o desígnio cósmico da libertação do povo africano, ao desintegrar a Alma de Leão Branco, o Zaramorg. No entanto, esse propósito era guiado por uma cósmica vontade, crescente universalmente. Então, Taú, o Zaramorg, perante aquele ser que encobria horizontalmente quase todo o lugar, escutou a exclamação de Mahara:
"Você sofreu a morte da vida, depois do corpo, agora será da alma, esta terceira derrota é a definitiva, aceite o meu propósito universal!!!"
Após ouvir isso, Zaramorg, olhou para baixo: o seu corpo e as várias cruzadas de luzes, e rebateu exclamando:
"Aqui dentro há um único universo, que é vivo, e movido por uma vontade única! Você está cercada, e será esmagada pela escrava, mãe do escravo, junto a ele, como você cercou, e esmagou o senhor dos escravos, senhora da escravidão!"
Então, o Zaramorg, concentrou-se no lugar, e seu desejo em vencer contra a criatura, assim, as luzes cruzadas começaram a contatar sua alma, intensificando em número e energia. Conseguinte, correu em direção a evocação, a dissipando com a mãos como fumaça, a mesma não conseguiu contrapor à vontade do Zaramorg com a própria, aliado a energia da alma de sua mãe, enfraquecendo a excessivamente. Esgotada, Mahara espantou-se, a gravidade da desordem cósmica causada pela escravidão recairia gravemente em seu corpo, duplicada em dois propósitos de universo, em Kieza e no Cosmos. Porém, Mahara, lembrando da sua solidão passada, e do juramento que fizera a si mesmo, elevou seu desejo de vitória, conseguindo equipará-lo ao de Zaramorg. Levantou-se lentamente, permaneceu em pé tremendo levemente, e disse a Zaramorg, que substituíra a corrida pelo andar ao ver Mahara determinada:
"No Cosmos nasci por uma punição, sendo a união de um povo espiritual, que intentou em mudar a ordem universal!... Assim, o Cosmos mudou todo esse povo, os reconstruindo como seres vivos espirituais, de modo a serem punidos, os transformando num único ser, com nova consciência e corpo, desconhecido do passado... Que mesmo assim seria punido pelo passado!... Tudo para mostrar o quão grave seria transformar a natureza de um ser vivo, por própria vontade... Fraca, desprezada e na solidão deveria viver!... Não desejo ter sua misericórdia, mas fazê-lo conhecer que tenho uma vontade tremenda, que preservará a minha existência, com toda a certeza!... Se existo, o Cosmos existe sem tudo poder, pois ele pode conosco, estamos unidos para sempre, assim eu decidirei sempre existir!"
Sério, Zaramorg respondeu:
"Então tu assumes que traiu a unidade universal de todos os seres? O que houve, não foi uma nova vida, para restituição dos erros da antiga? Você não seria desprezada até provares que poderia ser amada, porém preferiu a vingança?... Sei, prove a mim se aceita a mudança, e que tua vontade é forte o suficiente para preservar sua existência."
Assim, Zaramorg, tocou em Mahara, fazendo o elo energético espiritual entre ele e sua mãe, Kieza, unisse a Mahara, desse modo, os sentimentos e pensamentos de ambos fluíram para Mahara, fazendo-a conscientizar-se sobre o amor, a justiça e o sofrimento, emocionando a silenciosamente quanto a isso. Depois novamente, Zaramorg concentrou seu desejo de assassínio em Mahara ao máximo, e disse a ela ao percebê-la minuciosamente emocionada, antes de desferir o soco:
"Basta provar que tem à vontade de retornar para uma nova vida, como um novo ser vivo, ao morrer não haverá mais nenhuma punição vigente!"
Ao Zaramorg golpear Mahara, emanou-se uma estupefata luminosidade desde o interior até o exterior da alma de Kieza, fazendo-a cair no solo como seu filho. Igualmente caídos havia Sekani, Ayo, Habib, Zaki e Zaire, estavam gravemente feridos, quase mortos, porque o enfraquecimento de Mahara durante o confronto contra o Zaramorg, os fizeram perder seus poderes quando faltavam poucos feitores a morrerem; ao as libertas rochas colidirem contra o grande muro, Mahara, inevitavelmente despedaçaram-se. Também, no mesmo solo estava a Senhora Benedita junto ao Senhor Edmo, que havia contado sobre a generosidade de Taú, como pedira perdão a ela pelas crueldades cometidas por ele, que a feriram dolorosamente. Antes de vir a falecer. O dia amanhecia, e mesmo diante a tanta queima, a flora havia reflorescido em muitos lugares do Brasil naquele dia, 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea. Os espíritos protetores dos africanos que haviam sido aprisionados, curaram e consolaram os sofredores Sekani, Ayo, Habib, Zaki e Zaire, como construíram com seus corpos espirituais, em sinal de perdão, por haverem falhado em protegê-los, um lugar místico, onde os libertos escravos pudessem viver com plena liberdade, o quilombo Kasar Kyauta, a Terra Livre. Antes da sua construção, os espíritos confiaram a Zaramorg a guarda deste sagrado lugar, como de todos que nele habitarão. Por fim, durante anos houve fraternidade entre os habitantes de Kasar Kyauta, pela regência do Zaramorg, ao qual como todos, pôde restituir sua própria vida na felicidade, junto a nova vasta família, até quando a ordem cósmica não desordenar.
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