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•019

O primeiro dia de aula foi estressante, o que resultou em um sono de horas, apenas para compensar o estresse do dia.

O segundo dia de aula já lhe garantiu menos cansaço, tinha recebido menos olhares curiosos e descobriu que a professora de educação física usava a aula dela como momento recreativo, ou seja, ela não era obrigada a fazer exercícios, o que ajudou bastante na sua questão de confiança, autoestima e sedentarismo.

O terceiro dia também foi bom, Kelly ainda almoçava com o grupo que tinha adotado ela no primeiro dia, eles eram bastante legais e ela se sentia confortável entre eles, Alice, a única garota no grupo tirando a própria Kelly, era sempre bem gentil e estavam virando ótimas amigas.

Embora o esgotamento mental ainda exista assim que sai da escola, ela se sente bem por se sentir uma estudante normal, no dia anterior, ela tinha percebido que estar perto de tantos adolescentes com jeitos e personalidades diferentes, fazia a esquecer de onde vinha e o que tinha passado, ali ela era apenas uma adolescente qualquer, e isso a fez perder um pouco do medo das multidões que aqueles corredores podem conter.

Escrever em seu diário todo dia à noite, a ajudava a pôr os pensamentos em ordem. E para a surpresa da Kelly, pensar já não era tão ruim, já que a maioria das vozes da sua cabeça não eram mais depressivas, lógico, ela tinha momentos.

Mas agora tudo parecia fluir maravilhosamente bem, estava indo para a escola e estava bem com isso, tinha começado a fazer amizades, sumir ou se matar não eram mais pensamentos recorrentes em sua mente e também, ela e Tony estavam indo muito bem, ela conseguiu deixá-lo a tocar sem que gatilhos sejam despertados e ela já tinha tomado a frente para alguns toques também.

Ela estava melhorando, e cada vez que ela percebia isso, seu coração palpitava alegre, e um pouco ansioso, afinal mudanças eram assustadoras, mas ela tentava ter em mente que essas mudanças são para melhor.

Deixar fluir estava fazendo bem para ela.

Hoje, sendo o quarto dia de aula, Kelly esperava que fosse tão proveitoso quanto os outros, e estava positiva sobre isso. Hoje também seria o dia da sua terapia e ficou feliz que pela primeira vez, não tinha nada de ruim para comentar na sessão.

E também, sua rotina a ajudava muito no seu progresso, seguir uma rotina era bom para pessoas como ela e sua rotina em si era muito boa.

Ela acordava e se arrumava para ir para a escola enquanto trocava algumas mensagens com a Cléo, tomava café da manhã com o Tony e a Pepper, o Happy a levava para a escola, a primeira coisa que fazia quando entrava na escola era ir para seu armário, onde encontrava o Harry, que parecia sempre ter um mau humor momentâneo que se dissipava com alguns segundos de conversa, a maioria das aulas era com Yumi, então se sentava perto da asiática e se ignorasse a maioria das coisas sem noção que ela diz, conseguia aproveitar a presença dela, depois das primeiras aulas ela se sentava com Harry e seu grupo que era muito divertido, os almoços não eram tediosos com eles, e depois da escola, Happy a trazia de volta, e por algum motivo Tony sempre estava lá para a receber e perguntar sobre seu dia, depois disso ela ia para o quarto e conversava com a Pepper e com a Cléo, logo depois ela passava o resto do dia dormindo e só era acordada na hora do jantar, onde jantava com os adultos que sempre perguntavam sobre seu dia, e depois do jantar Kelly fazia seu dever de casa e demorava mais para dormir, conversando com a Cléo, ou assistindo um filme ou uma série até o sono chegar.

Pois é, não era a rotina mais produtiva do mundo, mesmo assim era uma rotina, e a Kelly estava gostando disso.

Depois de ter se trocado e finalizado a ligação com a Cléo, Kelly desce para a cozinha, onde os adultos já estavam.

-Bom dia, gente!- Kelly cumprimentou de bom humor assim que avistou os adultos.

Pepper tira seu olhar do tablet e Tony abaixa sua caneca de café, ambos encarando a garota que se sentava distraidamente ao lado de Pepper, como sempre.

Eles estavam surpresos, nunca tinham a visto tão leve e humorada, diferente dos outros dias ela até sustentava um sorriso leve e natural. Isso os deixou felizes mas também muito surpresos.

Tiveram medo de que a escola não ajudasse, mas pagaram com a língua ao ver totalmente o contrário. No final, eles perceberam que ela só precisava de menos tempo com ela mesma e mais tempo em contato com o mundo e com coisas novas, afinal, às vezes a pior companhia de alguém pode ser ela mesma.

-Bom dia!- Tony foi o primeiro a responder, sendo seguido por Pepper.- Alguém acordou de bom humor hoje.- comentou para a filha com um sorriso.

Kelly apenas dá de ombros para comentário, enquanto passava pasta de amendoim em uma das torradas, nem ela sabia o motivo do seu bom humor, talvez fosse a ideia de não ter nada de ruim para contar ao terapeuta mais tarde, em todo caso, ela vem se sentindo cada vez melhor consigo mesma esses dias.

Tony e Pepper obviamente perceberam essa mudança de humor na garota, e isso só os fazia cada vez mais felizes, sentiam que a garota estava ficando cada vez mais a vontade com eles, a sensação de família entre eles só aumentava com isso.

O café da manhã foi um tanto silencioso, mas foi um silêncio confortável onde todos ali apenas se aproveitavam da companhia um do outro.

Até que Happy veio até a cozinha, alegando que já estava na hora levar a Kelly.

Assim que recebeu essa notícia, ela deu um último gole em seu café enquanto Happy ia a esperar no carro.

-Até mais tarde gente.- se despediu dos adultos enquanto se levantava de onde estava sentada e pegava sua mochila.

-Até mais tarde, querida, não esqueça seu casaco, vai esfriar no meio do dia.- Pepper avisa enquanto estende o rosto para a garota que dá um pequeno beijo de despedida em sua bochecha.

Kelly apenas acena positivamente para a fala da ruiva e não questiona como um sol de rachar poderia sumir do nada para dar lugar a um clima frio.

Dando a volta na mesa, a garota vai até Tony que já a esperava com um punho estendido.

-Boa aula, e mostre para aqueles números quem manda.- diz soltando uma piscadela enquanto a garota conclui o soquinho com um sorriso leve.

-Pode deixar.- sorriu abertamente mas sua atenção é desviada com o barulho alto da buzina do lado de fora, a apressando.- Tchau gente, amo vocês!- Murmurou em despedida enquanto saía apressada do local.

Nem percebendo que tinha acabado de deixar os dois adultos estáticos naquele cômodo.

Tony e Pepper se encaravam estaticamente, como se qualquer movimento brusco fosse causar algum tipo de desastre, porém o coração de ambos batia com rapidez, formando um som tão alto que quase podia ser ouvido fora de seus corpos.

Ouviram o som do carro se afastando da casa, e isso serviu para que os ombros de ambos caíssem de forma relaxada, e aos poucos sorrisos iam tomando seus lábios.

-Ela disse que ama a gente.- Tony foi o primeiro a dizer com o mesmo sorriso que uma criança abrindo presentes de natal usaria.- ouviu isso? Ela ama a gente!

Por algum motivo ele queria gargalhar de felicidade, mesmo sabendo que a garota muito provavelmente nem percebeu que tinha dito aquilo, e que havia a possibilidade de ter sido só por dizer, mas mesmo assim ela disse, e ele queria espalhar essa notícia para todo mundo.

Pepper solta uma risada contente e acena positivamente.

-Sim, ela disse.- suspirou contente, se sentindo realizada, e já estava pensando em uma forma de dizer que a amava de volta.

Durante o caminho da escola, Happy tinha o costume de pôr uma música no carro enquanto ele e Kelly conversavam sobre a novela que ambos resolveram iniciar juntos a dois dias atrás.

Realmente, a garota estava totalmente alheia ao que disse antes de sair de casa.

O caminho era tranquilo para a garota, Happy a deixava muito confortável, e sentia que era uma amiga muito próxima dele, era fácil ficar tranquila com ele, e embora houvesse o frio na barriga e ansiedade assim que ele estacionava na frente da escola, ela se sentia tranquila sabendo que Happy estaria ali, e que sua rotina lhe daria segurança.

-Até mais tarde, Happy.- Murmurou quando o carro parou de frente a escola, já estava pronta para sair do carro depois de ter contado até cinco e respirado fundo, isso a ajudava naquela ansiedade inicial.

-Não tão rápido, mocinha!- Happy avisa e Kelly para, se atentando para o que o segurança diria.

Ela acabou soltando um suspiro desanimado quando viu que ele lhe estendia uma nota de cem.

-Happy…- não terminou de dizer, pois foi interrompida pelo segurança.

Kelly só tinha aceitado o dinheiro da segunda, do primeiro dia de aula, porque acreditou que aquele dinheiro era para a semana toda, mas acabou se surpreendendo quando Happy apareceu com outra nota de cem no dia seguinte e no posterior.

A garota se sentia muito mal em aceitar dinheiro daquela forma, então pediu para Happy guardar aquele dinheiro até ela resolver isso com o Tony, já que os cem da segunda ainda não tinha se esvaído completamente.

Porém, não era fácil iniciar uma conversa com Tony, toda vez que voltava da escola ela tentava, mas ficava com medo, então ela vem procrastinando esse assunto, e consequentemente as notas começavam a acumular.

Mas Happy era casca grossa, não deixaria isso acontecer, e se a garota não começasse a aceitar o dinheiro, ele mesmo teria que falar com o Tony.

-Sério Kelly, já estou com os cem de terça e quarta aqui comigo! Já pensou o que acontece se o Tony descobrir? Ele vai achar que estou roubando!- Tenta argumentar e a garota o encara de forma culpada.- Pegue pelo menos o dinheiro de hoje.

A garota sentiu muito medo e culpa com a ideia do Happy sofrendo as consequências da atitude dela, mas a ideia de aceitar esse dinheiro parecia uma comida difícil de engolir.

-Mas eu ainda tenho dinheiro aqui comigo…

-Kelly…- murmurou em um tom de aviso, causando ainda mais nervosismo na garota.

-Eu..- começou meio nervosa, olhando para os lados em busca de uma escapatória para aquela situação, ela só queria fugir do assunto.- eu prometo que pego o dinheiro amanhã se eu não falar hoje com o Tony, prometo Happy!

Ela dizia enquanto saia aos poucos do carro, sob o olhar insatisfeito e quase descrente do segurança.

-Faça esse favor só hoje, ok? Obrigada Happy, você é o melhor!- E a última coisa que diz antes de sair do carro e fechar a porta como um foguete.

O homem solta um suspiro e encara a garota se dirigindo em passos rápidos para a escola.

-Teimosa igual o pai, incrível…- resmungou enquanto pegava sua carteira em seu bolso e colocava a nota de cem junto com as outras duas que tinha alí.

No segundo dia de aula, quando Tony o mandou dar novamente o dinheiro do almoço para a menina, Happy chegou a questioná-lo se aquilo não era muito apenas para o dinheiro do almoço e muito provavelmente ela ainda tinha o restante do dinheiro do dia anterior.

O Stark apenas deu de ombros para o questionamento e disse que só não queria que ela precisasse e faltasse.

Aparentemente a garota não concordava com os pensamentos do pai e negou veementemente aquele dinheiro alegando que ainda tinha bastante, então pediu para Happy guardá-lo para que ela não perdesse e que mais tarde falaria sobre isso com o pai.

Sendo compreensivo, ele fez o que a menina pediu e ficou com o dinheiro, porém o mesmo aconteceu no dia seguinte, e tinha acabado de acontecer novamente.

O segurança sabia que a garota não falaria com Tony, e que ela preferia passar fome do que aceitar o dinheiro. A única coisa que tinha o impedido de falar com o Tony sobre isso é a ideia dele querer vir pessoalmente dar o dinheiro para ela, e ele sabia que esse seria o fim para a garota.

Mas aquela situação tinha que mudar, ele só esperava que Tony não fizesse besteira, e que a Kelly não perdesse a confiança nele.

Já do lado de dentro da escola, Kelly solta um suspiro por ter escapado daquela situação mais uma vez, ela sabia que não ia durar para sempre, já que a paciência do Happy parecia ser tão curta quanto a grossura de um fio de cabelo. Precisava pensar em como dar um jeito nisso o mais rápido possível.

De frente ao seu armário, a garota coloca sua senha e começa a pegar o material necessário para começar seu dia.

Não demora para que uma cabeleireira quase ruiva apareça ao seu lado sorridente, enquanto abria seu armário lhe cumprimentando com um bom dia animado.

Kelly sorriu para o amigo e o cumprimentou de volta, também bem humorada.

-Parece que o bichinho da felicidade nos picou hoje de manhã.- Harry comentou após ver o sorriso tranquilo e leve da amiga, seu sorriso não estava diferente.

A garota sorriu e concordou com ele. Geralmente, nesse horário, Kelly estava sustentando uma expressão cansada, característica da depressão, e Harry estaria zangado com o pai, que segundo ele escolhia o ligar pela manhã só para acabar com seu dia e não para manter sempre o contato de pai e filho já que moram em cidades diferentes.

Mas hoje, os dois estavam de bom humor.

-Na verdade nem sei porque estou assim, talvez seja a ideia de não ter nada de ruim para contar para o meu terapeuta hoje.- Kelly contou com um mínimo sorriso.

-Fico feliz por você.- Harry sorriu para a garota enquanto pegava seus próprios materiais no armário.- você fica ainda mais linda quando sorri, então que tenha mais dias assim.- ele conclui, fazendo a garota soltar um riso sem graça e corar com o elogio repentino.

Com poucos dias de convivência, Kelly não tinha vergonha de dizer que estava muito próxima do Harry, ela percebeu que ele podia ser um ouvinte tão bom quanto a Cléo, e sinceramente, ela gostava dessa dinâmica de um apoiar o outro, já que tinham problemas um pouco parecidos.

-Bem, eu segui seu conselho e fui atrás daquelas terapias coletivas que você tinha mencionado.- Harry diz se virando para ela.- Ontem mesmo participei de uma reunião, me senti bem em falar dos meus problemas com pessoas que têm seus próprios problemas, no fim, a psicóloga da terapia coletiva me deu boas dicas.

O sorriso da Kelly se iluminou quando ouviu isso. Ontem de manhã, tinha sugerido ao Harry procurar terapia coletiva, já que aquilo era para qualquer um e seu pai se recusava a pagar terapia para ele, o que era triste já que dava para ver que o garoto realmente precisava.

-Isso é ótimo, Harry!- ela sorriu, estendendo sua mão para colocar no ombro do rapaz.- você vai ver, isso vai fazer muito bem para você.

O garoto sorriu com a animação dela, ele estava desacostumado a ter outras pessoas além de seu antigo grupo de amigos lhe apoiando.

Com o tempo ele tinha se tornado alguém fechado, não dava intimidade para qualquer pessoa e preferia mil vezes ficar sozinho do que com um estranho. Porém, ele nunca se arrependeria do dia que foi falar com a garota triste e sozinha em um quiosque da praia naquele dia chuvoso. Não iria mentir, ele estava pensando em fazer besteira naquele dia, ela o salvou apenas de ter ficado ali, o escutando.

O sinal iria tocar em poucos minutos, Harry já estava se oferecendo para deixá-la em sua sala. Porém um inspetor de corredor veio até eles, olhando diretamente para a garota.

-A diretora quer falar com você na sala dela.- ele disse, sem a menor delicadeza.

-Comigo?- Kelly perguntou, começando a ficar muito nervosa.

-Isso, melhor ir agora antes que a aula comece.- respondeu já dando as costas para sair do local, sem nem perceber que tinha deixado uma garota extremamente nervosa e ansiosa atrás dele.

Isso não era rotina, ela nunca havia sido chamada na diretoria antes, um milhão de cenários se passavam na sua cabeça, a deixando ansiosa.

-Ei, relaxa, não deve ser nada.- Harry tentou tranquilizar, vendo a mudança brusca da amiga.- Vem, eu te acompanho.

Ele circulou um de seus braços por cima dos ombros dela, e começou a guiar pelo corredor.

Kelly não gostava muito de toque físico, mas entendia que essa era a maneira de Harry dizer que estava com ela, então não reclamou, e até se sentiu mais segura quando era guiada por ele, embora ela ainda estivesse perdida em sua ansiedade

-Quer que eu te espere?- Harry perguntou assim que chegaram de frente a diretoria.

Kelly queria dizer sim, mas então o sinal tocou, e ela não faria o amigo perder aula por conta dela.

-Tudo bem. Eu faço isso sozinha.- sorriu tentando ser confiante.- não deve ser nada demais.

Harry sabia que a última frase era mais para tranquilizar ela mesma do que ele. Mas de qualquer forma, ele teria um teste valendo nota daqui a dez minutos, então ele não iria insistir muito naquilo.

-Você quem sabe, qualquer coisa estou aqui.- disse fazendo um breve carinho no ombro da amiga antes de sair em direção a sua aula.

Respirando fundo, tentando não deixar a ansiedade dominar, Kelly põe a mão na maçaneta da porta, tentando ter em mente de que não tinha feito nada de errado, logo, nada de ruim poderia acontecer.

-Com licença…- Murmurou depois de dois toques na porta da diretora.

-Pode entrar, estava te esperando Kelly.- a mais velha sorriu para a menina que entrava acanhada.- Sente-se.

Se sentando na cadeira que foi indicada, a garota desviou o olhar um pouco incomodada.

-Bom…- a diretora resolveu começar, vendo o incômodo da jovem.- Eu te chamei aqui para te falar sobre os clubes escolares…

Os ombros da garota caíram no mesmo instante de alívio, porém sua testa se enrugou, como assim tinha sido chamada na diretoria só por conta daquilo?

-Sei que disse para você não ter pressa.- a mulher continuou.- mas seu desempenho nos números chamaram bastante a atenção dos professores, eles estão te indicando para o decatlo e para os clubes de programação e robótica.

Kelly ficou um pouco surpresa com a notícia, não fazia nem uma semana que estava na escola e seu desempenho já estava sendo notado. O orgulho de si mesma a preencheu e um sorriso foi inevitável em seu rosto, e uma vontade enorme de contar isso para Tony a preencheu. Será que ele ficaria orgulhoso também?

-Então o que me diz? Entraria para esses projetos? Cá entre nós, sei que pode entrar na faculdade que quiser futuramente, mas esses projetos vão agregar bastante no seu currículo escolar!

A voz da diretora a tirou rapidamente dos seus pensamentos.

-Oh…- ela pensou rapidamente na proposta. A garota ainda não estava pronta para ficar em um clube onde provavelmente teria que interagir e muito provavelmente seria excluída.

Mas ela acabou pensando em seu terapeuta, ele a encorajaria a assumir o risco e falaria uma frase de efeito sobre coragem ou coisa do tipo. E ela confiava nele.

-Eu… eu aceito, vou entrar nesses projetos.- sua voz não estava muito confiante, mas no fundo, ela estava decidida.

Em todo caso, ela já teria terapia mais tarde naquele dia, o Dr. Hazel iria saber como a guiar nessa decisão que tinha tomado.

Não demorou muito mais na sala da diretora, logo, um inspetor a levou até a sala e contou para o professor o motivo de seu atraso.

Assim que ela se sentou ao lado da Yumi, ela foi bombardeada com perguntas. A asiática ficou feliz em saber que a Kelly faria parte da robótica junto com ela.

O restante das aulas foi normal, embora a garota ainda continuasse ansiosa. Ficou combinado de que ela ficaria um pouco depois das aulas para se inscrever nos projetos escolares.

Isso já estava saindo muito de sua rotina, o que a deixava um pouco insegura. Mas ela tentava pensar positivo quanto a tudo, a rotina ainda era recente, então poderia se acostumar facilmente com outra.

No horário do almoço, ela foi em direção ao refeitório e ficou na fila para comprar algo, seu dinheiro estava acabando, as coisas naquele colégio não eram exatamente baratas, sabia que na semana seguinte teria que comer a comida da escola, não que ela fosse do tipo nojenta com comida, mas ela se sentia insegura sobre comer demais.

Enquanto estava na fila, ela se lembrou de mandar uma mensagem para Happy, pedindo para que ele a buscasse um pouco mais tarde e contando o motivo para isso. Acabou recebendo apenas um emoji de joinha como resposta.

Típico do happy.

Com seu almoço em mãos, ela foi se sentar com o grupo que a tinha acolhido. Até agora eles não tinham a expulsado, então ela se sentia bem em pensar neles como amigos.

Todos já estavam reunidos na mesa, e ao notarem ela se aproximando, rapidamente Harry e Marcos abriram um espaço entre eles para que a garota se sentasse ali.

-O que a diretora queria com você?- é a primeira coisa que Harry perguntou assim que ela se senta.

-Ah, ela só queria me propor entrar no decatlo e nos clubes de programação e robótica!- respondeu com um sorriso orgulhoso.- Os professores me indicaram, parece que eles gostaram do meu desempenho.

-Olha só! Exibida, você aceitou?- Brandon questionou animado pela amiga enquanto roubava uma batatinha do namorado que soltou uma exclamação indignada.

-Obviamente, aceitei.- respondeu sorrindo animadamente.- Só vou ter que ficar um pouco até mais tarde hoje para fazer a inscrição no decatlo, e ver se o presidente dos clubes de programação e robótica me aceita.

Kelly disse a última frase com um sorriso de canto olhando para Harry, que devolveu o sorriso erguendo uma sobrancelha.

-Olha, eu acho que o presidente dos clubes não vai ter nenhum problema em te aceitar.- moveu as sobrancelhas para cima e para baixo fazendo Kelly soltar uma risada.

-Se quiser posso te fazer companhia, vou ter que ficar depois da escola até o Adrien terminar o treino dele, mato o tempo com você.- Brandon diz encostando a cabeça no ombro do namorado, que ainda parecia chateado por conta da sua batatinha roubada.

Kelly acena positivamente para o amigo, concordando com a ideia enquanto mordia seu lanche.

O restante do almoço correu normalmente, em um dado momento, Alice se sentou ao seu lado, roubando o lugar do Harry, e ambas ficaram entretidas em uma conversa sobre produtos de maquiagem, por mais que Kelly não fosse nenhum pouco fã desse assunto.

Às vezes ela pensava no quão bem a Alice e a Cléo se dariam.

Na hora da saída, Brandon estava esperando na porta da sala, como o prometido. O brasileiro era uma boa companhia, ele parecia ter uma energia tão boa que qualquer traço de tristeza se dissipava perto dele. Kelly comentou isso com a Cléo noite passada, a asiática disse que isso era um poder que todo gay tinha. Isso lhe rendeu boas risadas.

Ela e Brandon foram primeiro para a sala do decatlo, lá estava apenas o professor de ciências, que comandava o grupo. O professor apenas colocou o nome da garota na ficha de membros, e lhe entregou os horários das reuniões, também lhe foi entregue uma jaqueta cinza com a logo da escola, aquilo era mais usado em competições.

-Você acha que o Harry está no clube de robótica ou de programação?- Kelly perguntou para o amigo assim que saíram da sala de decatlo.

-Programação, ele conseguiu ajustar os clubes para funcionarem um dia sim, e o outro dia não.

E assim, ambos partiram em direção ao clube de programação, e realmente encontraram o Osborn naquele lugar.

A sala do clube era um tanto mal iluminada, tinham vários computadores espalhados, a maioria estavam ocupados, e uma música eletrônica ecoava em um volume bom no local.

-Estava te esperando.- Harry diz, sorrindo grandemente assim que nota os dois amigos parados na porta.- pessoal, a Kelly vai ser a nova integrante do clube!

Ao ouvirem isso, algumas pessoas desviam o olhar do computador e a cumprimentam com acenos rápidos e outras nem mesmo piscam, concentradas demais no que estavam fazendo, pareciam um pouco zumbis.

-Nossa, nunca vi tantos nerds em um só lugar…- Brandon sussurrou olhando abismado para os adolescentes ali.

-Isso porque você não viu o decatlo.- Harry riu e se aproximou dos amigos com algo em mãos.- Para você, não é obrigatório usar, mas como amanhã vai ser o dia da robótica, gostaria que você estivesse vestindo a camisa.

-Oh, claro…- sorriu com sua face ficando levemente avermelhada.- eu tenho que admitir… eu não entendo muito de robótica, nem de programação…

-Tudo bem Kelly, sem querer me gabar, mas sou um ótimo professor.- ele aponta para um garoto usando óculos.- tá vendo ele? Ele chegou sem saber ligar um computador.

Ela franziu as sobrancelhas, olhando descrente para o garoto que teclava códigos na velocidade da luz.

-Aqui todo mundo se ajuda, a única coisa que você precisa ter é vontade de aprender, e isso eu sei que você tem.- concluiu com um sorriso carinhoso para Kelly.- também sei que tem um cérebro incrível, então muito provavelmente não vai demorar pra ficar melhor que eu nisso.

Kelly sorri de forma tímida com o elogio que estava recebendo, ela nunca iria se acostumar com isso.

-Não sei se chegaria a tanto… mas prometo tentar.- soltou uma risada curta, fazendo Harry rir também.

-Bem… quer ficar um pouco? ver como o clube funciona?- o garoto perguntou com um sorriso nervoso.

Kelly sorriu, pronta para dizer sim. Porém o toque de notificação do seu celular chama a atenção, ao conferir rapidamente, nota que era Happy dizendo que estava a esperando do lado de fora.

-Bem, eu adoraria, mas meu…- a garota trava. Dizer que seu motorista estava a esperando soava muito… estranho.- meu… motorista, está me esperando.- disse se dando por vencida, no calor do momento não conseguiu pensar em outra coisa.

-Oh… entendo, até amanhã então.- Harry meio que deu de ombros, mas abriu os braços oferecendo um abraço de despedida no qual a garota aceitou com um sorriso pequeno.

Harry ser do tipo de toque físico combinava com ele, e ela tinha que aceitar isso.

O abraço durou menos de três segundos, mas foram bons três segundos.

Assim que a garota se virou para se despedir de Brandon também, notou que ele não estava mais lá, e sim, tinha dado um jeito de se misturar entre os outros e agora estava em um computador com o seu Facebook aberto na tela.

A garota riu daquilo, tinha que ser o Brandon.

-Até mais, Brandon!- gritou para o amigo em despedida.

-Até mais, Kelly-gata.- gritou de volta.

Kelly riu com o apelido, ele chama a Alice de "Alice-gata" também, então não se incomodava com aquilo.

Dando um último aceno de despedida para Harry, Kelly saiu rapidamente em direção a saída da escola.

Como já tinha se passado do horário da saída, somente o corro familiar que Happy dirigia estava ali parado.

-Oi Happy!- cumprimentou assim que entrou no carro.

-Oi Kelly, como foi seu dia?- Perguntou com um tom um pouco cabisbaixo, Kelly imaginou que ele apenas estava cansado, então não fez perguntas.

-Foi maravilhosamente bem!- contou mais sobre seu dia com um sorriso alegre.

Embora o período escolar tenha saído um pouco da sua rotina, Kelly surpreendentemente estava se sentindo menos cansada do que nos outros dias.

Talvez pequenos desvios de rotinas realmente fazem bem para os ânimos. Ela precisava disso, e até gostava da sensação de ter novidades, boas novidades.

E pela primeira vez, ela tinha vontade de compartilhar isso não só com a Cléo e com seu terapeuta, mas com Tony também.



Oi oi meus amores.

Odeio o fato de que a preguiça de escrever só sai do meu corpo de madrugada, pareço um morcego, credo.

Espero que tenham gostado do capítulo, meu plano era fazer ele bem grande para compensar a demora, porém quando vi já tinha quase cinco mil palavras, e se eu escrevesse mais iria ficar insuportavelmente grande.

No próximo capítulo seremos abençoados com o sábio Dr. Hazel. E também, a Kelly vai receber a visitinha de alguém especial. Teorizem! Muahahaha.

Desculpem qualquer erro.

Até o próximo~

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