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CAPÍTULO VINTE E SEIS
você é impossível.
4 ª temporada, episódio 11
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OS PÁSSAROS CANTAVAM nos galhos finos das árvores que cercavam o caminho estreito. O som suave de um riacho próximo fluindo e espirrando era calmante e reconfortante. O ar estava frio, por assim dizer - eles estavam no que parecia ser uma floresta, afinal.
O sol mal havia nascido quando Norah já estava caminhando em terra lamacenta, endurecendo seu terceiro bocejo em cinco minutos.
— Derek, você vai nos dizer para onde estamos indo? — Ela questionou, suas mãos dentro dos bolsos de seu moletom. — A estrada está suja e estou começando a não sentir meus pés.
— Por que sempre tem que ser sobre o destino? — Ele suspirou, — Por que não pode ser sobre a viagem?
— Porque você me acordou às cinco da manhã para isso. — Ela fez uma careta. — Além disso, eu tenho que começar a esboçar uma rota de fuga caso você esteja planejando nos sequestrar aqui na floresta.
— E estou usando sapatos de 300 dólares. — Acrescentou Mark.
— Meredith me disse que ela não quer que eu veja outras pessoas. — Declarou Derek enquanto olhava entre seus dois amigos, que estavam andando de cada lado dele.
— Ela descobriu sobre você e Rose?
— Não. Não há nada para descobrir. — Ele alegou, — Foi apenas um beijo.
— E a maldita arma atirou em mim duas vezes. — Norah deixou escapar. Os dois homens se viraram para olhá-la, seus olhos se estreitaram de preocupação. — Ignore-me, é a falta de sol. — Ela os afastou com um aceno de mão.
— Você é sol o suficiente. — Mark falou; ela apenas respondeu a ele com um 'hm'.
— Algo está acontecendo? — Derek questionou enquanto olhava entre os dois.
— Não.
Subiram uma pequena colina entre algumas árvores; Mark estendeu a mão para ela, mas ela recusou, pulando no chão sem esforço. — Sobre a noite passada... Eu não queria... Explodir, sabe?
Norah ergueu a cabeça para ele, olhando para a ruga preocupante em sua testa. — Não foi nada. — ela insistiu, — Nós estávamos todos exaustos e irritados. Esqueça isso.
— Então... Essa amizade ainda está de pé?
— Não é tão fácil se livrar de mim, você vê. — Ela sorriu, e ele revirou os olhos com uma risada. — Você está me pagando café para o resto da semana, no entanto.
Ele bufou, — Você está falando como se eu não fizesse isso toda semana.
Eles continuaram seguindo Derek, que os levou para uma clareira. O céu estava claro, um largo trecho de grama verde se estendia ao longe; a vista de Seattle do topo da colina dava para o vale ao redor, fazendo com que o queixo de Norah caísse.
— Norah, você pode querer fechar a boca antes que os insetos entrem. — Derek riu antes de olhar para a colina animadamente. — O que é que vocês acham?
— Bem, o que estamos olhando? — Mark perguntou.
— A vista da minha nova casa. — Derek anunciou, um largo sorriso estampado em seu rosto.
— Uau, isso é muito brilhante. — Norah falou com admiração, — Ei, Shep, largue a enfermeira... Qualquer que seja o nome dela, e namore comigo já.
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Norah acabara de designar Kirian, Nina e Jace em casos, e os três se espalharam em direções diferentes. Ela estava prestes a procurar alguém em particular quando Lexie correu até ela com urgência, coçando seus braços e barriga.
— Dra. Lawrence, eu acho que preciso de um pouco de epinefrina. — Falou a estagiária.
— Hum, ok? Siga-me. — Norah foi em direção a um carrinho ao lado do corredor e encontrou George procurando por algo. — O que você fez? — Ela perguntou antes de se virar para o outro estagiário, — Ei, George, você poderia pegar um epi para ela?
— Meredith fez omeletes para mim esta manhã, mas eu sou alérgica a ovos. E eu estou tendo uma reação alérgica agora. Uma erupção cutânea - é coceira.
George bufou para ela, — Isso é estúpido.
— A comida de Meredith é uma droga. — Afirmou Norah enquanto injetava a epinefrina no braço da estagiária. — Eu quase acabei com diarréia uma vez. Nunca mais fui tomar café da manhã. Como você está indo?
— Bom. — Lexie exalou em alívio.
Um conjunto de passos pisou pelo corredor, aproximando-se dos três. Três pares de olhos curiosos observaram enquanto Callie se aproximava de George. — Você não contou para sua mãe que nós terminamos?! — Sua voz soou em seus ouvidos enquanto ele olhava para ela em confusão.
— Sua mãe está fazendo roupas de bebê para nós porque ela acha que estamos tentando engravidar, porque ela acha que ainda somos casados, porque ela acha que você ainda é o tipo de pessoa que nunca trairia a esposa! — Callie desabafou com uma pilha de roupas de tricô na mão. — Roupas de bebê unissex costuradas à mão. Elas são amarelas e verdes, e vão até tamanhos de criança. — Ela empurrou as roupas nos braços de George, — E ela está esperando por você no saguão. Bom dia, Norah, Grey.
— Bom dia, Callie. — Norah sorriu divertidamente, — Embora eu não diria que é um bom dia.
Callie saiu com um olhar exasperado no rosto, deixando George perplexo com as roupas de bebê em seus braços. Norah olhou para o olhar chocado e horrorizado em seu rosto e suspirou. — Você está tão morto, George. Você não contou a sua mãe?
— Eu cresci em uma casa católica. Somos católicos. Não acreditamos em divórcio. — Ele olhou para a pilha de roupas em seus braços e soltou um gemido. — Sim, eu estou tão morto.
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— O que diabos aconteceu? — Norah questionou enquanto ela e George se aproximavam do grupo de residentes do lado de fora de uma sala de trauma. O filho de Bailey, Tuck, estava chorando alto na maca dentro do quarto; eles correram aqui assim que ela pegou o pager.
— Ele foi esmagado debaixo de uma estante. — Respondeu Izzie.
— Múltiplas fraturas nas costelas. — Apontou Cristina.
— Pode ter caído em um pulmão. — Acrescentou Alex.
— Eles estão preocupados que possa haver danos ao coração. — Afirmou Meredith por último.
— A-Algum dano neurológico? — Perguntou Norah.
— Não, Shepherd os descartou.
Webber saiu da sala e os residentes viraram a cabeça para ele instantaneamente, ansiosos por uma atualização. — Yang, Grey e Lawrence, levem-no para a radiologia para uma tomografia computadorizada de cabeça, tórax e abdômen. O'Malley, diga ao laboratório para se mover rápido. Karev e Stevens, saiam. Nós os manteremos informados. — Ordenou o chefe, e eles andaram em direções separadas.
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— Diga-me novamente como aconteceu. — Bailey falou na sala de tomografia. Norah estava cobrindo cuidadosamente um cobertor sobre Tuck, que estava deitado na cama; ela balançou a cabeça com toda a situação.
— Você não entendeu da primeira vez? — Perguntou Tucker.
— Apenas me diga de novo.
— Alguém deixou o portão do bebê aberto.
— Alguém... E você... Você está dizendo que acha que eu fiz isso? — Bailey perguntou ao marido.
— Estou dizendo que você estava com tanta pressa para sair de casa esta manhã, que você estava com tanta pressa para chegar ao trabalho e se afastar de mim-
— Tucker, isso não tem nada a ver com você. — Ela o cortou.
— Por que você acha que ele entrou naquele quarto? — Tucker levantou a voz, fazendo Norah olhar entre os pais. — Você é a única que vai lá. Ele foi procurar sua mãe. Ele foi procurar sua mãe e acabou no hospital-
— Ok, respeitosamente, vocês dois. — A residente estalou para o par, — Seu filho está deitado nesta máquina de tomografia, e tenho certeza que ele gostaria que vocês calassem a boca por um segundo, sim?
Atrás da sala de tomografia, Meredith e Cristina olharam para ela com os olhos arregalados, impressionadas. Cristina fez um sinal de positivo com o polegar para cima pela janela, e Norah revirou os olhos com um sorriso reprimido para as residentes.
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— Você parece um inferno.
Norah abriu um olho e franziu a testa para o atendente encostado no batente da porta. — Essa é a fala de Derek, não sua.
— Então, qual é a minha linha? — Mark perguntou ao entrar na sala escura do escritório. Ele se aproximou e se sentou no assento ao lado dela, virando a cadeira para que ela ficasse de frente para ele.
Ela deu de ombros. — Qual é a sua linha?
— Beber, flertar... Dormir na festa do pijama. — Ele respondeu com um sorriso malicioso, e ela revirou os olhos para ele. — Você não parece bem. — Ele apontou.
— Eu tinha acabado de ajudar na cirurgia do filho de Bailey. Eu literalmente vi o coração de Tuck na frente dos meus olhos, e sua data de nascimento marca o dia em que eu poderia ter explodido em pedaços. — Ela murmurou, — E ainda não temos certeza se ele será capaz de respirar sozinho ou não... Então sim, isso é um pouco perturbador.
Olhando pela janela para se certificar de que não havia ninguém por perto, ele descansou a mão em seu joelho, seus dedos traçando levemente acima de sua rótula. — Quantas experiências de quase morte você já teve? — Ele perguntou.
Ela soltou um suspiro, balançando a cabeça. — O suficiente para uma vida inteira, eu devo dizer. — Ele assentiu enquanto eles se sentavam em silêncio; ela pegou a mão dele acima do joelho. — O que aconteceu com estritamente amigos? — Ela perguntou enquanto seus dedos se entrelaçavam, fundindo-se em um como se fosse um hábito.
— Não podemos resistir um ao outro.
— Mas eu quero.
Eu não, ele pensou consigo mesmo.
— Lembra o que eu disse naquela noite no bar? — Ela perguntou.
— Você acha que somos melhores como amigos?
Ela assentiu, — Pelo bem da minha sanidade. — Fechando os olhos mais uma vez, ela adormeceu para um descanso leve.
A noite da conversa estava se repetindo em sua cabeça, e muitas vezes o deixava sem dormir só de pensar nisso.
'Preciso de alguém comprometido', lembrou-se das palavras dela naquela noite.
Ele olhou para sua figura adormecida; seus olhos castanhos se fecharam atrás de suas pálpebras, seu peito subindo e descendo ritmicamente, e sua mão ainda aninhada na dele. Ela parecia pacífica e calmante - ela parecia a pessoa com quem ele queria passar o resto de sua vida.
E eu quero me comprometer com você, ele pensou.
Ele se sentou ao lado dela na sala escura, ouvindo o tique-taque do relógio na mesa. Ele a observou dormir, absorvendo e memorizando cada traço dela.
As poucas pessoas que passavam pela sala não pareciam notá-los lá dentro. Ficou ali sentado maravilhado, como se estivessem em seu próprio mundinho; sem pessoas e sem perturbação.
Quando seu pager finalmente tocou depois do que pareceu uma hora depois, os olhos dela se abriram com o som dele também - uma desvantagem de ter o sono leve.
Ele se levantou de sua cadeira e a acalmou de volta para seu cochilo, dando um beijo suave em seu pescoço antes de sair do quarto; sua cabeça atordoada e seu coração palpitante.
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4ª temporada, episódio 12
O concurso entre os residentes foi selvagem, e 'selvagem' pode até ser um eufemismo. Eles passaram duas semanas seguidas, praticamente morando no hospital para receber as primeiras indicações sobre as melhores cirurgias que poderão contribuir com pontos para o placar.
Suturas - a maneira mais rápida para os residentes ganharem pontos.
O número de suturas que Norah fez nas duas semanas foi além do que ela fez em todo o seu ano de estágio. Seus estagiários a observavam com admiração toda vez que ela colocava as mãos em uma agulha e fórceps, observando seu tempo melhorar a cada dia enquanto aperfeiçoava suas suturas já perfeitas.
Infelizmente para ela, o concurso foi vencido por Meredith depois de ganhar 80 pontos de um mistério médico de tumor cerebral, que a colocou acima dos outros residentes.
O pager brilhante - o santo grau das cirurgias - brilhou diante de seus olhos ao passar de Bailey para Meredith.
Caramba.
— Duas semanas que você está no hospital. — Mark notou enquanto alcançava Norah, que estava andando em direção ao elevador. — Você ganhou?
— Não. — Ela suspirou pesadamente, — Agora eu preciso do meu precioso sono na minha cama. Eu sinto falta do meu apartamento.
Ele virou a cabeça para ela. — Isso é um convite? — Ele perguntou, e ela revirou os olhos para ele. — Vamos lá, duas semanas sem ação. Sério?
— Eu estou indo perfeitamente bem sem isso. — Ela afirmou com um sorriso, puxando levemente o zíper de sua jaqueta de couro. — Você é o único que não pode.
— Oh sim? — Ele perguntou em um tom desafiador enquanto sua mão tentava se esgueirar para a parte de trás de sua cintura. No entanto, antes que ele pudesse puxá-la para dentro, os elevadores tocaram; ela se esquivou de seu aperto, e ele limpou a garganta frustrantemente.
As portas do elevador se abriram e eles entraram. Derek já estava lá dentro, mexendo em seu telefone. Os três cirurgiões ficaram em silêncio por um momento antes de Mark decidir falar.
— Eu não gosto dela. — Ele falou, — Sinto muito, mas como seu amigo, é meu trabalho dizer isso. Eu não gosto de Rose.
Derek franziu as sobrancelhas para o cirurgião plástico. — Por que?
— Você nem está dormindo com ela.
Norah virou a cabeça para neurocirurgião e soltou um suspiro dramático. — Vocês estão juntos há cinco semanas e você não está dormindo com ela?
Derek olhou para os dois, surpreso e estranho. — Vocês dois não gostam dela porque ela não está dormindo comigo? — Ele questionou. — Isso é um pouco estranho.
— Bem, para ser justo, eu não gosto dela. — Ela alegou com um encolher de ombros.
— Se você estivesse dormindo com Rose, eu poderia entender por que você está passando tempo com ela, mas você não está. — Mark afirmou, — E é só, uh, eu pensei que, uh, você sabe... — Ele gaguejou e se inclinou para Derek, — Eu pensei que seria só você e eu.
— Fazendo sexo? — Derek questionou confuso enquanto Norah caiu na gargalhada.
— Depois! — Mark rapidamente se corrigiu enquanto franzia as sobrancelhas para os dois.
Derek olhou para ele e bufou, balançando a cabeça. — Você está tendo problemas para transar, e você precisa da minha ajuda. — Declarou ele com um sorriso, mas Mark parecia ter ficado pessoalmente ofendido.
Seus olhos se voltaram momentaneamente para Norah, que fingiu não vê-lo. — Eu posso transar. — Ele assegurou com um aceno firme, — Eu posso transar quando eu quiser.
Sim, certo, ela pensou com um sorriso reprimido.
Derek arqueou uma sobrancelha para ele antes de se virar para Norah. — Isso é verdade?
Os olhos da última se arregalaram quando ela engasgou com o oxigênio. — Desculpe?
— Ele diz que pode transar quando quiser. — Ele repetiu, seu tom incitando-a a ficar do lado dele, — Eu acho que não. Você acha?
— Oh. Uh, sim- não. Não, hum, eu acho que não. Não, uh. — Ela gaguejou depois de ser pega de surpresa; Mark lutou muito para esconder um sorriso através de uma série de tosses.
Seu olhar não deixou o dela enquanto eles esperavam no elevador; ela não queria nada além de se jogar para fora do prédio ali mesmo. Derek parecia inconsciente da tensão dentro das quatro paredes.
— Você está falando sério sobre a enfermeira, hum... Rose? — Norah perguntou a ele enquanto tentava quebrar o constrangimento no ar.
— Eu não sei. — Derek suspirou, — Pode ser.
— Bem, então, contanto que você esteja feliz com isso. — Ela afirmou com um sorriso, encarando o outro atendente, — Mark?
Ele deu a ela um longo olhar antes de ceder. — Tudo bem, tudo bem. — Ele suspirou, — Eu vou dar uma chance a ela.
Derek saiu do elevador depois do andar seguinte, deixando Mark e Norah dentro. Quando a porta se fechou novamente, Mark não pôde deixar de bufar uma risada; Norah o cutucou com força nas costelas.
— Ai - ele te pegou bem sem nem saber. — Ele riu, lágrimas ameaçando brotar em seus olhos.
— Muito engraçado, Sloan. — Ela brincou, parando na frente das portas.
Quando sua risada finalmente parou, ele deu um passo mais perto dela e abaixou a cabeça, descansando o queixo em seu ombro. Ela não se afastou desta vez, mas em vez disso, ela inclinou a cabeça para trás, apoiando-a no ombro dele.
— Você sente minha falta. — Ele murmurou ao lado de sua orelha, plantando um beijo na lateral de seu pescoço.
— Não se gabe. Eu... Não.
Ele sorriu, mais para si mesmo do que para ela. — A maneira como sua voz quebrou sugere o contrário.
Ela levantou a cabeça e se virou; ele se levantou e olhou para ela enquanto eles estavam ridiculamente próximos um do outro. — Vê isto? — Ela disse, apontando para os olhos, — Eles estão-
— Lindos.
— Exaustos. — Ela revirou os olhos para o sorriso presunçoso dele, — Eles estão exaustos, e eu mal consigo abri-los. Eu preciso dormir. E eu, uma pessoa com problemas para dormir, dizendo que preciso dormir? Isso é sério.
Ele não parecia ouvi-la, no entanto. Ele estava prestes a beijá-la para fazê-la parar de divagar, mas ela reagiu rápido e tapou a boca com a mão. Ele riu através de sua mão com os olhos sorrindo preguiçosamente para ela.
— Mark. — Ela avisou.
Ele tirou a mão dela de seu rosto e deu um beijo suave nas costas de sua mão. — Você é impossível, Laurie.
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