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CAPÍTULO QUARENTA E TRÊS
esfoliantes de laranja.
6ª temporada, episódio 5
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NORAH SE MEXEU no peito de Mark quando o som familiar tocou. Ele rapidamente desligou o alarme ajustado mais cedo do que o normal, permitindo que ela dormisse um pouco mais. Ouvindo seus roncos leves, ele logo voltou a dormir também.
O preto... O liso- BAM. BAM. BAM.
Ela se levantou imediatamente ao ouvir os ruídos altos da porta da frente. — Querida! Temos que ir! — Cristina gritou do lado de fora enquanto continuava batendo na porta.
Norah virou a cabeça para o relógio e engasgou, os olhos arregalados. — Você não me acordou?! — Ela questionou ao homem sob ela acusadoramente.
— Laurie, você não precisa-
— Não, não. Eu preciso ir tão cedo. — Ela o cortou antes que ele pudesse terminar sua frase, — Os rapazes e moças do Mercy West estão vindo hoje, e eu não sou uma atendente como você, meu amor, eu preciso entrar em, tipo, dez minutos atrás!
Ela saiu da cama e juntou suas coisas insanamente rápido enquanto escovava os dentes. Mark ergueu o edredom sobre a cabeça, resmungando consigo mesmo com o amontoado de células de adrenalina que ele tinha como namorada.
Ele ouviu a porta se abrindo e abaixou o edredom novamente. — Eu te amo-
A porta se fechou antes que ele pudesse terminar.
Alguns segundos depois, Norah abriu a porta e espiou. — Eu te amo mais, mesmo que você seja um idiota que não me acordou. — Ela sorriu antes de fechar a porta novamente.
Mark se virou e enterrou o rosto no travesseiro dela, soltando um longo suspiro. Oh, que grande começo para um dia.
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A sala dos residentes estava inundado de uniformes laranjas que Norah tinha que admitir que era horrível.
O uniforme azul claro estava entre eles, olhando um para o outro com medo da invasão. Como bactérias, como infecções, como contaminações.
O vestiário lotado não deixou Norah confortável.
Ela viu uma mulher ruiva com um corte de duende colocando sua bolsa no armário ao lado dela, e antes que ela pudesse interromper, Izzie falou. — Ah, ei. Você não pode colocar isso aí. — A loira disse à ruiva.
— Oh, eles nos disseram para pegar um armário. — Esta última deu de ombros, mal lhe deu um olhar.
— Sim, eu sei. É só que... Nós o mantemos vazio por uma razão. — Izzie tentou explicar, — Você pode simplesmente pegar suas coisas? Há alguns vazios ali que você pode usar.
— Acho que não. — Respondeu a ruiva, voltando-se para o armário.
— Eu disse para tirar, — Izzie afirmou, seu tom mais áspero.
— Ótimo. Peguei a maluca aqui. — A ruiva riu para a amiga ao lado dela. Norah não gostou nada do tom dela, lembrava-a de Izzie pós-Denny, que fez seu sangue ferver.
— Ah, você quer lutar? — Izzie zombou enquanto se levantava do banco, — Porque eu vou.
— Izzie- — Alex tentou puxá-la de volta, mas a loira estava indo direto para a menor. Norah observou o desenrolar do drama, divertindo-se consideravelmente.
— Eu vou lutar com você! Você é muito pequena. Eu poderia derrubá-la em apenas alguns segundos! — Izzie desafiou, mas Alex a puxou para longe da ruiva de aparência maliciosa.
Norah suspirou para si mesma enquanto se aproximava, enfiando a bolsa no armário ao lado da Mercy Wester — Olha, esse armário que você está usando? — Ela apontou para o antigo armário de George, — O último dono dele foi atropelado por um ônibus. E o anterior morreu em uma explosão. O rumor era que quem o ocupasse teria uma morte trágica.
Izzie e Alex ergueram uma sobrancelha para a morena curiosamente. — Você quer ter uma morte trágica? — Norah questionou, inclinando a cabeça para o lado enquanto estudava o olhar inestimável no rosto da ruiva.
Vários Mercy Westers estavam olhando para elas; os outros de uniforme azul claro pareciam mais do que divertidos.
— Eu sou Norah Lawrence, a propósito. — Ela falou, guardando suas coisas, — E eu realmente não espero que nos demos bem.
A ruiva foi rápida em esvaziar o armário, junto com a amiga que se moveu para o lado oposto. Kirian não perdeu tempo bloqueando acidentalmente o caminho; Nina acidentalmente bateu no ombro dela; Jace certificando-se de que o armário restante era aquele com uma gaveta barulhenta.
Timothy deu um soco na irmã enquanto os irmãos davam risadinhas. — Explosão e morte trágica? — Ele arqueou uma sobrancelha para ela.
Ela deu de ombros. — Exagerado, mas eficaz.
★
— O que diabos é uma 'Zona 1'? — Norah questionou enquanto estreitava os olhos para o pager.
— O ER. A coisa das 'zonas' é a ideia das laranjas. — Timothy respondeu enquanto passava por ela, — Vamos lá. Eu fui designado para lá também.
Sua visão foi inundada com um uniforme laranja brilhante. Ela revirou os olhos e foi para o pronto-socorro, onde estava caótico, como todos os dias. Ela podia sentir a excitação irradiando de seu irmão ao lado dela.
Norah se aproximou - esquivando-se de uma multidão de pessoas - até Cristina, que estava verificando a perna de um paciente.
— Frank! — Uma jovem com menos de 20 anos correu até eles através do pronto-socorro, imediatamente beijando o homem na cama. Norah e Cristina trocaram um olhar; a última fingiu uma mordaça, o que fez a primeira bufar. — Oh meu Deus. Querida, você está bem?
— Eu vou ficar bem, querida. — Frank respondeu, e a cortina em frente a sua cama foi aberta.
— Solte ela, seu pervertido! — um homem gritou.
— Papai?! — A garota estreitou os olhos para o pai, incrédula; Frank olhou horrorizado.
— Eu vou te matar, seu filho da puta! — O homem gritou enquanto pegava o martelo ao lado dele e se lançava em direção ao casal.
Cristina imediatamente chamou a segurança - Norah bateu o martelo na mão do homem - Timothy estendeu um pé para tropeçar no homem - e um Mercy Wester com olhos verdes afiados derrubou o homem no chão.
Tudo aconteceu em um piscar de olhos.
Frank respirou aliviado enquanto Owen saía correndo de uma sala de trauma, encarando o residente em cima do homem enquanto o segurança algemava o homem. — Bom trabalho. — Afirmou Owen.
— Obrigado.
Cristina zombou incrédula quando a equipe do hospital começou a bater palmas e assobiar para o homem de uniforme laranja. — Ei, Lawrence e Lawrence aqui ajudaram também! — Ela falou, principalmente para Owen, que coçou a cabeça e assentiu.
— Uh, bom trabalho. Vocês três.
Timothy encolheu os ombros, e Jackson sorriu sem jeito antes de caminhar até os residentes ao lado da cama de Frank. — Boa pegada com isso. — Ele apontou enquanto Norah colocava o martelo de lado.
— Não tão bom quanto o seu, eu acho. — Ela respondeu.
— Nah, eu poderia ter sido atingido na cabeça pelo martelo se estivesse voando. — Ele riu, estendendo a mão, — Eu sou Jackson Avery, a propósito.
— Norah Lawrence. Prazer em conhecê-lo.
Jackson sorriu de volta para ela antes de retornar ao seu paciente. Cristina olhou para a morena sem graça. — Prazer em conhecê-lo? — Ela questionou: — Você não acabou de repreender um deles esta manhã?
Norah bufou com o olhar de traição de sua amiga, — Eu sou uma hipócrita. Você não sabia?
★
Timothy seguiu pelo corredor, procurando por alguém, mas ele esbarrou em Callie, cujos olhos estavam vermelhos. Ele murmurou um pedido de desculpas antes de ir embora, mas depois de alguns passos, ele suspirou e se virou.
— Dra. Torres? — Ele gritou, e ela se virou para ele à beira das lágrimas. — Olha, eu não quero me intrometer, mas eu não posso ir embora sabendo que alguém está tendo um dia ruim. E você é amiga da minha irmã, então... Por que você está-
Ele franziu as sobrancelhas quando a mulher começou a chorar, um olhar alarmante em seu rosto. Oh droga.
— Você é bi, certo? — Callie questionou enquanto se enrijecia.
— Bipolar ou bilíngue ou... — Ele parou depois de sua tentativa frustrada de animá-la, — Tudo bem, bissexual, sim. Eu tenho uma namorada. Por que você pergunta?
— Porque eu também tenho namorada, e meu pai veio aqui para tentar rezar para que o gay se afaste! — Ela gritou, e ele coçou a cabeça em um leve pânico quando os outros estavam olhando para os dois. — C-Como seus pais... Aceitaram você?
— Mamãe está morta, e eu não vejo meu pai há anos. — Ele respondeu com uma risada nervosa, — Mas er... Para mim, eu calei aqueles que se recusaram a me aceitar, então... Ei, pense sobre isso dessa forma, você tem um grupo extra inteiro de pessoas para se atrair, isso é ótimo. Então, quem você escolher é uma pessoa de sorte.
Ela levantou a cabeça para ele, que tinha um sorriso no rosto. Ela balançou a cabeça com um suspiro. — Por que seu sorriso me anima?
— Porque eu tenho um sorriso bonito, — ele deu de ombros, — funciona como um encanto.
Seu rosto se transformou em uma carranca quase imediatamente. — Eu odeio isso.
— Droga. Eu vou fingir que não estou ofendido com isso. — Timothy fez uma careta antes de seu pager disparar. Ele estreitou os olhos para a estranha localização do pager antes de enfiar o pager de volta no bolso. — Você precisa... Eu não sei, você precisa de um abraço?
Callie balançou a cabeça e ele assentiu. — Tudo bem, vejo você, então, Torres. — Timothy se afastou e foi para o lugar para onde foi chamado.
Ele tocou uma melodia no armário de suprimentos antes de ouvir o clique da fechadura de dentro. Ele cuidadosamente abriu a porta e espiou para dentro, encontrando Lexie, que estava gesticulando para ele se sentar ao lado dela.
— O que é isso? — Ele perguntou, olhando para o pequeno caderno vermelho na mão dela.
— Lembra-se da minha Mercy Wester que chamei de vadia barulhenta? — Ela perguntou.
— Er... Sim?
Lexie ergueu o livro, abrindo-o em uma página para mostrá-lo a ele. Ele examinou a página, e seus olhos se arregalaram. — Oh meu deus do caralho, Lex, me diga que você não-
— Eu não! — Ela defendeu, mas ele arqueou uma sobrancelha para ela. — Bem, eu não fiz. Meu paciente roubou e jogou para mim.
— O ladrão?
— Sim. — Ela assentiu enquanto ele se aproximava para ler o que ela estava lendo. — É muito pessoal.
— De fato. — Ele concordou antes de virar a página; ambos soltaram um suspiro com o que leram. — Estou disposto a cometer crimes com você, mas por que você-
Lexie bufou antes de fechar o livro. — Ela insultou minha memória fotográfica.
— Ah... — Timothy olhou para ela antes de acenar em aprovação, — Sim, vamos ler. Vamos almoçar e ler. Ouvi dizer que há batatas fritas hoje.
★
Norah colocou sua bandeja na frente de Lexie e Timothy. Lexie descaradamente puxou as mãos de volta para si mesma enquanto olhava para cima da mesa. Cristina e Alex também haviam ocupado o assento ao lado deles.
— O que é isso? — Norah perguntou curiosa, mordendo seu sanduíche.
Lexie gaguejou enquanto olhava para Timothy pedindo ajuda. — N-Nada?
Norah olhou para os dois com curiosidade antes de voltar para o almoço.
— Ouvi dizer que o seu foi aplaudido de pé no pronto-socorro. — Alex falou.
— O seu é aquele que salvou todo o pronto-socorro do maníaco com o martelo? — Lexie se virou para Cristina surpresa.
— Ok, ele não salvou ninguém. Ele deu um pulo ninja estúpido e então tropeçou em um cara. — Cristina revirou os olhos, — Querida aqui pegou o martelo do maníaco, que poderia ter acertado na cabeça dele e causado um sangramento cerebral.
Norah tinha acabado de engolir sua comida quando ela levantou uma sobrancelha de forma chocante. — Cristina, você acabou de citar Avery?
— O q-quer saber? Eu usei remédio de verdade para impedir que uma pessoa morra. — Cristina retrucou sem graça enquanto a morena ria.
— Bem, a minha tem um caderno - um caderno no qual ela faz anotações. — Lexie admitiu enquanto mostrava o livro vermelho em sua mão, — Anotações de natureza muito pessoal... E eu roubei.
— Você o quê?!
— Seu paciente que roubou, e ela guardou. — Timothy confirmou com um aceno de cabeça, pegando o caderno de sua namorada. — Vamos ver... 'Você não é um bom médico. Você é um ótimo médico'. — ele leu, virando algumas páginas, — Oh. 'Você é o futuro de-
— Me dê. — Pediu Alex, estendendo a mão.
— Não, não. — Lexie recusou, pegando o livro de volta de Timothy. — Não estou caindo ao nível deles. Eles são vingativos e agressivos, e não sāo jogadores de equipe. E se não tomarmos cuidado, esse espirito vai infectar nosso hospital. Temos que lutar contra isso.
— E é por isso que você roubou o caderno dela? — Cristina perguntou.
— E leu? — Alex e Norah acrescentaram em uníssono.
Lexie suspirou. — Bem, ela nāo é uma pessoa muito legal.
★
Norah recolocou o pager na cintura enquanto batia na porta da sala de plantão.
A porta se abriu por dentro e ela foi rapidamente puxada para dentro. A porta se fechou e depois trancou atrás dela. A mão dela puxou a parte de trás do cabelo dele enquanto seus lábios se conectavam ao mesmo tempo.
— Deus, Mark, você me chamou por isso?
— Por que mais eu chamaria você para uma sala de plantão?
Por mais que ela saboreasse seus beijos no pescoço, ela teve que cobrir sua boca sem querer para fazê-lo parar. Ele levantou uma sobrancelha para ela, ambas as mãos ainda em cada lado de sua cintura enquanto ele inclinou a cabeça para um lado, seus olhos azuis brilhantes admirando suas feições.
— Mark, eu te amo muito, mas eu não preciso desses uniformes laranja tirando meu emprego, então eu tenho que voltar- ei! — Ela fez uma careta para ele enquanto tirava a mão de sua boca, — Cara, você acabou de lamber minha mão?!
— Eu te amo mais, Laurie, mas- ai, eu sou 'cara' agora? — Ele soltou um ruído ofendido antes de rir do olhar em seu rosto. — Ouvi dizer que você colocou um esfoliante laranja na casa dela esta manhã.
— Bem, ela era irritante.
— Você também abordou um maníaco no pronto-socorro?
— Isso foi Avery. Eu só tirei o martelo do cara.
— Quem é Avery? — Ele levantou uma sobrancelha para ela.
Ela suspirou antes de unir seus lábios novamente. — Você realmente quer falar sobre outro rapaz quando você já está na metade de me despir?
Ele sorriu e os apoiou na cama. — Essa é a minha garota.
★
Meredith estava ocupada mudando os canais da TV com Cristina deitada ao lado dela. Norah se esparramou na cama, a cabeça apoiada nas pernas de Cristina. Nenhum deles conseguia decidir em qual canal chato se estabelecer.
— Ei, Norah aqui colocou uma ruiva no lugar dela esta manhã. — Cristina compartilhou, e Meredith se virou para olhar para a morena no final da cama.
— O que a ruiva fez? — Meredith perguntou.
— Ela pegou o armário de George. — Norah respondeu com um sorriso malicioso.
— Ela era uma vadia. — Corrigiu Cristina, — E seus patinhos se uniram contra os Mercy Westers. Como você os treinou assim? Tipo, com o que você os alimentou?
Norah tinha um largo sorriso no rosto. Ela deu de ombros, e as duas estreitaram os olhos para a morena.
— Você deveria estar todo escuro e tortuoso hoje. — Meredith declarou, — O uniforme laranja está nos invadindo! Como você está tão sorridente?
Norah apenas piscou de volta para ela, e Cristina resmungou conscientemente. — Como diabos você conseguiu poupar tempo para transar com tudo o que estava acontecendo?
— Isso se chama excelente gerenciamento de tempo. — Norah sorriu e deitou nas pernas da outra residente.
Antes que qualquer uma das mulheres pudesse falar novamente, a porta do quarto do paciente de Meredith foi aberta com força. A batida da porta de madeira contra a parede chamou sua atenção, e elas viraram a cabeça para um Alex confuso, que segurava um papel na mão.
— Conte-me tudo. Você os derrotou? Você chutou suas bundas? — Meredith perguntou enquanto desligava a TV. — Vamos lá. Eu quero um relatório completo. Tudo o que aconteceu.
Norah notou a carranca no rosto de Alex, e suas sobrancelhas começaram a franzir. — Alex?
Sua boca estava aberta, seus lábios trêmulos enquanto ele olhava para o papel em sua mão. — Izzie me deixou. — Ele falou; todas as três levantaram a cabeça para ele. — Ela escreveu um bilhete e me deixou. Eu... — Ele engoliu em seco, balançando a cabeça sem expressão, — Eu não... Eu não sei se ela vai voltar.
— O que você quer dizer com ela foi embora? — Meredith questionou, confusa. — Onde ela foi?
Alex riu amargamente, olhando para o papel em sua mão e encolhendo os ombros em resposta. As três mulheres compartilharam um olhar de preocupação, e Meredith acenou com a cabeça para o homem. Cristina gaguejou, e Norah saiu da cama, aproximando-se lentamente de Alex.
O papel farfalhava em sua mão quando ele o abriu mais uma vez, olhando para as palavras que ele havia lido mais do que o suficiente.
Ele queria dar um passo para trás quando Norah caminhou até ele enquanto ele lutava para manter as lágrimas para si mesmo. Seus olhos estavam perdidos de alegria, olhando para suas únicas amigas sem esperança e impotente. A morena deu mais um passo para mais perto dele e passou os braços ao redor dele. Ele estava se opondo no início, mas logo se acomodou em seus braços.
Ele não chorou. Ele não chorou. Tudo o que Alex Karev fez foi olhar para o chão com o desespero inundando seu corpo enquanto sua amiga o apertava com mais força.
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