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CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
apêndice e culto de sutura.
5ª temporada, episódio 9
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O RITMO DE um coração batente foi substituído por bipes estridentes de um pager.
Os olhos de Norah se abriram instantaneamente, e ela levantou a cabeça do peito nu. Mark grunhiu de dor debaixo dela enquanto ela rastejava sobre ele para alcançar seu pager na mesa de cabeceira. Ele a puxou de volta para debaixo dos lençóis, seus braços apertando ao redor de seu corpo.
— Há uma possível aplicação a caminho. — Ela se livrou de seu aperto, — O chefe está escolhendo os residentes do segundo ano para uma cirurgia solo em breve.
Ele apertou os olhos para o relógio enquanto ela se virava sobre ele e aterrissava de pernas no chão. — São três da manhã, — ele afirmou, — como você conseguiu um pager?
— As enfermeiras me amam.
Mark sentou-se na cama enquanto ela lutava para se arrumar. — Você mal dormiu. — Ele tentou, mas ela deu de ombros.
— Estou energizada. A adrenalina é um substituto decente para o café. — Respondeu Norah, — Descanse, dorminhoco. — Ela subiu na cama e deu-lhe um beijo antes de se afastar novamente.
Ele se deitou na cama quando ouviu a porta se fechar, sua cabeça afundando no travesseiro. Ele foi deixado sozinho no quarto, o espaço à sua esquerda estava vazio, mas o quarto não estava silencioso. Ele se levantou da cama e vestiu as calças, pulando para fora do quarto.
Ele a viu na cozinha, bebendo uma xícara inteira de café. — O que aconteceu com 'a adrenalina é um substituto decente para o café'? — Ele levantou uma sobrancelha para ela.
— Eu disse decente, não perfeito. — Ela respondeu e lavou a caneca na pia. — Por que você não voltou a dormir?
— Tim está com seu carro. — Ele bocejou, — E está chovendo. Eu estou levando você.
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— Vejo você mais tarde, morte!
— Eu ainda não gosto dela. — Norah falou enquanto Sadie se afastava de Meredith, — E isso vem de mim.
— Você também odeia Izzie.
— Eu não odeio Izzie... Bem, pelo menos não mais. — A morena deu de ombros, — Falando nisso, por que ela não está aqui para pegar o caso? Isso não é muito Izzie da parte dela.
— Ela está ocupada fazendo pornô. — Alex bufou, — Sozinha. — Norah lançou-lhe um olhar impressionado.
— O que vocês estão fazendo aqui? — Bailey perguntou aos residentes que se reuniram no pronto-socorro.
— Cheguei primeiro, Dra. Bailey. — Afirmou Norah.
— Não, ele é meu, — Cristina atirou no ar, — eu encontrei a ambulância.
— E ela está compartilhando ele comigo. — Acrescentou Meredith.
— Ele é meu, estou de plantão! — George argumentou.
— Bom dia, Dra. Bailey. — Alex sorriu, — Você está bonita hoje.
— Eu cheguei aqui primeiro. E o chefe disse que eu sou o único a vigiar. — Cristina falou.
— Ah, entendi. — Bailey balançou a cabeça, — É hora da cirurgia solo, e todos vocês ouviram nos últimos dois anos que o chefe designou uma apendicectomia. Dicas finais do mestre.
Os residentes do segundo ano assentiram sem hesitação, seus olhos brilhando. — Isso é meio fofo. — Bailey suspirou, — Tudo bem, eu posso usar dois de vocês.
— Eu contei a Meredith sobre o caso. — Cristina informou.
— Jason Kron, 47, ternura sobre o ponto de McBurney. — Meredith recitou.
— Lawrence, o que você sabe sobre o Sr. Kron?
— O homem é um cara de sorte por tê-la como cirurgiã, Dra. Bailey. — Norah abriu seu sorriso mais largo; Bailey apenas balançou a cabeça para a residente mais jovem.
Uma maca passou pelos residentes, e eles viraram a cabeça para o homem deitado sobre ela. — Arthur Soltanoff, 45, caiu de uma janela do segundo andar. — Informou o paramédico enquanto empurrava o paciente traumatizado, — Sinais vitais estáveis, fraturas e lacerações com evidência de traumatismo craniano.
— Trauma Um. — Owen instruiu; Timothy já estava seguindo atrás dele. — Drw. Bailey, preciso de um de seus residentes.
Duas mãos se ergueram instantaneamente no ar — a de Norah e a de George - mas a primeira foi mais rápida, e seu corpo bloqueou parcialmente o último da visão da residente-chefe.
— Tudo bem. Lawrence, vá. — Afirmou Bailey. Norah agradeceu e deu uma piscadela para George antes de seguir rapidamente para a sala de trauma.
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Mark e Callie entraram na sala de trauma após serem chamados. Owen, Derek, Norah e Timothy já haviam começado a avaliar o Sr. Soltanoff.
— Como você entrou tão rápido? — Derek perguntou ao cirurgião plástico. — Seu hotel fica a trinta minutos de distância.
— Ah, eu-
Os olhos de Callie vagaram até a morena na sala que ergueu os olhos para os atendentes com curiosidade; Timothy estava escondendo um sorriso enquanto ajudava a residente mais velha.
— E-eu estava no bar do Joe. — Mark respondeu com um sorriso forçado.
— Às três da manhã? — Derek arqueou uma sobrancelha para ele, — Huh. —
— Tib-fib esquerdo. A série de traumas é clara. — Informou Owen, fazendo com que a atenção de todos voltasse para o paciente.
— Ele precisa de uma tomografia computadorizada na cabeça, — acrescentou Derek, — há fluido livre lá.
De repente, o Sr. Soltanoff se levantou da maca, em pânico e confuso. — Oh, Deus. Ivy, saia do caminho! — Ele gritou: — O leão da montanha está lá!
— O que, agora? — Timothy murmurou, mas foi recebido por olhares sem graça.
— Senhor, você está em um hospital. — Afirmou Owen enquanto os cirurgiões tentavam segurá-lo. Norah e Mark pegaram cada um de seus braços enquanto Timothy e Callie pegaram suas pernas; Owen segurou seu peito enquanto Derek, seus ombros.
— Ivy! Onde está minha filha?
— Pai, estou bem aqui! — A garota gritou do canto da sala, seu rosto aterrorizado.
— Ele vai pegar minha filha! Deixe-me ir! — Soltanoff gritou enquanto tentava se libertar das mãos dos cirurgiões: — Eu tenho que pegar minha filha! Ele vai pegar Ivy! Ivy!
— Senhor Soltanoff, acalme-se!
O paciente berrava loucamente. Ele conseguiu se libertar um pouco das mãos dos cirurgiões quando acidentalmente atingiu Callie - seu nariz quebrou, mas, felizmente, sua queda foi interrompida pelo estagiário cujos reflexos rápidos foram úteis. Seu rosto agradecido foi rapidamente substituído por uma carranca quando ela o viu bufando para seu nariz quebrado.
O paciente ainda balançava os braços e as pernas freneticamente, a perna chutando para o alto - Norah estava tão perto de levar um chute no queixo, mas conseguiu se abaixar para trás para salvá-la de um golpe. Mark tinha um de seus braços em volta da cintura dela, impedindo-a de cambalear para trás enquanto sua outra mão ainda segurava a paciente.
— Você está bem? — Ele perguntou preocupado, e ela assentiu; Derek franziu a testa pela forma como a olhava.
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— Não acredito que isso está acontecendo. — Callie desabafou enquanto segurava a bolsa de gelo em seu nariz quebrado.
— Dia ruim? — Timothy perguntou enquanto ouvia a ouvia reclamar.
— Ano ruim. — Ela gritou, e ele assentiu. — E eu não posso acreditar que Sloan designou um estagiário para consertar meu nariz!
— Ok, em primeiro lugar, ai. Em segundo lugar, vou fingir que você não disse isso só porque estou enfiando uma porra de uma agulha no seu nariz agora. — Disse Timothy enquanto injetava cuidadosamente a medicação no nariz quebrado.
— Ai, ai, ai, ai, ai-
— Vamos, Dra. Torres, isso não foi nada!
— Sim, bem, talvez se eu estivesse tendo um bom ano, pareceria apenas um beliscão! — Ela rosnou para ele, que franziu as sobrancelhas e assentiu.
— Justo. Além disso, você pode culpar Sloan, já que ele está tentando conquistar minha irmã, mas você tem que confiar na porra da confiança dele em mim para consertar o nariz da melhor amiga dele. — Ele argumentou com ela, — Ou confiar na confiança dele na confiança da minha irmã em mim para... Deixa pra lá, mas vale a pena, era um belo nariz.
Callie soluçou antes de levantar a cabeça para o estagiário, que estava retirando os suprimentos. — Era? — Ela questionou, mas ele não deu uma resposta. — Era? Com licença, estagiário - era?! — Ela soltou uma zombaria ofendida antes de arremessar a bolsa de gelo nele.
Timothy pegou com um olhar desinteressado em seu rosto, caminhando de volta para ela do lado da sala. — Coloque gelo, ou nunca mais vai ser um nariz bonito de novo. — Ele afirmou com um sorriso, entregando o pacote de gelo de volta para ela, — E é Lawrence, Timothy Lawrence.
— Bem, você é pior que Mark, Timothy.
— Acho que não... Eu parei sua queda, lembra? — Ele lembrou, arrancando as luvas. — Quem sabe, você poderia ter sido a residente Ortho com um quadril quebrado. Embora isso seja muito irônico, você não acha?
— Você é pior do que Mark.
— Eu ainda acho que não. — Ele deu de ombros, — Você tem algum caso que eu possa ajudar?
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Derek observou de longe enquanto seu melhor amigo se aproximava de sua residente favorita - segunda residente favorita - com um grande sorriso no rosto. A residente havia tomado para si o café da mão da atendente; este último não parecia se importar, como se já fosse habitual, uma rotina diária.
O atendente sussurrou algo no ouvido da residente, e ela o cutucou com força, mas um sorriso se formou em seu rosto. Estavam quase colados. Derek estreitou os olhos com curiosidade ao ver o par.
Desde quando eles chegaram tão perto?
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— Sua segunda xícara de café? — Mark perguntou.
— Terceiro, na verdade. — Respondeu Norah, tomando um gole da bebida antes de devolvê-la a ele, — Eu estava pensando, você sabe, vamos tornar nosso relacionamento... Público?
— Eu não sei, eu acho essa coisa de se esgueirar quente. — Ele sorriu, e ela deu de ombros em concordância. — Quero dizer, há alguns que já sabem sobre nós.
— Sim... Não alguns. — Ela deu a ele um sorriso de lábios apertados enquanto ele levantava uma sobrancelha para ela. — Callie sabe, obviamente, e Tim. Uh... Meredith e Cristina descobriram, eu disse a George também, porque... É George. — Ele olhou para ela, surpreso. — Ei, você é o único sem amigos, não eu. Eu sou uma borboleta social. — Ela riu, — Ah, e um dos meus estagiários também sabe, aparentemente.
— Seus patinhos?
— Rook. — Ela assentiu e retrucou quando seu rosto mudou. — Ei, seja legal. Foi ele que me cobriu quando o teto desabou na sala de cirurgia. — Ela observou, — Além disso, ele está interessado em plásticos... Estou apenas retribuindo um favor e colocando uma palavra. Ele é rápido, inteligente, muito intuitivo.
O cirurgião plástico estreitou os olhos para ela e assentiu lentamente com um suspiro; Norah sorriu com o olhar em seu rosto. — Mark, você está com ciúmes?
— Não estou. — Ele negou rispidamente antes de abaixar a cabeça ao lado de sua orelha, — Por que eu estaria, Laurie, quando eu posso fazer várias rodadas de ações a cada- — ela o cutucou com força nas costelas, e ele grunhiu de dor.
— Olá, doutores. — Derek cumprimentou por trás deles, e cada um deu um passo para o lado. Mark limpou a garganta sem jeito.
Tyler correu até Norah com uma pilha de prontuários nas mãos. — Dra. Lawrence, esses gráficos precisam ser feitos pela manhã. — Informou antes de entregá-los a residente.
Norah arqueou uma sobrancelha para ele. — Hum... Os internos ainda não estão no hospital? — Ela perguntou.
— Não os vejo há algum tempo, — Tyler respondeu, — acho que os vi pela última vez há duas horas, perto do ambulatório. Até mais!
Norah franziu a testa para a pilha de prontuários em suas mãos enquanto Tyler corria em outra direção.
— Algo está errado... — Ela murmurou, e os dois atendentes se viraram para ela. — Eu vou caçar os malditos estagiários - tchau. — Ela deu aos dois um aceno curto antes de sair correndo.
Derek observou o olhar de Mark seguindo-a até que ela dobrou a esquina do corredor e deixou seu campo de visão.
— Então, você já conseguiu sua chance? — Ele perguntou com humor com uma leve zombaria em seu tom, que o cirurgião plástico pegou.
— Porque pergunta? — Mark perguntou de volta: — Por que isso lhe diz respeito?
O neurocirurgião balançou a cabeça. — Não ela. — Derek declarou com firmeza, — Eu gosto que vocês dois sejam amigos, mas eu já disse a vocês antes - não ela.
Mark estreitou os olhos para ele. — Você está me ameaçando?
— Você não se conforma - você não pode se conformar. — Derek balançou a cabeça, — Você não pode ter algo com alguém que tem problemas de abandono. Você vai machucá-la, você vai arruiná-la.
— E você? — O cirurgião plástico cruzou os braços sobre o peito enquanto olhava para seu melhor amigo. — Você percebe que suas palavras se aplicam a você e a Grey também? — Ele apontou, seus olhares não se separando. — Honestamente, estou surpreso que Norah ainda não tenha chamado você sobre isso.
— Apenas... — Derek franziu as sobrancelhas e soltou um suspiro profundo, — Não.
Mark assentiu hesitantemente, mas rapidamente balançou a cabeça. — Nós... — As palavras ficaram presas em sua garganta; ele teve um instinto que lhe disse para calar a boca, e ele obedeceu. Derek arqueou uma sobrancelha para ele. — Tanto faz. — Mark murmurou antes de sair.
Isso ia ser difícil.
★
Norah desceu para a cirurgia ambulatorial, andando pelos corredores escuros onde nenhuma alma viva parecia estar presente. Ela abriu várias portas; laboratório de habilidades... Quartos vazios... Armário de suprimentos... Mais quartos vazios... Armário de roupa de cama.
— Puta merda. — Ela bateu a porta tão rápido quanto ela abriu. Ela podia ouvir o som fraco de pessoas entrando, murmurando e assobiando palavras umas para as outras.
A porta se abriu novamente por dentro - desta vez, Kirian e Jace saíram desajeitadamente. O cabelo do primeiro ainda parecia desgrenhado enquanto ele o acariciava apressadamente; o rosto do último estava corando de rosa. A residente olhou para os dois internos por um bom momento antes de resmungar, e ela empurrou os prontuários em seus braços.
— Pelo amor de Deus, peguem um quarto com fechadura da próxima vez. — Ela aconselhou, empurrando os prontuários em seus braços; os dois assentiram sem jeito. — Vocês dois viram os outros estagiários?
Eles olharam um para o outro antes de se voltarem para a residente e balançarem a cabeça. Norah acenou para que eles saíssem enquanto ela voltava a empurrar portas atrás de portas no corredor frio.
Várias vozes surgiram atrás dela, e ela se virou, surpresa ao ver Meredith, Cristina e Lexie correndo em sua direção. — Norah, venha conosco. — Meredith falou com urgência, — Nós vamos precisar de ajuda.
— Precisam de ajuda com o quê? — A morena questionou enquanto seguia as outras três, a interna empurrando as portas de um dos últimos quartos no final do corredor. Os olhos de Norah se arregalaram e as três residentes se entreolharam de forma alarmante.
— Que porra está acontecendo aqui?!
Os internos na sala pularam por causa do berro da residente. A maioria deles recuou; um deles estava segurando uma sucção ensanguentada na mão, o rosto suando incontrolavelmente.
Malditos estagiários.
As três residentes não perderam tempo em entrar no caso.
— Sua pressão arterial está perigosamente baixa.
— Precisamos empurrar dois litros de LR.
— D-Devemos chamar um código? — Lexie perguntou.
— Não há equipe de código no ambulatório no meio da noite, — Cristina retrucou para ela, — porque isso seria feito por um cirurgião em uma sala de cirurgia regular.
— Chame o chefe e obtenha o status de Bailey. — Norah ordenou, — Diga a ela que há uma emergência.
— Você não deve dizer mais nada. — Acrescentou Meredith, — E tire esse olhar louco do seu rosto!
Norah examinou a sala ansiosamente, sabendo que Kirian e Jace não estavam lá; Nina soltou um grito quando Norah a encarou mortalmente. Ainda havia alguém... Ele não está aqui, graças a Deus.
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— Eu estava dormindo. — WEBBER retrucou, — E dormir não é fácil para mim, mas finalmente estava dormindo, então recebo uma ligação.
— Eu não posso acreditar. — Meredith murmurou, — Eu ainda não posso acreditar.
— Eles são tolos. Idiotas. Malditos idiotas. — Norah balançou a cabeça.
— Não se martirize muito por isso, — Webber informou, — eu vi muita maturidade em vocês três durante toda essa bagunça. Vocês lidaram com a crise. Vocês lidaram com a cirurgia. Vocês salvaram a vida daquela garota. — As residentes se entreolharam. — E vocês pediram ajuda imediatamente.
— Houve um tempo atrás em que vocês teriam chegado a uma conclusão diferente. Vocês poderiam ter se apegado ao código e salvado o seu próprio. Tentariam esconder a bagunça. — Lembrou Webber, — Vocês sabem, às vezes proteger os colegas é solidariedade, e às vezes é apenas arrogância. Fico feliz em ver que vocês sabem a diferença.
A porta se abriu e Lexie entrou; todas as quatro cabeças se voltaram para a estagiária. — Chefe... — Lexie virou-se para as residentes, — Eu não posso deixar vocês três se meterem em problemas por isso. Não está certo. — Ela se virou para Webber, que cruzou os braços na frente do peito. — As pessoas tentaram me impedir - a Dra. Yang me disse ontem para desligar, mas eu não dei ouvidos.
Webber virou a cabeça para Cristina. — Você sabia disso ontem?
— Senhor, eu-
— Vocês duas sabiam?
— Não! — Meredith respondeu rapidamente; Cristina olhou para ela com um olhar traído no rosto.
Norah se atrapalhou com suas palavras, seu cérebro ainda tentando processar tudo o que estava acontecendo. Mas quando Webber viu sua figura gaguejante, ele já imaginou uma conclusão.
★
— Você sabia que eles iam cortá-la?
— Não!
— Lexie acabou de dizer que você sabia!
— Suturas! Eu sabia que eles estavam fazendo suturas em si mesmos, — defendeu Cristina, — e eu achei que não precisava dizer nada porque eu desliguei. Eu cuidei disso.
— Aparentemente, você não cuidou, — Meredith retrucou, — porque isso quase custou o emprego de Lexie, sem mencionar que Sadie quase morreu lá!
— Tudo bem, — Norah se colocou entre as duas, — Vamos tomar um fôlego-
— Sadie fez isso com ela mesma, e não vamos fingir que você tem um relacionamento com Lexie, — Cristina gritou, ignorando a morena, — Não vamos fingir que você se importa com ela.
— Eu me importo com o meu trabalho! — Meredith disparou de volta, — E eu me importo em fazer a coisa certa!
— Ei, parem de gritar uma com a outra! — Norah gritou para as duas: — Respirem, pelo amor de Deus!
— Quem é você para dar sermão sobre fazer a coisa certa? Você está brincando comigo? — Cristina zombou, — Você não é uma atendente, Meredith. Você pode estar dormindo com um, mas você ainda não é uma.
— É disso que se trata? Derek? — Meredith exigiu, — Sempre será sobre Derek?
Norah gemeu enquanto separava as duas melhores amigas uma da outra, empurrando cada uma para trás. — Ok, escutem! — Ela gritou, — Todos nós tínhamos estagiários lá, e é tudo culpa nossa que aqueles idiotas enlouqueceram e até tiveram a ideia de remover seu próprio apêndice!
— Ah, pelo amor de Deus, Norah, você só tinha um estagiário lá.
— Sim, um, mas ainda é meu estagiário. — Norah retrucou, — Vocês não acham que se tivéssemos mais tempo para realmente ensinar coisas a eles, eles não iriam se rebelar e abrir um ao outro?
— Agora você está dizendo que somos professores ruins?
— Bem, não é bom o suficiente, aparentemente. — Ela suspirou pesadamente, — Nós somos as residentes que deveriam tê-los mantido na linha, e a culpa também é nossa. — Meredith e Cristina zombaram, e Norah balançou a cabeça.
— Ei, vocês sabiam que quando Izzie decidiu cortar o LVAD e eu levei um tiro, foi Bailey quem teve que cobrir vocês? — Ela olhou entre as duas, — Ela teve um colapso no meu quarto de paciente, mas nenhuma de vocês sabiam disso, eu suponho?
Nenhuma delas falaram ao saberem disso. — Sim, eu imaginei. Então, sim, é nossa culpa que aqueles idiotas fizeram essa porcaria hoje. — Norah suspirou, — Então nós vamos fazer isso direito. Agora, sim?
— Tudo bem.
— Okay.
★
Os residentes entraram no quarto do paciente com o grande grupo de internos seguindo atrás deles com olhares culpados em seus rostos. A tensão na sala era espessa; todos estavam cansados ou furiosos - ou ambos.
— Dra. Grey, apresente.
— Sadie Harris, 30. — Disse Lexie, — Três horas após a apendicectomia complicada por hemorragia.
— Morte, o que é isso? — Sadie perguntou confusa.
— Cala a boca. — Norah retrucou para ela.
— Dra. Spalding. — Meredith ignorou sua amiga na cama. — Sinais vitais estáveis, cobertura tripla de antibióticos. — Continuou Spalding, — Ela deve se recuperar totalmente dentro de duas semanas.
— E?
Lexie se aproximou. — E nós, seus cirurgiões, cometemos erros que comprometeram seus cuidados, — ela falou, — erros que refletem mal neste hospital e que não vão acontecer novamente.
— Com efeito imediato, todos os internos nesta sala estão em liberdade condicional. — Declarou Norah.
— Tanto quanto espirrar, e pronto. — Afirmou Meredith.
— Nenhum de vocês verão o interior de uma sala de cirurgia até novo aviso. — Acrescentou Cristina.
— Vocês perderam o respeito do chefe, — afirmou George, — o que, acredite, não é uma coisa fácil de recuperar.
— E falando por mim mesmo, — Alex interveio, — vocês perderam meu respeito, e vocês provavelmente nunca vão conseguir isso de volta.
Um dos estagiários zombou alto entre os outros. — Mas ele ainda respeita Izzie Stevens.
— O que você disse? — Alex exigiu, mas Norah interveio, gesticulando para que ele se afastasse antes que ele ficasse violento com os internos.
Não quer dizer que ela não iria, mas...
— O que você tem a dizer? — Norah se aproximou do estagiário do sexo masculino, de pé na frente dele. Ela olhou para ele deliberadamente, seus olhos fixos nos dele.
Ele estava começando a ficar desconfortável e estava evitando seu olhar. — Karev ainda respeita Izzie Stevens, e ela matou um paciente. — Ele falou.
— Você quase matou uma amiga por diversão, — disse Norah humildemente, — vou dizer que é divertido quando você é jogado fora e trancado atrás de barras de metal.
O estagiário estava cerrando os dentes, mas nenhuma palavra escapou de sua boca.
— A última vez que ela olhou para alguém assim, — Izzie falou do batente da porta, — eu desloquei minha mandíbula.
Norah virou a cabeça ligeiramente para a loira e sorriu de volta para ela. Exagerado, mas eficaz.
— Eu escolheria minhas próximas palavras com sabedoria se fosse você. — Aconselhou Izzie.
— D-Desculpe... Dra.-
— Maldito covarde. Não consegue nem me olhar nos olhos. — Norah zombou antes de se virar para o resto, — Nós terminamos aqui, certo? Eu estarei lá fora.
Ela saiu do quarto do paciente e parou na frente dos três internos encostados na parede - Kirian, Jace e Timothy.
— Vocês dois sabiam sobre o culto da sutura? — Ela questionou seus estagiários. — E deixe-me dizer isso primeiro - minha raiva está fervendo, e eu vou socar qualquer um de vocês sem pensar duas vezes. Então, sejam sinceros.
Kirian e Jace trocaram um olhar, suas cabeças abaixadas. — N-Nós não participamos. — Confessou o último.
— Vocês sabiam sobre isso, então? — Norah balançou a cabeça, — Vocês dois estão na merda pelo resto do mês. — Os estagiários ergueram a cabeça para ela com a boca aberta. — Fim da discussão. — Ela retrucou, — Agora, saiam correndo.
Kirian e Jace fugiram; Timothy ainda estava na frente de sua irmã. Ele sabia que quando ela estava brava, como realmente brava, havia um pavio muito curto antes que ela finalmente explodisse. — Eu, uh... Eu sabia sobre eles se suturando também. — Ele admitiu.
Norah balançou a cabeça para o tolo de seu irmão. — Que vergonha, Timothy. Estou falando sério. — Ela fez uma careta para ele com um olhar desapontado em seu rosto, — Mas eu não sou sua residente.
Com isso, ela se afastou.
O grupo de estagiários saíram da sala com olhares sombrios e humores deprimidos. Lexie era uma delas que tinha o olhar mais angustiado em seu rosto, mas ela olhou para Timothy com curiosidade; o último também estava de mau humor.
— Por que você está assim? — Ela perguntou, — Você não foi banido da sala de cirurgia.
— Minha irmã está com raiva de mim, então hum... — Ele coçou a parte de trás da cabeça, — Se você não me vir aqui amanhã, por favor, verifique meu apartamento... Eu provavelmente vou ser despedaçado.
Lexie revirou os olhos com a resposta dramática dele; o sorriso atrevido em seu rosto cresceu a cada segundo.
★
Norah exalou pesadamente enquanto se dirigia para a sala de espera. O lugar ao redor da sala de espera estava vazio; ainda não havia visitantes nem familiares nervosos esperando no hospital àquela hora.
Mark estava sentado lá com Ivy dormindo profundamente em seu ombro; a visão deles a fez se sentir calorosa e caseira, o que conseguiu melhorar um pouco seu humor.
Ela se jogou no sofá ao lado dele e pegou seu outro ombro. — Você parece chateada. — Ele afirmou enquanto ela abraçava seu braço.
— Malditos estagiários, tolos dos infernos. — Ela exclamou, — Eles cortaram um deles em ambulatório. Quem diabos poderia sequer pensar em algo tão... Idiota?
— Uau, você está chateada. — Ela resmungou, e ele deu um beijo no topo de sua cabeça, com cuidado para não acordar a garota adormecida em seu outro ombro.
— Lembra quando você mencionou ir a público com nosso relacionamento? — Mark perguntou em um tom baixo. — Derek meio que me ameaçou esta manhã.
A cabeça de Norah se animou, suas sobrancelhas se uniram curiosamente. — Derek? Ameaçou você?
Ele assentiu com um meio sorriso. — Se vamos contar a ele, você está lidando com ele.
— Oh, diabos não. — Ela olhou para ele, — Ele é seu melhor amigo!
— E ele está... Protegendo você como um... Irmão mais velho. — Ele raciocinou, — É assustador.
— Bem, isso é doce da parte dele, mas muito covarde da sua parte, Sloan.
Ele zombou dela brincando, balançando a cabeça; ela conseguiu esboçar um sorriso ao olhar no rosto dele, apesar de tudo o que aconteceu naquela meia-noite.
Ela suspirou enquanto se recostava em seu ombro, aconchegando-se em seu pescoço enquanto ele deitava sua cabeça em cima dela. Eles observaram os raios de sol encherem lentamente a sala; o sol estava começando a nascer.
— Adrenalina não é um substituto decente para o café?
— Adrenalina não é um substituto para o café.
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