056
CAPÍTULO CINQUENTA E SEIS
dor e memórias.
6ª temporada, episódio 22
———— ✦ ————
ERA CANSATIVO PARTICIPAR de uma gala de angariação de fundos. Não só era preciso manter um sorriso ao cumprimentar convidados e doadores em potencial, mas Norah também não gostava de saltos, isso fazia seus pés doerem.
Com um sorriso que fez seu rosto endurecer e uma segunda - ou terceira - tequila na mão, ela conversou com um dos convidados da... Austrália? Ela não conseguia se lembrar; ao mesmo tempo de olho no evento para procurar seu irmão.
Timothy tinha acabado de receber um grupo de investidores de bom humor, um brinde de champanhe pela noite. Ele era uma pessoa social na maior parte do tempo, mas grupos de entretenimento após grupos o deixavam cansado.
Com o canto do olho, ele encontrou sua irmã tomando sua bebida enquanto acenava com a cabeça com algo que o homem na frente dela disse.
— Sorria e acene com a cabeça, Tim. — Norah havia aconselhado quando eles chegaram, — E então damos o fora daqui.
Os irmãos encontraram os olhos e encerraram suas conversas, antes de se dirigirem um para o outro. Norah parecia divertida quando Timothy parecia estar prestes a gritar.
— O que se passa contigo? — Ela arqueou uma sobrancelha para ela.
— O grupo com o qual eu estava falando? Eles estão interessados... Em mim. — Ele se encolheu, — Todos eles - esse é um grupo de cinco, sabe? Oh meu deus.
Ela bufou enquanto ele parecia petrificado, enxugando o suor de sua testa. — Vamos sair daqui. — Ela sugeriu.
— Plano de fuga?
— Plano A. Te encontro no seu carro.
★
— Está parede inteira será de janelas para que possamos aproveitar a vista. — Explicou Derek, gesticulando com a mão em cima de uma planta estendida em cima de uma mesa.
Mark e Owen ficaram um de cada lado dele enquanto davam ideias e sugestões. — Você já abriu o terreno? — O ruivo perguntou, levando sua bebida à boca.
— O dia em que fui nomeado chefe. — Respondeu Derek.
Meredith entrou na sala silenciosa, onde apenas o som de papéis virando podia ser ouvido. Ela olhou para os três homens na sala, olhando para o marido no meio.
— Você sabe, nas minhas festas, nós bebemos cerveja e dançamos nas mesas. — Ela falou, ganhando a atenção dos três.
Derek levantou uma sobrancelha para sua esposa, — Você está insultando meu grupo?
— Está ficando meio chato lá fora. — Ela admitiu.
Ele suspirou e se virou para os outros homens, pegando seu copo de bebida da mesa. — O dever chama. — Os três saíram da sala um atrás do outro para participar da 'festa' na sala.
★
Derek vagou até a cozinha e pegou um refil. Cristina estava sentada na cozinha e cuidando de cada bandeja de servir antes de sair para todos os outros.
Com uma nova bebida na mão, ele notou que sua festa, de fato, parecia ruim.
Ele viu algumas luzes piscando do lado de fora, viu um carro parar não muito longe de seu lugar. Seus olhos se arregalaram quando ele reconheceu o veículo e rapidamente se dirigiu para a porta da frente, abrindo-a.
— Ei, vocês estão de volta, e vocês conseguiram. — Ele sorriu para Norah e para Timothy, que estavam caminhando em direção à varanda. — Como foi a gala?
— Chato, chique demais, não era para nós. — Respondeu Norah, subindo a varanda. — Na verdade, fugimos.
— Tia A e tio M vão ficar muito bravos com a gente... Mas quem se importa? — Timothy acrescentou com um encolher de ombros, — Ei, Shepherd, você sabe onde está Lexie?
— Na sala de estar, muito provavelmente... — Ele pensou por um segundo, — Ei, Tim, alguma chance de você conseguir algum entretenimento? — O jovem ergueu uma sobrancelha para ele. — Bem, você parece uma pessoa divertida para assumir a liderança.
Timothy bufou, — Claro, deixe comigo. — Ele atirou um sorriso atrevido para sua irmã antes de se dirigir para a multidão de pessoas.
— E você fica ótimo em um terno, honestamente. Escolha de sapato interessante, no entanto. — Derek apontou. Norah olhou para o par de Converse, combinando com o terninho verde sálvia que ela estava vestindo. Parecia bem.
Bem, qualquer coisa parece bem quando você está com calor. A realidade é uma merda.
— Saltos são um lixo. — Ela brincou, indo em direção à cozinha, — Além disso, você deveria parar de me checar, sua esposa pode me matar.
Derek franziu o cenho para ela. — Ei, eu não estava checando você! — Ele se defendeu e ela caiu na gargalhada.
— Eu sei, eu sei, mas é brilhante ver vocês todos nervosos. — Ela sorriu e pegou uma margarita de um dos servidores que passou por ela.
— Quantos você teve que beber?
— Eu estava em uma gala - a única coisa a fazer é beber. — Ela sorriu e ele balançou a cabeça. — Estarei na cozinha.
— Coisas difíceis estão na prateleira de cima.
— Ah, saúde, e é por isso que você é uma das minhas pessoas favoritas.
★
Timothy tinha levado uma mesa ao lado da sala de estar e colocado copos de água em forma triangular. Mais pessoas estavam se reunindo ao redor dele enquanto as conversas diminuíam. Ele sorriu para si mesmo, sabendo que logo levantaria o clima da festa.
— Vamos, juntem-se. Quem está jogando? — Ele chamou e várias pessoas se ofereceram. — Vamos fazer apostas.
Jackson, April e Reed estavam no canto da sala. Jackson estava se servindo de tudo o que estava sendo servido; April segurou sua taça de vinho com firmeza em sua mão, silenciosamente olhando para a multidão crescente; Reed estava com os olhos grudados em um certo alguém do outro lado da sala.
— Vou entrar. — Reed falou no momento em que viu Kirian terminando sua conversa com Mark.
— Não, você não pode. É inapropriado. — April franziu a testa para sua amiga como se ela fosse louca. — Esta é a casa do chefe. Certo, Jackson? — Ela ergueu os olhos para ele, esperando que ele ficasse do lado dela.
Jackson virou a cabeça para ela enquanto mastigava algumas tortas. — Não. Vá em frente, garota. — Ele falou com a boca cheia, — Pegue o seu.
Reed assentiu e se afastou dos dois com um sorriso se formando em seu rosto. April deu um tapa no peito dele e ele gritou.
— O quê?
— Norah vai te matar. — April brincou, seus olhos se arregalando quando ela olhou por cima do ombro dele.
— Eles terminaram, não é? — Jackson deu de ombros enquanto colocava os palitos de lado. — Além disso, ela está em alguma... Gala de angariação de fundos, não é?
— Então quem é a morena se servindo de um copo de uísque na cozinha?
Jackson franziu as sobrancelhas e seguiu o olhar de April em direção à cozinha. — Oh, droga... — Ele engoliu em seco, — Ela vai me matar. Estou morrendo aqui esta noite, April.
Ela apenas deu um tapinha na testa dele e ele assobiou de dor.
★
Kirian estava terminando sua conversa com Mark sobre sua cirurgia mais cedo naquele dia quando Reed interrompeu, empurrando o jovem para longe. Ele conteve sua coceira de amaldiçoá-la.
— Dr. Sloan, eu só queria dizer que o seu trabalho hoje com o Dr. Shepherd naquele neuroma acústico foi incrível. — Reed declarou em um tom sedutor enquanto Mark baixou o olhar para ela, — Eu estava... Inspirada.
Kirian se encolheu com a voz paqueradora. Ele mudou seu olhar para Jace e Nina que ambos tinham olhares de nojo em seus rostos; os olhos do primeiro se arregalaram quando ele apontou com a cabeça para o batente da porta.
Kirian seguiu o olhar de Jace até onde viu Norah conversando com um dos residentes mais jovens; um plano malvado, mas que vale a pena, acendeu uma lâmpada acima de sua cabeça.
— Ei, Lawrence! — Ele gritou, certificando-se de que sua voz estava alta e clara.
As pessoas viraram a cabeça curiosamente para o som. Lexie deu um tapinha no ombro de Timothy e ele levantou a cabeça do dinheiro que estava contando e sorriu divertidamente para o show; Norah olhou por cima do ombro e viu Kirian gesticulando para ela.
A atenção de Mark seguiu a multidão, seu olhar imediatamente pousando na mulher em um terninho verde sálvia. Se fosse possível alguém sentir fisicamente suas pupilas dilatando, com certeza seria ele. A maneira como ela tinha uma mão enfiada no bolso enquanto a outra segurava um copo de licor semelhante ao dele. A maneira como ela caminhou impecavelmente em direção ao outro homem que estava a menos de um metro e oitenta de distância dele. A forma como o par de avelãs estava queimando em sua tristeza enquanto ele a observava atravessar a sala de estar.
Parecia que o tempo havia parado para eles; dois amantes, um olhar - uma erupção de emoções e sentimentos.
— Beer pong, você está dentro? — Kirian perguntou, batendo seu copo com o dela.
— Claro, por que não? — Norah respondeu sem hesitar.
Mark ainda podia sentir o olhar abrasador quando ela passou por ele, como se ele estivesse sendo marcado por ela. Ele não apresentou seus sentimentos do lado de fora, porque ele teria dado um soco na parede.
— Você, uh, precisa de outra bebida. — Ele disse à mulher que ainda estava piscando para ele, — Ei, Rook, se importa de pegar, hum... Uma bebida para ela?
— Oh, ela poderia pegar uma bebida. — Kirian levantou a cabeça da multidão de apostas, Jace rindo sob seu braço.
— Ou... Prostituir-se uma bebida. — Nina acrescentou com um encolher de ombros inocente. Os três caíram na gargalhada quando Reed pisou longe para Jackson e April, apenas para encontrá-los rindo dela também.
Norah observou enquanto Mark se afastava da sala de estar, a mão apertando o copo de uísque. Ela voltou seu olhar para seus três ex-estagiários, que estavam todos sorrindo para ela.
Ela balançou a cabeça para eles, um meio sorriso puxando o canto de sua boca.
Eu os criei bem. Bem demais.
★
Mark a encarou, observando-a jogar algum jogo de fraternidade de colegial com o grupo de residentes. Ele observou enquanto ela bebia seu quarto copo de cerveja, apertando os olhos toda vez com o amargor disso. Os aplausos continuaram altos, apesar de terem tocado por pelo menos duas horas.
Como foi ter um poço de palavras não ditas e sentimentos não resolvidos presos na frente do seu peito?
Parecia uma bolha inflando dentro de você que estava fazendo sua mente perder a sanidade.
Era o ranger de dentes vendo que ela estava se divertindo muito de longe, as chamas fervendo quando ele notou muitas pessoas olhando para ela, a dor pungente ao perceber que ela estava sorrindo e ele estava caindo.
Parecia que o mundo era monótono e ela era o único toque vibrante de cor, mas ele era um covarde que estava com muito medo de caminhar até ele. Quem sabe se um toque pode colorir seu mundo inteiro novamente?
Foi quando ele percebeu que precisava dela em sua vida.
Quando ela se afastou do grupo de residentes e foi em direção à cozinha, as pernas dele também se moveram. No entanto, ele havia dado apenas alguns passos antes que uma pessoa da sua altura o impedisse de continuar.
Timothy suspirou pesadamente. — Olha, Sloan, eu te respeito muito, e eu olho para você, de verdade. — O homem mais jovem afirmou, levantando a cabeça para encontrar os olhos azuis, — Mas a família vem em primeiro lugar, sabe? Nor e eu... Nós sempre temos um ao outro para nos manter fortes. Então, mesmo que eu seja o irmãozinho, não vou deixar ninguém machucá-la. E você pode tê-la quebrado, sabia, ameaçando ir embora?
— Eu-eu não ameacei sair. — Afirmou Mark.
— Lembre-se de suas palavras, Sloan. Quem foi que disse algo do tipo, se Callie me disse corretamente, 'vou partir de manhã'? — Timothy suspirou e Mark franziu a testa, sabendo exatamente quem havia dito isso naquela noite. — Você pode não ter pensado dessa forma, mas ela estava em um colapso emocional... Que 'sair' é a única palavra que ela teria processado. Somos pessoas com problemas de abandono... Veja o que você fez?
— Então, ela precisa de tempo para se recompor. E quando ela fizer isso, se você se importou com ela, você vai deixá-la em paz. — Timothy recomeçou e Mark olhou para ele, — Porque ela é frágil, e ela vai quebrar novamente. E acredite em mim, você não quer que seja sua culpa.
Mark apertou a mandíbula com força e respirou fundo, olhando para o homem mais jovem que suspirou: — Talvez não tenha sido sua culpa, sabe? Mas eu não sou Nor e escolho lados. E entre você e ela? É uma resposta óbvia.
Timothy exalou pesadamente, tilintando seus copos. — Então, estou lhe dizendo aqui e agora, Sloan, deixe-a em paz.
Ele não iria, no entanto, porque ele sabia que precisava dela, tanto quanto ela precisava dele.
★
Norah gostava de festas se e somente se ela conhecesse a maioria dos convidados de lá; ela se recusou a participar daqueles em que não conhecia ninguém, exceto o anfitrião.
Timothy, no entanto, era o oposto dela. Era ele quem dava festas e convidava quase todo mundo quando eram mais jovens.
Para ele, era energizante; para ela, era exaustivo.
— Bateria social acabando? — Ele sussurrou para ela.
— Eu bebi três tequilas, uma margarita, sete cervejas do jogo e dois copos de uísque, — ela respondeu sem expressão, — provavelmente vou desmaiar de manhã.
— Quatro tequilas, na verdade. — Ele corrigiu com um sorriso e tirou o copo vazio da mão dela. — Você mora no andar de cima, hora de se retirar para a quietude. — Ele a enxotou, — Ah, e o desmaio? Você mora com uma casa cheia de médicos. Você vai ficar bem.
Norah bufou e desejou boa noite e adeus ao grupo, antes de sair da sala e subir as escadas. O primeiro quarto à direita era dela; Derek ofereceu a ela para se mudar para o antigo quarto de Izzie, que ela aceitou de bom grado.
Ela tirou os sapatos e tirou o blazer, colocando-o sobre a cadeira. Ela não estava bêbada; sua tolerância excepcionalmente alta ao álcool era algo que ela às vezes não gostava.
Ela estava apenas exausta, mas não fisicamente - mentalmente.
Sua mente parecia estar vazia hoje em dia. Quando ela não tinha nada para pensar demais, ela olhava para o teto até cair no sono... O que não aconteceu, novamente.
Ela ficou na frente da cômoda, bufando de desgosto enquanto abria a gaveta. A garrafa branca estava no canto da gaveta. Ele estava lá há uma semana, mas a lembrança da última vez que ela consumiu pílulas para dormir a impediu de abrir seu selo.
A porta de seu quarto se abriu atrás dela e ela rapidamente fechou a gaveta, como se tivesse sido pega em flagrante em um crime. As risadas e conversas vindas do andar de baixo pareciam ter sido ampliadas.
— Quarto errado, vá para outro. — Ela declarou sem rodeios.
Ela ouviu a porta se fechar novamente, seguida pelo clique de sua fechadura. Mas antes que ela pudesse se virar, ela sentiu um corpo pressionando firmemente contra suas costas. A mistura de uísque e colônia; seu cheiro familiar estava enchendo seus pulmões.
A razão pela qual ele conseguiu reunir coragem para fazê-lo foi uma cutucada do álcool em seu sistema. Ele gentilmente afastou o cabelo dela e estava roçando os lábios contra o frio de sua nuca, respirando com força; seu cheiro familiar o estava deixando louco.
— Por favor, não faça isso.
— Estou miserável. — Ele exalou, movendo a cabeça para o lado do pescoço dela. Por mais que seu corpo protestasse, ela estava prestes a derreter nele, sua cabeça já inclinada para trás em seu ombro enquanto seus beijos molhados percorriam seu pescoço. — E nós precisamos conversar.
— Eu não posso falar com você... — Ela lutou contra um som quando ele pairou no ponto doce em seu pescoço, — Fazendo isso. Mark.
Ele finalmente levantou a cabeça e ela se virou de frente para ele. O terno cinza parecia diabolicamente bonito em sua figura; era como se afogar no fogo do inferno.
Ninguém falava, mesmo quando finalmente estavam na frente um do outro, ninguém sabia o que dizer nem como começar.
No longo silêncio, eles ficaram no espaço entre eles, olhando um para o outro. Parecia que eles estavam submergindo em uma onda de sentimentos. Para ele, ele não queria nada mais do que tê-la como sua; para ela, ela ainda tinha a culpa fresca presa em seu peito.
— Eu estou te dando uma saída.
Ele ficou completamente surpreso com suas palavras enquanto ela olhava para ele. Outro momento de silêncio, antes de ele perguntar lentamente: — Você quer que eu... Pegue?
— Você quer? — Ela perguntou de volta.
Mark moveu a boca, mas nenhuma palavra saiu. Ele estava frustrado, olhando profundamente em ambos os olhos dela. Brilhante e tensa; avelã com linhas de vermelho.
— Eu sei que é minha culpa que as coisas aconteceram... E eu esperei você dizer alguma coisa - até mesmo gritar comigo por tudo que eu me importo - mas você... Me evitou. — Ela franziu as sobrancelhas, — Mesmo quando eu me levantei bem na sua frente, você não disse nada. Então eu assumi que... Você não queria mais nada comigo.
Mais suposições.
Nenhuma de suas palavras era verdade, era o oposto, na verdade. Ele não a estava evitando, não sabia como encará-la. Ele não podia dizer nada porque as emoções haviam tomado conta de seu discurso. Mas acima de tudo, ele temia perdê-la para sempre.
Outro longo momento de silêncio e ela zombou levemente, balançando a cabeça fracamente para o homem parado na frente dela. — Maldição, Mark. Fale.
— Estou com medo de falar, ok? — Ele finalmente admitiu com uma voz estrangulada: — Estou apavorado, literalmente, porque eu não posso suportar ver você desmoronando de novo. — Ele fechou os olhos, balançando a cabeça, — Eu voltei para o nosso apartamento naquela noite... E todas as suas coisas se foram. Eu nem sabia quando, e você não retornou minhas ligações.
— Quando você sumiu na outra manhã... Você sabia como eu estava com medo pra caralho ? — Suas palavras estavam tremendo enquanto ele lutava contra a umidade em seus olhos, — E por dias... Eu acordei no meio da noite e você não estava lá perto de mim, você não estava lá deitada no meu peito. Você não estava lá... Por quê?
— Eu rachei ... Naquela noite, eu estava... De volta a Nova York. — Ela declarou entorpecida, — Eu estava emocionalmente e mentalmente vulnerável na sua frente, e... A próxima coisa que você disse foi que v-você ia sair.
— Mas você foi embora.
— Porque eu não queria ser a que ficasse. — Ela retrucou antes de balançar a cabeça. — De novo. — Ela adicionou fragilmente. — Você pode tirar o fora, e podemos agir como... Podemos voltar para nossas vidas antes de nos conhecermos.
Ele olhou para ela inexpressivamente enquanto suas palavras circulavam sua cabeça. — V-Você quer que eu... Esqueça tudo o que aconteceu entre nós? — Ele questionou incrédulo enquanto ela baixava a cabeça, — Você faria isso? Esquecer de nós?
Ela engoliu em seco quando suas palavras ficaram presas em sua garganta, o olhar conflitante em seu rosto afundando em sua mente. — Eu faria... Se isso significasse que eu nunca mais me sentiria assim novamente.
— Como o quê?
Ela olhou em seus olhos, os azuis brilhando. — Eu tenho um frasco de pílulas para dormir na gaveta, e a última vez que usei foi para... Eu tentei... — Ela parou e balançou a cabeça, — Não importa.
Ele podia sentir seu coração se partindo em dois. Ela tentou uma overdose; ele sabia, mas ela não sabia que ele sabia.
— Eu não vou tirar isso. Eu nunca vou tirar. — Ele respondeu com certeza, — N-Nossa história tinha acabado de começar, e de jeito nenhum eu vou deixar você parar com isso, está me ouvindo? Você demora o tempo que quiser, mas eu ainda vou esperar por você. Prometo que estarei lá quando você estiver pronta.
Ela sorriu, brevemente, lentamente - tristemente.
— Mas para responder a sua pergunta, Mark, eu quero que você aceite. — Ela falou e ele balançou a cabeça, — Porque eu sou um brinquedo quebrado que precisa ser consertado, e você... Complicados juntos, mas você não se inscreve nessa complexidade.
— Eu quero você todinha.
— Há uma parte de mim que eu não posso apagar, não importa o quanto eu queira. Uma parte que eu não quero que você saiba.
Exceto que eu sei, Laurie.
— Você está me afastando, não está?
— Talvez eu esteja... Talvez seja o melhor.
Ele podia senti-los caindo aos pedaços, lentamente; a dor estava subindo por sua pele, rapidamente, disparando em suas veias.
Ele segurou seu rosto; ela endureceu no início, mas lentamente se inclinou em seu toque. — E as outras memórias? — Ele perguntou novamente, sua voz tensa, — Os bons e felizes... Eles significam alguma coisa para você?
A mão dela traçou o braço dele, descansando nas costas da mão dele enquanto ela entrelaçava os dedos nos dele. — Eles me lembram o que temos... Eles significam tudo para mim, você significa tudo para mim, e é por isso que dói tanto segurar. — Ela respondeu fracamente, — Eu-eu não posso continuar me machucando desse jeito. Eu quero viver, Mark... E eu realmente quero viver.
O verdadeiro significado por trás de suas palavras rasgou sua alma ao meio. Ele tentou segurar o acúmulo na parte de trás de seus olhos, mas o olhar dela - as avelãs que estavam segurando a sobrevivência - fez uma lágrima rolar pelo seu rosto; ele nem mesmo queria escondê-lo.
Ela se odiava por machucá-lo, tanto.
— Por que dói tanto amar você? — Ele questionou, sua voz ameaçando quebrar.
Ela enxugou a lágrima perdida que deslizou pelo rosto dele. — Porque nosso amor era verdadeiro, era real.
Era.
— Eu me agarro ao que eu disse. Eu vou esperar por você, eu estarei lá quando você me deixar.
Um beijo. Suave, lento, cheio de emoções. Dois corações pungentes, dois sentimentos compartilhados, um imenso tormento.
— Mas, por enquanto, você pode decidir se essa foi a última vez que vou fazer isso.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro