— Está é sua missão, Yuna, encontrar e tirar a vida de Yuki-onna, a...

— Aquela maldita que matou meu pai e negligenciou a mim durante todos esses anos.

— É... isso. Eu estava para ser mais formal, mas essa sua visão também serve.

Estamos de volta às minhas memórias caninas. O momento em questão envolvia a mim, meu mestre, e a guria. Nós estávamos a acompanhando até a saída da AAA e meu mestre decidiu revisar rapidamente a missão de Yuna.

— Tem certeza que não quer que eu a ajude, guria.

— Não precisa, Império das Pulgas.

— Do que me chamou?!

— Oe? — Ela se fez de desentendida!

— Mestre, você não escutou?!

— Hmm? Ah, sim, é um apelido fofo.

— Até você, meu mestre?!

— Não se preocupe, seu pamonha. — Yuna agachou e acariciou minha cabeça. Naquele dia, sem poder fugir de meu apego canino para com a guria, eu estava especialmente preocupado com o que poderia ocorrer a ela. — Eu voltarei com biscoitos, está bem?

Ela sabia que eu não gostava de biscoito, hmph.

Mas o importante é que ela voltou sã e salva.

Ela se tornou o que é hoje, a Assassina de Youkais.

— Chega de despedidas, Yuna. Está na hora encarar o seu destino.

— Certo, Mena.

Assim, a guria se ergueu, e começou a caminhar adiante, contra aquilo que ela havia aguardado por anos. Então, parou, ao meio-fio.

E ficou parada.

E parada.

O que estava acontecendo? Era para ela continuar caminhando.

— Yuna, tudo bem aí?

— Hã? — Ela nos olhou por cima do ombro. — Ah, é que estou esperando o Uber.

É, claro.

Viva a tecnologia.

— Ulim, acho melhor entrarmos.

— Pode ir, meu mestre. Eu ficarei aqui mais um pouco, se não se importar.

— Não me importo. Não é só você quem está preocupada com ela.

— Como?

Antes de virar as costas para mim e adentrar a Associação de Assassinos Anônimos, meu mestre lançou um olhar para a esquina do edifício da AAA.

Hmm, entendi.

— Você também quer saber o desfecho, não é, Kyoko?