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-Chegamos…- Happy avisa assim que para o carro na frente da mansão Stark.

Kelly franze o cenho para o tom cabisbaixa que o segurança usou. O caminho da escola até ali era ela falando praticamente sozinha, e mesmo que Happy tenha demonstrado felicidade genuína quando soube que a garota tinha entrado em clubes escolares por indicação dos professores, aquilo não era comum, tá certo que que na maioria das vezes Happy era mais na dele, mas hoje ele estava diferente.

-Tudo bem, Happy?- a garota perguntou com um semblante preocupado.

E apesar da distância entre eles no carro, Kelly quase pôde ouvir o homem engolindo em seco.

-Estou bem, não se preocupe, Kelly.- sorriu para a garota, tentando soar confiante.- Agora vai lá, aproveite seu dia, amanhã estarei aqui para te levar para a escola, se ainda quiser.

"Se ainda quiser"? A garota franziu as sobrancelhas, porque ela não iria querer?

Imaginando que Happy estava apenas brincando, ela soltou um riso. Seu dia estava sendo bom, como nunca tinha sido antes. E era como se nada pudesse abalar isso.

-Tudo bem então, até amanhã Happy.- se despediu sorridente, recebendo uma resposta baixa.

Ela tinha vontade de fazer mais perguntas, mas mais do que ninguém, ela sabia que as pessoas não estavam cem por cento todos os dias, ainda mais nos últimos dias da semana, onde as pessoas costumavam ficar mais esgotadas.

Em todo caso, ela ainda estava animada, iria contar as novidades para o Tony, ele sempre a incentivava na escola, e imaginava que ele ficaria feliz com a notícia.

Assim que a porta é aberta para ela, ela entra já encarando o sofá no qual Tony costumava estar, e como o previsto, ele estava sentado lá, olhando em sua direção com um leve sorriso nos lábios.

Kelly sorri grandemente com isso, e antes de Tony se levantar e perguntar como foi seu dia, assim como ele sempre fazia. Ela praticamente saltita em sua direção e se senta animadamente ao seu lado.

-Você não sabe o que aconteceu!- ela começa de forma animada, erguendo as sobrancelhas.

Tony também arqueia as sobrancelhas, mas de modo surpreso. Além de nunca a ter visto sorridente daquele jeito, ela também tinha iniciado uma aproximação ao se sentar bem ao lado dele, coisa que ela nunca tinha feito, não quando estavam apenas os dois sozinhos.

Nesse momento Tony pensa no dinheiro que Happy lhe entregou, alegando que a garota não estava aceitando. O segurança estava triste por ter delatado a garota, pensado que ela perderia a confiança nele, e Tony estava triste por ter que ter uma conversa séria com a garota, ele estava querendo evitar, até ligou para a sua terapeuta e ela garantiu que um bom e sincero diálogo era a única solução para o problema.

Antes da garota chegar, ele tinha tomado um gole de whisky para ver se a coragem lhe vinha, e lhe tinha vindo, ele estava praticamente pronto para abordar o assunto.

Até que a garota chega saltitante e se senta ao seu lado com um sorriso enorme, querendo conversar com ele por vontade própria.

Então foda-se aquele dinheiro, se sua filha queria tanto lhe contar algo, ele iria ouvir! Vai saber quando teria outra oportunidade, e ele não seria o monstro que tiraria aquele sorriso da sua filha, a estressando com um assunto tão banal quanto o dinheiro.

Tony então, mandou o mundo todo explodir na sua cabeça, e se concentrou na sua filha, que o olhava com expectativa.

-Bem, não me deixe esperando, o que aconteceu?!- Questionou com seu sorriso crescendo até se igualar ao da filha.

Kelly se remexeu animada.

-Eu fui notada pelos professores, eles gostaram tanto do meu desempenho que me indicaram para os clubes de programação e robótica!- Conta rapidamente e com um tom alegre, enquanto abria a mochila e tirava de lá as camisas dos clubes escolares que tinha acabado de entrar, e as ergue, mostrando para ele.

A expressão de surpresa e felicidade era clara no rosto de Tony, ele sorriu abertamente para sua filha e isso fez o coração da garota se aquecer.

-Sério, Kelly? Uau, em menos de uma semana de aula os professores descobriram que você é uma gênia!- ele comenta com muito orgulho na voz.

Kelly solta um pequeno riso com sua fala, ficando um pouco corada. E de repente Tony fica com uma vontade enorme de abraçá-la, seus braços chegam a coçar com essa ideia. Mas apesar dessa incontrolável vontade, ele sabia que esse passo devia vir dela.

Então ele se contentou em levar suas mãos até o ombro da garota, e os apertou carinhosamente.

-Sério, estou orgulhoso de você.

O rosto da garota se esquentou rapidamente e um sorriso sem graça se fez presente em seu rosto. Essa simples frase fez a garota ganhar o dia de uma maneira inexplicável, e ela não sabia muito bem o que fazer com esse sentimento.

-Mas bem… nunca duvidei da sua inteligência, afinal…

-Afinal sou sua filha.- A garota completou a frase, sorrindo timidamente.

O sorriso de Tony sumiu, não como alguém que está bravo ou zangado, mas como alguém que está surpreso.

Kelly acabou de admitir que era sua filha?

Quer dizer, isso era óbvio, mas antes ela parecia evitar esse pensamento o máximo possível, parecia ser um assunto que arranhava sua garganta. Mas agora, ali estava ela, dizendo com todas as palavras que era sua filha.

-Então obrigada por fazer parte de mim, eu amo meu cérebro grande e brilhante.- ela disse com humor agora.

Ainda surpreso, os olhos de Tony se enchem de água, ele estava emocionado.

Primeiro a garota disse que o amava, foi sem perceber e provavelmente da boca para fora, mas disse.

Depois ela disse com todas as letras que era sua filha.

E agora, ela acabou de o agradecer por fazer parte dela.

Não era atoa que seus olhos se encontrassem tão marejantes agora.

Ele e sua filha estavam indo para algum lugar. Eles ainda não estavam aptos para um eu te amo sincero, nem para um abraço e muito menos para uma relação de pai e filha perfeita, mas eles estavam caminhando em direção a isso, e isso era tão, tão bom.

Tony aperta os ombros da filha novamente, contendo seu choro e sua vontade de a abraçar tão forte ao ponto de fundi-la ao seu reator arc.

-Na verdade, eu que tenho que te agradecer por fazer parte de mim…- suas palavras soam como a coisa mais sincera que ele disse em uma vida inteira.- Desde que você chegou na minha vida, eu venho melhorando coisas que eu nem sabia que precisava melhorar… você está literalmente me salvando Kelly, e eu nem sabia que precisava ser salvo.- concluiu sua frase com um pequeno riso nasal.- obrigado.

Agora eram os olhos da garota que se encontravam marejados.

Deixando os sentimentos a levarem, ela leva suas mãos até o rosto de Tony, acariciando seu rosto com os polegares, sentindo a barba por fazer em volta do cavanhaque. Seu gesto expressando o que ela não conseguia expressar com palavras.

Foi o primeiro toque que Kelly tinha iniciado na vida, e enquanto isso a deixava de bochechas vermelhas, isso deixava Tony paralisado, ele estava tão feliz, que simplesmente não sabia o que fazer.

Com o coração batendo forte e com cautela, Tony também levou suas mãos até o rosto da garota. Seus dedos estavam tremendo, com medo de que qualquer movimento brusco assustasse a filha, mesmo assim, ele conseguiu lhe dar um carinho semelhante ao que estava recebendo.

Analisando a situação, Kelly percebeu que aquilo era quase um abraço, com isso seu coração acelerou tomado por um leve pânico ao perceber a intimidade daquele ato, porém ela estava muito envolvida em um carinho que nunca tinha sentido antes.

Tentando espantar o medo que a atingiu tão de repente, ela levanta seu olhar para encontrar o olhar de Tony, era uma procura instintiva por segurança, e ao ver que nos olhos de seu pai não tinha só segurança, mas amor e carinho, a garota se desarma completamente, ela quase, quase o abraçou por conta do carinho que ela sentiu sendo direcionado para si.

Em vez disso ela sorriu, suas bochechas se repuxando sob a mão de Tony, fazendo com que o mesmo também sorrisse, tão largamente quanto ela.

-Isso é bom…- a garota admitiu meio envergonhada, porém não desviou o olhar.

-O carinho, você diz?- Tony ergue uma sobrancelha questionadora.

As bochechas dela ficam vermelhas novamente e ela desvia o olhar, acenando positivamente.

O Stark morde os lábios nervosamente com isso, se espancando mentalmente por lembrar que muito provavelmente ela nunca tinha sentido um carinho assim.

Coçando a garganta levemente, Tony aproveita que sua mão ainda está no rosto dela, e gentilmente a faz olhar para ele.

-Sim, é bom. E sabe o que mais?- pergunta com um sorriso.- eu sempre vou estar aqui para te dar o carinho que você quiser.

Kelly sorri emocionada com isso, ela tira suas mãos do rosto de Tony e as colocou em cima das mãos dele que estava em seu rosto. Ela estava visivelmente emocionada por receber o carinho e a paciência que nunca tinha recebido antes.

-Obrigado por sua paciência, Tony, sei que não é fácil para você.- a garota murmurou, desviando brevemente o olhar.

-Não é fácil, mas momentos como esse fazem tudo valer a pena.- sorriu, prestando atenção no rosto da menina, e viu o quanto seus narizes se parecem.- você faz minha vida toda valer a pena, então eu que tenho que te agradecer, novamente.

A morena sorriu com o rosto vermelho, voltando seu olhar para Tony novamente, percebendo o fato de que suas sobrancelhas tinham o mesmo formato.

Por último, Kelly sorriu fechando os olhos e inclinando sua cabeça em direção a mão destra de Tony, que continuou o carinho ali.

Sua mente perturbada por seu passado a questionaram sobre o fato dela estar fechando os olhos perto dele, uma lembrança do quanto sua figura paterna tinha a machucado no passado. Mas aquela figura paterna não era o Tony, e no Tony ela sentia que podia confiar.

O Stark sentiu seu coração inflar ao ver a filha tão segura em seus braços, seus instintos paternos nunca estiveram tão aflorados.

Não resistindo ao momento, Tony se inclina lentamente, e deposita um leve beijo na testa da filha, ele teve medo de que ela não gostasse disso, mas ao se afastar, ele a viu o encarando, com os olhos brilhantes e admirados.

O Stark nunca esteve tão feliz, claro que ele ainda tinha um grande caminho para percorrer com a filha, mas sentia que hoje eles tinham ultrapassado algum tipo de barreira, eles tinham dado um grande passo.

"Desculpe interromper, senhor Stark, Nick Fury está te fazendo uma chamada de vídeo em sua oficina."

Kelly toma um susto que a faz pular no lugar, e Tony soltou um resmungo raivoso por ter sido interrompido.

Entendendo que a situação parecia complicada pela expressão de Tony, Kelly tira suas mãos de seu rosto e sorri para o pai.

-Tudo bem, vai lá, vou me trocar e me preparar para o Dr. Hazel.- ela disse já se levantando do sofá.

Tony a olhou meio contrariado, não queria ela longe, não agora que ela tinha aceitado carinho, mas sabia que muito provavelmente a garota tinha que digerir o que tinha acabado de acontecer, e também, o velho de tapa olho não ligaria a toa.

-Tudo bem…- Tony se levanta do sofá também.- qualquer coisa estou na oficina.- avisa a menina enquanto bagunçava levemente o cabelo dela a fazendo soltar um riso.

Depois de uma breve despedida, ambos foram para caminhos diferentes, Tony para a oficina e Kelly para seu quarto.

A garota mordeu o interior das bochechas, confusa sobre como uma conversa sobre seu progresso escolar acabou virando o maior e melhor momento de pai e filha que já teve em toda a sua vida.

Enquanto o homem descia a escada sem nenhum arrependimento por não ter conversado sobre as notas de cem que Happy o devolveu, era um fato que "deixar para depois" tinha sim suas vantagens.

Ele ainda conseguia sentir o instinto paterno gritando alto dentro dele, era como se ele do nada virasse um homem das cavernas vivendo principalmente pelo instinto de proteção pelas crias.

Tony solta uma risada nasal por pensar nisso, era engraçado um homem com o cérebro como o dele deixar se guiar por uma coisa tão instintiva, em todo caso, ele não podia pensar muito nisso, ser pai ainda era uma coisa muito nova para ele.

Com um suspiro pensativo, porém feliz, Tony chega em sua oficina e vai direto para sua enorme tela, pedindo para Jarvis aceitar a ligação do Fury que ainda brilhava na tela.

-Fala pirata.- ele murmurou se jogando na cadeira que tinha alí, mal ligando para o olhar cortante que tinha recebido do outro.

°
Chegando em seu quarto, Kelly joga a mochila em um canto qualquer e se joga na sua enorme cama, ainda pensando no que aconteceu.

Um sorriso involuntário surgiu em seus lábios após lembrar o quanto se sentiu segura com Tony, era um lembrete de como ela estava evoluindo e mais um item de coisas boas no qual teria prazer em comentar com seu terapeuta. Não só com seu terapeuta, mas com outra pessoa também.

Com um sorriso no rosto, Kelly pega seu celular e já clica no contato da pessoa que ela mais conversa.

"Hey, hoje meu dia na escola foi surpreendentemente bom, e eu acabei de ter o maior momento de pai e filha que já tive em toda a minha vida."

Enviou a mensagem com um leve sorriso, e não precisou esperar muito para que a Cléo desse uma resposta.

Cléo:
Conta tudo!!
Ele te presenteou com um carro, foi??
Diz que SIM!!

Ela sorriu com a mensagem, achando um pouco irônico o fato de que Cléo amava carros sem entender nada sobre eles, uma vez a asiática foi questionada sobre isso, a resposta que ela deu foi: não preciso saber sobre carros, para saber que eles são caros e bonitos.

Ela não foi questionada, afinal, contra a Cléo não há argumentos.

Kelly se envolveu em uma troca de mensagem com a amiga, onde ambas contavam seu dia uma para a outra.

Aproveitando esse momento, Kelly tirou o uniforme, colocando algo mais confortável. Logo voltou a ficar jogada na cama conversando com Cléo, que já tinha iniciado um assunto completamente aleatório.

Minutos se passaram até que a voz mecânica de Jarvis ecoou, dizendo que o terapeuta tinha chegado, rapidamente Kelly se despediu da Cléo e se levantou, pegando rapidamente seu diário que ficava guardado na gaveta da sua mesa de estudos, não era um bom esconderijo para um diário se fosse parar para pensar, mas sinceramente, quem naquela casa leria seu diário?

Se aproximando das poltronas roxas do quarto, ela notou algo na poltrona que sentaria, o objeto se assemelhava a um pequeno controle remoto, a diferença era que esse só tinha dois botões com claras instruções de ligar e desligar escritas em cada um. Nele tinha também um post-it amarelo com alguma coisa escrita.

Curiosa, ela pegou o eletrônico para ler o que estava escrito.

"Esse controle liga e desliga o Jarvis no seu quarto, use com responsabilidade ;)
ass: o homem de ferro."

Kelly sorriu grandemente com o que leu, soltando uma risadinha tanto pelo emoji desenhado quanto por ele ter assinado como homem de ferro. Mas ela também sorriu com carinho, feliz com Tony ter pensado nisso para que ela se sentisse mais à vontade em suas terapias.

-Até logo, Jarvis.- disse para a IA, olhando para o teto, mesmo sabendo que não era exatamente de lá que ele vinha.

"Até logo, Kelly. Tenha uma boa sessão."

Agradecendo brevemente, ela apertou o botão de desligar, o controle fazendo um leve bip. E enfim se sentou na poltrona, pronta para começar a terapia.

O Dr. Hazel não demora para aparecer na porta do quarto, sempre bem trajado, como sempre, e possuindo sua expressão rotineira de paisagem.

-Olá, Kelly, como foi sua semana?- o homem a cumprimentou, enquanto se sentava no assento vago.

-Eu tenho tanta coisa para te contar.- Respondeu sorridente, dando um grande ênfase em "tanta".

Hazel solta um pequeno sorriso diante da clara animação da garota.

-Pelo visto, bastante coisas boas.- comentou enquanto pegava sua prancheta e ligava o cronômetro da terapia.- está escrevendo no diário, como pedi?

Acenando positivamente, Kelly estende o diário para ele.

O Dr. Hazel se inclina para pegar o diário, vendo a capa colorida e ao abrir, vendo as páginas com figurinhas, bem a cara da garota, ele gostou disso.

-Com que frequência você escreve?- ele perguntou, observando a letra da menina ali.

-Uma vez por dia, antes de ir para a cama.- relatou prontamente.

-Certo…- murmurou encarando o diário.

Ele olha a data da primeira anotação e percebe que era de um dia antes das aulas começarem. Kelly não começava a escrever com o clássico "querido diário" ela era do tipo que ia direto ao ponto, como "hoje meu dia foi de tal maneira".

Na primeira anotação, a garota contava como estava ansiosa para o primeiro dia de aula e listou tudo que podia dar errado, típico de uma mente ansiosa que só pensa no pior, mas o Dr. Hazel ficava satisfeito com isso, muitas vezes, colocar o pensamento para fora, faziam as pessoas analisarem seus próprios pensamentos de um modo crítico, podendo assim, trabalhar neles de forma até mesmo inconsciente. Por isso que muitas pessoas, quando lêem algo que escreveu a muito tempo, mal reconhecem aqueles sentimentos.

Na primeira anotação, ela também diz que foi bom passar um tempo com Tony, e que ele a ajudou a enxergar as multidões de um jeito diferente quando saíram para comprar seu material escolar. Ela finalizou a escrita contando sobre Cléo, dizendo que a amiga também a ajudava bastante apenas de estar ali para ela.

Nas anotações seguintes, Kelly contava como gostava do Happy e como a presença do homem a fazia bem antes de ir para a escola, também contou sobre o grupo de amigos que a acolheu no primeiro dia, dizendo que ela foi apresentada a eles por Harry, um garoto que ela conheceu na praia.

O terapeuta fez uma pausa em sua leitura ali, pedindo para que ela explicasse melhor quem era aquele garoto. A garota pareceu receosa em dizer mais sobre ele, mas por fim, contou e não escondeu o fato de que tinha sido ele quem tinha disparado o gatilho para a tentativa de suicídio.

O Dr. Hazel fez uma breve careta com a revelação, ficar tão próxima de alguém quase tão mentalmente instável como ela podia ser um risco para seu progresso. Porém, Kelly parecia gostar muito do rapaz e em seu diário ela tinha escrito ótimas coisas sobre ele, então ele pensou que esperar e ver até onde isso ia dar era a melhor escolha.

A garota também escreveu bastante sobre suas aulas, sobre o que sentia durante o dia, tudo com a quantidade certa de detalhes, o que deixou o terapeuta orgulhoso.

Eles passaram um tempo conversando sobre as coisas que ela escreveu eu seu diário. Sobre a Yumi e como Kelly se sentia mal por ter a sensação de estar enganando ela por fazê-la pensar que ela era uma bolsista, o terapeuta disse para ela não se preocupar muito com isso, ela não precisava dizer quem era se não quisesse, porém a aconselhou a manter uma certa distância para que nenhuma das duas se machucassem depois.

Kelly também descrevia muito a relação dela com Tony como positiva, ela agora mantinha um diálogo bom com ele, sem ter vontade de fugir por isso, e também não se sentia mal com toques físicos, embora eles ainda estejam indo devagar na relação de pai e filha.

Alguma coisa ali e outra aqui sobre pesadelos e pensamentos intrusivos, também tinha o fato dela passar a tarde toda dormindo e ficar acordada a noite toda, o que era até que normal para ela, devido a sua depressão e ansiedade. E o Dr. Hazel já sabia como resolver isso.

E também tinha Cléo, na verdade, tinha muita Cléo naquele diário. O Dr. Hazel soltou um sorriso discreto ao se questionar se Kelly sabia o quanto ela pensava na outra.

Verdade seja dita, as duas se gostavam. Isso era óbvio para ele tanto quanto a certeza que tinha sobre o céu ser azul. A questão era que as duas eram adolescentes, essa questão de descobrir sobre gostar e não gostar tinha que ser no tempo delas, elas tinham que fazer isso sozinha.

-Muito bem...- O Dr. Hazel murmurou enquanto fechava o diário, já tinha encerrado sua leitura.- Pelo que vejo, teve uma semana tranquila, isso é bom.

Kelly acenou positivamente com um sorriso, pegando seu diário de volta assim que o terapeuta o estendeu para ela.

-Você já está lidando melhor com as coisas que estão acontecendo, e está começando a ver tudo com outra perspectiva.- o terapeuta disse enquanto anotava em sua prancheta.

Kelly sorriu com as palavras, ela via aquilo como um grande elogio.

-Bom ver que meu esforço vale a pena.- ela sorriu orgulhosa de si mesma.- inclusive hoje, na escola, entrei em clubes escolares por indicação dos professores.

-Parabéns, nunca duvidei de sua inteligência.- Soltou um breve sorriso orgulhoso.

-Obrigada, Tony disse algo parecido.- lembrou mordendo os lábios em um riso.

-Oh, vejo que já contou para ele, como ele reagiu?- O Dr. Hazel não tinha dúvidas que o pai da menina tinha reagido bem a notícia, mas ele queria que ela dissesse isso em voz alta, como se fosse para afirmar o acontecimento.

-Ele reagiu muito bem, ele disse que estava orgulhoso de mim e pareceu bastante feliz…- soltou um sorriso suave com as lembranças.- e não sei como, isso virou uma troca de carinho, a gente não chegou a se abraçar de fato, mas eu me senti abraçada, foi o maior momento de pai e filha que já tive na vida.

-Essa troca de carinha foi física?- pergunta um tanto surpreso.

-Sim.- acenou positivamente.- ele fez carinho no meu rosto e eu fiz no dele, e fui eu que iniciei esse toque, que se a gente parar para pensar, é tipo uma releitura de um abraço tradicional.- disse em um riso.

O Dr. Hazel também sorriu, aquele tinha sido um grande passo. Ela estava levando o tempo dela e com isso se desprendendo do passado.

Diagnóstico da consulta de hoje: A paciente está progredindo maravilhosamente bem.

-Fico feliz por você.- comentou com a voz suave, e ao olhar o cronômetro, viu que faltava apenas alguns minutos para a consulta acabar.- Bem, como tarefa para essa semana, quero que arranje alguma coisa para fazer.

Kelly franziu as sobrancelhas confusa.

-Como?

-Isso mesmo, arranje algo para fazer, um hobbie ou apenas algo para passar o tempo e ocupar sua cabeça quando voltar da escola.- explicou seriamente.- tipo um curso, ler um livro, atividade física, até mesmo assistir uma série ou coisa do tipo. Só ocupe sua mente para que você não durma a tarde, e sim de noite.

Ele concluiu, e Kelly soltou um suspiro desanimado com aquilo, ela dificilmente dormia a noite, e seu soninho da tarde era sagrado.

-Sei o que está pensando.- o homem diz com um meio sorriso.- mas acredite em mim, mesmo que seja difícil no começo, logo você verá que sua disposição tanto física e mental irá melhorar.

-Tudo bem.- ela se deu por vencida, suspirando.

-Muito bem.- concluiu a consulta, assim que o alarme despertou.

O Dr Hazel fechou sua prancheta e ia guardando suas coisas.

-Estou orgulhoso de você.- Murmurou enquanto terminava de arrumar suas coisas.- você está indo muito bem, e está evoluindo rápido, coisas como começar a pensar positivo e dar pequenos passos para fora da rotina, mostram isso.

Kelly soltou um som positivo, ficando feliz consigo mesma pelo elogio de seu terapeuta.

Tendo terminado de guardar suas coisas, o Dr.  Hazel se despediu educadamente da menina, que lhe devolveu com palavras animadoras sobre se verem na próxima sessão.

Assim que o terapeuta saiu, Kelly sorri relaxada, diferente das outras sessões, essa foi bem tranquila.

Pensando nisso, ela voltou para a cama sorridente, e se jogou nela, pegando o celular para reiniciar sua conversa com a amiga.

°
O terapeuta estava terminando de descer as escadas da enorme mansão com um sorriso nos lábios, a terapia tinha ido bem, e era bom quando seus pacientes evoluíam.

Ele tinha acabado de descer o último degrau quando notou Tony Stark sentado no chão ao lado da escada que levava ao andar de baixo.

O Dr. Hazel franziu a testa, achando estranho, mas não era de sua conta onde o dono da casa se sentava ou deixava de se sentar.

Isso é, até ele ver uma garrafa de vodka na mão do homem e sua expressão meio perdida, como se estivesse bêbado.

O terapeuta suspirou e virou o rosto em direção a saída, bem, aquilo ainda não era de sua conta.

Porém no meio do caminho ele parou. Sua paciente estava indo bem demais para do nada encontrar o pai bêbado no meio do chão da casa. Então sim, tecnicamente era de sua conta.

Com um suspiro, Hazel se aproxima de Tony lentamente. Esse, por sua vez, ainda tinha o olhar perdido, como se não tivesse o visto ali.

-Entendo que deve ter seus motivos para isso. Mas pense no que sua filha acharia de te ver bêbado no meio da casa.- o terapeuta falou após coçar a garganta levemente.

Tony crispou os olhos e olhou em direção ao Doutor com uma leve careta.

-Não estou bêbado.- respondeu com um tom meio duro, porém o olhar ainda distante.

Analisando melhor o homem, Hazel viu que de fato ele não estava bêbado, era outra coisa, uma coisa que ele conhecia bem. Uma crise de ansiedade silênciosa.

Ele não sabia o que tinha causado aquilo, mas não podia sair e deixá-lo daquele jeito.

-Você já esteve em um buraco negro doutor?- Tony perguntou, divagando.

Hazel suspirou e checou seu relógio, tinha tempo até seu próximo paciente.

-Não, senhor Stark, nunca estive em um buraco negro.- o respondeu, se movendo para se sentar ao lado do homem.

-Eu já…- Tony fez uma pausa, levando a garrafa de vodka até os lábios, não bebendo o líquido de fato, apenas molhando os lábios, fingindo beber, assim como alguém que quer parar de fumar apenas leva o cigarro aos lábios sem o acender, fingindo fumar. Uma técnica bastante funcional quando se trata de largar os vícios.- e posso lhe garantir, lá não é muito bom.

-Imagino…- disse com cautela, sabendo que Tony estava falando do atentado a Nova York, quando ele teve que desviar a bomba da cidade, causando assim, um de seus maiores eventos traumáticos em prol do bem da humanidade.

-Lá é tão escuro… é uma coisa que te cobre, que te puxa… e não importa que eu já tenha saído de lá, é como… como se eu ainda estivesse lá, sendo puxado cada vez mais fundo.- ele suspirou, levando a garrafa aos lábios novamente.- e eu não quero levar a Kelly comigo.- sussurro com a voz embargada.

-Olha, conheço Kelly por tempo o suficiente para saber que ela nunca entraria em um buraco negro.- disse com um leve sorriso.- não de boa vontade.

Tony sorriu levemente.

-Ela é inteligente demais para isso, não é?- perguntou, com um tom um pouco animado.- Hoje tivemos um bom momento, sabia?

-É, ela me contou.- respondeu com um aceno, vendo que aos poucos o homem ficava melhor.- Ela gostou bastante dessa interação, e está começando a se sentir segura com você.- contou, vendo que esse assunto o deixava melhor.

-É mesmo?- sorriu brilhantemente.- Que bom… ela é a coisa mais preciosa da minha vida.

-É visível.- Murmurou satisfeito ao vê-lo melhor, embora ainda pudesse notar resquícios de tristeza e ansiedade.- Escuta… porque não dá uma ligada para sua terapeuta, ela vai saber como te ajudar.

Tony mordeu os lábios, incomodado.

-É que eu já liguei hoje…- confessou a contra gosto.

Hazel ergue uma sobrancelha, e Tony suspira antes de explicar.

-Eu pedi um conselho sobre como abordar um assunto com a Kelly… bem, eu não consegui falar com ela sobre aquilo, ela chegou tão feliz aqui em casa para contar sobre seu dia que eu não consegui falar com ela.- admitiu, levando a garrafa ao lábios novamente, mas dessa vez, ele deixou entrar um pouco do líquido na sua boca.

Foi a vez do terapeuta de fazer uma expressão incomodada.

-Isso não é bom… você precisa conversar sobre assuntos sérios com ela, e mostrar que está tudo bem com isso, que isso é natural, senão, o que vai acontecer quando ela tiver alguma coisa séria para te contar, mas não conversar por medo de como você vai reagir?

Tony o olhou seriamente, absorvendo a questão.

-Droga.- murmurou com um gosto ruim na boca.

-Pois é… faz o seguinte, converse com a Kelly, depois converse com sua terapeuta, ela não vai se importar de falar com você novamente.- o aconselhou enquanto se levantava.

Tony assistiu Hazel partir, ele já estava melhor do que antes.

A ligação que tinha tido com Fury o derrubou completamente, mas também, de que outra forma ele ficaria quando recebeu a notícia de que o responsável por seus pesadelos estaria de volta na terra, em "missão de arrependimento e aprendizagem".

Fury disse que Loki estaria de volta à terra depois de todos esses meses, para pagar pelo que fez. Sério isso?

Mesmo sendo completamente contra, aquilo foi inevitável, pelo menos, conseguiu fazer com que o deus da mentira fosse completamente proibido de pisar no mesmo local que ele e sua filha estavam. E só parou de discutir quando Fury prometeu que o Loki fosse monitorado vinte e quatro horas por dias e que qualquer deslize fosse o suficiente para mandar Loki de volta para o buraco de onde ele saiu.

Ele não pode deixar de sentir medo por sua filha naquele momento, sendo seu maior medo o vilão resolver vir atrás dele e começar a machucar as pessoas na qual ele se importava. Ele tinha muito a perder agora, e isso era assustador.

Agora ele tinha sua filha, e foi por ela que ele não surtou de vez, não destruiu tudo e nem encheu a cara. Por ela, ele tinha que ser sensato.

Tony suspirou, e se levantou do chão, indo até a cozinha para deixar a garrafa de vodka lá.

E era por ela, que ele iria ter aquela conversa chata sobre o dinheiro, porque mais do que tudo, ele queria que ela pudesse contar com ele em todas as situações, principalmente nas ruins.

Subindo as escadas sem ânimo nenhum, ele chega até o quarto da filha que estava com a porta aberta, ele se aproxima e se escora no batente da porta, encarando com um sorriso a filha que estava aconchegada na cama, aparentando dormir.

Ele gostava de a ver tão tranquila, mas sabia que esses sonhos da tarde atrapalham seu sono a noite, ele teria que arranjar algo para ela fazer em vez de dormir. O que, se parar para pensar, era um pouco hipócrita da sua parte, visto que ele passava dias sem dormir.

Percebendo que estava sendo vigiada, Kelly franze as sobrancelhas em seu quase sono e abre os olhos, olhando em direção a porta, encontrando Tony alí.

Tony fica um pouco constrangido por ter sido pego no flagra, e coça a garganta para disfarçar.

-Estou entrando.- avisou enquanto entrava no quarto recebendo apenas um aceno positivo e um bocejo de resposta da Kelly que estava se sentando na cama.- eu vim aqui só para falar com você, não é que eu fique te observando enquanto você dorme ou coisas do tipo.

Kelly solta uma risada verdadeira ao mesmo tempo que Tony se senta na ponta da cama.

-Eu nem estava pensando nisso.- murmurou enquanto coçava os olhos.

Tony soltou um resmungo positivo e sorriu, Kelly parecia simplesmente adorável quando sonolenta.

-Bem…- Tony coça a garganta novamente, desviando o olhar e coçando a nuca.- melhor eu ir direto ao ponto…

Kelly o olhou com atenção, franzindo as sobrancelhas, percebendo que era um assunto sério.

-Primeiro, quero lhe assegurar que não estou bravo, ok?- Começou devagar, tentando deixar ela segura. Ela somente acena positivamente e espera ele continuar.- só quero entender do porque você não ter aceitado o dinheiro que estava te mandando.

A expressão da garota caiu totalmente, seu rosto ficando totalmente vermelho e ela desviou o olhar.

-Ah… Happy te contou…- Murmurou envergonhada.

-Contou…- Afirmou com um suspiro.- Mas não fique brava com ele, ele fez o certo, ok? E aquele bundão quase chorou achando que você não ia querer falar mais com ele.

Kelly soltou um pequeno riso nasal, agora fazia sentido aquela frase do Happy.

-Hum… não estou brava com ele.- disse em um tom baixo, afinal, querendo ou não, ela sabia que isso poderia acontecer.

Eles ficaram em silêncio por um tempo, Kelly procurando as palavras certas e Tony não querendo apressar ela.

-Você… você estava enviando bastante dinheiro, sabe, e eu… eu só me sentia muito mal por ter que aceitar aquilo sem nem ao menos estar precisando, entende? Você já me deu muita coisa, e eu não que você ache que precise me dar algo…

-Mas eu preciso!- Tony a cortou rapidamente, pegando sua mão para que ela olhasse em seus olhos.- eu preciso porque quero você bem e porque quero que nada te falte. Dói no meu coração o fato de que eu não pude te dar do bom e do melhor desde quando você nasceu. Mas essa é uma parte que eu consigo compensar bem, então me deixe fazer isso, ok?

Kelly franziu as sobrancelhas, e chegou a abrir a boca para contestar. Porém, Tony falou por cima.

-Eu sei que você não quer meu dinheiro, e que chega a ficar mal de aceitá-lo. Mas tenha em mente que você é minha filha, prover para você é uma obrigação que tenho prazer em cumprir.- disse em um tom de voz calmo, acariciando a mão dela levemente.

Kelly suspiro brevemente, pensando no assunto, ela nunca teve um pai em toda sua vida, nunca soube o que era ser cuidada de fato, e não pensou que para uma pessoa como Tony, o dinheiro poderia ser uma forma de cuidado. Com isso, ela se deu por vencida, afinal, Tony sabia que ela não queria o dinheiro dele, e sim, que era ele em plena consciência que queria dar para ele, como uma forma de carinho.

-Tudo bem…- se deu por vencida e Tony sorriu vitorioso.- Porém, uma nota de cem todo dia é muita coisa, com o valor dos lanches da escola, eu não preciso de mais do que 10.

Tony franziu as sobrancelhas em desgosto, aquilo era muito pouco.

-Quero que você tenha dinheiro para outras coisas também.- argumentou.

-Vinte, então?- Ergueu uma sobrancelha.

-Quero que tenha dinheiro para outras coisas, mas coisas boas.- argumentou novamente, erguendo uma sobrancelha.

-Por favor, Tony. Eu nem saio de casa, só com você e Pepper…- ela franziu as sobrancelhas.- então quando eu sair com vocês eu vou poder pagar minhas próprias coisas com o dinheiro que você me deu durante a semana?

-O que? Claro que não!- se indignou.- Nós é que vamos pagar para você!

-Então, o que vou fazer com o todo o dinheiro?

Tony bufou, ela tinha um ponto.

-Oitenta, então?- fez o lance, sem querer dar menos que isso.

Kelly ergueu as sobrancelhas, como alguém que pergunta "sério isso".

-Ótimo, tem um livro que quero comprar que custa exatamente isso.- comentou com um olhar afiado e sorriso de canto.

Tony a olhou descrente, mordeu os lábios, não querendo que ela gastasse o dinheiro dela para comprar coisas que ele facilmente poderia lhe dar.

-Golpe baixo, mocinha.- apontou o dedo, fazendo Kelly soltar um risinho.- Ok então, cinquenta e não se fala mais nisso.- estendeu a mão.

Após pensar por um instante, ela acena positivamente, aceitando o aperto de mão.

-Fechado.- disse com um sorriso, largando a mão de Tony logo em seguida.

-Perfeito.- Comemorou.- agora, qual livro você quer?

-Não tem livro.- a garota riu, voltando a se deitar na cama com uma visível cara de sono enquanto Tony a olhava indignado.

-Não acredito! Sua pequena manipuladora.- a garota riu novamente abrindo espaço na cama.

Olhando para Tony ela deu dois tapinhas na extremidade oposta da cama, sinalizando para que ele se deitasse ali. Ela estava achando a voz dele calmante e queria falar com ele enquanto tentava dormir.

Surpreso com o pedido mudo, Tony a observa por um instante, e assim que tem certeza que era isso que a filha queria, ele se deita do lugar indicado. A cama era enorme, então tinha um grande espaço entre eles enquanto ele estava deitado de costas para a cama e ela estava de lado, virada para ele.

Com um suspiro, se sentindo confortável, Tony olha para Kelly com um sorriso, que já o encarava sorrindo.

-Bem, você já me disse que gosta de livros, então deve ter algum que você queira, não é? Em vista que você só tem um…- continuou o assunto, olhando para o único livro que ela tinha no criado mudo.

Kelly deu de ombros fechando os olhos.

-Ah, vamos lá… o que você sempre quis ler?- insistiu sorridente.

-Hum… Sherlock Holmes.- murmurou ainda de olhos fechados.- tinha alguns volumes na biblioteca do orfanato, mas sempre quis ler tudo.

-Olha, ótima escolha.- ele disse, tirando o celular do bolso e entrando na Amazon aproveitando que a garota estava de olhos fechados e sonolenta demais para ver ele fazendo isso.

Ele pesquisou o livro que ela queria, e pôs o box dos livros do Sherlock no carrinho.

-Sua vibe é mais mistério, assassinatos e terror, não é?- perguntou, acessando os livros desse gênero.

-Uhum, embora eu seja eclética, esses são meus preferidos.- Murmurou, soltando um bocejo em seguida.

-Certo… o que acha de Agatha Christie?- perguntou, olhando a coleção de livros dela pelo aplicativo.

-A autora?- perguntou se aconchegando na cama, para ela, Tony estava apenas fazendo perguntas.

-Isso mesmo.

-Hum, gosto.- murmurou e Tony sorriu, colocando todos os livros da autora no carrinho de compras.

-Já ouviu falar de lupin? É legal, tem uma vibe sherlock…

-Parece interessante…

Tony sorriu novamente colocando a coleção de livros no carrinho. Ele ficou alguns minutos em silêncio navegando por todo o catálogo de livros, olhando sinopses e colocando o que achava interessante ou o que sabia que ela ia gostar no carrinho, até que ele mudou de categoria para livros de fantasia.

-Harry Potter?

-Hun?- a garota perguntou meio confusa, o sono já estava quase a pescando.- ah, sim… sim, claro.- respondeu tão sonolenta que logo voltou a ressonar.

Tony sorriu, achando graça da situação. Ele colocou o box de Harry Potter no carrinho e logo voltou a olhar o catálogo de livros.

-Percy Jackson?

-Uhum…

-Senhor dos anéis?

-Uhum…

Conforme Tony ia perguntando, a garota ia soltando apenas resmungos  que começavam a ficar cada vez mais baixos, conforme o sono a levava.

Até que em uma hora, Tony percebeu que estava literalmente falando sozinho.

-Kelly?- a chamou, tirando seu olhar do telefone para olhar para ela.

Ele acabou sorrindo consigo mesmo ao ver a filha em um sono profundo com a boca entreaberta. Ela era simplesmente adorável.

-Compre tudo que coloquei no meu carrinho de compras, Jarvis. E encomende uma estante de livros do tamanho da parede do quarto, escolha uma que combine com a decoração.- disse em um tom baixo, se acomodando na cama para ficar virado para filha, ficando ainda mais feliz com a sensação de saber que ela se sentia segura o suficiente para dormir perto dele.

"Prontamente senhor."

Jarvis também ecoou baixo, para não acordar a menina. Ele também diminuiu um pouco as luzes, deixando o clima mais aconchegante.

Olhando para filha que se encontrava perdida em seus sonhos, Tony sorriu novamente, com pensamentos felizes vindo até ele.

°
Tony acordou com um susto após ser sacudido levemente por alguém, ou melhor, alguma coisa.

Ainda mal acordado, ele quase gritou quando viu uma de suas armaduras quase em cima dele.

-Mas que porra...- murmurou olhando ao redor de forma confusa. Até perceber que ainda estava no quarto da Kelly.

A garota ainda dormia na outra extremidade da cama, dois travesseiros colocados entre eles, mas ele não se lembra exatamente de ter os colocado ali antes de pegar no sono.

Ainda um pouco confuso, Tony olha para sua armadura.

"Não queria assustá-lo, senhor, mas achei que se eu apenas o chamasse, acabaria acordando Kelly também, às vezes ela tem sono leve."

A voz de Jarvis ecoou de dentro da armadura, Tony solta um pequeno suspiro aliviado.

-Certo…- murmurou se sentando na cama, pronto para levantar.- porque me acordou?

"O general James Rhodes está aqui."

Tony para por um momento, um pouco surpreso, mas logo em seguida solta um resmungo.

-Avisa que já estou indo.- mal termina de falar e a armadura acena positivamente levantando voo e saindo pela janela.

Kelly se remexe um pouco em seu sono, incomodada com o barulho, mas logo volta ao seu sono profundo novamente.

Tony deixa um leve carinho no cabelo da filha antes de sair do quarto silenciosamente, fechando a porta atrás de si.

Coçando os olhos para espantar a sonolência, Tony se pergunta o motivo pelo qual o amigo estava aqui, mesmo que já fizesse alguma ideia.

Assim que terminou de descer as escadas, notou uma movimentação na cozinha, e foi direto para lá, ao chegar não se surpreende ao ver Rhodes e uma de suas empregadas em uma conversa animada.

Coçando a garganta para sinalizar sua presença, ele se aproxima com uma sobrancelha seguida de forma sarcástica assim que o olhar dos dois cai sobre ele.

-Tony!- Rhodes o cumprimentou sorridente.- curtiu seu soninho da beleza?

O Stark soltou um bufo divertido, e dispensou a empregada com um aceno, fazendo com que a mesma saia rapidamente.

-O que você está fazendo aqui?- Questionou de forma sarcástica.

O sorriso de Rhodes some quase instantaneamente, e ele se aproxima do amigo, colocando ambas as mãos nos ombros dele, um gesto apoiador.

-Fury me contou sobre Loki…- diz com um tom pesaroso, franzindo suas sobrancelhas com preocupação.- Como você está com isso?

Tony soltou um suspiro desdenhoso e tirou as mãos do amigo de seu ombro.

-Vou sobreviver, ok?- murmurou enquanto ia em direção ao armário onde guardava as bebidas.

O assunto ainda o chateava, e não estava a fim de ter uma crise de ansiedade como mais cedo.

-Tony…- Rhodes o repreendeu quando o viu tirar uma garrafa de whisky de dentro do seu armário.- fale pelo menos com sua terapeuta sobre isso.

-Vou falar.- murmurou enquanto enchia um copo até a metade de whisky e no outro colocou menos de dois dedos.- Fique despreocupado, não vou sair por aí caçando vingança contra o homem rena ou coisa do tipo, agora eu tenho muito a perder, Rhodes.- o tranquilizou oferecendo o copo com mais whisky para ele.

Rhodes aceitou a bebida, escarrando Tony mais tranquilo agora. Seguro de que ele não faria nenhuma besteira.

-Então…- Tony disse após segundos silenciosos.- veio aqui só para isso?

-Sim, queria ver como você estava…

-Oh, então aquela caixa enorme com um embrulho de coração é para mim?- Tony piscou com um sorriso, apontando a caixa em cima da bancada da cozinha.

James riu, olhando para o objeto apontado e em seguida para Tony novamente.

Ele tinha de fato vindo para ver como Tony estava, mas também, ele não iria embora antes de conhecer a garota, e não iria conhecê-la de mãos vazias.

-Não.- admitiu sem culpa.- é pra Kelly, então faça o favor de chamar minha sobrinha.

Tony arregalou os olhos, fingindo indignação.

-Então você tem coragem de vir na minha casa, olhar bem na minha cara e fingir preocupação, tudo isso como pretexto para conhecer a minha filha?

Rhodes ergueu uma sobrancelha brincalhona.

-Pegou rápido em…- riu da cara dele.- agora chega de esconder ela de mim, anda, chama a garota!- disse, usando sua voz de general.

-Claro, sim senhor!- bateu uma continência brincalhona.- Jarvis, acorde a Kelly.- a voz robótica responde brevemente antes de atender ao pedido.

Kelly parecia estar de bom humor no dia, Tony imaginou que não teria problema ela conhecer o melhor amigo dele, ainda mais com esse amigo já se considerando tio dela.

-Vou chamá-la.- Tony disse, pegando os copos de bebidas já vazios e os guardando junto com a garrafa de whisky.- mas não chegue a abraçando nem nada do tipo.

-Não sou idiota, Tony.- Cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha.

-Certo, certo, não está mais aqui quem falou…- ergue os braços em rendição enquanto se afastava para subir as escadas.

Assim que chega no quarto da filha, a encontra já de pé, na verdade, ela já estava no meio do caminho para sair do quarto.

-Hey… Jarvis disse que você estava me chamando.- ela bocejou coçando os olhos.

Tony sorriu para ela, acenando positivamente.

-Sim, tem um amigo aqui que quer te conhecer. Se você se sentir confortável, é claro.

-Um amigo?- franziu as sobrancelhas, confusa.- porque ele quer me conhecer?

-Porque você é minha filha, horas.- disse como se fosse óbvio.

A expressão de Kelly ainda era confusa, ela não entendia do porque alguém faria questão de conhecer ela.

Tony suspirou, procurando palavras para poder explicar melhor a situação para ela.

-James Rhodes é meu melhor amigo desde a faculdade, e ele está querendo conhecer você desde que soube da sua existência… pense nele como uma espécie de… tio.

-Tio?- ela inclinou a cabeça, pensativa.

-Sim, inclusive, ele já te considera sobrinha.

Ainda era difícil a ideia de alguém querer a conhecer de boa vontade, e ainda dava para contar nos dedos as pessoas que sabiam que o Tony era seu pai.

Ela não pode deixar de se sentir um pouco insegura com aquilo, mas como Tony disse que ela podia pensar no homem como tio, então ele era tecnicamente da família de Tony, e ele só queria socializar com ela, embora sua socialização não seja lá essas coisas.

Em todo caso, não iria tirar pedaço conhecer alguém que Tony esteja fazendo questão de apresentar.

-Tudo bem, vamos lá conhecer o titio.- brincou de forma humorada, fazendo Tony soltar uma risada.

Kelly seguia bem atrás de Tony nas escadas, ela não deixou de pensar em como se sentiria melhor com Pepper ali também, mas espantou esses pensamentos, o dia estava indo maravilhosamente bem, quais eram as chances de dar errado agora?

Assim que desceu as escadas completamente, Kelly pôde ver o tão falado Rhodes, não só isso, ela tinha o conhecido dos noticiários a um tempo atrás, ele era o general Rhodes. Isso a surpreendeu positivamente.

Rhodes que até então estava distraído em seu celular, quando ouviu os passos se aproximando, levou seu olhar até o som.

Um enorme sorriso se abriu em seus lábios quando ele viu a garota. Ele não pode deixar de analisá-la por um instante, vendo que se não fosse por alguns pequenos detalhes, ela e Tony não se pareceriam nem no branco do olho.

-Ah, aí está ela!- Rhodes comemorou com um sorriso sinalizando a garota com os braços, fazendo com que ela apenas sorrisse envergonhada pela atenção.- Finalmente estou te conhecendo, já estava começando a achar que você era uma invenção de Tony.

Kelly riu e sorriu mais abertamente agora, gostando da receptividade de Rhodes.

Ela se aproximou mais dele, a mão de Tony parou em um de seus ombros a incentivando.

-Kelly, esse é James Rhodes, e James, essa é obviamente minha filha de carne e osso, e não uma invenção.- estreitou os olhos para o amigo por conta de sua fala anterior.- Não se deixe enganar pela cara de general sério que ele tem, Kelly, Rhodes é um pãozinho por dentro.

A garota riu levemente com isso, e foi a vez de Rhodes estreitar os olhos para o amigo.

-É um prazer te conhecer senhor Rhodes. E obrigada por seus serviços.- Kelly resolveu tomar alguma palavra e estendeu a mão para o homem educadamente.

Rhodes sorriu aprovando a educação da garota e dispensou rapidamente o agradecimento dela por seus serviços antes de finalmente aceitar o aperto de mão dela, mesmo que estivesse tentado a puxá-la para um abraço, sabia que esse tipo de toque teria que vir dela primeiro.

-O prazer é todo meu, Kelly, estou realmente feliz em te conhecer.- soltou a mão dela ainda sorrindo.- E por favor, pode me chamar de tio, se estiver confortável com isso, claro.

Kelly ficou um pouco surpresa com a rapidez na qual Rhodes estava a acolhendo, pedindo para que o chamasse de tio quando ela nem mesmo se referia a Tony como pai, não em voz alta.

Mas como negar o pedido do homem que a escrava com tanta expectativa e felicidade, ela tinha gostado dele instantaneamente, e não se sentia desconfortável em chamá-lo daquela forma.

-Tudo bem… tio Rhodes.- diz em voz alta, e de fato, não era desconfortável o chamar assim.

O general sorriu mais abertamente agora, deixando seus dentes à mostra, satisfeito por ter sido chamado daquela forma.

Um rápido silêncio ecoou por eles depois daquilo, ele queria a conhecer, e bem, eles já se conheceram, e agora?

Quem acabou com o silêncio foi Tony, que coçou a garganta e olhou em direção ao amigo de uma forma que Kelly não soube decifrar, mas Rhodes sim.

-Oh, claro, já ia me esquecendo.- Rhodes se afastou rapidamente, indo em direção a cozinha.- fique aí, eu tenho um presente para você.

-Pra mim?- ela perguntou em um sussurro, franzindo as sobrancelhas e olhando para Tony em busca de respostas, ele por sua vez, apenas deu de ombros com um sorriso amarelo.

Em todo caso, não demorou muito para Rhodes voltar com uma enorme caixa embrulhada com um embrulho cheio de corações.

A garota arregalou os olhos surpresa, ficando mais surpresa ainda quando o homem a estendeu aquela caixa.

-Para você!

-Oh… você não precisava…- ela murmurou sem jeito, porém aceitou a caixa que ele estava oferecendo de maneira muito alegre.

-Claro que preciso, é meu trabalho como tio, te mimar tanto ao ponto de dar trabalho ao Tony.- Rhodes disse, fazendo Tony soltar uma risada nasal.

Com um sorriso tímido, ainda se sentindo sem jeito por conta da caixa de presentes que estava um tanto pesada, ela se senta no sofá colocando a caixa ao seu lado para conseguir abrir.

Os adultos a assistiram abrir a caixa de maneira cuidadosa, ela parecia tomar cuidado para não danificar o embrulho.

Até que ela finalmente conseguiu desembrulhar e assim que a caixa foi descoberta, ela pode dar uma grande dica sobre o conteúdo, já que ela tinha um tom de azul escuro e possuía um desenho de um castelo muito conhecido em suas laterais.

Sem mais delongas, Kelly abriu a caixa um pouco ansiosa e o que ela viu lá a fez arregalar os olhos desacreditada.

-Isso é…- ela cobriu a boca, e Rhodes sorriu satisfeito, estava óbvio que ela tinha gostado do presente.- isso deve ter sido muito caro…- murmurou olhando para ele, de forma preocupada.

-Não se preocupe com isso, ok? De qualquer forma, não foi uma coisa muito cara para mim.- ele assegurou ela, Tony já tinha lhe contado que ela era uma pessoa muito preocupada com isso.

Com isso, Kelly desvia o olhar dele para a caixa novamente, e dessa vez ela solta um sorriso enorme e dá um gritinho animado.

-Você é o melhor tio Rhodes!- cantarolou animada.- obrigada, obrigada, obrigada!- se levantou em um salto e foi até o homem rapidamente lhe dando um abraço bem apertado.

Rhodes riu e sorriu com a animação dela, e rapidamente devolveu o abraço, não sendo nem doido de desperdiçar a oportunidade.

Curioso com tamanha animação, Tony se aproximou da caixa. Assim ele pode ver claramente o motivo da animação e do abraço.

A caixa enorme era uma caixa de fã de Harry Potter, lá continha não só o box de livros de Harry Potter, mas também vários itens da história, como funkos de personagens, posters, uma varinha e até mesmo uma capa, um moletom e um cachecol com as cores e o símbolo da Corvinal.

Pepper tinha contado para Tony que aquela era a casa da Kelly, e Tony contou para Rhodes a uns dias atrás, ele não soube o motivo da pergunta, mas não se preocupou com aquilo no dia.

Bem jogado Rhodes, bem jogado.

Tony pensou enquanto observava Kelly ainda apertar o amigo em um abraço forte. Ele teve que engolir o ciúmes daquilo, ainda mais quando Rhodes lhe lançou um olhar exibido em meio ao abraço.

Em todo caso, ele não tinha direito de sentir ciúmes. Rhodes era seu melhor amigo e uma pessoa que Kelly mal conhecia, a responsabilidade afetiva que ela sentia pelo general não era a mesma que sentia por Tony, logo, ele sabia que quando a garota finalmente estivesse pronta, ele finalmente seria o alvo de seus abraços fortes e acolhedor, e então, seria sua vez de se exibir para as pessoas.

-Eu amei o presente, sério mesmo.- Kelly soltou Rhodes, com um sorriso brilhante e foi em direção a caixa novamente vasculhar o presente.- eu nunca tive um tio, mas pode apostar que você é o melhor de todos.

-Fico feliz que tenha gostado!- disse sorrindo ainda mais com o elogio, ele estava orgulhoso de si mesmo.- escute, se importa de tirarmos uma foto? Quero muito ter esse momento de recordação.

A garota pareceu pensar por um momento, ela não era muito fã de fotos, mas por fim, ela deu de ombros acenando positivamente.

Sorrindo satisfeito, James jogou seu celular para Tony que o pegou no ar.

-Faça o favor, Tony.- pediu enquanto se sentava ao lado da Kelly.

O Stark revirou os olhos levemente, mas se posicionou e tirou uma boa foto de seu amigo sentado ao lado de sua filha com um braço em volta dos ombros dela, enquanto a mesma apenas sorria levemente para a foto. Ele fez questão de pegar o enorme presente também, pois sabia que ele iria esfregar aquela foto na cara da Natasha.

Tony sinalizou que já tinha tirado a foto e sorriu para a imagem de sua filha, se dando conta de que aquela era a primeira foto que tinha dela, portanto ele fez questão de passar a foto para seu celular antes de devolver o aparelho para Rhodes.

-Eu sou sonserina, caso queira me dar um desses também.- disse de forma sarcástica para o amigo que lhe lançou apenas um arquear de sobrancelhas.

-Olha, Tony!- Kelly o chamou animada, estendendo o funko da Hermione.

Ele sorriu, antes de ir até sua filha ver o que ela queria lhe mostrar, deixando Rhodes para trás trocando mensagens com a Nath, onde ele esfregava na cara dela que ele era o melhor tio.

Os três passaram um bom tempo juntos, interagindo. Kelly se sentia bem à vontade com Rhodes, o que deixou Tony extremamente feliz. Afinal, se caso alguma coisa acontecesse com ele, era em Rhodes que ele confiava para cuidar de tudo.

A relação de tio e sobrinha entre eles foi quase instantânea, Rhodes fez a timidez e o receio da Kelly sumir rapidamente. Ele era engraçado e brincalhão, mas também conseguia ser sério e paciente, o que ajudou na aproximação deles. E em pouco tempo de conversa, ela já o admirava.

Rhodes ficou para o jantar, quando Pepper chegou com duas caixas de pizzas e um refrigerante a pedido de Tony.

A ruiva ficou muito feliz em saber que Kelly já estava se relacionando super bem com Rhodes, e sorriu contente quando a garota lhe mostrou tudo que tinha ganhado do "tio Rhodes".

Todos jantaram a pizza na sala, sentados confortávelmente no sofá enquanto a televisão servia como ruído de fundo para a conversa entre eles, onde Rhodes contava sobre as peripécias de Tony na faculdade, o que fazia a garota dar gostosas gargalhadas de vez em quando.

O general só foi embora, quando a garota começou a dar seus primeiros indícios de sono.

Por conta do pouco sono, ela se sentiu exausta e Pepper não precisou insistir muito para ela ir para a cama.

Depois de um tempo, Pepper convenceu Tony a ir para cama também, depois de terem uma longa conversa de como tinha sido o dia e de como Tony se sentia com a volta de Loki para a terra.

A conversa sobre o último assunto não foi muito profunda, visto que Tony não era de falar sobre sentimentos, mas a ruiva ficou aliviada de pelo menos Tony ter tido a descencia de ter ligado para sua terapeuta e ter tido uma rápida conversa com a mulher enquanto Pepper estava no banho.

Ele explicou a situação para a mulher que lhe deu alguns rápidos conselhos e inclusive lhe deu os parabéns por ter conseguido ter uma conversa com a filha, ela marcou uma consulta para ele no dia seguinte, para tratarem especificamente do assunto da sua ansiedade.

Depois de tomar um banho, Tony se sentiu melhor, o dia tinha tido mais altos do que baixo, e sentiu que a água quente tinha amenizado esses baixos que seu dia tinha tido.

-Rhodes ficou se exibindo pra Nath, daqui a pouco ela aparece aqui com um presente melhor.- Tony disse humorado, enquanto saia do banheiro secando o cabelo com uma toalha.

-Se bem que para Kelly, a própria Nath seria um presente melhor.- murmurou risonha, sem tirar os olhos do livro que estava lendo.

Tony apertou os olhos para conseguir ler o título. "Seja mais do que uma madrasta, seja a melhor amiga." Ele soltou um bufo divertido com aquilo. Como se Pepper precisa ler um livro para se dar bem com a Kelly.

-Falando nisso.- ele murmurou para si mesmo.- Já cancelou a compra de Harry Potter, Jarvis?

"Positivo, senhor"

Tony soltou um resmungo positivo enquanto estendia a toalha antes de ir para a cama sob o olhar curioso de Pepper.

-Você estava comprando Harry Potter para ela?- ergueu uma sobrancelha.

-Estou comprando vários livros, na verdade.- soltou uma risadinha enquanto se deitava na cama, ao lado da mulher que estava sentada com as costas apoiadas na cabeceira.-Vou fazer uma estante de livros no quarto dela.

Pepper o encarou brevemente enquanto ele sustentava um sorriso, por fim, ela deu de ombros sorrindo.

-Bem, ela vai gostar disso.- resmungou antes de voltar para sua leitura.

-É, eu sei…- suspirou, se movendo para apoiar a cabeça no colo de Pepper. Um rápido resumo do dia veio a sua cabeça.- até que eu estou me saindo bem como pai…

-Claro que está.- Pepper levou uma de suas mãos até o cabelo do noivo, fazendo um carinho ali.- você é o melhor pai.

Tony sorriu, fechando os olhos.

O melhor pai.




Finalmente terminei essa jossa! Que ódio, quanto mais eu escrevia, mais coisa eu tinha para escrever.

No fim vocês acabaram de ler mais de 10.000 palavras!! Espero que o capítulo não tenha ficado chato e entediante.

Comemorem, pois não sei quanto tempo irá demorar até o próximo.

Neste capítulo podemos ver mais interação de pai e filha, que orgulho gente, eu amo o fato de que eles se desenvolvem praticamente sozinhos kkk juro que metade das interações deles eu nem planejo, simplesmente acontece.

Também recebemos a notícia que o gostoso do Loki vai estar de volta na nossa midgard, e só a notícia disso desencadeou uma crise de ansiedade no Tony, eita lasqueira. O que será que vai acontecer? Muahahaha!

O que acharam do Rhodes sendo um tiozão? Eu acho que isso combina perfeitamente com ele. Pena que logo logo a Nath aparece pra mostrar quem manda.

° (significa quebra de tempo ou mudança de cenário.)

Desculpem os erros.

Até o próximo~

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