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Locus: 004

— Phew. Inacreditável, seu pamonha, eu dei instruções precisas sobre o que era para ser feito e vocês acabam arrumando confusão com um estrangeiro qualquer. Vamos ser um pouco mais gentis com os que vêm até aqui para injetar dólares em nossa economia, está bem?

De fato, era ela. Meus olhos caninos não estavam criando uma alucinação por conta do cenário desfavorável em que Ieda e eu nos encontrávamos. Ali, poucos passos adiante de mim, Yuna Nate se postava como um anjo da guarda para encarar a divindade.

Trajando seu uniforme carmesim, o 23° Tóquio, que a cobria dos ombros até metade de suas coxas fortes, e com tênis de basquete brancos calçados em seus pés, nossa querida Assassina de Youkais parecia ter surgido preparada para um banho de violência. E apesar de eu ter descrito com exatidão o que ela vestia, em minha visão, o que se destacava era o seu longo cabelo negro como uma cortina de sombras, e claro, seu famigerado gorro cinza.

— Aliás, Império das Pulgas, quem é esse daí e como ele deixou minha querida kouhai naquele estado?

Seguindo a ordem de sua dúvida trivial, a guria apontou para Zelo e depois para Ieda ainda ao chão, mas sem tirar seus olhos azul-escuros de nosso adversário. E ignorando o fato dela ter me chamado por aquele apelido idiota, que já deveria ter caído no esquecimento há algum tempo, eu prontamente a respondi.

— Esse homem é um deus, guria. Uma divindade encarnada com uma técnica esquisita de manipulação do vácuo. Talvez, mesmo você tenha que tomar cuidado.

— Hmm, um deus, é? Mas ele nem é tão bonito assim, Ulim. Não deveria rotular um homem pelo seu abdômen definido. Se bem que, olhando com atenção, a barriga dele é até mais bonita do que a minha.

— Não é o melhor momento para esse tipo de observação, guria, e desfaça esse enquadramento que fez com os dedos! Eu não disse que ele é um deus por conta da aparência, mas sim por ser a verdade. Ele quase matou a guria-aranha.

— É, isso aí eu notei, e não posso deixar o responsável sair impune.

— Hmph, ora, mas que aparição mais adocicada. Você é mais bonita do que aquela ali e ainda caiu dessa altura depois de fazer um buraco na barreira de meu mestre. Deve ser da mesma espécie que Ieda, não é? Isso é bastante adocicado. Não imaginava que um híbrido pudesse ser forte a esse ponto. Qual é o seu nome?

— Nate. Yuna Nate. E o seu?

— Zelo. Filho de Estige, e antigo membro das Forças Aladas de Zeus.

— ......

Por um breve momento, a guria travou, indignada com o que havia acabado de ouvir.

Desde seu primeiro ano como Assassina de Youkais, Yuna é, em um momento e outro, perseguida por um detetive chamado Doz, que, em verdade, é ninguém menos do que Zeus, o Senhor do Olimpo, disfarçado. Ele é o representante geral da polícia mitológica, embora ainda esteja abaixo do presidente, mas o mesmo não deve saber de sua verdadeira identidade. Ainda na Mythpool, poucos sabem, na verdade. Somente os soldados de confiança, que geralmente tinham algum forte envolvimento com o divino ou sobrenatural, tinham conhecimento de seu verdadeiro nome.

E a guria não suportava a presença do detetive, mesmo sabendo quem ele era realmente. Sendo assim, ter escutado que aquele homem à sua frente era um antigo membro das Forças Aladas de Zeus, um grupo de exclusividade do Senhor do Olimpo em que Yuna já fora convidada a participar, poderia tê-la feito reconsiderar suas impressões do deus adiante.

Ieda ter se ferido não era tão preocupante para nossa querida Assassina de Youkais. Ela já deveria ter notado que os danos que sua kouhai sofreu não eram nada que o fator de cura de Ieda não pudesse recuperar. E quanto a mim, eu mal havia sido atacado, apesar de ameaçado.

Mas, o fato daquela divindade ter um vínculo com Zeus, por menor que fosse, foi o que realmente levou a guria à seriedade.

De repente, bem provável que depois de Yuna ter terminado de processar as palavras de Zelo, a temperatura do ambiente caiu consideravelmente para um anoitecer bem comum de outono.

— Então, já entendi. Aquele stalker apertador de peitos deve ter alguma coisa a ver com isto tudo. Tsc, era só o que me faltava. Minha vida estava tranquila demais para ser verdade.

— Que adocicada informação. Você conhece Zeus?

— Não é como se fossemos íntimos, embora ele pense o oposto. Mas, sim. Infelizmente eu o conheço.

— Hmm.

Um silêncio assolador se instaurou por alguns instantes entre a hanyou e o deus, mas logo foi quebrado pela divindade, cuja expressão tranquila se enrijeceu por completo.

— Se você... vocês, o conhecem, mesmo que sutilmente, eu não posso permitir que saiam vivos desta barreira. Isso, de certa forma, seria andar contra os objetivos de meu mestre, considerando que vocês possam ser um empecilho no futuro. É uma decisão difícil, realmente estava interessado em vocês, no entanto, minha atitude será a mais adocicada nesta situação.

Assim, o deus se moveu.

Se lançando voraz contra nossa querida Assassina de Youkais, Zelo repetiu a tática agressiva que usou em Ieda, disparando um enxame de socos rápidos como se sua intenção fosse amassá-la gradativamente com sua sequência de golpes. Contra a guria-aranha pode ter funcionado muito bem, mas Ieda não havia libertado suas patas aracnídeas e estava com os movimentos limitados por conta do ferimento no abdômen. Contudo, desde o momento em que Yuna ficou séria quanto ao confronto, as chances da divindade de alcançar a vitória sobre nós foi reduzida drasticamente.

Apesar da sequência de socos de Zelo ter sido veloz e furiosa, não demorou muito para ele perceber que seus punhos não haviam tocado a guria nem mesmo uma única vez. Pelo contrário, era Yuna quem estava lhe tocando ali. Para cada soco disparado contra ela, nossa querida Assassina de Youkais aparava o golpe rapidamente, embora com muita precisão, de modo que o deus precisasse dobrar sua atenção para entender o que estava acontecendo.

Aquela horda de golpes lançados era nada mais do que a expressão da força bruta de uma divindade, e não havia nenhuma forma de cálculo para executá-la. Eram simplesmente punhos e mais punhos tentando amassar o oponente.

Por outro lado, Yuna raramente age sem pensar, tanto no ataque quanto na defesa.

Ao deixar que Zelo notasse que estava se safando de cada um dos socos, o deus perdeu a concentração de sua ofensiva por um instante, e isso foi o suficiente para Yuna Nate se livrar da pressão.

Primeiro, o antebraço direito da divindade foi lesionado por um movimento ágil do punho da guria, golpeando com as costas de sua mão cerrada e retirando o osso do deus de seu devido lugar. Logo em seguida, em um piscar de olhos, o braço esquerdo de Zelo enviou seu respectivo punho em ataque, mas Yuna reagiu com velocidade igual ou até maior, lesionando também o antebraço canhoto com um movimento ascendente de seu punho, acertando o pulso da divindade e o deslocando totalmente do resto de seu braço.

— C-Como... essa precisão e força adocicada...

Aqueles dois membros que vinham sendo armas violentas a favor do deus haviam sido efetivamente neutralizados. Mas, não por muito tempo. A capacidade regenerativa dele logo daria um jeito naquilo.

E sabendo disso, nossa querida Assassina de Youkais precisou contra-atacar mais rápida do que foi atacada.

Sem os antebraços disponíveis naquele momento, mesmo que por poucos segundos, Zelo estava dentro de um cenário que o desfavorecia totalmente.

Os dois primeiros socos da guria alvejaram as costelas do deus da esquerda para direita, firmes como uma rocha, afundando qualquer músculo que houvesse em seus caminhos. Após isso, ela saltou, e ergueu o joelho contra a face escultural da divindade, facilmente quebrando seu nariz e o fazendo cambalear para trás, quase que perdendo o equilíbrio.

— Acha que pode vencer um deus?!

Com seus pés de volta ao chão, a Assassina de Youkais se deparou com Zelo acelerando seu processo de cura e ajeitando sua postura praticamente novo em folha, pronto para uma nova ofensiva. Mas dessa vez, não era o método marcial que o deus estava para usar. Esticando seu braço direito, junto dos dedos de sua respectiva mão, a divindade iria usufruir de sua técnica manipuladora de vácuo para atacar Yuna.

— Guria, ele vai...!

— Fica frio aí, seu pamonha. Ele não conseguirá.

Dito e feito, é como se diz, não é?

Assim que Zelo deu início ao seu movimento derradeiro, o antebraço que havia acabado de se curar explodiu com pedaços de gelo.

Não. Explodiu não é a palavra correta, foi somente uma força de expressão. O que aconteceu foi que estalagmites no estado sólido da água surgiram de dentro para fora no antebraço do deus, rasgando sua pele límpida, junto de seus músculos e ossos.

— Urgh... isso é... gelo?

— E o que mais poderia ser, seu pamonha? Você deve estar querendo saber como isso aconteceu, não está? Pois a explicação é demasiadamente simples. Como posso ver, seu sangue é azul, o que prova sua divindade, mas não significa que seu corpo seja de um deus. Sua encarnação neste planeta é um humano comum até chegar o momento que sua alma será substituída pela de uma divindade. Logo, mesmo com os benefícios que a alma de um deus atribui ao corpo, uma divindade encarnada é, no máximo, um humano com poderes divinos, cuja eficiência varia de deus para deus. No seu caso, Zelo, com seu corpo original, você poderia até ser um problema para mim, mas em um corpo que deve ter crescido fazendo ginástica em algum parque, mesmo com poderes divinos não será nem um pouco complicado. E também, você é muito confiante e afobado. Sua única técnica pode ser facilmente neutralizada e, no combate mano a mano, você mal controla sua respiração e luta como um animal raivoso. Se eu neutralizar o seu outro braço, é possível que mesmo o Ulim consiga acabar com você.

— Tsc... isso não é adocicado de se dizer.

— Que seja. Se eu expandir o meu gelo, não haverá como recuperar seu antebraço. Eu vim até aqui pela demora de minha kouhai e meu cachorro, mas principalmente por ter sido notificada de uma compra em meu cartão de crédito. E, se você tivesse deixado Ieda desfazer a barreira, não estaria nessa situação desagradável. Mas, já que estou aqui e que minhas suspeitas sobre este perímetro controlado cresceram bastante, eu tenho algumas perguntas a fazer antes de esfregar a sua cara no asfalto.

— Você... é de fato adocicada. Mas não posso trair a confiança de meu mestre, que me permitiu caminhar neste mundo novamente!

Agora, com o braço esquerdo, o deus o movimentou para uma nova tentativa de ataque, assim como com o outro, esticando-o junto dos dedos de sua mão. Porém, da mesma forma que com seu membro do lado oposto, estalagmites de gelo brotaram de seu antebraço, o incapacitando por igual.

— É inútil, seu pamonha. Eu implantei um fragmento de minha mana com os dois socos que lhe acertei de início. Toda vez que os seus circuitos mágicos se agitarem próximo de meu fragmento, ele se expandirá em estalagmites gélidas, como se jogasse gasolina em uma fogueira.

— Tsc, impressionante, Yuna Nate. Eu realmente subestimei você. Não pensei que uma híbrida fosse tão adocicada assim. Mas, se pensa que venceu só porque litros de meu sangue azul vazam pelas feridas de meus braços, saiba que está enganada.

— Hmph, eu já disse que é inútil tentar qualquer coisa. Mas fique sabendo que não pretendo acabar com a sua nova vida. Se colaborar e responder minhas perguntas, deixaremos esta barreira e você em paz. O que acha?

— ...Hã, meus pés?

Tomado pelo calor da batalha e por seus braços terem sido incapacitados, o deus demorou para notar que seus pés estavam completamente envolvidos pelo estado sólido da água, e congelados junto ao pavimento do estacionamento.

— Eu os congelei quando tentou realizar seu primeiro ataque com a manipulação de vácuo, seu pamonha. Não ter notado a grande diferença de temperatura em seus próprios pés é prova do que disse sobre ser afobado em combate. Hmph, francamente, Ieda poderia ter o matado se quisesse também. Embora tenha sido descuidada, ela mal chegou a lutar sério contra você. A verdade é que ela só queria desfazer a barreira e voltar para casa, nada além disso. Se ela soubesse da sua existência e tivesse se preparado para um duelo, você estaria morto antes de provar ser um deus.

E eu não poderia discordar da guria nesse ponto. Ieda era uma especialista em criar diversos tipos de elixir para os mais diversos propósitos. Se ela soubesse que enfrentaria uma divindade, com certeza teria criado algo para conseguir uma vitória incontestável em dois ou três movimentos. Yuna mesmo já havia admitido que, se fosse necessário que lutassem até a morte, nossa querida Assassina de Youkais provavelmente perderia se não acabasse com Ieda nos dois primeiros movimentos. O potencial da guria-aranha é tão grande quanto, ou até maior, que o da guria na época da AAA.

— Pois bem... devido ao momento adocicado em que você me colocou... parece que não tenho outra escolha senão usar o meu verdadeiro poder.

— Eu não quero saber sobre seu verdadeiro poder, seu pamonha. Não me amole, está bem? O que realmente quero saber é qual o propósito desta barreira ter sido erguida sobre o redor de todo o Monte Kurama? Quem é seu mestre, e o que ele é?

— Hmph, híbrida, não importa o quão adocicada você seja, eu nunca irei responder a essas suas perguntas tão invasivas. Ou, por acaso, você acha que me colocou medo e que poderá usar esse fator para arrancar respostas de mim?

— Hmm, para ser sincera, eu só achei que, depois de tudo o que eu disse, você seria inteligente e aceitaria minha proposta sem pensar duas vezes. Mas parece que eu estava enganada.

— Certamente está, híbrida! Eu vou aniquilar vocês pela honra de meu mestre!

Rangendo os dentes e vociferando aquelas palavras que indicavam que seu sangue estava subindo à cabeça, Zelo deu início ao que parecia ser um segundo round contra a guria. Seu corpo, repentinamente, começou a emanar um calor notável, que se mesclou ao ambiente frio causado pela presença da Assassina de Youkais. No instante seguinte, as estalagmites em seus antebraços simplesmente evaporaram, e seus músculos e ossos logo foram regenerados, e o gelo em seus pés também se tornou vapor. Então, uma aura dourada envolveu o corpo da divindade como se fosse uma chama ao topo de uma vela.

O calor que agora emanava daquele deus era, de certo modo, aconchegante e acolhedor; ao mesmo tempo, sombrio e sufocante.

— Guria, a presença dele foi alterada totalmente.

— É, eu já percebi.

— Yuna-senpai... ele está modificando sua estrutura molecular. Tenha cuidado.

No mesmo ponto em que havia caído, Ieda estava se colocando de pé, com todos os seus danos de batalha, exceto a ferida no abdômen, consertados por completo.

— Para trás, querida kouhai, não há com o que se preocupar. Primeiro, vamos esperar para ver.

E nós estávamos vendo, de fato. Como a guria-aranha tinha acabado de comentar, o corpo da divindade estava adulterando sua forma. Inicialmente por suas vestimentas, que foram incineradas de uma vez pela energia calorosa que vazava em abundância de Zelo. E assim que suas roupas se foram, seu corpo foi coberto por uma camada de luminosidade branca, e uma ventania começou a espiralar a partir do deus.

Então, da base de sua coluna, asas angelicais brotaram com uma batida, e a pele límpida de seu corpo, que gradativamente era nos reapresentada com o cair da luz, se tornou branca como se aquela luminosidade tivesse se fundido em suas células. E, seu cabelo loiro se ergueu totalmente, se tornando azul-celeste.

A divindade havia assumido uma forma angelical.

Mas o quanto isso faria diferença no embate ainda era um mistério.

— Admirem, híbridas, lobo, o que o poder de um deus pode fazer mesmo em um corpo mortal. Agora, não haverá problemas para acabar com você, adocicada, e limpar a honra de meu mestre.

Os olhos do deus agora eram cem por cento azuis, sem diferença entre íris e esclera, mas não era difícil notar que seu olhar desafiador estava cravado em nossa querida Assassina de Youkais.

— Hmph, acha que não sei, seu pamonha?

— Hmm?

— Acha que não sei que essa sua forma é temporária? Você está usando mana divina no lugar da mana tradicional que existia nesse corpo. Com isso, você pode alterar sua forma para a original, mas somente por tempo limitado e com energia limitada também. Seu corpo, mesmo transformado, não é seu verdadeiro corpo e não poderá exercer toda sua capacidade. O aumento de força e velocidade é exponencial, mas eu acho que posso lidar com isso.

— Acha que pode enfrentar um deus guerreiro de igual para igual, adocicada? Agora é você quem está sendo arrogante, não acha? Bem, que seja, eu quebrarei todos os ossos desse seu corpinho bonito, Yuna Nate!

— Veremos, seu pamonha.

Assim, mais uma vez, o deus se moveu.

Só que agora, a guria também.

Ambos avançaram com passos largos um contra o outro, e se encontraram desferindo uma rajada de socos ao mesmo tempo. Os golpes eram tão velozes, e ao mesmo tempo tão firmes, que tanto Yuna quanto Zelo pareciam ter quatro ou seis braços a mais. Da primeira vez que a divindade tentou esse tipo de ofensiva esmagadora, a guria deu conta de cada um dos socos disparados sem muita dificuldade. E ali, naquela nova tentativa, o deus estava, de fato, mais ágil em seus movimentos, porém, para nossa querida Assassina de Youkais, aquela aceleração de seus punhos parecia não existir.

Os braços de ambos estavam, certamente, próximos da velocidade do som.

Ao redor dos dois, o vento chicoteava sem controle por conta da rapidez daqueles movimentos de voracidade.

Analisando do meu ponto de vista canino, para o lado de Zelo, se a guria se cansasse e perdesse o ritmo, ela seria alvejada violentamente, e dependendo do tempo que ela tomasse para se recompor, o deus seria capaz de feri-la como fez com Ieda, ou até pior.

No entanto, Yuna não só tinha uma aptidão física sobrenatural até mesmo para o sobrenatural, como também usufruía de uma segunda fonte de energia mágica que era o motivo de tamanha confiança.

Selada dentro de seu corpo, uma lendária lança dourada fazia com que uma aura divina começasse a contornar sua silhueta.

— Irá morrer, adocicada!

— Já disse que é inútil!

De repente, a cabeça da divindade inclinou para trás. Sangue espirrou de suas narinas e boca. Agora, uma espécie de icor dourado e não azul como das últimas vezes. E no instante seguinte, em alguns pontos de seu torso, sua pele amassou no formato de punhos, e seu corpo deslizou para trás no estacionamento, empurrado pela pressão dos socos da guria.

— C-Como... como é possível? Essa energia que está emanado de você... é energia divina.

— Fico feliz que tenha notado, seu pamonha, eu não estava a fim de explicar isso para você também. Francamente, você até que estava indo bem, mas cometeu o mesmo erro da primeira vez. Uma sequência de movimentos como essa exige concentração, está bem? Você se afobou achando que ia me vencer e acabou sofrendo o mesmo destino.

— ...Tsc.

— E aí, o que é que vai ser?

Era essa a questão final que a Assassina de Youkais lançava para suas vítimas. Era como uma deixa para as últimas palavras daqueles que cruzavam seu caminho.

— Eu não permitirei que tenha sua vitória adocicada!

O deus rugiu, e esticou seu braço direito para, em uma nova tentativa, usar sua técnica de manipulação do vácuo. Todavia, Yuna percorreu o curto espaço entre ela e a divindade, surgindo em um piscar de olhos diante de Zelo e segurando o braço que ele estava para mover.

— Eu não disse, seu pamonha, que é inútil?

Ao toque dos dedos da guria, antes mesmo que o deus pudesse calcular alguma resposta à súbita aproximação de Yuna, o antebraço do deus foi completamente congelado. E, no segundo seguinte, o golpe derradeiro de nossa querida Assassina de Youkais. Com a mão livre, e com a destreza assombrosa que já estávamos habituados, a guria desferiu seu movimento, batendo com a palma de sua mão no meio do tórax da divindade.

Era isso.

Nós tínhamos uma vencedora, senhoras e senhores.

A Palma de Buda, uma técnica que, embora golpeie o físico, inflige os danos ao espiritual.

Assim que a guria acertou Zelo com sua palma, e uma ventania foi soprada a partir das costas do deus, a divindade logo perdeu o brilho de sua aura, juntamente com o de seus olhos.

— Está acabado, seu pamonha. Se tivesse aceitado minha proposta e colaborado, não teria sido derrotado dessa maneira. A moral da história para você, é que não se deve usar os punhos antes do cérebro. Francamente, é uma lógica simples.

Yuna soltou o braço do deus derrotado e seu corpo caiu pesadamente de joelhos, antes de ruir e se estatelar no pavimento, com a face aos pés da Assassina de Youkais.

— Você nos tirou de uma pior, guria. Não imaginávamos que um deus iria ter alguma relação com esta barreira.

— Vamos deixar essas formalidades para depois, seu pamonha. Primeiro, vocês dois estão bem? Ieda, esse curativo...

— Não se preocupe, Yuna-senpai, só o fiz para estancar o sangramento. O golpe com vácuo do senhor-abdômen desacelerou meu fator de cura onde fui alvejada, só isso. Eu sinto que já está quase completamente curado.

De fato, a guria-aranha já parecia estar cem por cento renovada do combate. Eu até poderia dizer, não fosse o curativo de teia em seu abdômen, que ela estava pronta para mais um round contra a divindade, mesmo com o aumento de poder que ganhou com sua transformação.

— Hmm, ótimo. Tudo está bem quando acaba bem. Acho que depois de hoje, precisamos pedir uma pizza. O que acha, querida kouhai?

— Ah, eu acho uma ideia muito boa, Yuna-senpai.

— Então, está decidido. Agora, vamos embora, ainda não terminamos de arrumar a decoração.

— Ei, ei, guria, mas espere um pouco.

— Hmm? O que foi, Ulim?

— Como assim "o que foi"? Você mandou a mim e a guria-aranha vir aqui justamente para desfazer este perímetro controlado, e agora, estando aqui, você somente dará as costas e irá embora?

— Ora, seu pamonha, quer dizer que ainda não entendeu? As circunstâncias mudaram, agora. O mistério envolvendo esta barreira despertou o meu interesse.

Hmph, se era esse o caso, um lobo, líder de alcateia, nada poderia fazer quanto a curiosidade de Yuna Nate. E, conhecendo-a como a conheço, para que seu interesse fosse ao ponto de jogar fora a oportunidade de conseguir uma boa quantidade de ienes, a guria deveria estar embriagada em sua própria curiosidade.

Ieda e sua senpai viraram as costas para mim e o deus caído, e seguiram caminhando ansiosas para fora do estacionamento da Estação Kurama. E não querendo ser deixado para trás, meu corpo canino foi levado pelas minhas quatro patas a segui-las, acelerando o passo para alcançá-las.

Analisando as atitudes da guria, era bem provável que tivesse algum plano mirabolante em mente para descobrir a verdade sobre aquele perímetro controlado. E também...

Hmm?

Mas essa presença sufocante é...

— Que poder adocicado é o seu, Yuna Nate.

— ......?

— No entanto, acha mesmo que um deus seria derrubado com esse golpe de loja esotérica? Talvez, você tenha se afobado um pouco também.

A guria-aranha e eu, incrédulos com o que poderia estar acontecendo, olhamos por sobre nossos ombros para ter uma confirmação visual daquilo que nossa imaginação sussurrava em nossas cabeças. E como se nossas teorias fossem materializadas diante de nossos olhos, Zelo, ainda com sua aparência angelical, estava de pé às nossas costas, com os dentes cerrados em fúria.

— Phew, você é persistente demais, não é, seu pamonha? Deveria ter continuado fingindo que estava desmaiado e ter nos deixado ir embora tranquilamente. Mas, ao que aparenta, você é orgulhoso demais para isso, estou certa?

A guria foi a única que não se voltou para a divindade. Não se virou e tampouco olhou por cima do ombro como nós. Ela provavelmente já tinha cogitado aquela possibilidade, e por isso também não se sentiu surpresa com a voz do deus agora alado.

— V-Você... vocês. Eu acabarei com todos vocês da forma mais adocicada! Eu... irei me autodestruir e levar tudo ao redor desta estação comigo de volta para Hades! Veja o que farei pela honra de... hã?

— Quantas vezes preciso repetir... que seu esforço é inútil, seu pamonha?

O deus ajeitou sua postura que estava um tanto desregulada quando o olhamos, e ainda que seu braço permanecesse congelado, um contorno dourado envolveu seu corpo de formato angelical e aquele mesmo calor aconchegante de antes começou a emanar da divindade.

E então, ao que a guria-aranha e eu estávamos preparados para reagir, e Yuna permanecia de costas, o que deveria acontecer, aconteceu.

De todos os pontos amassados pelos punhos da guria em seu tronco branquíssimo, estalagmites de gelo cresceram de dentro de Zelo, destruindo seus ossos, carne e pele, sem nenhuma gentileza.

E além do sangue de ouro que escorria de todos os seus ferimentos em seu torso, o deus ainda tossiu uma poça de icor dourado, para cessar sua aura de divindade e deixar sua forma angelical se desfazer em vapor de seu corpo.

Somente quando seu sangue trocou a cor dourada pela cor azul que eu consegui relaxar meus músculos caninos.

— Francamente, não é possível que ele não tenha imaginado que eu repetiria a mesma estratégia. Eu nunca quis derrotá-lo com a Palma de Buda, só queria forçá-lo a usar seu fluxo de magia por todo corpo. Uma armadilha simples de campo-minado. Bem, que seja. Vamos sair logo daqui, Ieda, Ulim. Mesmo que, dessa vez, ele não acordará tão cedo.

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