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Capítulo 4 "Problemas"


Nós surgimos em uma ilha flutuante que não tinha mais de oito metros quadrados. Havia uma placa de "pare" um pouco inclinada, e também um carro com pneus furados e todo enferrujado. Sob o pedaço de terra, existia um vácuo eterno em um tom que ia do amarelo ao branco. Sobre nós um céu limpo e azul, infinito, com uma esfera amarelada ao longe, como uma lâmpada gigante. E dessa esfera, chovia um número incontável de almas e mais almas, que caíam para o nada branco-amarelado sob nós.

— Por que você me empurrou? — rosnou meu mestre para Yuna, quando pousamos na ilha.

— Vi que estava hesitante em pular — comentou a assassina, olhando ao redor.

— Então — pronunciei, na intenção de impedir outra discussão —, por que só nós caímos nessa ilhinha?

— Porque não estamos mortos — respondeu meu mestre. — É irônico, mas somente os vivos podem caminhar sobre o Mundo dos Mortos.

— Esqueceu de mencionar os yureis — disse Yuna.

— Já ia falar deles — bufou meu mestre.

— E como saímos dessa coisa flutuante? — questionei.

— Hmph — a assassina caminhou até a beirada da ilha e bateu a ponta do pé de leve no solo, fazendo uma rampa de gelo crescer para baixo até uma outra ilha flutuante bem maior, que estava alguns metros adiante. — Problema resolvido.

— Tá bom — disse eu, somente por dizer mesmo.

— O pedófilo na frente.

Meu mestre pensou em responder, mas respirou fundo, passou por Yuna e deslizou na rampa, descendo até a outra ilha. Eu fui logo em seguida, e por fim, a assassina.

Chegando no novo local, reparamos que haviam templos arruinados, que pareciam formar uma cidade antigamente. Mas agora, aparentava ser mais um labirinto do que qualquer outra coisa.

— Nos separamos? — propus.

— Não — respondeu me mestre —, vamos ficar juntos. Estamos aqui só para impedir a morte do shinigami, então, só precisamos encontrá-lo antes do assassino.

— Certo — eu me voltei para Yuna e... — Cadê ela?

Meu mestre olhou de um lado para o outro e depois olhou para a entrada de um templo arruinado de paredes cinzas.

— Ei, Yuna! — chamou ele. — Já pra cá!

Ela pareceu não escutar e passou pela entrada, desaparecendo aos nossos olhos.

Meu mestre praguejou e correu atrás dela.

— Mas mestre... mestre...! Ah, vamos nessa!

Eu disparei atrás de meu mestre e entrei no templo segundos depois dele. Entretanto, acho que saí em um lugar totalmente diferente.

Era um salão oval, parecido com o da Casa Branca, mas não era branco, e sim, cinza. O local também flutuava no Mundo dos Mortos e parecia ser desconexo a ilha em que nós estávamos.

Mencionei o fato de não haver saída, além das janelas que só me levariam ao vácuo eterno daquele lugar?

— Ô de casa — falei. — Alguém?

Ouvi um ruído, me virei com tudo, e vi o que menos queria naquele momento. A mulher do cabelo longo e da espada decapitadora, estava plantada metros à minha frente, com sua lâmina recostada sobre um ombro.

— Oi — disse eu, estremecendo um pouco —, é... Cosplay de Samara?

— Meu nome é Kazuna Keiko — grunhiu ela. — E por sua culpa... meu cabelo... — ela baixou a cabeça, e de súbito, sumiu.

Ô merda.

A assassina surgiu ante a mim, com um sorriso psicótico, e sua espada pronta para retalhar. Ela cortou descendo na diagonal, mas eu saltei para trás, adiando minha estádia eterna no Mundo dos Mortos.

Toquei meus pés no chão e bati minhas palmas, as separando rapidamente para invocar uma poderosa espada de chi. Apanhei-a e rasguei o ar, antes de avançar para o combate.

Golpeamos ao mesmo tempo e nossas lâminas se chocaram, produzindo um som parecido com o de fogo flambando e uma batida de sino.

Logo girei e acertei uma queixada em Kazuna, que descoordenada deu um passo para trás. Eis que girei novamente, agora em duas voltas na diagonal com um pequeno pulo, rasgando o vácuo com minha arma, mas a assassina se protegeu com sua espada.

Ela contra-atacou movendo sua lâmina em um arco, que desviei, inclinando meu torso para trás.

Em minha vez, joguei meu tronco para frente, perfurando com minha espada de energia, mas hesitei, a centímetros do peito da esquisita, e me afastei novamente com um salto.

— Kazuna, não é? — indaguei, baixando a espada.

A assassina me encarou sem entender.

— Por acaso — continuei —, você não é humana, é?

— Criança — disse ela —, nenhum dos assassinos da Associação, com exceção de Eisuke, são humanos. A grande maioria é híbrida, já alguns... — ela surgiu em um salto acima de mim, com sua lâmina pronta para cortar na vertical. — São yureis.

Dei um salto para o lado, pousando em cima de uma mesinha de madeira, e Kazuna cravou a espada no solo, o trincando.

— Que bom que não é humana... — comentei, e a assassina retirou a lâmina do chão, rasgando na horizontal e lançando um golpe de ar em minha direção, que cortou as pernas da mesa. A tábua começou a ruir para o lado, e saltei de cima dela contra a mulher bizarra.

Golpeei de cima para baixo com minha arma de chi e ela estendeu sua lâmina acima do corpo, bloqueando o ataque, e me deixando de ponta-cabeça no ar quando as espadas colidiram.

— ... porque, agora... — usei a colisão das armas para me jogar para trás de Kazuna. Toquei meus pés no chão e me virei com tudo, movendo minha lâmina em um arco contra o pescoço da assassina, mas somente arranquei um tufo do cabelo da esquisita. — Agora, eu posso lutar sério com você!

Kazuna deu dois passos tortos para frente e grunhiu colérica. Ela apertou com mais força o punho de sua espada e girou golpeando com toda força, criando uma ventania feroz que me lançou contra a parede do salão. Porém, rodei em pleno ar, toquei meus pés na parede e disparei como um míssil em contra-ataque, passando em voo pela assassina e a fatiando com golpe seco de minha lâmina.

Meu corpo colidiu com um sofá do outro lado do salão e o tombou para trás. Revelei minha cabeça por de trás do móvel caído e vi o corpo da mulher esquisita ruir em dois.

Saí de trás do sofá e caminhei até Kazuna, despedaçada. E então o cenário mudou. Estava de volta a ilha com os templos arruinados. O corpo dividido da assassina ainda estava estatelado em uma poça de sangue. Apanhei sua espada decapitadora depois de desfazer minha arma de chi, e recostei sua lâmina sobre meu ombro.

— E lá vamos nós.

+

Caminhei por mais de uma hora, passando por ruínas e mais ruínas.

Cheguei a uma das extremidades da ilha onde havia uma ponte de madeira que levava até um templo flutuante com a forma de uma grande ampulheta de mármore marrom.

Olhei de um lado para o outro, antes de atravessar a ponte e entrar na edificação.

— Mais uma sala oval — comentei.

O local era todo marrom, sem janelas, somente iluminado por uma lâmpada no centro de seu teto.

— Acho que não tem nada aqui — me voltei para a saída e travei.

Engoli em seco.

Diante de mim, estava Kazuna Keiko... não, não era a assassina. As roupas eram diferentes, como se trajasse uma cortina velha. O rosto também, só parecido à primeira vista. A única semelhança com a mulher esquisita era o cabelo longo.

— Não é a Kazuna — suspirei, aliviado. — Então, quem...?

De súbito, a cabeluda se lançou contra mim, tentando me agarrar, mas dei um passo para esquerda e a esquisita passou voando para o outro lado do salão.

Olhei para ela, que flutuava enquanto tentava arrancar os dedos que se cravaram na parede.

— O que é você? — questionei.

A mulher somente grunhiu e virou a cabeça para mim.

— Odeio quando fazem isso — observei.

Eis que das paredes emergiram mais duas mulheres bizarras, com grunhidos tenebrosos.

— Agora são três — estremeci.

— Bom que sabe contar — o braço de uma esquisita foi congelado, mas o gelo logo se desfez.

Ao meu lado, Yuna se postou com as mãos nos bolsos.

— Onde você estava? — falei.

— Vi Naomi dentro daquele lugar e a segui.

— E era ela?

— Sim, mas ela acabou sumindo, e quando voltei, só encontrei o corpo de Kazuna em meio ao sangue — ela voltou o olhar rapidamente para a espada. — Sua sorte que ela não era humana, não é?

Com um grito, uma das mulheres voou em nossa direção, e nós saltamos para lados opostos, desviando do ataque.

— Meus poderes não funcionam com yureis — Yuna revelou as mãos —, me lança a espada!

Não hesitei em realizar o pedido da assassina e arremessei a arma. Ela apanhou a espada com as duas mãos pelo punho e cortou o ar, arranhando o chão.

A mulher com os dedos presos na parede se soltou e novamente avançou contra mim. Rapidamente, conjurei duas espadas de chi e cortei em X de baixo para cima, retalhando a esquisita.

Já a assassina fatiou outra yurei, com um golpe na diagonal de sua lâmina.

Além dos poderes também é boa espadachim. Que tipo de treino...

A última mulher surgiu à minha frente, cortando meus pensamentos. Ela tentou me ferir com suas unhas, mas movi minha arma de energia, decepando seu antebraço. Com a outra espada de chi, atravessei o pescoço da criatura, e ao retirar minha lâmina, a yurei desabou sem vida.

— Essa coisa é horrível — resmungou Yuna, balançando a espada. Ela congelou a arma e depois a transformou em neve.

— Por quê? — eu estava incrédulo. — Era meu prêmio de guerra!

— Não amola — disse ela, simplesmente, batendo o resto de neve das mãos.

— Grossa — sussurrei.

— E onde está o Hideki?

— Ah — desfiz minhas armas de chi —, ele seguiu você quando foi atrás da outra lá.

— Entendi. Deve ter ido parar em um lugar complicado do Mundo dos Mortos.

— Como assim?

— O Mundo dos Mortos tem oscilações dimensionais. Ele cria fendas no espaço e tempo, às vezes até muda suas coordenadas em oscilações maiores.

Assim que ela terminou de dizer, a localidade mudou.

Agora estávamos em uma sala retangular, com um grande tapete vermelho cobrindo o chão, teto branco com um lustre ao meio, e paredes de madeira avermelhadas, com exceção de uma, que era uma grande vidraça.

— Eu e minha boca — Yuna ajeitou o gorro na cabeça.

— E agora? — bufei, entediado.

Toc! Toc!

Na parede oposta à vidraça, havia uma porta também de madeira vermelha, que alguém começou a abrir logo após de dar duas batidas.

— Aí estão vocês — a assassina peituda adentrou a sala e a porta sumiu. Ela estava com o cabelo jogado para o lado que era raspado, o cobrindo. Seu decote dessa vez era um pouco mais decotado.

— Opa — eu acenei meio sem jeito.

— Os Executores estavam corretos — continuou Naomi, me ignorando. — A traidora e o novato espião estão trabalhando juntos.

— Tsc — Yuna estreitou o olhar para a assassina.

— E onde está o outro que anda com vocês? — perguntou ela. — Se perdeu no caminho?

— Mais ou menos — respondi, automaticamente.

Yuna olhou para os meus olhos e seguiu meu olhar.

— Pare de olhar pros peitos dela — murmurou para mim.

— Oe? Não, eu não...

Naomi me interrompeu disparando em ataque contra mim. Ela armou um soco e Yuna ergueu uma parede de gelo entre eu e ela. Mesmo assim, o soco destroçou a defesa invernal e a pressão do golpe empurrou meu corpo contra a vidraça, quebrando-a, mas uma concha de gelo cresceu às minhas costas, me impedindo de cair no abismo celestial.

Uma assassina se voltou para a outra.

— Hmph — começou Naomi —, é por isso que disse para...

— Que saco — interrompeu Yuna, com um tom de voz seco e um olhar frio. Ela estendeu o braço contra Naomi que congelou tão rápido quanto o movimento que a assassina fizera. Então, Yuna simplesmente fechou a mão, fazendo Naomi explodir em pedaços de água solidificada.

Caraca, ela matou sem hesitar! Pensei, saindo da concha de volta para a sala.

Olhei cuidadosamente para Yuna. Seus olhos eram como os de um leão selvagem em fúria. Ela ainda estava na mesma posição, como se tivesse congelado no tempo. Enfim, ela suavizou a expressão e abriu a mão.

É normal, né? Ela é uma assassina. Com quem eu estava pensando que estava andando?

Engoli em seco.

— Ei? — chamei-a, me cagando de medo, mas um pouco fascinado.

Ela baixou o braço e por fim colocou as mãos nos bolsos.

— Vamos dar o fora — disse ela, quando a porta apareceu novamente na parede da sala, virando as costas para mim.

+

Nós saímos em um longo corredor com paredes escarlates e o piso de madeira negra. O caminho era iluminado por uma lâmpada branca a cada doze passos, e ao final, mesmo distante, podia se ver uma porta escura com detalhes dourados.

— Yuna — disse eu, depois de um tempo em silêncio.

— O que é?

— Você está bem?

— Por que não estaria?

— Você respondeu minha pergunta com outra pergunta.

— E daí?

— Isso é evasão.

Ela suspirou e parou de caminhar.

— Se quer falar sobre o que fiz com Naomi — começou ela —, é o meu trabalho. Sou uma assassina, uma das melhores. Faço parte da elite da Associação desde os treze anos. Então, não me amole, seu pamonha. Eu nunca falhei em uma missão, exceto... — ela desviou o olhar.

— Eu só queria...

BAM!

A assassina socou a parede, a trincando sob seu punho.

— Não me venha com complacência — rosnou ela, e me olhou com os mesmos olhos selvagens de quando matou Naomi.

Sem perceber, dei um passo para trás, hesitante.

Yuna suavizou a expressão e voltou a caminhar para frente.

Qual o problema dessa garota?

— Vem logo, seu pamonha — chamou ela, e eu a segui.

+

Abrimos a porta ao final do corredor e nos foi revelado uma grande sala na forma de um octógono, com alguns espelhos nas paredes à esquerda e direita. Era iluminada por um lustre de luzes azuladas e tinha ao centro um trono de mármore negro. E nesse trono, o shinigami Ponte Espelhada, já estava morto, com um ferimento no meio da testa. Além disso, o assassino Eisuke, estava caído aos pés do deus da morte, bastante ferido.

— Parece que eu ganhei a aposta — comentei, adentrando o local.

Fui até o assassino caído e vi que em sua mão estava um pequeno frasco de vidro com uma fumaça azulada dentro.

Apanhei o objeto.

— Está morto? — perguntou Yuna, se aproximando

— Parece que sim — respondi. — Sua mão estava gelada, mas não vejo ferimento nenhum.

A assassina arrancou com um puxão o traje de Eisuke e por seu corpo haviam várias manchas negras de tamanhos diversos.

— Envenenamento — disse ela. — Deveria ser uma das habilidades do shinigami.

— É, devia ser.

— Bem, pelo menos estamos com a alma do deus da morte. Evitamos o que poderia ser uma dor de cabeça.

— E eu ganhei a aposta — comentei.

— É, você estava certo — bufou Yuna, e voltou o olhar para mim, estendendo uma mão. — Agora é só me passar o frasco, acho que sou a mais responsável pra cuidar do que tem dentro.

— Não — falei, sem hesitar. — Meu mestre é a melhor pessoa para lidar com isso. Mesmo eu achando que deveríamos contatar a Mythpool.

— Sem chance, seu pamonha. Vai, me dê o frasco

— Por que você quer tanto o frasco?

— Me dê — a assassina fechou a mão e, instintivamente, eu me afastei com um salto. — Hã? — ela olhou para a mão, confusa, então rangeu os dentes, e apontou o punho contra mim.

O que está havendo?

Yuna praguejou e baixou o punho.

— Sorte sua — falou ela —, parece que essa sala inibe meus poderes.

Meu corpo ficou tenso.

Ela ia realmente me atacar.

— Sendo assim — continuou Yuna —, vou ter que usar isso — a assassina esfregou as mãos e elas se envolveram em energia laranja.

Chi? Ela também sabe usar chi!

— Me dê — ela bateu um calcanhar no outro, também banhando os pés em energia.

— Foi mal — coloquei o frasco no bolso. — Sem saber suas intenções, não posso.

— Tsc — a assassina moveu um pé, vagarosamente, e de repente, fui golpeado no queixo.

Senti meu corpo subindo no ar, imobilizado pelo baque. Então, vi Yuna surgindo acima de mim em um salto. Ela dobrou os joelhos e disparou um chute em meu estomago, que me fez tossir sangue e me lançou contra o solo, o rachando com a colisão de meu corpo.

Merda.

Retirei força não sei de onde e rolei para o lado, antes da assassina cair como um meteoro e erguer pedaços de rocha da região onde eu caíra.

Cambaleante, eu me ergui com a mão no estomago e criei um campo de força de chi para me proteger da possível bipolaridade de Yuna, enquanto a dor em meu estomago se dissipava.

A assassina saltou do meio dos escombros e socou a redoma de energia que me envolvia, mas sem efeito algum. Ela aterrissou do salto e começou a desferir uma sequência de socos em minha proteção de chi, gerando pequenas fissuras aos poucos.

Yuna socava incansavelmente e meu estomago já estava melhor, o que ajudou em meu fluxo de chi, me deixando conjurar uma espada, um segundo antes do meu campo de força se estilhaçar graças a um forte soco da assassina.

Ela desferiu um chute cruzado que me decapitaria se eu não tivesse dado um passo para trás. Eis que em contra-ataque, golpeei em um movimento de tacada de golfe com minha lâmina, e Yuna bloqueou meu ataque com a palma da mão. Então, empurrei a espada contra o coração da assassina, mas ela inclinou o corpo para o lado, se esquivando, e empurrou minha espada com sua mão, me desarmando.

Cacete!

Yuna girou e acertou um chute, agora em meu plexo solar, me jogando contra a parede que trincou sob minhas costas.

Eu caí de cara no chão e tossi, antes de erguer meu olhar para a assassina.

— Por que eu não consigo? — disse ela, cerrando os punhos com mais força.

— Como?

— Sempre foi tão fácil...

Olhei por entre as pernas da assassina e vi meu mestre adentrando a sala. Ele olhou e analisou a situação. Yuna não o percebera entrando. Ela estava ocupada demais me observando tempestuosa, enquanto vagava em minha direção.

Ótimo.

Com um pouco de esforço, eu me levantei, e coloquei a mão no bolso com o frasco.

A assassina parou. Eu retirei o recipiente do bolso.

— Fico feliz que...

De súbito, arremessei o frasco com tudo e ele passou zunindo sobre o ombro de Yuna, voando na direção de meu mestre. Porém, o objeto foi interceptado.

— Plebeus — Tetsu colocou o recipiente no bolso —, não deveriam se intrometer com seres superiores.

O loiro mal-humorado olhou para meu mestre por cima do ombro, e nesse mesmo momento, meu cérebro calculou um estratagema tão rápido que meus neurônios quase entraram em combustão.

Criei uma agulha com uma linha de chi e parti pra cima de Tetsu, passando pelo lado da assassina que se manteve imóvel.

— Você não é o velho... — o loiro assassino percebeu minha ofensiva e moveu um punho velozmente, acertando minha boca sem me dar chance de reação.

Beleza. Passei a agulha no braço de Tetsu, antes de cambalear para trás. Ele baixou o punho, ainda olhando para meu mestre, sem perceber minha armadilha.

— ... que abriu aquela agência contra shinigamis? — completou.

— Não é só contra shinigamis — meu mestre invocou dois machados e avançou contra o assassino.

— Ah tá — Tetsu sorriu, e então sumiu em um teletransporte, me levando junto.

+++

Caímos com um baque no subsolo da Associação.

— Seu inútil — Tetsu rosnou, se levantando. Ele viu a agulha presa em seu braço e a retirou. — Seu chi criou interferência no teletransporte, não queria ter caído de cara — ele desfez a linha ao puxá-la.

— Tetsu? — pronunciou a chefe. — Quem está com você aí?

— É só um inseto, chefia.

Eu me ergui e logo algo me passou pela cabeça: como vou acabar com esse cara?

Bati minhas palmas na intenção de conjurar um par de espadas, mas o assassino surgiu às minhas costas e me chutou na coluna, me lançando contra a chefe encadeirada. E ele se teletransportou novamente, aparecendo no caminho entre meu corpo e a velha, me golpeando com as costas da mão e me rebatendo na direção de uma das colunas do estacionamento.

Bati as costas na quina da coluna, arrancando um pedaço do concreto, e rodopiei caindo no chão.

Não dá. Não tem jeito. Rangi os dentes e me ergui. Ele está em um nível que eu desconheço.

Mais uma vez, Tetsu surgiu às minhas costas e me deu um tapa na orelha direita, tirando sua audição temporariamente e me fazendo dar um passo torto para o lado.

Aproveitei e tentei golpeá-lo, girando e erguendo meu cotovelo em ataque, porém, o assassino segurou meu golpe.

Ele socou minha costela, me fazendo cambalear um passo para trás. Depois estapeou minha orelha esquerda. Então socou meu peito e maxilar. Chutou meu joelho, diafragma e boca, em sequência com a mesma perna, antes de girar e me jogar longe com um chute da perna oposta.

Tetsu usou seu teletransporte de novo, agarrando meu cabelo em pleno ar e sumindo comigo antes de eu colidir com outra coluna.

Nós surgimos no céu, metros acima da Associação, e o assassino me arremessou contra o heliporto.

É assim que vou morrer?

Não, não era daquele jeito bruto, já que Tetsu apareceu abaixo de meu corpo em queda e esbarrou sua palma em mim.

Apareci estendido com a cara no chão, de volta ao subsolo, com o assassino segurando minha nuca.

— Achou que eu seria mamão com açúcar? — rosnou ele. — Por que acha que me chamam de o Assassino Intocável?

— Eu nem sabia disso...

Ele pressionou minha cabeça contra o solo.

— Tá sabendo agora! — vociferou.

— Acabou com o inseto? — indagou a chefe.

— Tô quase... Hã?

Um espelho surgiu no teto.

Quem é agora?

O vidro ondulou, como as águas de um lago ao bater de uma pedra, e do óxido metálico, o garoto do cabelo branco caiu em um salto, pousando entre nós e a velha.

— Yamato — o loiro sorriu. — Por que está aqui?

O híbrido ignorou Tetsu. Ele se virou para a chefe e um par de lanças de vidro se materializou flutuando sobre seus ombros. As armas voaram como flechas na direção da velha, mas o Assassino Intocável se teletransportou para frente da chefia e cruzou os braços em X.

As lanças se cravaram em seus antebraços e Tetsu rangeu os dentes.

— Que merda! — vociferou o loiro. — Seu maldito! O que pensa que está fazendo?

— Quando descobri que era um híbrido e que essa Associação matou minha mãe e tentou me matar, eu entrei para a elite de assassinos com a ambição de estudar cada um de vocês. Por sorte, acabei descobrindo os projetos da "chefia", só não esperava que ela fosse uma híbrida também.

Opa, informação nova, pensei, me erguendo. Então ela não estava atrás do híbrido, porque ela já é uma. Caraca, como não calculamos que poderia haver mais de um.

— Então — continuou ele —, você quer mesmo se tornar um super shinigami — o híbrido apontou a palma contra o assassino e um grupo de flechas de vidro surgiu a sua volta.

— Hmph — Tetsu, em seu último movimento, retirou o frasco do bolso e o jogou por cima do ombro.

Yamato, por sua vez, disparou suas flechas, que mutilaram o Assassino Intocável.

Tetsu caiu de joelhos, esticando um braço na diagonal para cima.

Nazista?

O recipiente com a alma do Ponte Espelhada caiu dentro do grande jarro atrás da velha, mergulhando em meio as outras almas, e então, uma explosão de luz esverdeada cresceu do jarro e a chefe começou a berrar de dor.

— Droga — comentei.

Nós estreitávamos o olhar para observar o que estava acontecendo.

Um líquido verde fluorescente correu pelos tubos até adentrar o corpo da velha, que iniciou uma forte ventania junto de um abalo sísmico.

— O prédio vai ruir! — o híbrido se virou e agarrou meu braço. Um espelho criou-se sob nossos pés e fomos sugados pelo vidro, segundos antes de um grande estrondo ocorrer.

+++

Um lugar todo branco, com vários quadros de vidro flutuando estáticos por todo lado. Foi nesse lugar esquisito que aterrissamos — a Dimensão Espelhada.

— Está bem? — perguntou o híbrido.

— Sim, sim — respondi. — Estou só meio dolorido.

— Sei — ele desviou o olhar para os quadros —, eu deveria matá-lo também.

Estremeci e engoli em seco.

Não quero morrer neste lugar estranho.

— Mas pelo o que ouvi pelos corredores — continuou ele —, você é um espião, não é?

— I-Isso — disse, suando frio.

— E Yuna?

— O que tem?

— Ela realmente está envolvida com você?

— Formule melhor essa pergunta, por favor.

— Vocês são namorados?

— N-Não, não, nem ferrando, pra ser sincero — cocei minha nuca enquanto respondia.

— Sei. É que, Yuna, nunca falhou em matar ninguém. Ela é tão fria quanto seus poderes demonstram.

— É ver...

— Entretanto, você foi o único alvo que ela não exterminou. Então achei que ela gostasse de você ou algo assim.

Como é que é?

Eu estava atordoado com a informação. Não sabia o que poderia ser pior: mandarem me assassinar, ou Yuna ter algum sentimento por mim.

Seria terrível, imaginei. Ela congelaria meus membros a cada DR que acontecesse, e se eu a traísse, ela poderia concluir sua ordem de assassinato e me transformar em um picolé. Ela poderia até guardar cadáveres em meu quarto, o cheiro seria horrível...

— Por que está tremendo em posição fetal? — Yamato cortou meus pensamentos.

— Nada — me levantei com um salto. — Hehe.

— Então — ele estalou os dedos e os quadros de vidro revelaram uma única imagem. Saitama estava em destroços. No centro de uma planície redonda em meio as ruínas, uma mulher loira de olhos azuis, vestida somente com um top e uma saia curta, estava de pé, alternando o olhar entre a devastação e o próprio corpo.

— Saudável ela, não? — comentei.

— É a chefe — disse o híbrido. — Ela alcançou a forma perfeita de um shinigami.

— Aquela velhota virou esse mulherão? — indaguei, incrédulo.

— Não se deixe levar pela aparência, se a transformação foi bem-sucedida, ela está com um pouco dos poderes de cada shinigami que foi utilizado no processo, com a força de um ranking SSS.

— Caramba, só os cinco primeiros do ranking mundial são classificados em SSS.

— Pois é. Isso sem contar o poder natural dela, o de criar pequenas ilusões. Era com isso que ela se disfarçava dos integrantes da AAA. Só os realmente confiáveis sabiam de seus planos e de sua verdadeira forma.

Isso explica Yuna estranhar quando falei que a chefe era uma velha.

— Você era um?

— Dos confiáveis?

— Isso.

— Não, eu descobri isso espionando-a por esta dimensão. Meu objetivo sempre foi destruir a Associação por dentro.

— Mas, Mena disse que te indicou para a Associação.

— Mena é meu mestre. Ele quem me criou e me contou sobre minha ascendência. Porém, eu nunca o contei sobre meus planos de vingança. E não, ele também não sabia sobre os planos da chefe. A lealdade de Mena era admirável, mas também suspeita. Eu poderia contar a ele, só que precisava ser silencioso. Uma pena que eu tenha descoberto tarde demais.

— Mas por que isso? Por que ela quer tanto poder?

— A chefe, Yoko Subarashi, é nazista.

— Então, é aquele lance de raça superior, saquei.

— Isso mesmo. E agora, com esse poder destrutivo, pode fazer o que Hitler não conseguiu em poucos dias. É por isso que precisamos matá-la o quanto antes.

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