XXIX: Visita aos Deuses
TALVEZ NÃO SEJA tão corajoso em dizer coisas aos deuses quando se está na frente deles. Lá estava eu, na frente dos doze grandes tronos com os deuses olimpianos me fitando em cada um deles.
A sala era grande demais para mim, literalmente. Ver todos os deuses me olhando me deixou um pouco desconfortável, afinal, fui eu quem disse tantas coisas desagradáveis deles nos últimos seis meses.
Alice segurou minha mão. Minha namorada me deu coragem ao segurar meu braço e sorrir para mim.
Meus amigos atrás estavam todos com medo ao analisaram as doze estaturas. Menos Airam, ela admirou sua mãe sem mostrar-se inferior aos deuses, mas educada.
Luara Monroe emocionou-se ao ver a deusa Ártemis sentada em seu trono, ao lado da deusa Afrodite.
Dillan ficou mais ereto e arrumou o topete loiro tentando mostrar uma postura mais viril para o pai, Apolo. Já Kaique, não teve nenhuma reação quando viu a deusa mais bonita dos doze, talvez porque Afrodite se importava mais com sua beleza do que com os próprios filhos.
- Semideuses - Zeus disse febril e sério. - Sejam bem-vindos à nossa reunião. Hoje, todos vocês estão aqui para tratarmos sobre a missão em Animália.
E então pude sentir a tensão tomar os meus amigos e mim tão rápido como os ventos de Zéfiro. Sabíamos muito bem do que os deuses queriam tratar, conhecíamos Zeus tempo suficiente para entender seus objetivos..
- Aí! - Ares murmurou com uma cara de desagrado - Podemos ir logo com isso?!
Revirei os olhos para ele.
- Yushami Thunder. Filho de Poseidon e líder da Guarda-Herói - Zeus disse com o tom de apresentador de televisão.
- Ex-líder da Guarda-Herói - corrigi.
- Que seja! - Revirou os olhos - Hoje está aqui depois de seis dias em que voltou da ilha mágica Animália. Enfrentando tantos perigos, conseguiu chegar ao paradeiro de Mattheo Luka, o meu filho.
Por cima dos ombros, pude ver as bochechas de Luka corarem como o céu vermelho no entardecer do dia.
- Cumpri a missão dada para mim! - Estendi os braços. - Aqui estou eu com todos que foram comigo. Também trouxe seus dois filhos, meu senhor Zeus!
Hera bufou por minha impertinência.
- Muito bem - ele disse coçando o grande bigode. - Há muitas coisas pendentes, você sabe disso desde nosso último encontro...
- Desde que disse para mim que a morte era algo bem menos doloroso do que o destino que eu teria? - Eu disse de braços cruzados e com raiva.
Meus amigos ficaram todos atônitos. Definitivamente, o modo que me dirigia aos deuses ainda era o mesmo que me fez quase morrer por causa disso.
Os deuses se entreolharam. Atena e Apolo pareciam afoitos com alguma coisa que me deixou bastante incomodado ao vê-los misteriosos. Ártemis dizia algo como "são os heróis mais corajosos que eu vi", enquanto a deusa do amor murmurei algo como a "coragem deles não me importa, mas olha só o quanto ele é bonitinho".
Depois, Poseidon e Zeus trocaram algumas palavras bastante relevantes. A expressão dos dois deuses era bastante intrigante.
- Todas as vezes que nos encontramos aqui é a mesma coisa, não é?! - Retruquei deixando-os perplexos. - A mesma impotência em não me dizer o que eu quero saber. Nada!
- Eu repensaria no que disse, garoto! - Hera disse furiosa.
- E eu pediria mais compaixão por nós - inclinei os braços mostrando meus amigos - Estamos aqui. Cumpri essa missão e não tive um minuto de paz pois descobri que algo bem pior pode acontecer...
Zeus coçou a barba nervoso novamente.
- Estamos aqui - disse mais furioso. - Se era para nós agradecer, acreditem, nos sentimos bem com isso. Se não têm mais nada a dizer, nós já vamos!
- Esperem! - A voz do rei do Olimpo ecoou por toda a sala dourada. - Ainda não. Temos assuntos para resolver com você, jovem Yushami.
Naquele instante, meu corpo inteiro gelou. Não era como jogar um balde de água fria em você e ver doze estaturas gigantes te olhando como um cisco estúpido, mas era como despejar um iceberg enquanto os deuses decidiam qual o seu maldito destino.
Olhei para Alice e ela ficou séria, talvez me mostrasse para não perder a coragem ou no fundo também estivesse com medo.
Dillan e Kaique como sempre, riam da minha situação.
- E então?! - Disse levantando os ombros. - De quais assuntos devemos falar?
Zeus franziu o cenho furioso. A típica expressão de que você está sendo irritante o suficiente para ser mandado de tobogã para o Mundo Inferior.
- Dê-nos alguns minutos - Atena disse sábia e calma. - Todos vocês podem esperar lá fora enquanto temos uma conversa particular.
Airam maravilhou-se ao ver a mãe tão confiante e segura no seu trono. Me perguntei quanto tempo ficou sem ver a deusa para que se emocionasse tanto daquela forma.
Assim que saímos, a porta se abriu. Caminhamos pelos corredores da grande construção real.
- Aí, Airam - Trevor virou a cabeça para trás enquanto caminhamos. - Você não se parece nem um pouco com a sua mãe.
- Cala a boca, Trevor! - Ela disse tocando sua cabeça com a haste do seu cilindro de metal.
Alice do meu lado segurou minha mão. Olhou para mim assim que me assustei ao vê-la cruzar os dedos nos meus, então ela sorriu para mim escondendo uma mecha atrás da orelha.
- Ui! - Ouvi Kaique gritar de euforia atrás dos meus ouvidos. - Temos dois pombinhos por aqui.
Alice e eu paramos. Trevor, Airam e Luara nos olharam espantados. Dillan, Kaique e os filhos de Zeus riam nas nossas costas.
Manter a compostura, pensei assim que olhei para Alice. Ainda consigo ser sarcástico o suficiente sendo um namorado descolado.
- Não me lembro da parte em que os pombos viraram símbolos de Poseidon e Hades - disse num tom sádico e ele ficou confuso. Alice riu do meu lado. - Não é Afrodite que tem os pombos como símbolo?
Kaique ficou de boca aberta, esperando sua resposta sair.
- Achei que o cúpido fosse coisa mais do Eros, Kay! - disse com um sorriso torto.
- Você fala assim mas dá graças aos deuses de Eros existir - disse num tom provocante. - Alice nunca teria dado bola para você sem um milagre divino!
Todos riram. Quando olhei para Alice ela sorriu e deu de ombros.
- Não acredito que estamos no Olimpo! - Luara exclamou eufórica logo em seguida.
- Espera! - Trevor levantou a mão. - Você nunca veio aqui?!
- E você já?! - Ela disse enquanto ele coçou a sobrancelha.
Mattheo e Fran se aproximaram um pouco vergonhosos.
- Vocês são muito...
- Irados?! -Fran respondeu com as íris azuis brilhando de aventura. - Estar com vocês é muito melhor do que cortar as cabeças de muitos monstros por aí.
- Eles aprenderam comigo, gata! - Dillan cantou a garota na nossa frente. Ele sim era um filho de Apolo sem nenhuma dúvida.
Fran levantou as sobrancelhas.
- Por que você estufou o peito, cara? - Kaique disse irônico e inconveniente para ele. O filho de Afrodite adorava estragar os planos de Dillan.
- Não estufei não - negou.
- Fez sim - Kaique disse.
Todos rimos de Dillan.
- Você sabe o que eles querem com você, Yushami? - Mattheo me perguntou preocupado.
- Isso está me cheirando a monstros a solta e sedentos para te matar e alguma coisa como Profecia Primordial! - Airam disse receosa.
- A cara do meu pai não foi a melhor! - Fran disse afoita.
- Ele nunca tem uma cara boa! - Mattheo retrucou. A ironia era uma coisa de família.
Ouvimos passos soarem do piso de ouro brilhante. Mais a frente, surgiu uma criança com um sobretudo marrom sobre o corpo.
A menina parou em nossa frente. Devia ter por volta de nove a doze anos, mas o seu sorriso puro e gentil era como o de um recém-nascido.
- Os deuses estão esperando por vocês. - sua voz doce e calma soou como o poder hipnótico dos filhos do deus do sono, mas esta nos dava mais calor, mais conforto.
- Espera! O porteiro do Olimpo é uma criança?! - Trevor disse decepcionado. Pisei no seu pé com vergonha da criança. - Ai, Yushami!
- Não é assim que se deve falar com uma deusa, Trevor! - Disse sorrindo para a menina.
A menina começou a brilhar, todos fechamos os olhos, pois não conseguimos ver a forma de um deus sem nos machucar. Agora, era uma deusa com vestes brancas e um cinto dourado na sua cintura.
- Sou Hestia, jovem Trevor - ela disse gentilmente para ele. -Sou a deusa da lareira, da casa e da família.
Seus cachos pretos escorregaram pelo rosto delicado e jovial. Os olhos castanhos eram calorosos como o de uma mãe, nos deixava seguros, confortáveis.
- Mil desculpas, senhora Hestia! - Aquela foi a primeira vez em que vi Trevor com tanta vergonha.
Ela sorriu para ele.
Hestia era a deusa da lareira. Talvez não ache ela tão importante quanto os doze deuses, mas antes saiba que ela abdicou o seu trono e o deu para Dioniso para evitar qualquer conflito.
Ela era a deusa que regia a lareira do Olimpo, na sala real. Hestia era uma das causas pelo Olimpo ainda estar de pé, era a deusa que mantinha todas as famílias unidas quando se sentavam à mesa todas as noites ao lado das chamas da lareira.
Acredite, é a deusa mais legal e gentil que conheci em todos os meus anos de meio-sangue.
- Olá, Yushami Thunder! - Ela disse sorrindo para mim. - Ainda posso sentir o cheiro dos marshmallows que comeu na praia de Animália.
- Ahn, bem...
- Você é uma das poucas pessoas que ainda sabem do meu valor - ela se sentiu grata ao me olhar. Minhas bochechas coraram. - Vejo que não é mais o garotinho que me pediu balas de menta na primeira vez que veio ao Olimpo.
Pelos deuses, minhas bochechas coraram ainda mais. Hestia me deixou com vergonha.
- Venha! - Disse depois de perceber a minha vergonha.
- Balas de menta, é?! - Alice perguntou desdenhosa assim que cheguei perto para me despedir.
- Você sabe! - Lancei-lhe o irritante e sexy olhar convencido antes de lhe dar um beijo. - Desde sempre eu mantive um bom hálito.
Ela sorriu antes de morder os lábios inferiores. Olhou para mim com o sexy olhar de quem te mataria por ser tão idiota, mas que você era louco o bastante para acordar e vê-lo no rosto da garota em sua cama.
Eu sorri malicioso antes de seguir Hestia pelo corredor dourado.
A tensão caiu sobre meus ombros. Me lembrei o por quê estar seguindo Hestia em direção a sala dos tronos.
Me lembrei do rosto furioso de Zeus por minha arrogância. Artemis admirada com nossa coragem. Ares rindo desdenhoso de nossa petulância. E principalmente, me lembrei do rosto de meu pai ao me ver ali no centro do salão.
Agora eu estava de novo na frente deles. Zeus ainda coçava a barba tentando procurar o jeito certo de se dirigir a um mortal - acredite, deuses não conseguem nada menos que prepotência.
Poseidon curvou seus olhos ao me analisar. Não queria estar desapontando o meu pai, um ser supremo que causava tempestade e terremotos caso estivesse furioso; a pior das coisas, não queria desapontar meu pai, mesmo que um pouco ausente sempre fez o suficiente para não me sentir mais órfão.
- Isso é a respeito da missão, não é?! - Eu disse com olhos fixados no chão. Quando me virei à direita, vi Hestia em frente a lareira me encorajar com os olhos agora cor de fogo, calorosos.
Zeus bufou como o vento tortuoso pairando sobre a montanha.
- Algo me diz que não precisavam de mim aqui para me parabenizar pela missão - disse rudemente. - O que realmente estou fazendo aqui?
Ares tossiu bravo.
- Pai, vai deixar ele falar assim?! - Ele disse apontando um de seus dedos para mim, vi a mesma expressão desaforada de Ancísio Strong no rosto do deus.
Zeus avançou a mão como um basta. Ares se calou.
- Vocês sabem, não é?! - Eu disse ao observar frieza tomar o rosto das divindades. - Os monstros que estão vindo atrás de mim. E suspeito que vocês também sabem sobre algo ressurgindo do Tártaro...
- Basta! - O rei do Olimpo disse como o estrondo de um trovão.
- Não é hora mais de esconder, meu senhor - Ártemis disse com preocupação. - Minhas caçadoras estão em perigo. Meio-sangues desabrigados estão em perigo...
- Não! - Zeus disse decidido. - Não é o momento...
- Ele já não está mais sob o feitiço total da Névoa. - Atena disse cuidadosa olhando para mim como a criança desprotegida e desolada.
- Espera! - Eu gritei deixando-os pasmados. - Podem me dizer do que estão falando?!
O rei dos deuses não se atreveu a dizer nada, porque meu pai mostrou a autoridade que tinha também. Poseidon ficou sério e febril, observei que os deuses se aquietaram ao vê-lo tão potente como o próprio Zeus.
- Escondi isso por tempo demais, irmão!
Pelos deuses, que ele esteja falando de minha mãe.
- Não pode - Zeus parecia preocupado. - A Profecia ainda não começou...
- É a hora, pai! - Apolo disse depois de um longo suspiro.
Zeus acenou para Poseidon e meu pai me olhou profundamente. Lá estava ele de novo, o mesmo olhar que um filho se alegrava ao ver o pai orgulhoso quando andava de bicicleta. O mesmo olhar orgulhoso de meu pai quando me viu pela primeira vez, entrar no Olimpo com as roupas rasgadas e com a espada na mão, havia cumprido minha missão.
- Eu coloquei aquele garotinho embaralhado por cobertores no cesto. Entreguei-o a Hermes admirando os olhos verdes-mar mais uma vez...
Não entendi meu pai. Eu não tinha olhos verdes-mar.
- Ver aquela criança tão indefesa e pensar que um dia seria tão poderoso como tantos outros da era de ouro - Poseidon dizia com emoção. - Era necessário. Zeus pediu a Hécate que te protegesse com uma magia, que diminuísse o seu forte cheiro e a sua aura.
Meu pai conseguiu me deixar atônito e completamente confuso.
- Os olhos foram escondidos por um tom castanho que precisassem de óculos para funcionar - ele disse um pouco decepcionado. - Então você cresceu com o corpo acima do peso, meio corcunda. Nada que fizesse os monstros desconfiarem de você!
Eu não soube o que dizer. Não sabia falar que a minha vida inteira foi uma mentira e que mais uma vez estava decepcionado com os deuses.
- Por que...
- Porque foi preciso. - Zeus relutou convicto. - Você precisava de proteção, de segurança. Foi o único jeito de te manter escondido das criaturas do Tártaro.
- E tudo isso por uma porcaria de profecia?! - Apolo não gostou nem um pouco de me ouvir falando daquela forma. - Meus problemas, os bullyings. Tudo isso para manter o seguro de vida de vocês, não é?!
- Não é a interpretação mais concreta sobre esses fatos - Atena disse desapontada. - Não entende, criança? Você é precioso. Seus amigos lá fora são preciosos. Puros de coração e corajosos como nunca houve.
- Mas por quê?! - Uma lágrima escorreu de meu olho. Me vi chorando na frente dos deuses, assustado e desconfortável. - Por que não me disseram nada? Sei que era um segredo, mas me deixaram vagando no escuro por muito tempo. Fizeram eu blasfemar contra vocês...
Eles se calaram por um minuto.
- Tudo bem! - disse enxugando as minhas lágrimas. - Posso voltar para casa agora, esquecer disso e esperar até que outra missão apareça...
Ia caminhando para a saída quando ouvi os sussurros parecerem uma multidão inquieta.
- Ainda não! - Poseidon disse alto e claro. Me virei trêmulo e espantado. - Se esqueceu o que eu disse sobre seu presente de aniversário?!
Eu inclinei a cabeça em dúvida para ele. Meu pai deu uma boa risada como o velho homem sentado na poltrona rindo da cena favorita de sua série.
Então, levantou a sua mão e uma corrente de água correu pelo ar como uma serpente. O cilindro em minha cintura voou para cima como um ímã.
Se encontrou com a água. Uma luz dourada atingiu meus olhos. Minha mão formigou e senti o poder pulsar nela como a forte gravidade da maré.
O objeto brilhante parou na minha mão. Um tridente grande se estendeu ao meu lado e o apertei fortemente impressionado.
- Esse é o meu presente para você - ele se sentiu satisfeito ao ver meus olhos impressionados. - Te dei a espada e agora algo melhor, uma maneira de se lembrar de mim.
Eu acenei a cabeça para meu pai em agradecimento.
- Ah, antes que você vá - o rei dos deuses se lembrou de algo - , tenho uma coisa para você.
Os presentes de Zeus são, literalmente, presentes gregos.
Sua mão direita brilhou quando uma corrente elétrica circulou pelo seu braço. As órbitas eram totalmente azuis, e me encontraram num rápido movimento de surpresa.
Eu vi uma tempestade se formar no céu. Trovões ribombaram e raios sucumbiram à superfície da terra. Vi ventos movimentarem ilhas e arrancaram árvores por um redemoinho que subia ao céu.
Com o fôlego cansado, estava novamente ali. Meu coração pulsou de agonia, afinal, Zeus me mostrou um pouco do que era capaz de fazer.
Eu disse que era um presente grego.
Todos me olharam estupefatos. Analisei minha camiseta para ver se não havia deixado geleia de morango cair durante o café da manhã. Estava tudo normal, menos a dor incessante nos meus olhos.
Esfreguei-os e assim que os abri foi como sentir a água do mar atingir meu corpo quando mergulhava no mar.
- Essa cor de olhos lhe cai bem! - Foi a primeira vez que vi Zeus sorrir naturalmente, sem desdém ou sadismo.
Olhei para o reflexo nas pontas de meu tridente e enxerguei meus olhos. Mesmo à luz dourada do tridente, observei as duas íris verdes como pedras de esmeralda em meus olhos.
Pelos deuses, meus olhos eram... Lindos?!
- Obrigado?! - Agradeci emocionado e um pouco confuso. - Acho que agora eu posso ir...
- Espere! - Ouvi uma voz feminina e rezei aos deuses dali que não fosse a própria Hera corrompendo meu bom ânimo naquela manhã, a rainha do Olimpo tinha total habilidade.
Ártemis sorriu para mim. Acredite, o sorriso esperançoso de uma caçadora dizia muito bem o que deveria fazer, assim como sua voz em minha cabeça disse.
Acenei para ela com a expressão de um guerreiro. Assim que saia me concentrei no tridente e logo o vi tomando outra forma, minha espada, a vareta cilíndrica de metal.
[...]
Alice e meus amigos me lançaram olhares afoitos e preocupados. Respirei fundo também procurando coragem e compreensão para as palavras dos deuses.
O meu instinto semideus não falhava, e naquele instante soube que meus amigos entenderam a mensagem em meu olhar. Devíamos nos preparar para o que estivesse vindo, e embora nos amedrontasse, sabíamos que chegaria mais rápido que o esperado.
Mas logo eles se espantaram ao analisarem meus olhos mais uma vez. Era verdade, meus olhos eram magicamente verdes agora.
- Yushami! - Minha namorada correu até mim com preocupação e indagação em seu rosto. - O que eles falaram?
- Tem uma guerra a caminho, Licy - disse ainda mais afoito. - E nós somos os soldados dos deuses.
Alice segurou a minha mão fortemente. Caminhamos até os nossos amigos, as pessoas que eu tinha orgulho de chamar de família. Mas eu soube, que em algum momento, a expressão em nossos rostos deixaria os sorrisos e se atentariam ao perigo iminente na nossa frente.
Mas enquanto isso, seríamos o grupo de adolescentes normais que procuraram paz no fim do verão.
Το τέλος
O fim
🌊🔱🌊
Eu nunca pensei que esse momento seria real, galera. Pelos deuses, sonhei em todas as versões dessa história em postar o último capítulo.
É como um marco de vitória para mim.
Não estava preparado para me despedir assim depois de tantos personagens me inspirarem a ser uma pessoa melhor. Personagens que eu criei no intuito de ser uma parte melhor de mim.
E hoje agradeço a cada um que se dedicou e me inspirou a escrever essa história.
Agradeço a minha melhor amiga Rapmontex que desde o início acreditou em mim.
Agradeço também a minha amiga que conheci aqui anacarolinarac kkkk ela também me inspirou muito com a história fantástica dela.
Agradeço a você, um semideus de bom coração que acompanhou minha história sem votar, comentar, ou compartilhar. Mas sei que leu de bom coração.
Bem, acho que agora é hora de ir, galera. Então, grande abraço para vocês e que os deuses os protejam!
Mais informações faço uma nota Extra.
Xoxo.
Johnny
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