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CAPÍTULO OITENTA E TRÊS
exames.
8ª temporada, episódio 22
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— ALGUÉM QUER UMA viagem até o telhado para que possamos nos jogar do hotel? — Norah perguntou enquanto se sentava ao lado dos outros residentes ao lado da rua; quatro braços disparados no ar.
— Isso pode não ser uma boa ideia. Você tem um filho. — Lembrou April.
— Isso foi o inferno. — Meredith vociferou estressantemente, — Inferno físico real.
— Acho que exagerei um pouco. — Disse Cristina. Ela franziu as sobrancelhas enquanto se lembrava de sua sessão antes de arregalar os olhos. — Muito ao mar.
— Eles tiraram algo de mim. — Meredith retomou.
— Sim, isso não foi um exame. — Jackson retrucou angustiado, — Isso foi um interrogatório.
— Como, muito, muito ao mar.
— Os jogos mentais!
— Perguntas capciosas. — Acrescentou April, horrorizada.
— Parecia Al Qaeda lá! — Jackson vociferou, sua mão se fechando em punho.
Norah soltou uma leve zombaria antes de sentir as palmas das mãos suando. — Bem, eu posso fazer uma melhor para vocês. — Ela falou severamente, — Eu conheci minha mãe.
Os quatro viraram a cabeça para ela confusos. — O que? — April arqueou uma sobrancelha para ela, — V-você morreu e para o céu e voltou?
— Não, minha mãe biológica, — Norah brincou, seu rosto ficou pálido, — que aparentemente, é uma neurocirurgiã, que aparentemente está me julgando por minhas pranchas, que aparentemente vai me reprovar - tão fodidamente!
Os residentes piscaram para ela, incapazes de processar suas palavras, mas só sabiam que pela forma como suas palavras surgiram, não foi uma experiência agradável. — Você... Enlouqueceu? — Cristina perguntou hesitante e recebeu um olhar da morena.
— Eu não tinha meus antidepressivos comigo! — Norah gritou: — Tenho permissão para surtar! — Ela passou a mão pelo cabelo e soltou uma risada seca. — Inferno, eu deveria ter ido para plásticos em vez de Neuro - o que diabos eu estava pensando?!
Jackson balançou a cabeça furiosamente. — Inferno não. Confie em mim - não.
Ela jogou os braços no ar; os cinco olharam fixamente para a estrada à sua frente. Eles estavam se sentindo como se suas vidas estivessem chegando ao fim. O terror em seus rostos mostrava apenas parte do que eles estavam passando por dentro.
— Próximo teste é junho. — Meredith engoliu em seco, quebrando seu silêncio tenso.
— Junho não é ruim. — Cristina apontou em um tom um tanto aliviado.
— 2013.
— Oh. — Seu rosto rapidamente perdeu a cor.
— Sinto como se eu tivesse usado toda a minha 'neutralidade' e confiança nessas três sessões. — Norah respirou, batendo os pés nervosamente enquanto as mãos esfregavam uma na outra. — Agora, eu sou uma máquina, drenada, c-com um ou dois fios rangendo.
Jackson balançou a cabeça com um suspiro. — O que está feito está feito. — Ele exalou, — Vamos nem falar mais sobre isso.
Todos os cinco exalaram pesadamente, tentando ao máximo acalmar suas cabeças. — Alguém sabe como Alex fez? — Meredith perguntou.
— Alguém sabe se Alex conseguiu?
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6 HORAS ANTES
- SESSÃO UM -
Norah sentou-se na sala em frente a Dra. Chapman e a outro examinador, o Dr. Rhodes. Ela colocou as mãos já suadas no colo e endireitou a postura, tentando ao máximo reprimir qualquer expressão de choque ou horror que estivesse sentindo, sabendo que um de seus examinadores era sua mãe biológica.
Não, ela não sabia - não podia confirmar, é claro. Pode ser uma coincidência. Sim, ela preferiu ficar com isso - coincidência.
— Bem-vindo ao Exame de Certificação do Conselho Médico Americano de Cirurgia. — Disse a Dra. Chapman, — Daremos a você quatro cenários separados em três sessões de trinta minutos com intervalos de dez minutos entre eles.
Norah assentiu com atenção. Ótimo, dessa forma, eu tenho tempo suficiente para chorar no banheiro, ou esperar, desmaiar e acordar a tempo.
— Para passar no teste, você deve passar em duas das três sessões. — Continuou o examinador. — Agora, você pode falhar em uma sessão e ainda passar. Mas os examinadores não têm permissão para indicar se você passou ou falhou em cada sessão.
Os olhos de Norah se contraíram um pouco. Ha, ha. Quão legal.
— Você será avaliado em sua capacidade de diagnosticar, administrar o tratamento, lidar com o inesperado. Basicamente, a força de sua constituição em crise. E quando passamos para o próximo cenário, não há como voltar atrás, ou seja, uma vez que uma pergunta é respondida, não há como voltar atrás.
Sem volta. Malditamente brilhante... Talvez eu devesse parar de falar comigo mesmo agora.
— Tudo bem, Dra. Lawrence, você está pronta para começar? — Dra. Chapman falou; seus olhos pareciam perfurar a alma da residente.
Meu estômago está engraçado. Eu deveria parar de me desanimar.
— Sim, senhora. — Respondeu Norah com um sorriso vigoroso. Seu nervosismo estava bem escondido - pelo menos ela esperava que estivesse.
— Muito bem. Vamos começar. — Dr. Rhodes pigarreou e folheou algumas páginas em seu fichário até encontrar uma página com a qual estava satisfeito. — Um homem de 26 anos foi trazido para o pronto-socorro com...
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Norah jogou a cabeça sobre o vaso sanitário, vomitando o café da manhã com bile de amargura atrás da garganta.
— Droga, eu não deveria ter comido nada esta manhã.
Quando ela jogou suas tripas no banheiro, a porta atrás dela se abriu. — Oh meu Deus, Meredith também está vomitando em um carrinho lá fora, e-eu- — April gritou enquanto segurava o cabelo da morena para trás.
Norah se levantou e deu a descarga, cambaleando até a pia. — Eu realmente espero que sim. — Ela murmurou, ganhando um olhar confuso da outra residente. — Porque isso significa que eu tenho algo para vomitar, e não apenas por causa das pranchas!
— C-como foi sua primeira sessão? — April perguntou trêmula. — O meu foi... O meu foi uma tortura - pura tortura.
— Sim? — Norah gorgolejou a boca antes de cuspir a água, olhando para a outra residente através do reflexo no espelho com um leve sorriso. — O meu não foi tão ruim assim, na verdade.
April olhou para ela.
★
- SEGUNDA SESSÃO -
— Como este paciente tem hidrocefalia, eu colocaria um shunts ventrículo-peritoneal para drenar o líquido cefalorraquidiano extra do cérebro do paciente para o abdômen.
O Dr. Rhodes franziu as sobrancelhas enquanto anotava algumas palavras em seu fichário, fazendo com que Norah o olhasse com curiosidade. — Não é essa a sua abordagem ideal, Dr. Rhodes? — Ela perguntou.
Oh, uau, por que estou questionando o examinador agora? Ou estou tentando psiquá-lo?
— Esta paciente tem 5 meses de idade. — Ele mencionou com um rosto severo que a lembrou de seu tio, — O que significa que a derivação teria que ser substituída à medida que ela crescesse.
— Bem, para ser justo, também existe a possibilidade de que os shunts possam funcionar mal, ou contrair uma infecção, onde em ambas as situações, uma substituição do shunt também será necessária. — Retrucou a residente calmamente. No entanto, quando ela viu as sobrancelhas franzidas de ambos os examinadores, ela afundou um pouco na cadeira.
Ela soltou um pequeno suspiro de alívio quando notou que a Dra. Chapman assentiu. — Ou, outra opção de tratamento é- — suas palavras foram cortadas pelo tráfego barulhento do lado de fora, as buzinas de carros e alguns pedestres gritando. Ela estalou os olhos para a janela; que dia para ter poluição sonora.
— O barulho incomoda você? — O Dr. Rhodes perguntou: — Se você se distrai com tanta facilidade, acho que isso questiona sua capacidade de-
— Oh, não. — Norah o interrompeu, — Respeitosamente, eu não acho isso uma distração. — Ela fixou seu olhar no examinador masculino, olhando diretamente para ele até que ele começou a evitar seu olhar.
— Como eu estava dizendo, outra opção de tratamento para nosso bebê de 5 meses aqui seria uma terceira ventriculostomia endoscópica. — Continuou ela com firmeza. — Eu faria um buraco entre esses ventrículos para permitir que o líquido cefalorraquidiano fluísse para fora do cérebro.
— Agora, você nos apresentou dois caminhos cirúrgicos possíveis. — Dra. Chapman falou, ganhando a atenção da morena. — Ambas são opções válidas, mas você só pode escolher um tratamento. Qual seria, doutora?
Norah se repreendeu mentalmente por se meter nessa confusão. Seus olhos se voltaram para o relógio, observando o ponteiro dos segundos rodar, rodar e rodar.
— Em algum lugar para estar, Dra. Lawrence? — A mulher perguntou.
— Não. — Respondeu Norah bastante animada, sentindo seu batimento cardíaco voltar a diminuir. — A TVE é um procedimento mais arriscado para ser realizado em bebês, que também apresenta taxas gerais de falha e insatisfação mais altas. Portanto, eu continuaria com meu primeiro tratamento apresentado - derivação de VP.
Os dois examinadores se entreolharam antes de assentir levemente, anotando suas avaliações e comentários em cada um de seus fichários. Norah soltou um suspiro profundo; sua mente estava girando em círculos, como um pião dando voltas e mais voltas... Até que atingiu a borda de alguma coisa e parou completamente.
Ela estava remexendo com a moeda no bolso, e sua perna estava quicando - muito para seu desgosto. Além disso, o olhar da mulher sobre ela não estava ajudando em nada. Ela ergueu os olhos para encontrar o outro par de avelãs, quase surtando novamente quando viu um leve sorriso no rosto da mulher mais velha.
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A porta do banheiro se abriu e Norah entrou aos tropeções. Cristina, que estava sentada em cima de uma mesa ao lado da pia, virou a cabeça para a morena, parecendo surpresa.
— Como você chegou aqui? — Ela questionou. Norah levantou os grampos em sua mão sem graça, e Cristina assentiu, — Ooh, incrível. Como está sua sessão?
Norah resmungou enquanto trancou a porta do banheiro atrás dela e começou a andar de um lado para o outro. — Eu prefiro ter Kai chorando a noite inteira do que passar por isso. — Ela bufou, balançando a cabeça. — Ótimo, agora eu sinto falta do meu filho.
Cristina bufou, cruzando os braços sobre o peito. — Ele provavelmente diria: 'Vá, mamãe, eu sei que você pode fazer isso! Porque você é a segunda residente mais inteligente do seu ano. A mais inteligente sendo minha madrinha, é claro'. — Ela imitou uma voz de bebê, ganhando um olhar de Norah.
A morena ouviu alguém engasgar e olhou para o rosto enrugado de Cristina. — Mer ainda está doente?
— Sim... Mer ainda está doente, e Mer vai sentar aqui e morrer. — Meredith respondeu de uma das cabines.
— Huh... Oh, bem. — Norah deu de ombros. — Nós contaremos a Zola tudo sobre você. —
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- TERCEIRA SESSÃO -
Norah segurava o dispositivo, que exibia uma imagem de tomografia computadorizada de seu cenário em sua mão. Ela apertou os olhos para a área brilhante no meio da varredura da coluna vertebral.
— Minha abordagem seria primeiro realizar uma embolização para encolher o tumor. — Disse ela enquanto mudava a tela para uma tela de um ângulo diferente. — Então, eu iria descomprimir a medula espinhal e extirpar o tumor.
— Extirpar o tumor? — Dra. Chapman arqueou uma sobrancelha para ela.
— Sim... Foi o que eu disse.
— A ressecção não seria mais segura neste caso? — Perguntou o examinador.
— Ressecção? Por que eu removeria parcialmente o tumor se eu pudesse extirpá-lo inteiro? — Norah franziu as sobrancelhas para ele. Levou um momento antes que ela percebesse que havia feito uma pergunta para si mesma.
— Bem, — ela limpou a garganta, sentindo os olhares para os dois cirurgiões mais velhos na sala, — eu entraria pela L4 para evitar os vasos sanguíneos, depois cortaria cuidadosamente as margens e-
— E seu paciente agora está paraplégico. — Interrompeu a Dra. Chapman.
Norah estreitou os olhos para a mulher, que a encarou com indiferença. — Se sim, eu faria exames e exames para descobrir por que ela ficaria paraplégica em primeiro lugar, então-
— As varreduras mostraram que você cortou um vaso. — Ela foi interrompida novamente.
A nota de um dólar tinha quase amassado em seu bolso quando ela respirou fundo antes de colocar uma cara séria. — Eu não cortaria um vaso, — ela declarou calmamente, — eu teria me assegurado de que os vasos fossem gentilmente afastados da minha incisão da margem do tumor-
— Esse é um procedimento demorado-
— Eu estou ciente. — Ela cortou o examinador desta vez, reunindo um sorriso. — Como eu disse, eu cortaria as margens com cuidado e evitaria atingir os vasos sanguíneos e potencialmente paralisar meu paciente na mesa.
Os examinadores estavam escrevendo em seu fichário novamente, o olhar em seus rostos era... Satisfeito? O Dr. Rhodes ergueu a cabeça para a residente. — E?
— E eu recomendaria um repouso na cama e depois a reabilitação. — Respondeu Norah.
Dra. Chapman assentiu, — Isso é tudo? Mais alguma coisa para acrescentar ao seu plano de tratamento, Dra. Lawrence?
Norah estudou sua expressão - seu corpo relaxado, as mãos cruzadas acima dos joelhos com o fichário no colo. Ela não estava esperando por uma longa resposta cirúrgica; mas sim uma conclusão.
Sem volta.
— Sim, isso é tudo. Obrigada.
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Norah caiu no chão ao lado de Alex, que passou as mãos pelo rosto de forma estressante. Ele levantou a cabeça para a morena ao lado dele, franzindo a testa. — Cara, você parece assustada.
— Estou assustada. — Ela respondeu sem graça, sentindo como se sua mente tivesse ficado em branco. As três sessões com os dois examinadores com olhar de falcão finalmente a estavam esmagando por dentro - ela estava pirando.
— Eu vou morrer. Eu vou morrer, oh Deus - eu vou enlouquecer, então perder minha merda lá porque eu não tenho ideia de quanto tempo eu posso manter uma cara séria com - eu vou morrer... Porra.
Alex revirou os olhos e enfiou a mão no bolso, tirando uma garrafa laranja e empurrando para ela. A divagação de Norah parou quase imediatamente enquanto ela olhava para o frasco de receita na frente de seu rosto. — Esses salmo-
— Sim, seus remédios. — Ele murmurou sem emoção. — Sloan me fez trazer para você.
— Você... — Ela pegou a garrafa antes de virar a cabeça para ele. — Você não poderia ter me dado antes?! — Ela gritou, fazendo com que seus olhos se arregalassem. Ele estremeceu e se enrolou quando ela começou a bater em seu braço repetidamente. — Que uso eu tenho com isso depois das pranchas?!
— Não sei! — Ele uivou de dor, — Tome tudo e pare de me bater?!
— Dra. Lawrence. — Uma voz chamou, e ela parou, enxugando o suor da testa enquanto ele grunhia. A residente se levantou imediatamente, arrumando seu terninho.
— D-Dra. Chapman... Oi.
'Oi'? Sério, Nora? Oi?
— Podemos conversar... Em particular? — A mulher mais velha perguntou, e a morena mais jovem assentiu. Alex lançou-lhe um olhar questionador, e ela o repreendeu com uma carranca.
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As duas mulheres fizeram seu caminho pelo desgraçado elevador, então para o café do hotel. Ela pediu duas xícaras de café e elas procuraram um lugar no canto da área onde quase ninguém se sentava.
Norah estava balançando as pernas debaixo da mesa enquanto bebia a xícara de café nervosamente.
Angelina se endireitou e olhou para a mulher mais jovem. — Obrigada por aceitar isso... Café e conversa. O que eu vou dizer, pode parecer estranho, mas-
— Você é minha mãe biológica. — Norah a cortou, assim como ela fez repetidamente em sua sessão. Ela podia ver o olhar surpreso no rosto da mulher mais velha e decidiu falar: — Sim, bem, seu nome era o primeiro nome que eu tinha na minha cabeça.
— Ah... — Angelina assentiu com um sorriso e suspirou, — Eu só... Tive que... Bem, eu só queria conhecer você pelo menos uma vez na minha vida.
Norah franziu as sobrancelhas. — Bem, posso ser rude por apenas um segundo? Isso não afetará o resultado das minhas pranchas, certo? — Ela perguntou, e a mulher mais velha balançou a cabeça com uma risada suave. — Quero dizer... Você meio que perdeu o direito de me conhecer quando... Me abandonou. — Ela declarou, — Em uma cesta.
A mulher grisalha tinha um enorme olhar de pena e arrependimento em seu rosto, mas seu sorriso permaneceu. — Você quer saber por que eu... Te entreguei? — Ela assentiu com um gole. — Você era uma gravidez na adolescência, e eu... Eu estava prestes a começar a faculdade de medicina em Boston.
— Como uma adolescente?
— Sim. — Ela assentiu com firmeza, — E eu vi o seu perfil. Você se formou muito jovem também... Acho que os genes inteligentes correm na família.
Houve uma longa pausa porque Norah murmurou baixinho: — Família é uma palavra forte.
Angelina apenas sorriu de volta para ela. — Posso te chamar de Honorah?
— Norah. Me chame de Norah.
— Norah... Você pode não querer me conhecer, e eu entenderia, de verdade. Quero dizer, você é uma linda mulher adulta, muito inteligente e forte também. — Angelina falou enquanto mexia seu café, — Mas eu... Eu adoraria conhecer a criança que eu... Poderia ter criado.
Norah não disse que estava totalmente confortável com a situação, já que sua mente estava presa a uma crença que ela havia moldado desde criança. Ela acreditava que sua mãe biológica era uma viciada em crack ou uma sem-teto que a abandonou, não uma neurocirurgiã no país em que ela residia.
— Minha infância foi... Uma porcaria. — Ela deixou escapar. — Minha mãe adotiva morreu em um acidente no jardim, depois papai se enterrou no trabalho. Meu irmão e eu-
— Você tem um irmão?
— Sim, ele é brilhante. — Ela sorriu. — Fomos criados por nossa tia e tio, que são ambos cirurgiões. Tive uma vida difícil por alguns anos antes de me mudar para Seattle, onde as coisas não eram tão boas no começo, mas funcionou muito bem até agora.
Eu quase fui explodida em pedaços, então levei um tiro e perdi alguns amigos pelo caminho. Ah, eu também tive um período que parecia ser depressivo, mas fui puxado para fora da minha espiral por uma pessoa que eu amo muito. Que vida interessante.
Isso era o que ela queria acrescentar, mas não sentia que precisava compartilhar. — Eu tenho um filho. Ele completou seis meses alguns dias atrás. — Norah mencionou e viu o rosto da mulher mais velha se suavizar.
O mínimo que ela queria fazer era culpar a mulher - sua mãe biológica - porque acreditava que acabaria muito bem nesta vida.
— Esposo? — perguntou Angelina.
Norah balançou a cabeça, — Namorado.
Mas a ideia do outro título a fez sorrir. Um dia, ela pensou.
— Agora, eu tenho um grande mentor - Derek Shepherd - que também é como um irmão mais velho pra mim, e muitos amigos incríveis que conheci ao longo da minha vida. — Ela sentiu um calor em seu peito ao pensar nisso. — Tive uma vida ruim no passado, mas aprendi a amá-la. Sobrevivi, ainda estou sobrevivendo e vou prosperar no futuro.
Angelina estava sorrindo, como uma mãe; Norah o reconheceu. Os olhos ligeiramente úmidos se encheram de arrependimento - um orgulho cresceu dentro dela que ela não demonstrou.
A mulher mais velha assentiu com um sorriso e verificou a hora no relógio. Seu rosto caiu um pouco, mas ela pegou um cartão de sua bolsa e o deslizou para a mulher mais jovem.
— Eu adoraria saber mais sobre você, Norah. — Afirmou. — Mas eu entendo se você não quiser saber mais sobre mim. Mas se você quiser, querida, por favor, me ligue.
★
Os residentes do quinto ano estavam no compartimento das ambulâncias, batendo os pés com os olhos grudados nos telefones. — Que horas você tem? — Jackson questionou enquanto levantava a cabeça do telefone.
— 12:04.
— É suposto estar online à meia-noite. — Ele resmungou ansiosamente.
— Quero dizer, está quatro minutos atrasado. — Reclamou Meredith. — Vamos lá pessoal.
— Médicos loucos, eles derrubaram o sistema. — Alex murmurou frustrantemente.
— Eu já sei que falhei, então não sei por que continuo apertando o botão de atualização. — Meredith soltou um suspiro pesado.
— Relaxe, pessoal, o pior que pode acontecer é falharmos. — Falou Norah. — Então podemos retomar nossos conselhos em junho... 2013. Sim, ficaremos bem.
— Como você está tão alegre enquanto anda como um louco? — Cristina questionou, mas a morena não respondeu.
Uma enfermeira saiu correndo do pronto-socorro, correndo em direção ao grupo de residentes com urgência. — Algum de vocês está de plantão? — Ela perguntou. — Eu tenho um trauma.
— Não! — Eles gritaram em uníssono, dando um breve olhar para a enfermeira de aparência insatisfeita antes de abaixar a cabeça de volta para o telefone.
— Espere. Espere. Espere. — Jackson gritou, e todos viraram suas cabeças para ele, vendo seus olhos se arregalarem de alegria. — Eu passei, eu passei!
Cristina foi a próxima a partilhar a grande notícia: — Passei! Passei! Passei! Sim!
— Eu passei! Eu passei! — Meredith gritou de excitação. — Oh meu Deus! Sim!
— Alex? Norah?
— Não está chegando. — Afirmaram em uníssono.
— Aqui, aqui. — Jackson passou seu telefone para Alex enquanto Meredith passou o dela para Norah. Ela digitou seus dados e esperou a página carregar.
Quando Alex também anunciou seu resultado, os quatro pares de olhos se fixaram na tela dela; sua frequência cardíaca disparou. Ela jurou que seu coração iria parar no ritmo que estava batendo, mas ela também sabia que ficaria bem, já que Cristina estava bem ao lado dela.
Norah prendeu a respiração quando o anel no meio da página começou a girar depois que ela apertou o botão de recarregar. Ela pulou todo o material de introdução e rolou até o final da página.
Prezada Doutora Honorah Arielle Lawrence,
Parabéns! O Conselho Americano de Cirurgia Neurológica tem o prazer de informar que você passou com sucesso no exame e agora é uma Neurocirurgiã Certificada pelo Conselho em...
— Eu passei! — Norah soltou a respiração e deu um soco no ar, sentindo todo o seu corpo afrouxar de alívio. — Porra, sim! Eu passei! Woo-hoo!
Os cinco explodiram em gargalhadas, envolvendo-se em grandes e jubilosos abraços. Eles estavam gritando, cantando, dançando; seus rostos tinham um raio feliz de orelha a orelha que era incapaz de apagar.
— Espere, espere... Onde está April? — Jackson perguntou de repente, fazendo com que todos se perguntassem.
As portas do pronto-socorro se abriram e a pessoa em questão saiu trêmula. April tinha um olhar de pavor e desânimo quando levantou o olhar para seu grupo de amigos cuja risada de antes havia morrido.
Nem todos passaram.
★
Norah colocou a chave às pressas no buraco da fechadura do apartamento deles, girando e ouvindo o clique da fechadura. Ela abriu a porta e foi recebida por todas as pessoas que amava.
Timothy e Lexie viraram a cabeça para ela da TV; o primeiro tinha Sofia em seus braços desde que Callie e Arizona estavam trabalhando enquanto Kai estava sentado nas pernas da última. Mark estava atordoado, olhando para ela ansiosamente.
Ela não perdeu mais um segundo e se lançou em direção a ele, saltando e envolvendo seus braços e pernas ao redor de seu corpo. Ele começou a rir, abraçando-a com força com o queixo em seu ombro.
— Oh meu Deus, você passou?! — Os olhos de Lexie se arregalaram, quase engasgando com seu biscoito.
— Claro que ela passou. — Timothy bufou divertidamente. — Ah, droga - devíamos ter comprado confete!
— Eu acertei - como sempre faço - fiz das pranchas minha puta! — Norah uivou de alegria.
Timothy balançou a cabeça com uma risada enquanto puxava a mala dela para dentro do apartamento, fechando a porta atrás dele. — Nor, você não vai me dar um abraço?
Sua irmã balançou a cabeça para ele, e ele soltou uma zombaria ofendida. — Sua tia é má, muito má. — Queixou-se a Sofia, que trazia no braço. — Olhe para ela agora - eca. Ei! Nada de PDA na frente das crianças!
Norah abafou completamente a voz dele enquanto continuava beijando Mark, que estava mais do que encantado. — Você é uma neurocirurgiã certificada pelo Conselho. — Ele murmurou, e ela assentiu.
— Eu sou uma maldita neurocirurgiã certificada!
Ele se afastou do beijo e a encarou nos olhos; azuis encontrando avelãs, o calor e o outono. — Estou muito orgulhoso de você, Laurie. — Afirmou ele com o rosto radiante.
— E eu te amo mais. — Ela sorriu de volta antes de apertar seu abraço em torno dele.
Mark soltou um barulho antes de se virar para Timothy no sofá. — Sua irmã vai me asfixiar. — Ele conseguiu dizer. — Uma ajudinha?
— Não, você está preso com ela, Mark.
Norah finalmente desceu para pegar Kai de Lexie, pressionando toneladas de beijos no rosto de seu filho. O garotinho estava rindo e gritando nos braços de sua mãe. Claramente, ele havia perdido os três dias sem ela.
Timothy virou-se para a namorada, que traçava palavras na palma da mão. Ele podia distinguir vagamente as palavras que ela estava traçando - três palavras, oito letras. Isso o fez sorrir. — Lex, eu te amo, tipo, muito.
Lexie riu, balançando a cabeça e pegando seus lábios com os dela. — Eu também te amo, Timmy.
— O destino meio que nos uniu, hein?
Ela assentiu, — Estou feliz que tenha acontecido.
Ele tinha um braço em volta do ombro de sua namorada enquanto eles compartilhavam um olhar de alegria. Ele olhou para a irmã nos braços do namorado; ela era a mais feliz que ele já tinha visto.
Ele gostou, agora, do presente. Apague isso - ele adorou.
Ele estava feliz com o amor de sua vida e sua filha; sua irmã estava feliz com o namorado e com o filho também. Ele quase podia imaginar o futuro deles, mas ele riu silenciosamente de si mesmo por pensar tão à frente.
Acontece que os dois Lawrences não acabaram tão mal, né?
Ele queria parar o tempo, aproveitar esse momento precioso onde tudo era ideal.
Se ao menos o tempo pudesse ser parado.
Se apenas.
Ele enquadraria este exato momento até seu último suspiro.
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