Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

XXXIV: Bosque dos Bodes Malditos

MIRA NÃO APARECEU na Arena. Se a kitsune sabia que Ancísio estaria lá e esperava nosso confronto, eu não tinha a menor ideia. Raposas são trapaceiras, mesmo Mira tendo um sorriso e grande gentileza.

Mattheo e eu saímos dali. Não trocamos uma palavra, talvez porque não quisesse tocar no assunto inquietante entre nós, a minha personalidade.

O filho de Zeus era uma boa pessoa, por mais que eu odiasse admitir isso. Mattheo tinha muitas qualidades que eu não possuía, era uma boa pessoa e não se colocava no topo do pedestal antes dos outros.

Yushami Thunder era só mais um fetiche para se esconder atrás de tudo o que tinha medo. E porque refiro a mim mesmo em terceira pessoa, porque tenho vergonha de tudo o que fui e tudo o que resta de ruim em mim.

Eu odiava os deuses em muitas coisas, principalmente por esconderem detalhes da minha vida mortal, mas eram certos quanto a mim. Zeus poderia ter me destruído, mas me usou para trazer seu filho até aqui, fez eu pagar justamente por meus erros.

E eu sou o ápice da ignorância humana. Egocêntrico, narcisista, rude e patife. Por muito tempo eu tive medo de continuar sendo o garoto que sofrera bullying ou fosse o nerd mais estranho do planeta que acabei me tornando algo tão estúpido e fútil.

Não que eu esteja considerando tudo que fiz de errado porque estou morrendo, mas porque nunca é tarde para reconhecer a si mesmo - demorei muito tempo para perceber isso. E agora, com sangue do lado direito de górgona correndo pelo seu corpo, você reflete sobre toda a estupidez de sua vida.

Alguns minutos e uma dor forte atingiu minha cabeça como uma pedra em alta velocidade. Meus músculos se tornaram pesados, mal conseguia me mexer. Minha visão falhou e tive uma vertigem.

Tudo se tornou preto e assustador, tive medo de que fosse Tânatos me esperando desmaiar para levar meu corpo ao mundo dos mortos.

Sussurros preencheram meus ouvidos e um forte feixe de luz atingiu meus olhos. No Mundo Inferior é tão claro assim?!

Era só a lanterna do celular de Alice que incomodava meu rosto. Ela desligou assim que percebeu que eu sentei na maca que estava deitado.

- Boa noite, Bela Adormecida - sorriu para mim quando me viu olhar desconfortável por todo o ambiente.

Estava na enfermaria e ela estava milagrosamente vazia. Somente eu e Alice, algumas lâmpadas também marcaram sua presença.

Não tinha sol lá fora, apenas a luz da lua que brilhava intensamente no céu escuro. O acampamento estaria tão escuro senão fosse as tochas do anfiteatro e outras espalhadas pelas trilhas do campo.

- Quanto tempo eu dormi? - Perguntei coçando minha cabeça um pouco confuso. - Que horas são?

- O jantar já passou, peixinho - um sorriso se formou nos lábios de batom vermelho. - Todos estão nos bosques agora. Está perdendo o jogo!

- Di immortales! Eu apaguei por tanto tempo assim? - Disse quando minha visão falhou por um instante. Estava zonzo e com muita vontade de dormir novamente.

- Sim - Alice respondeu percebendo a expressão do meu rosto. - E agora você precisa descansar. Você está muito fraco, Yushi.

- N-não - neguei me levantando da cama descalço. - O que eu preciso é do meu chalé...

Minhas pernas fraquejaram. Eu iria cair de cara no chão, mas Alice conseguiu segurar meus braços de joelhos e me sentou ali mesmo. O piso frio e úmido estava confortante como o colchão da minha cama ou era minha vontade imensa de dormir.

- Você precisa descansar, Yushi - vi seus olhos cheios de preocupação. - Não pode se esforçar muito até que...

Ela escondeu as palavras para que eu não soubesse.

- Você é linda, sabia?! - Minha voz estava rouca e falha. Podia ouvir zumbidos nos meus ouvidos como canções de ninar dos malditos filhos de Hipnos. - Nunca te disse isso, mas você é m-muito linda...

- Yushi... - O rostinho de Alice ia e vinha com a minha vertigem. Passei a mão no seu rosto e soltei risadas nada sóbrias para alguém normal. - Olha, uma filha de Deméter preparou um chá para melhorar seu estado. Dillan providenciou um remédio em sua veia para que descansasse sem dores...

Ela tinha toda a razão. Mal conseguia identificar quantos dedos tinha em minhas mãos. O mundo girava e minha cabeça começou a ter torcicolos.

Uma estrelinha. Duas. O rosto de Alice sumiu do meu campo de visão.

[...]

- O filho de Zeus quase destruiu duas árvores com relâmpagos - sussurros faziam eco em minha cabeça assim que acordei.

- Um filho de Apolo destruiu meu escudo com uma de suas flechas pontiagudas - outro dizia com a voz falha à duas macas da minha.

Meu corpo ainda estava cansado, mas minha mente estava sã. Procurei Alice pela enfermaria, mas as únicas garotas que encontrei foram guerreiras sardentas de Ares que chutavam os sátiros quando se aproximavam de suas macas.

Okay. Nada de pessoas gentis por aqui. Pensei assim que consegui me sentar.

Aos meus dois lados, quaisquer macas que tivesse na enfermaria, estavam ocupadas por um campista ferido depois de ontem à noite no Capture a Bandeira.

Alguns loucos eu reconhecia. Dentre eles estava Conner Foxx, costumávamos ter uma rixa por eu ter conquistado uma filha de Afrodite, mas logo descobri que Ancísio era mais babaca que qualquer outro de seus irmãos. Mike Potts, de Hermes, também estava ali, ele trouxe para mim a primeira revista de... Bem. Assunto irrelevante agora.

- Olha - outro disse num tom surpreso e tive a certeza de que apontou para mim. - O filho de Poseidon voltou da sua missão. Dizem que quase morreram naquela ilha...

- Já ouviu os boatos de que ele tem um caso com...

- Vocês não conseguem ser mais inconvenientes, não?! -Eu gritei para eles que arregalaram os olhos. - Obrigado!

Então ouvi o barulho de botas de couro pisarem sobre o chão de madeira da Casa Grande. O seu perfume floral era inconfundível desde que senti o seu cheiro perto de mim.

Alice passou no meio dos garotos e seu vestido preto sob uma jaqueta jeans sem mangas fez os garotos - um bando de idiotas - , olharem para seu corpo enquanto caminhava até mim.

- Bom dia, patife! - Ela sorriu para mim se sentando na minha maca, aos meus pés. Escondeu sua mecha atrás do cabelo que incomodava os olhos, depois me entregou o recipiente branco que tinha em mãos.

- O que é isso?! - Levantei uma sobrancelha, confuso.

- Comida - ela abriu a vasilha por cima de meus braços. - Panquecas. Pão amanteigado. Uma maçã.

- Espera... - Analisei cada detalhe de sua expressão facial. - Qual é o truque?!

- Que truque? - Ela perguntou confusa, então percebeu que falava de sua boa atitude. - Yushi, eu só trouxe alguma coisa para você comer antes de irmos para a Casa Grande...

- Tudo bem! - disse antes de comer um pedaço de panqueca. Então vi Alice me observar cuidadosamente com seus olhos castanhos escuros - Achei que homens como eu, narcisistas e egocêntricos, fossem somente objetos sexuais para garotas como você.

Ela riu alto e todos a olharam curiosos. Sua expressão fria e brava fez todos desviarem-se imediatamente.

- Na maior parte do tempo, sim - concordou para mim quando pôs uma perna sobre a outra. As botas de couro reluziam em seus pés e o seu vestido fazia Alice chamar atenção mais que qualquer outra coisa ali - Por isso, preciso de você sadio. Temos algumas coisas importantes para fazer hoje!

- Então tá - disse apoiando minhas mãos na lateral da maca e me levantando. - Onde vamos primeiro?

- Para o seu chalé - ela disse ao se levantar. Balançou os cabelos e as madeixas violetas balançaram como fitas de ginástica fosforescentes sobre o ginásio escuro. - Depois de um banho, toda a Guarda-Herói irá se encontrar com o Conselho de Anciões do Casco Fendido a respeito da nossa missão.

Isso piorava a cada instante. Me recompus e apenas tentei imaginar a água do chuveiro caindo em minhas costas, isso me trazia paz mais que qualquer coisa.

- Você sabe por que Mira não apareceu ontem na Arena? - Perguntei para a filha de Hades e ela pôs o cabelo atrás da orelha desviando os olhos, como sempre fazia quando se sentia desconfortável por mentir. - Ela não foi atrás de algo para me curar, foi?

- Vamos nos concentrar em resolver as coisas aqui primeiro - ela disse, não me respondendo. - Você vai para o seu chalé. Vou ver se Luka já acordou e nos encontramos nos bosques às 10:00 horas.

- Tudo bem - disse antes de sair da enfermaria e caminhar no corredor da Casa Grande até o lado de fora da varanda.

O dia estava mais fresco que o normal. De longe, os campos de morango estavam tão vermelhos quanto minha pele quando peguei catapora no orfanato. As árvores se mexiam como papel quando o vento debutava de um lado para outro.

Desci a campina e segui para o agrupamento de chalés. Um domingo normal de verão exceto pelo fato de que se via homens-bode correrem atrás de mulheres que pulavam na água e se uniam à ela.

Meu chalé tinha o mesmo cheiro salgado. A fonte brilhou no canto com os dracmas de ouro no fundo da água. Minha cama estava posta com minha mochila da missão jogada sobre ela.

Depois de um banho, vesti uma bermuda de praia para aproveitar o clima fresco. Me ver com uma bermuda pode ser algo incomum, mas há sempre boas ocasiões, e por isso calcei os tênis atléticos no fundo do guarda-roupas.

Não deixei minha espada para trás, naquela última semana aprendi que monstros adoram nos pegar desprevenidos em qualquer local.

Eu passei pelos estábulos, onde pude ver meus amigos pégasos se lamentando por carregarem os musculosos e pesados feito burros de carga.

A floresta começou a se fechar por arbustos e árvores centenárias. O inconfundível verde da floresta de Long Island era a única cor naquela parte do bosque.

À minha frente, duas árvores estavam postas como a entrada para outra parte do bosque, inacessível por dois grandes arbustos da natureza.

- Oh ninfas que guardam o bosque - disse o mais melódico que eu podia ser. - Yushami Thunder tem uma reunião com o Conselho dos Anciões.

As duas árvores se tornaram belas ninfas com pele verde e cabelos extremamente marrons. Suas feições elfícas me analisaram genuinamente antes de um sorriso.

Deixaram eu passar antes que olhassem para trás e as visse transformarem-se nas duas árvores novamente.

Um pouco a frente, entrei na caldeira de grama macia como algodão-doce com corante esverdeado. Árvores grandes circundavam, provavelmente, árvores centenárias por seus troncos rígidos e rústicos e sua coloração avermelhada e febril.

Tocos de madeira estavam espalhados sobre a caldeira de forma circular. Um grupo de homens-bode os preenchiam com seus chifres pontudos e as bundas peludas.

Próximo a mim, as únicas silhuetas normais eram de sete campistas de estaturas variadas. Uma bunda de cavalo constrangedora ao lado das pessoas estragou minha visão.

Nelson Hanks se virou e sorriu para mim. O centauro tinha a mesma expressão da primeira vez que foi me visitar no orfanato, emocionado, admirado e feliz.

- Yushami Thunder está aqui - ele disse alto para que os sátiros ouvissem. Logo estendeu o braço para que me aproximasse. Hanks pôs a mão em meu ombro quando fiquei ao seu lado. - O filho de Poseidon cumpriu sua missão. Cada um desses garotos aqui presentes são uma prova de seu êxito.

-'Garotos que invadiram nosso bosque, por sinal - um dos sátiros mais velhos murmurou.

-A única prova que é verídica é o garoto mais alto entre todos - um sátiro mais alto e barbudo apontou para Luka no fim da fila à minha direita. - O filho de Zeus está vivo. As missões dos sátiros buscadores voltaram ao normal graças ao extermínio de alguns monstros orientais. Tudo parece estar em perfeita ordem...

- É o que parece, não é? - Retruquei dando de ombros.

- Alguma pergunta, filho de Poseidon? - O gorducho coçou a barba e me fitou furioso.

O sátiro certamente era o líder, seus chifres mais longos e curvilíneos. Sua barba descia a barriga e escondia sua boca, quase não identifiquei suas palavras abafadas.

- Não tenho nenhuma pergunta - respondi revirando os olhos. - A minha missão foi um êxito. Trouxe o filho de Zeus para cá. Meus amigos estão todos vivos. Não tenho nada a dizer...

- Que pena - o sátiro a direita do gorducho retrucou cínico. Ele tinha uma feição diabólica como os antigos professores de aritmética te olhavam quando dizia que a matemática não serviria para nada em seu futuro. - Temos muito o que dizer a seu respeito, Yushami Thunder.

- Do que você está falando, Cornélios? - Hanks se dirigiu bravo.

O sátiro sorriu como se esperasse muito tempo para aquilo. A sua barba marrom ao peitoral o fazia parecer muito o Papai Noel de Ressaca com os olhos esbugalhados e a barriga imensa.

- Ele causou a ira dos deuses - pronunciou Cornélios, o bode. - Atraiu monstros de todos os cantos do mundo e os fez vir para cá. Colocou a vida de centenas de meio-sangues desprotegidos em perigo...

- Isso já passou - Luka disse para eles.

- A questão é que não podemos relevar isso - retrucou novamente. Outros sátiros concordaram com a cabeça. - Ele fez tudo isso simplesmente por seus surtos de criança e birra por que os deuses não te contaram...

- Já chega, Cornélios! - O sátiro mais velho bateu seu cajado no chão. - Yushami Thunder tem seus problemas, mas ele cumpriu sua mão. Outros assuntos, ele resolve com os deuses.

- O quê?! - Ficou desconfortável em seu toco. - Vai deixar esse menininho sair impune? Não acredito, Boris!

- Por quê?! - Eu lhe disse bravo. Hanks olhou para mim com o olhar de decepção de quando fazia besteira. - Estou pagando pelos meus pecados, isso já basta. Talvez eu tenha prejudicado e colocado os sátiros-buscadores em perigos, mas me arrependo por isso.

- Já basta! - Boris disse de novo. - Yushami Thunder em partes está certo...

- Olha só - interrompi-o. - Eu sou muito estúpido e ignorante às vezes, mas paguei por cada um dos meus erros quando fui para àquela ilha. Tive meu crânio quase estourado por uma Banshee, um cão negro demoníaco quase quebrou minha coluna. Mas aqui estou eu, discutindo com um bando de... Bodes sem noção!

E eu acabara de abusar da sorte, como sempre. Hanks me olhou estupefato e depois olhou para os sátiros com medo de sua reação.

Enquanto isso, Dillan e Kaique deram risadinhas quando deixei Cornélios furioso.

- Haha! - Boris pareceu se divertir com minha reação. Seus olhos encheram de lágrimas e segurou sua barriga por rir tanto. - Você tem garra, garoto. Por isso vamos deixar que você vá.

- Obrigado?! - Levantei uma sobrancelha confuso com tudo isso. Hanks acenou para que fossemos, mas não podia ir assim. - Ah, Cornélios... Quem sabe na próxima você consegue punir o garoto aqui mais bonito que você?

Nós fomos embora e meus amigos riam à beça do meu lado. Hanks escondeu seu riso mas logo se rendeu à ele.

- Você é muito babaca, Thunder - Alice disse batendo seu ombro no meu. - O melhor babaca que eu conheço.

- E louco - Luka disse à minha esquerda.

- Okay - Hanks disse assim que passamos pelas duas dríades na entrada do bosque. - Todos vocês no anfiteatro hoje, uma noite muito especial.

Tive a impressão de que Hanks me escondia alguma coisa.

- Okay, vou passar no meu chalé e quando as trombetas soarem, pode ter certeza que eu vou estar lá.

- Tchau, dorminhoco - Alice piscou para mim.

- Tchau, xuxu! - Lancei-lhe um beijo antes de passar pelos estábulos.

Fui imediatamente para meu chalé. Meus olhos ainda estavam pesados e sentia cansaço físico em cada parte do meu corpo, aquilo sim era uma grande tortura para mim.

Dentro do meu chalé nem parecia ter um sol lá fora. A brisa fresca do mar me fazia agradecer por ser Poseidon o meu pai, ele literalmente era o deus mais legal dos olimpianos.

Embora tivesse sono, algo não deixara eu dormir. Fiquei ali por muitas horas e de nada funcionou. Então, apenas me levantei e calcei os sapatos de novo.

Sai para fora e caminhei decidido a dar um jeito no meu sono. Nada melhor que o chalé de Hipnos para isso.

- Boa tarde, Yushami - um garoto atendeu a porta. Sua pele tão pálida e os olhos negros quase me fizeram ver um defunto, mas porque todos eles não gostavam nem um pouco de sair ao sol. - Quem está procurando?

- Na verdade é o que estou procurando - indaguei enquanto espiei para dentro do chalé. - Com licença.

- Ei!

Naquele momento meus joelhos fraquejaram. Meus olhos estavam ainda mais pesados e me esforcei para não dormir ali mesmo, era o que se esperar do chalé de Hipnos.

- O grande matador de monstros - Mark Gibbison curtiu para mim da sua poltrona aconchegante. - O que te traz aqui?

- Isso! - Apontei para cima onde um galho de árvore pingava um líquido em várias tinas, para mim, era mais como um boa noite Cinderela ecológico. - Quero uma dose disso para dormir bem um bom tempo...

- Ah-rã - ele disse sádico e cínico. - Você quis dizer que quer tomar uma gota desse galho e esquecer de muitas coisas que se lembra. Isso não é tarja-preta!

- É, então o que é?

- Psiu! - Uma das crianças da beliche deu um grito antes de cair no sono de novo.

- Isso é de um álamo do reino do pai de sua namorada! - Acho que se referia de Hades e Alice; e ela não era minha namorada, tecnicamente. - A árvore é mergulhada no rio Lete, o rio do esquecimento.

- Isso foi tão inútil quanto apostar corrida com um filho de Hermes - murmurei quase praguejando. - Não podem me ajudar...

- Vamos ver isso agora mesmo - Mark disse antes de começar a fechar os dois olhos. -Hum, mãe deixa eu dormir... Cof! Quer dizer, vamos ver o que está acontecendo!

Mark se levantou da poltrona e caminhou até mim como um sonâmbulo. Seus passos eram tão delicados que parecia estar vendo um fantasma naquele momento.

Chegou perto de mim e tive uma vontade enorme de pestanejar. Meu corpo não parecia cansado, parecia estar dormindo, desligado. Minha mente estava tão leve que por um minuto vi vários cavalos-marinhos nadando por cima de algas.

Pôs a mão na frente dos meus olhos e os fechei instantaneamente. Minha mente só percebia uma música lenta tocada no fundo e as chamas de uma clareira queimarem madeiras como milho de pipoca.

Ele estalou os dedos e abri os olhos.

- Alguma coisa me impede de... - Mark coçou seus cabelos negros incomodado. - Não pode ser. Não posso te ajudar, isso é muito forte. Muito obrigado por ter vindo!

Me despejaram para fora. O chalé de Hipnos era tão "hipnótico" que do lado de fora a noite começara a aparecer, nada de sol e a lua brilhava em meio as estrelas.

Olhei para o alto da campina e as luzes do Anfiteatro estavam acesas. Fiquei preso num chalé por mais de 4 horas e nem percebi, até porque nenhum filho de Hipnos se importou com o jantar.

Segui ao anfiteatro. Atrás, o lago de canoagem refletia a luz da lua como um espelho cintilante. Logo acima, depois do Anfiteatro, a parede de lava parecia um vulcão ativo no meio de uma ilha deserta.

O som das liras e violões dos filhos de Apolo começaram a tocar. Uma melodia que faria qualquer mortal procurar seu artista no Google, mas não encontrariam nada sobre um deus grego compor músicas para seus filhos o vangloriar.

Sentei em um espaço mais vazio que os demais, afinal, era um dos únicos que não possuía irmãos para me apertar no banco. Não se engane, os assentos de mármore são tão confortáveis como as poltronas de cinema que tanto gostam.

A fogueira no centro tinha chamas altas. Do lado dela, um homem com camisa de praia com estampa de tigre estragava a minha visão, do outro Hanks com a bunda de um corsel negro fora da cadeira de rodas.

O senhor D, com a camisa com estampas de tigre, olhava para todos os campistas em busca de alguém em especial. Dioniso nunca esteve tão agitado como naquela noite.

Luka se sentou do meu lado e me cumprimentou. Nos assentos do outro lado do anfiteatro avistamos Trevor e Alice acenando para nós.

- Eles são uma peça - Luka indagou sorrindo.

- É, são mesmo - respondi passando os dedos pelo corte da minha mão. Na verdade, não dei muita moral para ele.

- Você tem sorte de ter todos os seus amigos - Luka disse emocionado. - Alice gosta de você, eu a conheço a bastante tempo para saber disso...

- Bem, e eu tenho pouco tempo para aproveitar isso - disse preocupado olhando para a mão machucada. - Mas vamos viver uma coisa de cada vez, não é?!

- Sim! - Luka pegou em meu joelho e sorriu. - Vamos ter força.

Assim a noite prosseguiu: os filhos de Apolo e os filhos de Dioniso prepararam um teatro hilário sobre a Guerra de Tróia. Os filhos de Atena distribuíram vasos de cerâmica com desenhos representativos para todos aqueles que voltaram de missões - Airam me entregou um.

- Olha - Luka apontou para o desenho de tinta escura no vaso. - Parece você e um...

- Cão negro? Pois é! - Respondi com risada. - Foi uma missão e tanto...

Então fomos surpreendidos por um céu tão claro por relâmpagos que caíram próximos a nós. Um estrondoso trovão nos assustou.

Então do horizonte o som de uma grande ave surgiu tão forte como um trovão. Uma águia sobrevoou o Anfiteatro, de suas asas faíscas de eletricidade saíam como fios desencapados. As suas patas tinham algo pendurado.

Uma garota pousou numa cambalhota tripla no meio do local. Sua mão esquerda carregava uma gládio de bronze celestial repleta de um líquido dourado.

Hanks e Dioniso se espantaram ao vê-la.

- Quem é você?! - O senhor D perguntou a ela estupefato.

- Meu nome é Fran Bowell e eu sou filha de Zeus! - Ela disse em voz alta e todos começaram a cochichar espantados. - Quem aqui se chama Yushami Thunder?

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro