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004

— Minha nossa, nossa, nossa, Naomi, você parece estar em uma bela enrascada, hein. Precisa de mais uma mãozinha aí?

Uma nova voz ecoou próximo de Ieda e eu, e nós não demoramos a encontrar com o olhar a origem daquelas palavras direcionadas à minha antiga parceira ao chão.

No alto de um poste de luz, observando Suny com a cabeça levemente inclinada, havia um majestoso falcão de plumagem púrpura e bico vermelho. Tirando seu tamanho, que era um pouco maior do que um gavião-real, e também pelo fato dele falar, a criatura alada não se diferenciava muito do que se podia encontrar em um zoológico qualquer. Ah, e claro, seus olhos. Seus olhos eram brancos. Seus olhos eram totalmente brancos, como os globos revirados de alguém que perdeu a vida.

Aquela ave parecia ter seu corpo possuído por um poderoso yurei.

Com toda certeza, o majestoso falcão não estava ali quando encontrei com Suny, ou mesmo depois, quando Ieda apareceu heroicamente.

Mas, de onde e como aquele grande pássaro surgiu tão sorrateiramente?

Seja lá qual for a resposta, Ieda, ao meu lado, não parecia ter simpatizado muito com a púrpura ave de rapina. A garota-aranha observava o falcão com os olhos desconfiados de um cachorro raivoso. As pontas de suas patas aracnídeas se direcionavam incisivas na direção da criatura alada, como se as acusassem por algum crime hediondo.

Não sei se por causa da presença de Yuna na ocasião, mas, nem mesmo contra Maçã do Éden, Ieda se comportou dessa maneira.

Talvez, ela quisesse demonstrar algum tipo de superioridade no intuito de afugentar aquele que poderia ser seu próximo adversário.

E... por que raios o pássaro chamou Suny de Naomi?

— Ora, ora, Naomi, parece que falar ainda é um problema para você, não? Minha nossa, nossa, nossa, hein. Eu disse que você não seria nem um pouco útil, mesmo em um corpo habilidoso como esse. É uma pena que tenha falhado em resgatar o Coração. Vai acabar voltando para onde todos nós estamos fadados a ir.

O falcão estendeu uma de suas asas roxas, ainda mantendo seus olhos fixos de predador em minha antiga parceira. Subitamente, da plumagem púrpura que cobria sua asa, como se saindo de dentro de sua carne, um arpão foi disparado diretamente contra a cabeça de Suny.

Sem gentileza, o objeto pontudo iria se cravar com firmeza no crânio da antiga agente 2k9.

Talvez, mesmo sendo uma shikigami, um golpe direto no cérebro fosse o fim para ela.

Mas isso não chegou a acontecer.

Ieda impediu isso.

De uma de suas patas de aranha inferiores, linhas de teia foram disparadas como um barbante para salvar minha antiga parceira de um reencontro com as leis da morte. O fio de teia agiu como a língua de um sapo apanhando uma mosca. Ao grudar no arpão, a centímetros da cabeça de Suny, a pata de Ieda deu um pequeno puxão, fazendo o arpão virar no ar e desviando sua ponta de seu objetivo letal.

O objeto pontudo caiu inofensivo sobre o ombro de minha antiga parceira e o chão, como se construísse uma ponte entre eles.

— Pelo o que eu entendi, passarinho, você estava prestes a matar sua companheira, não estava? Por acaso está simulando demência, é? Vocês não deveriam ser amigos, como uma família?

Minha salvadora e garota-aranha deu dois passos à frente, com seus membros aracnídeos apontando com voracidade para a ave sobre o poste de luz.

O falcão falante voltou sua atenção para ela. Sua asa baixou e seu peito estufou, ao que a criatura moveu suas garras para se virar para nós e apontar seu bico vermelho na direção de Ieda.

— Minha nossa, nossa, nossa, você é inocente, garotinha? Esse tipo de coisa sobre companheirismo e coletivismo são ideais que este país prega, mas, que pouco se vê sair do papel no mundo real. As criaturas vivas interagem somente por interesse. Os humanos e suas variações são especialistas nisso.

— Tsc, o que você sabe sobre humanos? Você é um shikigami também, não é?

— Mas uma vez já fui humano. E antes de me tornar um shikigami, também já fui um onryo. Meu currículo é vasto. Se você acha que as pessoas serão cegamente fieis a você só porque compartilham o mesmo interesse, você será traída constantemente.

— Eu respeito sua opinião, passarinho... mas eu não concordo com você. Se alguém simulou demência para você, não jogue a culpa no resto do mundo. Você tentou matar sua companheira, e eu não gostei disso, por isso a salvei. Eu sinceramente não sei o motivo, mas meus instintos de aranha estão gritando para matá-lo. E não conseguirei me conter por mais muito tempo.

— Você quer me matar? Minha nossa, nossa, nossa, eu realmente só estava acompanhando Naomi para ver o que ela aprontava, mas parece que agora entrei em um conflito. Que infortúnio, não? Mas, por outro lado, você é uma hanyou. E uma das boas. Não recebi nenhuma ordem para matar você, garotinha, mas se eu aparecer com seu corpo para o meu mestre, talvez eu receba alguma gratificação extra... oh... acabei pensando alto novamente.

— Não fique simulando demência, ok? Desça aqui para eu depená-lo!

— Descer? Um falcão não é o tipo de animal que se olha do ponto alto para o baixo.

Com essa frase, o shikigami em corpo de pássaro bateu suas asas duas vezes, começando a flutuar sobre o poste de luz, com seu bico ainda apontado para a garota-aranha. No que seria a terceira batida de suas asas púrpuras, o falcão as estendeu, desenhando uma espécie de cruz com seu corpo em pleno ar. Ele, enfim, desviou seu olhar de Ieda, apontando seu bico para o céu. E, ao mesmo tempo que suas asas se estenderam, buracos negros se abriram em ambos os lados da criatura alada.

Literalmente, buracos negros. Fissuras no espaço em forma circular cujo o interior era a mais pura escuridão.

Eram portais.

Buracos de minhoca.

— Para trás, 3k1!

Ieda não precisava me avisar, Vosso Humilde Narrador já estava atrás dela.

Dentro de um misero piscar de olhos, assim que aqueles buracos surgiram como um muro à esquerda e à direita do falcão, uma série de arpões foi disparada sem dó ou piedade, precisamente na direção da aprendiz da Assassina de Youkais.

Mesmo para um hanyou, seria difícil sair ileso daquele ataque.

A menos que ele tivesse um pouco mais de membros do que o habitual.

Assim que os arpões adentraram a zona de conforto de Ieda, suas patas aracnídeas começaram a trabalhar como máquinas cheias de energia. Elas se moviam com uma velocidade incompreensível para meus meros olhos mortais. Digo com convicção, a rapidez dos movimentos daqueles longos membros de aranha era suficiente para se proteger dos projeteis de uma metralhadora à curta distância. As extremidades douradas daquelas patas rebatiam com violência cada arpão lançado, os fazendo parar em diversos pontos daquela área residencial, e alguns até quebrarem com os tapas defensivos das lâminas na cor de ouro.

— Já chega!

Ieda moveu seus braços para trás, como se puxasse alguma coisa com um par de cordas. E, era praticamente o que aquele movimento era. A chuva de arpões cessou e os buracos no ar se fecharam magicamente. O falcão que planava em pleno ar, pareceu perder o controle de suas próprias asas, e voltou a pousar com suas garras sobre o poste de luz.

O que aconteceu foi que Ieda, enquanto se defendia com suas patas aracnídeas dos objetos pontudos que tentavam alvejá-la, enxergou uma brecha em toda aquela ofensiva caótica e lançou, de debaixo de suas unhas, linhas de teia de cada um de seus dedos das mãos. Cinco para a asa esquerda, cinco para a asa direita. Com isso, pôde forçar o par de asas da criatura alada a se fechar, colocando um fim ao ataque massivo que estava sofrendo.

— Minha nossa, nossa, nossa, você é dura na queda... ei!

A garota-aranha não se contentou com somente cessar a ofensiva mágica daquele falcão. Suas linhas de teia ainda estavam presas na plumagem roxa das asas da ave, mesmo que agora frouxas. Como eram bastante finas, era difícil vê-las até mesmo sob a luz do sol, e isso permitiu que Ieda decidisse sua ação em seu turno de ataque. Cortando as palavras do falcão falante, ela puxou com força as linhas de teia que saiam de sob suas unhas, usando um firme movimento dos braços para trás.

A essa ação, o shikigami não pôde fazer nada além de ser tragado à força na direção de Ieda. Na direção das patas de aranha de Ieda. Mais especificamente, na direção das lâminas que compunham as extremidades daqueles quatro membros aracnídeos.

Aquele falcão seria empalhado.

Empalhado pela Dona Aranha.

No entanto, o destino não se permitiu ser tão irônico.

A caminho das patas de aranha que o aguardavam para dilacerá-lo, sem mesmo bater suas asas, a criatura alada fez um novo buraco negro se abrir entre ela e Ieda.

O falcão submergiu nessa fissura no espaço, desaparecendo de nosso campo de visão, e então, o buraco se fechou.

— Para onde?

Parecendo que queria responder a nossa dúvida, o ruído de asas golpeando o ar nos chamou a atenção para um ponto mais acima de nossas cabeças. E lá estava a ave púrpura. Acompanhada de mais quatro portais ao seu redor.

Os arpões simplesmente choveram contra nós.

Alguém como Vosso Humilde Narrador, mesmo sendo um agente treinado, não seria capaz de se mover rápido o suficiente para se safar daquilo.

Mas, Ieda era.

Ela era uma aracnídea tão astuta quanto sua senpai.

A garota-aranha me agarrou e saltou para fora da linha de fogo. Nós rolamos por um breve momento como se estivéssemos dentro de uma gaiola, mas eram só as patas de Ieda nos protegendo da atitude desesperada de sua própria dona.

Não que eu esteja reclamando. Sou muito grato a ela por ter me salvado duas vezes dentro de uma única hora.

Ouvir o som das lâminas daqueles membros de aranha arranharem o solo para nos fazer frear, era como música para meus ouvidos.

Quando paramos, eu me vi agarrado ao corpo de Ieda como se fosse um coala.

— 3k1... poderia me soltar, agora? Tem alguma coisa além de suas pernas se esfregando em mim.

— Ah!

Meus braços e pernas se afastaram da garota-aranha e eu caí de costas no asfalto. Minha mente impactada pelo o que acabou de acontecer. Sinceramente, eu esperava que aquele acidente não traumatizasse a aprendiz de Yuna Nate.

— Você precisa procurar um médico, 3k1. Tem algo criando vida na sua virilha.

— V-Você não sabe o que é?!

— Por que eu deveria saber? Meus conhecimentos medicinais não são tão grandes para lidar com qualquer tumor sem ao menos fazer uma verificação visual. Depois, se eu puder dar uma olhada...

— N-Não! — Eu rapidamente me ergui. — Prontamente eu procurarei um médico, depois.

Agarrá-la daquela forma já era demais. Eu não iria contribuir com a perca de sua inocência. Aliás, Yuna me mataria da maneira mais brutal se algo do tipo acontecesse.

Já não bastasse aquela ave tentando nos tirar a vida.

Batendo suas asas para se manter pairando em pleno ar, o falcão de penas púrpuras havia desfeito seus portais ao seu redor e nos observava como um par de minhocas indefesas.

Falcões se alimentam de minhocas? Acredito que não machuquem seu orgulho desperdiçando o título de mais veloz predador da natureza atrás de meros invertebrados.

— Minha nossa, nossa, nossa, você salta longe, hein. Eu só espero que não pense que suas habilidades físicas serão o suficiente para me apunhalar.

Sem respostas, suspensa pelas suas patas aracnídeas, Ieda levou seus pés ao chão, libertando as extremidades de seus membros mutantes do solo. As lâminas douradas que compunham as pontas de suas patas voltaram a apontar para a ave mais adiante.

Em uma espécie de resposta à Ieda, com sua asa esquerda, a criatura alada lançou algumas penas na direção de Suny, ainda presa ao pavimento. Elas voaram como flechas até os emaranhados de teia que prendiam minha antiga parceira no solo, cortando suas algemas.

— Levante-se, Naomi. Parece que nosso mestre lhe deu uma nova chance.

Como uma marionete, Suny obedeceu ao comando de voz do falcão falante. Assim que se pôs de pé, ela logo se voltou em nossa direção.

Ao que parecia, eram dois contra dois, agora.

Só que nosso time tinha uma clara desvantagem.

Eu.

— 3k1, consegue enrolar sua amiga shikigami? Eu vou tentar acabar com esse passarinho o mais rápido possível.

— Espero que seja bem rápido, mesmo. Porque eu não dou conta da Suny.

— Não se preocupe. Prometo não simular demência.

A partir dessa fala de Ieda, as coisas aconteceram mais velozes do que eu imaginava. Dando três passos à frente, a garota-aranha saltou com voracidade na direção da ave púrpura. Lançando seu corpo como um míssil contra o falcão, seus membros aracnídeos se estenderam em X como se fossem asas.

Ao ataque direto de Ieda, a criatura alada reagiu igualmente veloz. Ela fez surgir um novo buraco no vácuo, mas esse, bem às suas costas. Com um bater de asas um pouco mais forte, a ave adentrou na escuridão daquele portal, que logo em seguida se fechou, deixando Ieda em uma ofensiva contra o ar.

No momento seguinte, em um ponto em pleno ar entre Ieda e Vosso Humilde Narrador, um novo portal se abriu, de onde o falcão púrpura emergiu da penumbra, com suas asas totalmente estendidas e com seu bico vermelho apontado para minha pessoa.

Eu já sabia o que estava por vir. Aquele pássaro falante era bastante previsível.

Na esperança de conseguir escapar, eu olhei rapidamente para o lado, só para ver minha antiga parceira, agora minha atual inimiga, começar a correr para cima de mim. Mesmo que eu usasse toda minha agilidade para me safar do ataque à distância da criatura alada, eu deixaria minha guarda frágil contra Suny que se aproximava fulminantemente. E, para acabar de vez com as minhas esperanças, Ieda não estava em posição de fazer algo que pudesse me ajudar muito naquela situação. Mesmo se ela quisesse impedir a antiga agente 2k9, teria de fazer uma manobra com seu corpo no ar e ainda contar com a sorte de que seus fios de teia a alcançariam a tempo.

Como em diversas outras ocasiões desde que ingressei na Mythpool como agente 3k1, eu só consegui fechar os olhos e aceitar que ali era o meu fim.

No entanto.

Como em diversas outras ocasiões desde que ingressei na Mythpool como agente 3k1, eu, mais uma vez, fui salvo no último segundo.

Das asas abertas do falcão, dois arpões foram disparados contra mim.

Meus olhos se fecharam, para esperar o doce abraço da morte.

E então...

Não aconteceu.

Minha antiga parceira, Suny McSun, antiga detentora da lâmina Totsuka e receptáculo da joia Magatama, impediu que minha vida fosse tomada, sacrificando a si mesma no processo.

Quando meus olhos se abriram, a primeira coisa que vi foi seu rosto à minha frente.

Ela sorria, timidamente.

Atravessando de suas costas ao seu abdômen, o par de arpões que estava endereçado para me matar, era a causa de dois hemorrágicos ferimentos em minha antiga parceira.

— Fique firme, ????.

Poderia ser delírio meu, mas escutei essas palavras saltarem dos lábios de Suny, antes de seu corpo colapsar sem vida, caindo de joelhos e desmoronando para o lado aos meus pés.

Pela segunda vez, Suny morria diante de meus olhos.

Aquilo era demais para digerir à seco.

Meu corpo simplesmente travou.

— Minha nossa, nossa, nossa, por essa eu não esperava. Uma pena ter sido alvejada por meus arpões, esses eram envenenados. Um veneno para alma.

— Está simulando demência, é?! Você não iria matá-la de qualquer jeito?!

Eu não pude responder àquela ave, mas Ieda o fez por mim.

Minha mente não estava em condições.

Eu só era capaz de registrar o momento com meus olhos e ouvidos.

— Oh, garotinha, eu gostaria que você fosse a próxima, mas as ordens agora são de bater em retirada. Esse evento se tornou mais pesado do que meu mestre esperava. Mas não se preocupe, híbrida, sei que nós voltaremos a nos encontrar, em um majestoso futuro.

— Ora, sua...

No que Ieda pensou em realizar uma nova investida, o falcão púrpuro fez seu mesmo previsível movimento. Um portal se abriu, dessa vez acima dele, e com uma simples batida de asas, elevou-se para dentro daquela escura fenda no espaço, que logo se fechou e desapareceu.

E fim.

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