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Capítulo 5 "A Morte"


Um espelho se materializou de pé na planície circular e uma flecha de chi disparou em voo, surgindo do vidro e perfurando o ar contra o peito da super shinigami. Porém, ela estapeou o projétil de energia com as costas da mão e simplesmente o desfez.

Ainda do espelho, Yamato e eu, saltamos da Dimensão Espelhada para Saitama em ruínas.

— Qual o plano? — perguntei, invocando minha famosa espada de chi.

— Ela tem o poder regenerativo do décimo oitavo do ranking mundial — o híbrido também se armou, criando uma espada de vidro.

— O Salamandra?

— Exato. Precisamos então arrancar sua cabeça e...

— E imobilizar o cérebro — completei. — Já passei por uma experiência parecida. Ela também deve ser capaz de voar e se tornar intangível, como o Mendigo Voador.

— Sim, mas ela só tem um pouco de cada poder. O mais provável é que as habilidades se fundam em novos poderes.

Yoko deu um passo à frente e só com isso nossos corpos já ficaram tensos.

— Vamos com tudo de uma só vez — disse Yamato.

— Pode deixar! — eu investi na frente e o híbrido veio logo atrás.

A super shinigami se manteve imóvel, então saltei por cima da deusa da morte, pousando às suas costas e virando com um golpe na horizontal de minha lâmina.

Em um segundo, o corpo da chefia se dividiu em dois, e o torso da deusa desabou para frente, se estatelando em seu próprio sangue.

— Que desperdício — comentei.

— Concordo — meu mestre estava diante do corpo caído de Yoko. — Pena que você matou uma humana...

Engoli em seco.

— Mas ela... não, não pode ser.

Caí de joelhos e enfiei meus dedos dentro de meus cabelos dourados. Meu coração batia rápido como nunca antes.

— Lembra o que disse, Daigo.

Asas brotaram de minhas costas, rasgando meus pulmões e espirrando sangue para o alto.

— Agora você irá se tornar...

— Um shinigami — rugi, batendo os punhos no solo, antes de acordar da ilusão.

Eu estava travado na planície e logo vi Yamato ao chão mais à direita. A super shinigami caminhava devagar em sua direção, com uma foice tenebrosa em punho.

Merda, ela também tem a foice dos Ceifadores de Vida? Se for, ela pode acabar conosco com apenas um movimento. Literalmente, um corte, uma morte.

— Aí — chamei a deusa da morte —, me colocou em uma ilusão porque sabe que não pode comigo, né?

Yoko parou de caminhar. Ela se voltou para mim e estendeu a mão em minha direção. Então lâminas de vidro surgiram a sua volta, antes de voarem contra minha pessoa.

Até os poderes do Yamato?

Estiquei o braço contra as lâminas e um muro de chi surgiu, me protegendo do ataque da deusa. Desfiz a defesa junto com os vidros da chefe e ela já se apresentava ante a mim, movendo a foice em um arco.

— Droga — saltei para trás, salvando minha vida, e o golpe de Yoko fez a poeira saltar do solo, imitando o movimento de sua arma. — Ela tem uma vantagem muito...

— Baixou a guarda! — Yamato apareceu no ar, às costas da super shinigami, e com um movimento de braço disparou uma chuva de cacos de vidro contra a deusa da morte, que ergueu a cabeça para o ataque do híbrido, e então sumiu, erguendo um tufo circular de pó do chão, que foi desfeito com os pingos de óxido metálico que se cravaram na terra.

Yamato aterrissou e se aproximou de mim.

— Ela não tem intangibilidade — disse ele. — Se pode manipular a Dimensão Espelhada, não pode ter intangibilidade, são dimensões opostas, não seria possível nem mesmo para a própria Morte.

— Não entendo disso — falei —, mas se você tá dizendo, então ok.

Yoko surgiu pairando no céu e nos encarando desdenhosa com seus olhos azuis. Ela prendeu a foice nas costas e abriu os braços, dobrando levemente os joelhos. Uma horda de lanças de vidro preencheu o ar ao redor da deusa.

— Vocês não gostam de chuva? — disse a super shinigami, mais para Yamato do que para mim.

Ela moveu os braços para frente do peito, como se batesse asas, e as armas de óxido metálico caíram meteóricas contra nós. Eram tão velozes que nem pensamos em nos mover. As lanças se cravaram na terra, praticamente por toda planície, porém, não sei se por sorte, nenhuma delas nos atingiu, só nos cercaram.

— Ufa — suspirei. — Que bom que...

Um brilho laranja envolveu as hastes de vidro.

— Chi? — estranhei. — Ah, merda!

Com um brado, abri os braços e criei um campo de força sobre mim e o híbrido.

BOOM!

As lanças explodiram em milhares de cacos e energia, com uma forte luz laranja que se ergueu junto a poeira na forma de estalagmites, que quase nos cegou com sua intensidade. Não bastando isso, os escombros da cidade mais próximos se desintegraram com a onda de chi, expandindo ainda mais a planície.

Quando a luz cessou, com um degrade do laranja ao carmesim, eu desfiz nossa proteção que já estava para se quebrar, e caí de joelhos, arfando quase sem forças.

— Você está bem? — perguntou aflito Yamato.

— Vou ficar — tentei me levantar, mas não consegui.

Yoko desceu do céu, devagar, e pousou metros à nossa frente.

— Fuja, Yamato — falei. — Se ficar e enfrentá-la sozinho...

— Cala a boca — rosnou ele, mas com os olhos na deusa. — Eu tenho honra e não vou fugir.

Um pentágono de vidro surgiu diante do peito da super shinigami e ela o socou. Eis que um pentágono também apareceu à frente da barriga do híbrido e o punho da deusa da morte emergiu do vidro acertando o estomago de Yamato.

Ela continuou socando e pentágonos surgiam em diversos pontos em volta do corpo do híbrido, o fazendo ser golpeado em vários locais críticos.

Yamato acabou ficando de joelhos também, então Yoko cessou os ataques.

— É assim que devem ficar diante da raça superior — disse ela.

— Superior? — a voz ecoou mais atrás de nós. — Achei que a surra que levaram nos anos quarenta tinha sido o suficiente.

Mena passou por nós e se colocou à nossa frente.

— Meu assassino favorito — a deusa sorriu. — Prove sua lealdade e mate esses dois insetos.

— Por acaso você é daltônica? — indagou ele, em resposta. — Eu não nazista, sua loira depravada. Sempre soube que você era dessas, mas matava para você porque nunca me pediu algo tão babaca. Você, Tetsu, Naomi, Eisuke... — ele cerrou os punhos — Nunca pensei que chegariam a esse ponto. Achei que tinham noção de respeito, mas parece que me enganei — ele levou os cotovelos para trás e seus punhos entraram em chamas.

— Mena? — a super shinigami rangeu os dentes. — O que pretende...?

— Ifrit Flash! — o Assassino de Dragões empurrou o vácuo com os punhos, disparando uma rajada gigante de chamas escarlates que engoliu Yoko facilmente, antes de devorar tudo adiante até rasgar o horizonte e sair da atmosfera de nosso planeta, só se dissipando no espaço sideral.

A rajada cessou com uma cortina de vapor, que lentamente foi enfraquecendo, até que revelou uma silhueta, e logo depois, a super shinigami, com a metade esquerda de seu corpo, do pescoço até o fim da perna e o antebraço inteiro, coberto por queimaduras de terceiro grau.

A chefe olhou para os ferimentos e a cólera acendeu em seus olhos.

— Minha beleza perfeita! — grunhiu ela, cerrando o punho.

— Células carbonizadas não se regeneram — observou Mena. — Deve estar doendo pra cacete, não é?

Yoko puxou a foice das costas, girando-a em punho e rasgando o vento.

O Assassino de Dragões moveu o braço, lançando um disco de fogo contra a super shinigami, mas ela dissipou as chamas movendo sua foice de baixo para cima.

Minhas forças já estavam voltando, então comecei a me erguer. Yamato fez o mesmo.

— Mestre — disse o híbrido —, está cansado?

Ele não aparentava, mas respondeu:

— Sabe que Ifrit Flash acaba comigo. Por sorte — ele me olhou —, seu mestre e Yuna já estão a caminho.

— Como sabe? — indaguei.

— Sou filho do youkai Kitsune — ele tossiu. — Minha audição é ótima...

Mena, por fim, desmaiou, caindo de cara no solo.

— Mestre — Yamato foi até ele e se ajoelhou, o pegando nos braços. Ele suspirou aliviado. — Está vivo.

— Ei, Yamato — eu me aproximei deles.

— O que?

— Leve seu mestre para a Dimensão Espelhada e fique com ele até que acorde.

— Quer que eu te deixe aqui sozinho?

— Não se preocupe — meus olhos estavam fixos na deusa da morte, que nos observava, despreocupada. — Olha só o jeitão dela. Mesmo com parte do corpo vulnerável, ela transpira arrogância. Está bêbada de tanto poder. Ela vai só se divertir comigo, porque o que realmente ela deseja é a submissão daqueles que ela julga inferior. Por isso ficou tão incomodada quando viu seu corpo queimado.

— Pensando bem, faz sentido, mas...

— Mas nada — tomei a frente do híbrido e seu mestre. — Sai logo com ele daqui.

Yamato pareceu que ia retrucar, mas nada o fez. Ele criou uma porta de vidro e a adentrou. Segundos depois o vidro sumiu no espaço.

— É, sua nazista — comecei —, agora somos só eu e você — invoquei uma espada novamente.

A foice de Yoko se transformou em uma espada tenebrosa, ainda mantendo sua matéria prima.

Se manteve o material, ainda tem o mesmo poder. Não posso fraquejar!

Nossos olhos se cruzaram milésimos antes de eu disparar em ataque com toda minha velocidade, surgindo diante da super shinigami e golpeando em arco com minha lâmina, visando seu pescoço.

Porém, a deusa da morte somente reclinou o torso, suavemente, desviando da voracidade de minha espada, cujo o simples movimento no vácuo separou as nuvens acima de nós.

Estou usando todo meu chi ao limite, nova...

Yoko perfurou com sua lâmina e eu me esquivei, girando para o lado queimado do corpo da chefe, e golpeei de baixo para cima em um contra-ataque que decepou seu antebraço.

A super shinigami viu escorrer um líquido verde claro de suas veias e deu dois passos desconcertados para trás.

— Atenção! — chutei suas costelas, ainda do lado das queimaduras, e a deusa da morte deslizou para trás com o impacto de meu golpe, se aproximando das ruínas.

— Maldito Mena — praguejou ela.

— Não é culpa dele — falei. — Desde o começo você poderia ter acabado conosco facilmente, mas você queria nos ver de joelhos perante a sua beleza e poder. Deve ter sido difícil viver como uma velhota em uma cadeira por tanto tempo, ainda mais sendo uma nazista nojenta.

Yoko rosnou colérica. Ela parecia ainda mais enfraquecida após perder aquele icor esverdeado.

— Quando eu ia caçar shinigamis fracos — continuei —, eu cometia o mesmo erro. Não porque queria vê-los se curvando a mim, mas porque eu me divertia, mesmo Yuna e meu mestre me dizendo que era irresponsabilidade.

A deusa da morte lançou sua espada em minha direção, porém me esquivei facilmente, inclinando meu torso para o lado, e a arma passou com um último zunido por mim, já que se desfez segundos depois.

Eu voltei a encarar a chefe, agora mais enfraquecida ainda.

— Não fui eu quem a venceu — continuei —, poderia ter sido Mena, não fosse seu gasto de energia. Na realidade, quem a derrotou foi sua vaidade e... Hã?

Dos escombros atrás de Yoko, Yuna se revelou, saltando por cima da deusa em um mortal carpado, e pousando ante a ela.

Uma lâmina de gelo cresceu no punho da assassina, que se virou e fatiou o pescoço da super shinigami, a decapitando.

— Problema resolvido — falou ela, enquanto a cabeça da chefe caia no solo.

Yuna congelou o crânio avulso e então o corpo explodiu em luz verde fluorescente, lançando a assassina no ar para praticamente do meu lado.

Da explosão, uma horda de almas saiu voando para cima e se dispersou rasgando as nuvens, parecendo com um grupo de meteoritos brilhantes e verdes.

Eis que a luz forte cessou.

— Está bem? — ofereci a mão para Yuna.

Ela fingiu que eu não existia e se levantou, tranquila, antes de dizer:

— Essa pergunta deveria ser minha, se eu me importasse com a resposta, é claro.

— Escuta, e aquela maluquice lá no Mundo dos Mortos?

Ela bufou.

— Você foi teimoso, seu pamonha — a assassina começou a caminhar para frente. — E olha no que deu. Saitama não existe mais.

— Não tem nada a ver com o fato de ainda não ter me matado?

Yuna parou. Estava tão imóvel quanto as estatuas de gelo na sua lista de vítimas.

— Ei? — chamei. — Yu...

— Daigo! — meu mestre surgiu escalando a pilha de escombros. Ele saltou para a planície e veio até mim, passando por Yuna sem ao menos notá-la direito. — Está bem? — meu mestre começou a apalpar partes do meu torso e a checar meus ferimentos.

— Eu estou bem — falei, e ele parou. — Mas Yuna...

Meu mestre a olhou por cima do ombro e então se virou.

— Garota! — chamou ele. — Ei, garota!

Perdendo a paciência, meu mestre andou na direção da assassina, mas após o segundo passo, metade de suas pernas congelaram. Ele se sacudiu tentando quebrar o gelo, mas de nada adiantou.

— Sua fedelha, me solte...

— Calado, pedófilo! — Yuna se virou para nós. — Isso é entre mim e Daigo.

— Do que você está falando?

— Da minha quadragésima segunda ordem de assassinato, cujo alvo é seu aluno.

— Hã...? — meu mestre demorou um pouco para digerir as palavras da garota. — Ei, espera aí. Vocês não são namorados...?

— Longe disso — comentei ao fundo.

— ... por que quer matá-lo?

— Esse é o problema — ela cerrou os punhos. — Eu não quero matá-lo, mas eu preciso vê-lo morto.

— Qual o sentido disso? — meu mestre já estava quase roendo as unhas.

— Eu o amo — ela baixou o olhar e rangeu os dentes em fúria. — Por esse mesmo motivo, eu o odeio.

Caraca! Ela realmente gosta de mim! E agora? Não posso deixar meu mestre enfrentá-la, ele morreria fácil. Só eu posso bater de frente, porque, pensando bem, das vezes anteriores, ela sempre hesitava em acabar comigo, considerando o que ela fez com Naomi e os Executores, já era pra mim estar morto.

— Yuna — meu mestre mudou o tom, era o seu tom de paizão —, discussão de relação é totalmente normal...

— Calado! — ela encarou meu mestre com os olhos vorazes e a metade de baixo de seu rosto foi coberta por gelo.

Droga!

Tomei a frente de meu mestre e Yuna soluçou quando nossos olhos se cruzaram. Meu mestre gemia algo que soava como: me tira daqui!

— Yuna — comecei —, tudo isso, é verdade?

Ela suspirou antes de responder:

— Nós somos treinados para não hesitarmos em uma ordem de assassinato. Nem mesmo quando a Associação me ordenou matar minha mãe, eu não pensei duas vezes, e daí acabei ganhando o título de a Assassina de Youkais. Então, chegou sua vez. Um prodígio das artes marciais, do caminho da espada e do controle de chi. Pra Associação, alguém que poderia ser um incômodo.

Não sei se levo como elogio.

— Quando o encontrei — continuou ela —, lutando com aquele shinigami no meio daquele parque temático em Tóquio, eu não o aniquilei de primeira instância, como deveria ser feito. Eu o observei em combate e, por mais que sua maneira de lutar fosse irresponsável, você estava sorrindo, vivo. Desde esse momento, eu passei a me sentir viva próxima a você. Um sentimento que só aflorava em mim quando inalava o cheiro de sangue.

Por isso me persegue tanto.

— Porém, uma assassina do meu nível, não pode ter afeto por qualquer outra coisa que não seja a si mesmo e a morte de seus alvos. Te amar é uma fraqueza. E eu nunca quis gostar de você, nunca! Se eu tivesse acabado com você sem parar pra pensar... Bem, não importa — seu olhar selvagem focou em mim —, eu vou acabar com isso hoje!

— Meu mestre.

— Hã?

— Liberte meu mestre e então te darei o que você quer... Mas que fique bem claro — concentrei mais energia em minha lâmina de chi, a deixando escarlate —, me matar não será fácil!

É o que tem de ser feito. Um combate até a morte. O problema, é que eu também não quero matá-la.

Meu mestre foi liberto.

— Sua maluca! — logo disse — O que tem...?

— Mestre — eu o interrompi —, vá para casa, deve ter clientes te esperando — eu o olhei por cima do ombro. — Volto pra casa ainda hoje.

— Daigo... — ele sorriu. — Vou deixar seu prato no micro-ondas — então se virou e partiu, sem olhar para trás.

Voltei minha atenção para Yuna e...

— Adeus — ela estendeu o braço em minha direção e meu corpo foi congelado por completo, com exceção de minha espada e o punho que a segurava.

Esse frio é torturante. Não consigo respirar... Minha arma...

Soltei a lâmina, que prendeu sua ponta no solo e, com meu controle mental sobre sua energia, fiz ela explodir ao meu lado, expandindo-se em luz e chi, quebrando meu sarcófago de gelo e me jogando para trás com a pressão.

Caí de pé, deslizando um pouco na terra. Quando a luz cessou, Yuna se mantinha imóvel no mesmo lugar.

Ela não consegue congelar o calor do chi. Por isso minha mão se salvou. Ótimo, já sei o que farei. Por sorte, não posso ser ferido com meu próprio chi. Vou usar noventa e nove por cento de minha energia nesse combate, o um por cento restante, vai ser pra me manter em estado vegetal até que alguém me encontre quando isso acabar.

— Eu vou com tudo, Yuna! — bati minhas palmas e as afastei, conjurando outra espada escarlate. Depois, inspirei fundo, concentrando meu chi e criando uma fina aura carmesim que envolveu todo meu corpo, fazendo meus cabelos dourados levitarem, como se movidos por uma leve brisa. — Cai dentro!

Yuna moveu um pé no solo e uma fila de estalagmites cresceu veloz em minha direção, porém, eu a destruí por completo no meio do caminho, rasgando o vácuo na horizontal com minha lâmina.

A assassina se protegeu do vento cortante e dos cacos de gelo, cruzando os antebraços em X à frente do rosto.

O forte sopro cessou e eu a observei atentamente.

— Tsc — Yuna repetiu o movimento, e mais uma fila de estalagmites nasceu contra mim.

— De novo isso? — com um golpe agora mais forte de minha espada, o ataque de gelo foi novamente destroçado, e a ventania mais potente empurrou a assassina, a fazendo deslizar no chão.

Parece que a visão dela está ligada aos seus ataques com gelo, como se definisse o ponto para onde o gelo vai e também onde ele pode crescer. Graças a minha aura de chi, ela não pode me congelar a distância, provável que também não consiga pelo toque. Então, o plano é me aproximar e cegá-la.

— Lá vai — avancei em ataque contra assassina e perfurei com minha lâmina na direção de seu peito, mas ela deslizou dois metros para trás, congelando o solo, e deixando um clone de nitrogênio no lugar.

Minha espada atravessou o sósia de Yuna, e minha arma de energia se tornou de gelo, que resfriaria minha mão se eu não tivesse largado a espada, dando dois passos para trás.

Nesse mesmo instante, a assassina investiu, passando pelo clone de nitrogênio, o dissipando e apanhando a lâmina congelada que ainda caia no ar.

Tá mais rápida?

Ela golpeou com a espada, indo e voltando em dois movimentos que eu me esquivei, reclinando o corpo e dando um passo para trás. Porém, com a guarda baixa, acabei sendo golpeado com um chute que me jogou para trás.

Um buquê de lanças de gelo cresceu mais atrás de meu corpo, que ainda voava graças a força do último golpe, e sagaz, concentrei chi em meu punho, me virando e socando o grupo de lanças, transformando-as em meras pedrinhas de gelo, que se dispersaram com a pressão de meu movimento.

Caí rolando com o corpo deitado, mas logo me pus de pé ao ouvir o som de gelo sendo criado.

Vi uma ponte em estado sólido da água, que parecia o corpo de um dragão chinês, crescer em minha direção, só que passando metros acima de mim. Sobre a ponte, Yuna corria mais rápido do que a passarela crescia. Ela saltou para o solo quando a ponte começou a descer tomando a forma de um arco que atravessava a planície de uma borda a outra.

A assassina tocou os pés no chão e eu aproveitei a energia concentrada em meu punho para invocar uma nova espada escarlate, enquanto Yuna avançava ofensivamente. Ela golpeou na diagonal com sua lâmina e eu a bloqueei com a minha, usando o mesmo movimento.

A colisão das espadas fez um círculo de poeira saltar em espiral à nossa volta.

Nossos olhos se cruzaram por entre as lâminas e então as afastamos, para podermos chocá-las mais duas, quatro, oito, dezesseis, trinta e duas, sessenta e quatro, cento e vinte oito vezes em uma confusão de cortes azul-avermelhados, cuja pressão acumulada da centena de choques acabou trincando toda planície, picotando os edifícios arruinados mais próximos, dissipando as nuvens sobre toda Saitama e fazendo ruir as árvores nas colinas ao longe.

A assassina me chutou novamente, agora com mais destreza do que força, e eu deslizei para trás na terra.

Eis que um tremor ocorreu. Olhei para a ponte mais acima e ela começou a se mover como se perfurasse o solo. Então, de súbito, um dragão de gelo emergiu do chão, passando pelas costas de Yuna e me encarando colérico.

Às vezes eu acho que ela só quer se exibir.

— Vá, Yato — pronunciou ela.

— Pernas pra que te quero!

O dragão investiu e eu saltei para o lado, me safando de suas presas. Então, corri, como um escravo em fuga, atravessando as ruínas picotadas e saltando de um prédio caído a outro.

O lagartão gelado se aproximava rastejando e atropelava as ruínas, o que lhe dava ligeira vantagem.

Saltei para um córrego abandonado e continuei correndo. O dragão desceu em perseguição, já abrindo sua boca para me abocanhar. Nesse momento, eu parei bruscamente e girei, lançando minha espada goela à baixo do lagartão, e então, o explodindo de dentro para fora.

Meu chi está se esvaindo. Se eu conjurar outra espada naquele nível...

Uma sombra me cobriu quando a assassina surgiu acima de mim em um salto. Ela caiu com sua espada perfurando o ar e eu dei um passo para trás, me safando da ofensiva.

Yuna pousou suave, cravando sua lâmina no chão de cabeça baixa. Ela retirou a arma do solo e ergueu o olhar. Nesse mesmo instante, eu sacrifiquei minha aura de chi para gerar uma faca de energia, cuja lâmina passou na vertical no olho direito da Assassina de Youkais.

A garota gemeu de dor, cerrando o olho e colocando um pé para trás, mas movendo sua espada de gelo para frente, atravessando meu corpo na altura do estomago.

Tossi sangue, cambaleando sem rumo com a lâmina de gelo ainda cravada em mim. Já a assassina praguejava de dor e fúria com a mão sobre o olho sem visão.

Caraca!

Com um esforço descomunal, eu retirei a espada de gelo de meu corpo, a jogando para o lado rapidamente. Em seguida, investi, com a intenção de atravessar a garganta de Yuna com minha faca, porém, minha arma se desfez, e acabei só agarrando o pescoço da assassina.

Ela tirou a mão do olho e armou um soco, com o punho se envolvendo em energia laranja, e o disparou, acertando minha boca em cheio e estufando minhas bochechas de sangue, antes de eu ser lançado longe.

Capotei no solo e rolei, cuspindo o sangue, e deitando de peito para cima.

Ela usou chi, acho que estava certo sobre a...

Yuna apareceu caindo contra mim e aterrissou esmagando meu abdômen com os pés. Ela caiu de joelhos sobre meu peito e me encarou, voraz. Sua unha do indicador se alongou em gelo afiado e ela voltou o olho para minha jugular.

Com minhas últimas forças, postei um antebraço à frente de meu pescoço e fechei os olhos, como uma criança assustada.

Foi aí que senti, mesmo sendo indolor, o sangue escorrendo como lagrimas de meu globo ocular direito.

— Olho por olho — disse ela, retirando a unha de mim.

A assassina, por fim, desabou para esquerda, caindo também de peito para cima ao meu lado.

Tudo ficou em silêncio por alguns segundos, até que eu o quebrei.

— Yuna, estou esgotado de chi, então, acho que...

— Não importa mais — interrompeu ela. — O calor do seu chi está chegando ao meu cérebro pelo corte em meu olho... talvez isso me mate, ou sei lá.

Eu ri.

— O que é, seu pamonha?

— Acho que se eu continuar perdendo sangue assim, vou acabar morrendo também. Eu tô só o pó.

— Isso tudo é culpa da minha fraqueza...

— Poderia ter continuado a viver sem tentar me matar.

— Não havia essa opção, sou uma assassina, minha paixão pelo sangue é um fio maior do que por você.

— Hmph, que sádica. Se você não fosse uma sanguinária pé no saco, eu até te daria uma chance... Yuna...? Yuna?

— Quem é...?

— Hã?

— Quem... quem é você?

+++

Yamato e Mena apareceram e nos levaram para um hospital em Tóquio, usando a Dimensão Espelhada.

Desmaiei assim que me colocaram na maca e, graças ao gasto de chi, somados aos ferimentos, acabei dormindo por dois dias até despertar com um pouco de tontura — disseram que era por causa dos medicamentos.

— Daigo! — meu mestre entrou no quarto, desesperado. — Você está bem? Dormiu por dois dias.

— Caraca — gemi. — Só estou um pouco tonto.

— Seu olho...

— Eu sei.

— O híbrido e Mena assistiram o combate e me contaram tudo...

— Como ela está? — o interrompi, erguendo o tronco.

Meu mestre desviou o olhar, colocando as mãos nos bolsos.

— Sua memória já era — começou ele. — O calor do chi danificou a parte da memória do cérebro, mas, por sorte, se esvaiu antes de causar danos maiores. As únicas coisas de que ela se lembra são: o nome, a ascendência, e o título de Assassina de Youkais. Porém, não sabe como conseguiu o título, quem matou, e não se lembra da Associação.

— Entendo — falei, baixando o olhar.

— Ah, sim, ela também lembra do seu nome.

— Eu disse pra ela, antes do Yamato chegar.

— Sei... É que ela ficou chamando por você direto. Quando Mena foi conversar com ela sobre a mãe, bem, ele disse que ela estava morta, mas não que ela a matou. Então, ela deu um chilique perguntando quem a matou e tudo mais, e ficava chamando seu nome, quase congelou o quarto todo... Ei, Daigo?

Eu me levantei da cama e saí do quarto, ignorando meu mestre.

No corredor, Yamato e Mena estavam sentados, aguardando. Eles meio que se assustaram quando me viram de pé.

— Garoto, ainda precisa de repouso — disse Mena.

— Onde ela está? — perguntei, somente.

Yamato hesitou antes de apontar discretamente para o quarto no fim do corredor.

Então, caminhei até lá.

A porta estava fechada. Bati duas vezes antes de abri-la vagarosamente.

Yuna estava sentada na cama. O ferimento em seu olho cego já estava curado, então ele estava exposto, mostrando uma cicatriz vertical sobre ele. Ela estava sem o gorro e...

Orelhas de lobo?

Um par de orelhas azul-escuro se projetava de sua cabeça como se fosse aquelas tiaras de brinquedo. — Não sabia se ria ou se ficava na minha.

— Daigo — ela percebeu minha presença e me olhou, enquanto eu parecia um stalker a observando pela porta entreaberta.

— Oh, Yuna — adentrei o quarto. — Não foi aqui que estacionei o carro.

— Estava olhando para minhas orelhas?

— N-Não, não... olha, orelhas de cão, nem tinha notado.

Ela desviou o olhar e eu sentei ao seu lado.

— Eu sei que sou híbrida e assassina, mas de resto é tudo confuso. Eu não sei nem quem matou minha mãe.

Eu hesitei.

— O mundo é cruel, Yuna, sei que como assassina, no fundo sabe que pessoas vem e vão por motivos banais e fúteis...

— O problema não é minha mãe estar morta.

— Hã?

— Só quero saber quem foi, para poder matá-lo com minhas próprias mãos.

Ela continua com o mesmo instinto assassino e coração de gelo.

— Será — continuou ela —, que quem a matou, foi a mesma pessoa que cegou nossos olhos?

Engoli em seco.

— Você lembra quem foi? — indagou ela.

— Ah, é... nós trabalhamos juntos na ACAP...

— ACAP?

— Isso... Agência de Combate Anti-Psicopompos. E, nós estávamos enfrentando uma super shinigami, Yoko alguma coisa. Ela quem nos cegou e nos deixou naquele estado exaustivo. Mas nós a derrotamos, na verdade mais eu, já que você estava sofrendo com a dor. Eu ataquei em um salto e a decapitei.

— Incrível — disse ela.

Nunca menti tão bem em minha vida.

— Pelo o que parece — ela prosseguiu —, você é bem hábil com espadas e arte marciais, mesmo com essa cara de pamonha...

Até com amnésia, sério?

— ... Poderíamos nos enfrentarmos qualquer dia.

— Não tô no clima de perder mais um olho.

— Hã?

— Não, nada, coisa boba, só pensando alto aqui.

— Mas acho que seria errado. Hideki disse que namorados como nós deveriam brigar menos.

Mestre maldito! O que você botou na cabeça dela? Era pra estar tudo resolvido, e agora? Estou em uma posição delicada. Se eu responder em afirmação, vou estar me colocando em relacionamento com uma assassina, e parece que ela nem lembra que me ama, que, por mais bizarro que fosse, era o que estava me mantendo vivo. Porém, se eu responder negativamente, ela pode se ofender e me odiar, e acabar me matando do mesmo jeito. Não tenho saída, essa garota é um perigo...

— Esquisito — ela cortou meus pensamentos —, porque não tenho sentimentos por nada além de mim mesma e de sangue.

Ufa, nunca me senti tão feliz de ouvir algo tão assustador.

— Meu mestre devia estar só fazendo uma piada. — sorri, sem graça.

— Entendo.

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

— Bem, e agora? — perguntou ela.

Eu suspirei.

— Bem, eu vou pra casa, quando receber alta, é claro. E você, bem, foi contratada por Mena, sabe, o ruivo. Vai fazer parte da Associação de Assassinos Anônimos, assim que a reconstruírem — dei um tapinha em seu ombro e me levantei, saindo do quarto.

— Daigo — chamou ela, e eu olhei por cima do ombro. — Obrigada.

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Depois disso, Mena reergueu a AAA e Yuna nunca mais me perseguiu. Pra ser sincero, eu nunca mais a vi. Os únicos indícios de que ela estava viva eram as notícias que saíam sobre esconderijos da máfia congelados no mais alto verão e criaturas místicas penduradas em estalagmites de gelo.

É, eu disse que essa história não era sobre minhas caças a monstros sobrenaturais. A verdade é que essa história não é nem sobre mim, e sim, sobre Yuna Nate.

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