016
CAPÍTULO DEZESSEIS
aparentemente, eles são amigos.
3ª temporada, episódio 14
[TW: violência]
———— ✦ ————
— DROGA, EU PENSEI que você fosse um paciente! — Izzie gritou. Norah, que acabara de passar pelas portas da recém-inaugurada Clínica Memorial Denny Duquette, se assustou um pouco.
— Uh... Estou bem e saudável, obrigada. — Ela franziu a testa, vendo seus colegas internos, vagando e olhando ao redor. — Bem, fisicamente, pelo menos. Mentalmente, eu poderia ser um desastre.
— Lawrence, você está atrasada. — Bailey brincou.
— Desculpe por isso, Dra. Bailey, meu pneu furou... Mas eu sei que estou atrasada, mas não estou, estou? Quero dizer... — Ela gesticulou para a clínica notavelmente vazia, — Sem ofensa para a pessoa que pagou por este lugar, mas onde estão os pacientes?
— Os pacientes estarão aqui. — Assegurou a residente, — Em breve.
— Estou vigiando a porta. — Acrescentou Izzie ansiosamente enquanto seus olhos continuavam a ficar grudados nas portas.
Norah foi se juntar a Cristina e Alex, que estavam se familiarizando com o protocolo da vacina contra a gripe. Os dois internos gemeram enquanto discutiam sobre uma cirurgia cardiotorácica que Alex foi escolhido para esfregar em vez de Cristina. A última olhou para ele incrédulo enquanto o primeiro sorriu presunçosamente para ela.
— Eu tenho uma cirurgia uma vez na vida antes do meio-dia. — Mark se arrastou por trás, — Se você quiser se esfregar, você pode sair deste lugar.
— Eu! Dr. Sloan, eu quero entrar! — Alex atirou o braço no ar.
— Oh, não, não, não. Ele tem uma translocação de válvula pulmonar sem sangue com Burke. — Cristina interrompeu. — Eu quero entrar.
Norah ergueu a sobrancelha para os dois estagiários ansiosos antes de se virar para sorrir para o atendente. — Faça a sua escolha, Dr. Sloan.
Mark revirou os olhos e acabou não escolhendo nenhum dos estagiários enquanto Norah ria. Ela caminhou para o outro lado da clínica e se certificou de que Bailey não estava olhando antes de se sentar em uma das camas.
— Eu não entendo por que você se recusa a trabalhar com plásticos. — Ele afirmou parando na frente dela. — O plástico é divertido, muda a vida das pessoas... E paga muito bem.
— Eu não tenho interesse nisso. Não adianta escolher um caminho que eu não goste. — Ela deu de ombros. — E eu não me recuso a fazê-lo, apenas prefiro não fazê-lo.
O cirurgião plástico estreitou os olhos com as palavras dela. — Então, eu poderia colocar você no meu serviço?
— Eu sou uma maldita estagiária, Sloan.
— Bem, eu vou colocar você em plásticos pelo resto do mês. — Ele sorriu, ganhando um chute na canela da estagiária, que estava balançando as pernas na cama da clínica. — Ai-
— Nós nos casamos em Vegas! — Uma voz gritou orgulhosamente. Norah se virou para olhar para George parado nas portas com Callie ao lado dele. Todos os outros também pararam o que estavam fazendo e examinaram o casal. — Estamos casados! — George exclamou e segurou a mão de Callie na sua.
A sala ainda estava em completo silêncio enquanto todos estavam processando a informação lançada a eles do nada - eles estavam sem palavras.
— Parabéns, George, Callie. — Norah falou enquanto se aproximava para dar um abraço nos dois. — Isso é brilhante!
Alex riu, — Cara, ela é Callie O'Malley.
★
— Dr. Sloan! Algum paciente aqui que eu possa levar para a Clínica? — Norah perguntou, correndo até o atendente no pronto-socorro. — A clínica parece muito deprimente, e é o dia aberto.
Mark olhou ao redor antes de apontar para uma jovem no canto. — Ali. Ela estava tossindo e vomitando. — Afirmou. — Parece um ajuste para a clínica gratuita para mim.
— Obrigado! — Ela sorriu e saiu correndo novamente. Seu olhar a seguiu enquanto ela se apressava para a mulher, balançando a cabeça em sua excitação.
Addison olhou para os dois com curiosidade enquanto se aproximava do cirurgião plástico. — Então, você está dormindo com estagiários agora? — Ela perguntou antes de levantar as mãos em defesa. — Não que seja da minha conta, mas, ela?
— Eu não vou dormir com ela. — Mark afirmou, virando-se para a mulher ruiva, que parecia genuinamente surpresa. — Somos amigos.
Addison levantou uma sobrancelha para ele, não acreditando em suas palavras. — Mark, você não tem amigos que não acabam na cama com você. — Afirmou ela.
— Ai. Mas, não. Ela é diferente... Nós somos apenas amigos. — Ele deu de ombros, — Estritamente amigos - as palavras dela. — Eles observaram a estagiária, que agora estava empurrando a senhora para fora do pronto-socorro, e para a clínica bem em frente ao compartimento das ambulâncias.
Addison não acreditou em uma palavra que Mark disse pela forma como o canto de sua boca se ergueu enquanto olhava para a estagiária. — Oh meu Deus... Você está se apaixonando por ela!
— O que? Não, eu não estou. — Ele estalou a cabeça para ela, cruzando os braços sobre o peito. — Eu te disse, Laur- Lawrence... E eu... Somos apenas amigos.
A cirurgiã neonatal assentiu lentamente enquanto o cirurgião plástico se afastava dela apressadamente.
★
— Dra. Bailey, eu peguei um paciente do pronto-socorro. — Norah anunciou ao entrar na Clínica. — Tosse e vômito, queixa de tontura leve. Onde a coloco?
Os olhos de Bailey pareceram brilhar um pouco, e ela apontou para uma das camas. — Bem ali. Cama 4.
Norah empurrou a mulher e a ajudou a se deitar enquanto Bailey a examinava. Do outro lado da cama, George estava enrolado em uma bola, e ele estava tremendo e suando profusamente. — Cara, o que aconteceu com você?
— Estou doente. — George ofegou, — Meu corpo dói... E minha boca está seca.
— Você quer água?
Ele balançou sua cabeça. — Dói demais para beber.
— Tudo bem... Você pode... Você deveria ir para casa, O'Malley. — Bailey falou da cama ao lado deles. — Claramente, tudo o que você tem é contagioso.
A cabeça de George se animou um pouco ao ver a senhora que caiu em outra cama. — Você não é do laboratório? — Ele perguntou.
— Sim, eu me sinto um lixo.
— É a senhora que você deu o sangue de Marina? — George perguntou a Olivia, e a enfermeira assentiu. — E todos vocês se sentem trêmulos e enjoados?
— É horrível.
George engasgou, — Ela é tóxica.
— Callie, sim, — Olivia falou, — muitos de nós se sentem assim.
— É o sangue do paciente que é tóxico, pelo amor de Deus. — Norah lançou à enfermeira um olhar sem graça. — Está deixando todos vocês doentes.
— O chefe começou, uh, a operação de Marina?
— Eles estavam empurrando-a para cima quando eu desci.
— Qual é a extensão para OR 1? — George perguntou sem fôlego.
— Eu vou correr. — Notificou Norah e imediatamente partiu para o hospital.
★
— Como é lá embaixo? — Norah perguntou ao entrar na galeria do OR 1, onde Derek e Burke estavam vestidos e estavam trabalhando no paciente com sangue neurotóxico.
— O chefe descobriu que o anestesista não teve tempo de colocar um tubo NG. Então agora eles têm que colocar um e descomprimir e reembalar seus intestinos e fechar. — Respondeu Meredith. — E eles estão prestes a ficar sem ar.
— Nada como um pouco de adrenalina com risco de vida, hein? — Norah comentou, e os internos olharam para ela. — Ou não?
Webber pegou o microfone na galeria e falou com os atendentes na sala de cirurgia. — Preston, você vai precisar ordenhar o intestino para tirar o excesso de líquido, — Ele instruiu, — embale-a e envolva-a e leve-a para o transporte.
— Como está George? — Perguntou Meredith.
— Medicamente, ele está bem. Emocionalmente, ele está um pouco atrofiado se você me perguntar. — Izzie deu de ombros com uma risada leve para seu comentário sarcástico. — Você não se casa com a garota rebote, estou certo?
— Você não casa com ninguém por capricho. — Corrigiu Cristina.
— Ele precisa do nosso apoio. — Afirmou Meredith.
— Ele não precisa de nós. — Afirmou Izzie. — Ele tem sua esposa no show de Las Vegas.
— Quem é você para julgar a vida amorosa dele? — Norah balançou a cabeça enquanto se virava para a loira, — Tipo, sério, você?
Izzie estava prestes a responder quando Mark falou ao lado do grupo. — Chefe, eles estão em 32 minutos. Você tem que retirá-los.
— Como você está no ar? — Webber perguntou pelo alto-falante.
No entanto, antes que os atendentes pudessem responder, eles desmaiaram na sala de cirurgia, um após o outro. Os seis cirurgiões na galeria pularam de seus assentos de forma alarmante.
— Isso é... Alguma coisa. — Norah murmurou para si mesma baixinho.
★
— Ok, controle de danos. Ainda temos que embalá-la e embrulhá-la para que ela fique estável para o transporte. Trabalhamos em turnos. Um médico de cada vez, ninguém fica por mais de 20 segundos. — Instruiu Webber e levantou a cabeça. para o atendente, — Dr. Sloan, você quer ir primeiro?
— Eu não vou entrar lá. — Afirmou Mark. Os quatro internos, que foram lavados, vestidos e enluvados, viraram a cabeça para ele. — Seria irresponsável que o restante do atendimento saudável se expusesse à neurotoxina, — explicou ele, — uma neurotoxina cujos efeitos a longo prazo ainda desconhecemos ... Então, vou ficar aqui.
— Covarde. — Murmurou Norah, e o atendente baixou os olhos para ela. — Eu costumava prender a respiração debaixo d'água como um jogo, — Afirmou ela, levantando a mão no ar, — derrotei meu irmão, que era um bom nadador.
— Ok, você está dentro, Dra. Lawrence. — Webber assentiu. — Vamos colocá-la mascarada. Lawrence, você vai molhar as almofadas do colo e embalar a cavidade.
Mark amarrou a grossa máscara cirúrgica em seu rosto antes de ajudá-la a colocar os óculos. — Tenha cuidado. — Ele sussurrou para ela.
— Sim, sim... Não se preocupe comigo. — Ela murmurou e pegou as almofadas de colo ao lado da pia.
Ele ergueu o queixo dela para que ela estivesse olhando para ele, seu movimento rápido, mas suave; seus olhos azuis brilhantes olharam solenemente em seus olhos cor de avelã. — 20 segundos. — Ele lembrou antes de empurrar a cabeça para a sala de cirurgia, — Vá.
Norah correu para a sala de cirurgia e mergulhou as almofadas de colo em uma tigela de solução salina; ela podia sentir a frieza do líquido em suas mãos. Ela rapidamente colocou as almofadas de colo no abdômen do paciente, depois se certificou de que não havia espaços entre os intestinos.
Embora seu movimento fosse rápido e afiado, ela começou a se sentir tensa.
Ela se certificou de que a cavidade estava devidamente embalada, verificando mais uma vez antes que o ar saísse - isso foi até seus olhos encontrarem sua mão.
Vermelho.
Sua mente parecia confusa mais uma vez, e ela estava à beira de congelar no local. Ela olhou para sua mão que estava coberta com o sangue do paciente. Não é meu sangue... Não é meu sangue... Não é meu sangue.
— Lawrence, saia daí! — Mark gritou pela janela, fazendo com que a estagiária voltasse a si mesma. Ela correu para fora da sala, sentindo-se enjoada e sem fôlego.
— Eu consegui... Consegui tapar o ferimento. — Norah ofegou enquanto tirava a máscara do rosto; Webber já havia começado a dar instruções ao próximo estagiário. Seus olhos vagaram involuntariamente para a luva de sua mão. Respingos vermelhos claros, líquido brilhante; ela sentiu.
E então, a luva ensanguentada em sua mão foi arrancada, e Mark cobriu a máscara de oxigênio em seu rosto. Ele não disse uma palavra, mas ela sabia que ele estava ciente de seu pânico.
★
Todos os cirurgiões que entraram na sala de cirurgia e tiveram contato com o paciente neurotóxico estavam agora sentados no pronto-socorro respirando através de máscaras de oxigênio. Alguns pareciam cansados, e alguns pareciam bem.
Norah, no entanto, parecia em branco enquanto olhava para seus sapatos enquanto respirava através da máscara de oxigênio. A cena na sala de cirurgia se repetiu em sua cabeça, como ela poderia facilmente ter desmaiado se tivesse congelado lá por mais tempo do que ficou.
— Como vocês estão? — George perguntou enquanto se aproximava do grupo de estagiários.
— Estamos bem. — Respondeu Meredith.
— Tão bom quanto alguém pode ser depois de ser exposto à neurotoxina. — Acrescentou Norah sombriamente.
— Ok, isso é ótimo então. — George sorriu, — Algum de vocês viu Callie?
Eles balançaram a cabeça. — Provavelmente em algum lugar pensando que não era a melhor ideia fugir. — Izzie riu, e seu rosto ficou amargo.
— Que diabos está errado com você? — Norah perguntou através da máscara: — Só porque seu relacionamento teve um final trágico não significa que você pode destruir o de todos os outros.
— Ok, você sabe o que? Cansei de coexistir! — Izzie gritou e pulou da cama. Ela caminhou em direção à morena a algumas camas de distância; Meredith tentou impedi-la, mas a estagiária zangada simplesmente a dispensou. — Por que você tem um problema tão grande comigo?
Norah olhou ao redor deles, onde quase todo mundo no pronto-socorro estava olhando para eles. Ela balançou a cabeça e suspirou, — Nós não vamos fazer isso aqui.
— Ah, pode apostar que sim. — Izzie brincou enquanto tirava a
máscara.
— Stevens! Lawrence! — Bailey avisou, mas nenhum deles
ouviu.
— Tudo bem, então. — Norah suspirou. — Todo mundo tem um problema com você - é só que ninguém tem coragem de falar. Minha opinião pessoal? Você nunca deveria ter sido autorizado a voltar a este programa.
— Isso vem de você? — Izzie zombou. — Você congelou na sala de cirurgia, Lawrence - você acha que não notamos isso?
Os olhos de Norah se voltaram para ela, e ela viu algumas enfermeiras sussurrando umas para as outras. Ah, vamos lá, então. Ela lentamente tirou a máscara do rosto e se levantou - bem na frente da estagiária loira. — Você quer me dizer alguma coisa? Fale. — Ela disse calmamente, olhando diretamente nos olhos da outra.
— Alguém vai detê-las? — Addison perguntou através de sua máscara.
— Não, deixe-as em paz. Estamos muito cansados para interferir. — Respondeu Derek. — Além disso, eu gostaria de ver como isso acaba.
— Você me odeia. Você me detesta! — Izzie cuspiu.
— Isso é o suficiente.
— Você... Por quê? — A loira exigiu. — Denny morreu. O amor da minha vida morreu. E você? Eu não fiz nada para você.
— Eu levei um tiro por sua causa! — Norah interrompeu penetrantemente.
Izzie olhou para ela incrédula. — Bem, eu não atirei em você! O estúpido atirador atirou!
— Não, não, não... — Norah balançou a cabeça, — Por causa de você e sua patética vida amorosa, colocando em risco a vida de um paciente - tecnicamente uma tentativa de assassinato, veja bem - o que me levou a-
— Você estava no lugar errado na hora errada! — Izzie se defendeu. — Foi Burke quem colocou você naquela ambulância! — Tanto Burke quanto Cristina arregalaram os olhos com sua declaração de defesa. — Eu não-
— Oh, pelo amor de Deus - você simplesmente não assumiria a culpa, não é? — Norah zombou com um sorriso fraco no rosto enquanto balançava a cabeça, impotente. Ela deu um passo para mais perto da outra mulher, o poço de raiva em seu estômago já chegando ao ponto de ebulição, mas ela repetidamente se forçou a se acalmar.
— Eu gostaria que você fosse a pessoa que levasse um tiro em vez de mim, — ela falou lentamente antes de revirar os olhos, — .as você vivendo sua vida patética atual não parece uma ideia tão ruim para mim.
— Ok, isso é o suficiente agora. Vocês duas! — Bailey interveio novamente enquanto caminhava até as duas estagiárias. Norah se virou, balançando a cabeça enquanto se afastava.
— E você? — Izzie de repente falou de novo enquanto corria em direção à morena, — Mamãe te abandonou antes mesmo que você pudesse segurar sua garrafa. Isso não é patético também? —
O pronto-socorro ficou em silêncio; até Bailey parou em seu lugar.
Ela tinha pisado muito além da porra da linha, Norah pensou enquanto seus olhos se contraíam.
Ela sempre ficava nervosa sempre que trabalhava com a estagiária loira, mas aprendera que brigas e discussões não valiam a pena. Então ela sempre escolheu respirar fundo e ir embora sempre que tinha vontade de usá-la como um saco de pancadas.
E até agora estava funcionando.
Até aqui.
Norah não pôde deixar de soltar uma risada amarga com as palavras da outra. Ela se virou lentamente para Izzie, que estava bem atrás dela. Ela inclinou a cabeça para o lado enquanto estudava a expressão da loira; sem vergonha, sem arrependimento - ela quis dizer o que disse, e isso a enfureceu ainda mais.
— Você terminou? — Ela questionou em uma voz baixa e cuidadosa.
— Sim... Eu terminei.
Ela assentiu lentamente enquanto todos os olhos ainda estavam sobre elas, um sorriso rastejando em seus lábios.
— Oh, isso é ruim. — Derek murmurou baixinho enquanto tentava se levantar.
— Bom.
E no segundo seguinte, seu punho colidiu com a mandíbula da outra.
As pessoas engasgaram em choque. Norah fez uma careta para a mulher no chão, que já estava sangrando - de onde, ela não se incomodou. Ela a arrastou para cima e a esmagou contra a parede. Mas antes que ela pudesse dar outro golpe nela, seu braço foi pego por outro.
Os olhos cheios de ressentimento de Norah encontraram um par de olhos suaves. — Sloan, eu juro pela porra de deus-
Antes que ela pudesse terminar sua frase, Mark a pegou e a arrastou para longe da outra estagiária. Ele a deixou cair na cama mais próxima e usou seu corpo para protegê-la dos olhares intrometidos das outras pessoas.
— Escute... Por mais que eu goste de ver você batendo nela, você não quer jogar fora sua carreira médica. — Ele falou em voz baixa, — O que ela disse foi muito além do limite, mas não desperdice sua energia com ela. Ela não vale sua energia, Laurie.
Ela tentou se levantar novamente, mas ele a empurrou de volta para a cama. Sua raiva pareceu se dissolver sob seu olhar, e ela finalmente cedeu. — Tá bom.
— Ok. — Mark assentiu e passou a máscara de oxigênio de volta para ela. — Vamos verificar sua mão enquanto eles... — Ele olhou por cima do ombro para espiar a outra estagiário, — Tentam salvar esse rosto.
Todos assistiram enquanto a estagiária seguia o atendente em uma das salas. — Isso foi doentio. — Afirmou Alex, divertido enquanto George assentiu; Meredith ficou chocada, e Cristina agradeceu silenciosamente por fazer isso.
Os atendentes, no entanto, estavam mais curiosos sobre toda a interação de Mark e Norah.
— Como Mark conseguiu que Norah se acalmasse? — Derek questionou, estreitando os olhos para o par que tinha acabado de entrar em uma das salas de exame.
Addison abaixou a máscara. — Aparentemente, eles são amigos.
— Mark não tem amigos.
— Foi o que eu disse.
★
— Felizmente para você, sua mão vai ficar bem. — Callie informou enquanto cortava o raio-X na luz. — Parabéns, e obrigada. — Ela acrescentou a última parte com um sussurro.
Norah assentiu quando a residente de ortopedia saiu da sala, e Bailey entrou com um olhar furioso no rosto. O rosto da estagiária caiu com a visão da residente de aparência muito assassina, que estava olhando punhais para ela.
— Você tinha que socá-la? — Perguntou Bailey.
— Sim, e me senti brilhante. — Respondeu Norah. — Além disso, eu não estou pedindo desculpas por isso. Ela mereceu!
A residente a encarou por um longo tempo antes de soltar um suspiro. — Eu não disse que ela não merecia. — Disse Bailey, e Norah sorriu. — Dr. Sloan, a mandíbula de Stevens pode ter se deslocado. Você poderia-
— Há outros plásticos atendendo neste hospital, Dra. Bailey. — Mark a cortou enquanto limpava os hematomas leves nos nós dos dedos da interna.
— Ela vai ficar bem. — Norah falou.
— Ela disse que sua mandíbula se deslocou.
— Ela acha que está deslocado. — Ela corrigiu. — Nada está quebrado, mas vai doer como se estivessem. — A residente e o atendente lhe deram olhares curiosos, nos quais ela deu de ombros em resposta. — O quê? Eu mirei bem.
Mark fez uma pequena careta. — Lembre-me de nunca irritá-la.
Bailey foi até a estagiária. — Você está tirando um dia de folga. — Informou a primeira, — E antes de dizer qualquer coisa, você não descansou desde o bombardeio e o tiroteio.
— Tive dias de folga depois dos dois eventos. — Argumentou Norah.
— Esses eram para seus ferimentos - é diferente. — Bailey retrucou. — Você vai tirar o dia de folga amanhã. Fique em casa e descanse sua mão, e não faça nada estúpido.
— Pode ser depois de amanhã? — Norah perguntou antes de Bailey ir embora. — Eu tenho, uh, alguém visitando Seattle depois de amanhã, então-
— Tire os dois dias de folga.
— O que-
— Fim de discussão. — Bailey a interrompeu e saiu, deixando a estagiária resmungando e o atendente divertido na sala.
— Isso foi quente. — Mark falou.
Norah franziu a testa para ele. — Discutindo com Bailey?
— Não, por dar um soco em Stevens. — Ele afirmou enquanto gentilmente virava a mão dela. — Mas há uma coisa que ela disse que é verdade. Você congelou na sala de cirurgia. — Ela ergueu os olhos para ele, mas não respondeu. — Mão sangrenta, não foi?
— Sim, é só que... A imagem da minha mão coberta com meu próprio sangue está me assombrando. — Ela balançou a cabeça com um suspiro. — Se eu não consigo me recompor, se eu só consigo congelar quando vejo minha mão coberta de vermelho... E-eu não sei... Talvez eu não seja a pessoa certa para este trabalho-
— Não diga isso. — Ele interrompeu enquanto colocava as ferramentas em suas mãos. — Você é a melhor do seu ano - você deveria saber disso.
Norah balançou a cabeça com um sorriso fraco. — Noites inquietas. — Ela notou. — E-eu mal consigo dormir o suficiente à noite... Porque acabo sonhando com o tiroteio ou com o bombardeio... É uma tortura.
Ele observou como os olhos dela se encheram lentamente com uma mistura de medo e dor com a menção de seus pesadelos; ele sentiu seu peito cair ao vê-la. Seus olhos claros aparentemente ficaram escuros, olhando para um vazio de nada.
O sentimento confuso dentro dele cresceu, e ele não queria nada mais do que abraçá-la com força em seus braços e sussurrar palavras de conforto para ela, mas por quê?
Vê-la perdendo a confiança em si mesma fez seu coração afundar.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro