Ebrius: 005
— Centzon Totochtin, esse é o nome do grupo. No panteão asteca de deuses, esse era o nome do grupo de coelhos divinos associados à bebedeira e diversão. Não há muito mais detalhes por aqui, Yuna. Mas pelo o que me resumiu, é incrível que tenha saído com vida.
— Eu tive uma pequena ajuda, seu pamonha. Não foi tão complicado quanto parece.
Isso, pela visão dela, claro.
Para mim, um lobo, líder de alcateia, que assistiu a tudo de camarote, o embate das duas contra os oitenta coelhos foi tão grandioso e avassalador que tive de finalizar o capítulo com um "fim" por não ser capaz de descrever os atos que moldaram um verdadeiro massacre de divindades encarnadas.
E que também levaram uma humilde área residencial a se tornar um monte de ruínas.
Aliás, era esse o motivo pelo qual a guria estava pendurada em seu smartphone já de volta ao nosso apartamento alugado.
Novembro, dia 12, mais ou menos às 22:10. Poucas horas depois de vislumbrar uma chacina.
E aquele quem dialogava com ela no telefone era o atual diretor da Mythpool japonesa, o ex-agente 3k1.
— Bem, pelo estrago que você e essa sua "pequena ajuda" causaram, eu deveria parar de pagar o aluguel desse apartamento para aliviar o meu lado que vai ter que movimentar mais dinheiro do que o tráfico do Rio de Janeiro para arcar com a dívida criada pela senhorita.
— Ui, ui, ui, desculpe ser um incômodo, seu pamonha. Mas só para refrescar sua memória, eu estou nesta situação, em parte, por sua culpa. Então, pode deixar de pagar, está bem? Eu conheço diversas formas de conseguir dinheiro, você não deve nem imaginar. Ou melhor, você deve imaginar, sim, toda vez que me olha de baixo para cima quando nos encontramos. E aposto que se eu incluir a Ieda no cardápio vou atrair um enorme público feminino, também.
— Tsc. N-Não precisa apelar para esse tipo de trabalho, você já não presta serviços como ACSI?
— Temporariamente fechada para reforma, não viu no site? Como quer que eu realize qualquer tipo de trabalho se cinquenta por cento das divindades deste planeta querem minha cabeça, hein?
— Hmm, verdade. Phew. Peço perdão, Yuna. É que toda essa pressão em cima de mim está me sufocando. Desde que Alighieri apareceu, uma grande carga de responsabilidade foi jogada da matriz contra mim. Até da ONU eu já recebi ligação, e eram duas da manhã.
— Eu não sei como lhe ajudar com isso, sempre lidei bem com a pressão, tanto que não consigo pensar em como deve ser a sensação. Mas, sobre a ligação da ONU, você tem que considerar o fuso-horário. Nem todo mundo vive aqui no Japão. Os espanhóis vivem na Espanha, por exemplo.
— ...Okay. Por que mesmo que você me ligou, Yuna?
— Ah, só queria saber sobre os coelhos, mesmo. Se estiver ocupado, pode desligar.
— É... eu estou extremamente ocupado, agora. Então... amanhã passarei aí, para ver como você está, digo, como o apartamento está, e a Ieda... e o Ulim.
Hmph, aquele ex-agente que guarde suas gracinhas para fazer com a guria. Eu não tinha nenhum interesse em ser visitado por ele, mesmo se, em algum dia milagroso, a presença dele for estritamente necessária.
Enfim.
Yuna encerrou a ligação, jogando seu celular sobre os lençóis de sua cama. Depois suspirou, baixando os ombros em uma tentativa de diminuir o estresse acumulado. Então, jogou-se de bruços no colchão, esmagando com seus seios o seu smartphone, e me observou acomodado no tapete daquele cômodo com metade de seu rosto.
— Ei, sei que está acordado, não finja.
— Hmm, o que foi, guria?
— Quer ouvir uma piada que inventei?
— Que você inventou? Certo, tudo bem.
— Dois coelhos entraram em um bar...
Phew...
Eu mereço.
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