09
Henry desviou com habilidade da estaca de gelo que um homem alto e barbudo o lançou, tentou acerta-lo com o bastão, porém foi jogado para trás assim que ele assoprou um vento forte e gelado em sua direção. Caiu em cima de uma pilha de caixas de madeira, sentiu sua costela doer e levou a mão ao local torcendo para que Charlotte encontrasse uma saída rápido.
- Vamos, por acaso está com medo de uma garotinha?
Bianca perguntou docemente para o homem ruivo, que assim como os outros, possuía os olhos cinzas. Ele avançou na direção dela com uma estaca de gelo na mão, Bianca abaixou-se e desviou enquanto uma mulher corria também em sua direção. Com rapidez, deu um giro fazendo com que o homem acertasse a mulher com a estaca, não parou para ver onde ele havia acertado, a voz de Charlotte afirmando que eles sentiam toda a dor ainda ecoava em sua cabeça. Não teve tempo para pensar em mais nada, no segundo seguinte foi arremessada contra a parede por um vento gelado, sentiu a cabeça zumbir e fechou os olhos com força por conta da dor, que aumentou quando seu pescoço foi apertado por uma mão forte. Abriu os olhos e deu de cara com o homem ruivo, se desesperou ao ver que tanto Henry quanto Verônica estavam ocupados. Encarou o homem que apertava seu pescoço de forma mais forte a cada segundo, os olhos dele estavam nublados e o aperto dele começava oscilar fracamente.
Verônica enrolou a corrente ao redor do pé de uma mulher baixa e a puxou para o chão, percebeu que os protótipos não eram o que Minyak queria que parecessem, ainda estavam em período de teste e a força deles estava reduzida, mas não duvidava da capacidade deles de machucarem alguém seriamente. A mulher caiu inconsciente depois de bater a cabeça, ela então correu para ajudar Henry que lutava com dois homens, desviando dos golpes com uma habilidade impressionante. Correu e pulou nas costas de um, passou a corrente pelo pescoço dele e pôs todo o seu peso para trás a fim de derruba-lo.
Henry desviou de um soco e acertou outro no queixo do homem barbudo, havia notado que eles seguiam uma ordem nos poderes, primeiro uma estaca de gelo e depois um ataque com vento. Esperou que ele formasse as estacas nas mãos e correu para ele segui-lo, parou de repente em frente à uma parede e quando ele se jogou para cima do Hart, Henry desviou fazendo com que as estacas ficassem presas no concreto. O homem voltou-se para ele e antes que abrisse a boca em sua direção para acerta-lo novamente com a rajada de vento, paralisou no lugar com os olhos desfocados.
Henry olhou ao redor e percebeu que todos os outros se encontravam da mesma forma, Verônica saiu de cima do homem e retirou sua corrente do pescoço dele, Bianca empurrou o que estava a prendendo e começou a tossir em busca de ar. Verônica logo correu para ajudá-la e Henry seguiu até Charlotte que olhava assustada para a tela do computador.
- O que houve?
Indagou preocupado, mas um pouco aliviado por não ter mais que lutar. Sabia que os protótipos não iriam parar até que fossem obrigados e não queria ter que causar mais dor a pessoas inocentes. Charlotte torcia as mãos em nervosismo e olhou apreensiva para ele.
- Eu consegui parar eles, mas tive que paralisar a parte do DNA que o Minyak criou.
- Ainda não entendi porque essa cara. - Verônica se aproximou com Bianca, que ainda massageava o pescoço que continha marcas levemente roxas em formas de dedos que escureciam aos poucos.
- Eu não sei como separar o DNA deles, foi mudado, totalmente reescrito. - falou, alternando o olhar da tela para os protótipos. - Eu parei eles, mas eles ainda não tem o controle do próprio corpo. Não sei se algum dia vão poder voltar ao que eram antes.
Henry pegou a mão dela na sua, conseguia ver o quanto ela estava se culpando por não poder dar um fim logo naquela situação. Charlotte se aproximou e o abraçou pela cintura, apoiou o rosto no peito dele e fechou os olhos quando sentiu os braços de Henry a rodearem.
- O que fazemos agora? - Bianca perguntou, com a voz rouca e tossindo em seguida.
- Você, fica calada. - Verônica ordenou séria, recebendo uma careta da loira em resposta. - Nós temos que dar um jeito nesse louco.
- E vamos. - Henry garantiu, sentindo Charlotte se afastar um pouco dele, mas sem separar seus corpos.
- Eles não são os únicos, consegui parar o controle deles porque estavam ao meu redor. - informou, apontando com a cabeça para o computador. - Ele modificou o DNA a partir de nanorobôs que se "quebraram" em pedaços menores ao serem inseridos neles, enviei um sinal para eles que os desativou, mas o sinal é de curto alcance.
- Então temos que encontrar os outros. - Verônica disse simples.
- Eu posso aumentar o sinal para que os outros também sejam detidos, mas vou precisar de algo que possa propagar o sinal o máximo possível.
Charlotte informou, se separando de Henry e correndo para começar a digitar algo no painel de controle. O Hart olhou para Bianca que claramente sentia dor e a ajudou a sentar em um caixote próximo.
- Não temos água agora, mas é melhor você continuar calada. - aconselhou, recebendo um olhar feio da parte dela. - Sei que você nunca ficou tanto tempo de boca fechada, pensa nisso como um desafio. - disse, conseguindo rir após ela lhe dar língua, mas com um sorriso no rosto.
- Oh, merda.
A voz trêmula de Verônica chamou a atenção dos dois, eles então levantaram e caminharam até ficarem de frente para os monitores. Em um deles conseguiam ver a posição dos soldados criados por Minyak, eles eram representados por pontinhos vermelhos, que no momento começavam a avançar por toda Swellview, não era um bom sinal.
- Pelo visto vamos precisar de uma antena bem mais pontente.
Henry comentou, sentindo seu corpo pesar em cansaço, mas sabia que não era hora de parar. Charlotte permaneceu calada e conectou uma tela ao jornal de Swellview, que no momento passava uma luta ao vivo entre Minyak e Capitão Man, abaixo deles informações eram passadas, "Onde está Kid danger?", "Swellview possui um novo vilão de gelo", "Alguém tira a Mary do meu lado!".
- Ele não vai aguentar muito tempo. - o Hart sussurrou preocupado, Charlotte concordou com um leve aceno e virou para os três com um olhar determinado.
- Preciso ir até a antena do Swellview News, eles possuem um sinal melhor do que a outra emissora. Ele ainda não sabe que estamos bem, mas não duvido de que tenha algum alarme que irá tocar na hora que a gente sair daqui.
- Precisamos ser rápidos e terminar logo com isso.
Henry falou, estalando os dedos ao sentir a adrenalina começar a dominar seu corpo novamente. Verônica procurou no chão pela corrente e a pegou rapidamente, Bianca torceu o pescoço com uma careta e olhou confiante para Charlotte.
- Nós lhe daremos toda a cobertura, só quero ir logo pra casa. E sim, Bianca, eu tenho uma casa. - deixou claro, em um tom impaciente que fez a outra levar a mão à boca para esconder o sorriso.
Charlotte retirou do bolso traseiro da calça um micro cartão e conectou rapidamente à entrada do painel.
- Sempre te falo para estar preparado para tudo. - disse à Henry quando ele a encarou curioso. - Um cartão de memória é o mínimo que você precisa ter.
- Em um dia normal eu discordaria, mas como não estamos tendo um, só posso dizer que você está certa. - disse, se posicionando atrás dela e apoiando o queixo no topo da cabeça da Page.
Charlotte abriu um pequeno sorriso enquanto passava para o cartão os dados que precisava, torcia para encontrar Schwoz no meio do caminho e os poupar de mais um confronto. Verônica e Bianca esperaram pacientes ela terminar, mas sempre alertas aos protótipos ou para o caso de alguma outra coisa resolver entrar no galpão. Depois de se certificar de que tudo estivesse apagado e de que Minyak não conseguisse recuperar nada no futuro, Charlotte olhou para os outros tentando aparentar calma, mas antes que seguissem para a porta de entrada, Bianca os parou agitando os braços freneticamente.
- Você é péssima em mímica, garota.
Verônica afirmou, a fazendo fechar a cara e apontar apressada para o teto. Os três olharam para o lugar por onde haviam entrado e Henry entendeu na hora onde ela queria chegar.
- Voltando por ali, nós vamos conseguir evitar que ele saiba que saímos ilesos.
- Ilesos vírgula. - Charlotte rebateu ao apontar para Bianca que sinalizou o próprio pescoço. - Mas entendo onde vocês querem chegar. Vamos logo antes que ele consiga piorar tudo.
Pediu apressada e sendo atendida na mesma velocidade. Começaram a empilhar os caixotes mais seguros a fim de construírem uma escada improvisada, era precária e corria grande chance de se quebrar em algum lugar, mas era a chance mais confiável que eles possuíam de conseguirem acabar com Minyak o mais rápido possível. Após ela ficar pronta, Henry gritou do topo, com um estranho sorriso animado no rosto.
- Agora é só subir!
- Seu namorado adora uma aventura, né?
Charlotte riu à pergunta de Verônica e se preparou para subir, só queria acabar logo com aquilo.
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