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009

CAPÍTULO NOVE
transplante de coração deu errado.

2ª temporada, episódio 25

[TW: tiro]

———— ————

POR QUE ESTÃO todos no corredor? — Meredith questionou enquanto ela amarrava o cabelo.

— Transbordamento do pronto-socorro.

— Um cara foi desonesto e atirou em um restaurante. — Norah balançou a cabeça com a menção disso.

— Ouvi dizer que ele fugiu. — Acrescentou George.

O pronto-socorro estava inundado de pacientes; até os corredores estavam cheios de macas alinhadas contra as paredes. Internos e residentes estavam ocupados atendendo pacientes necessitados; enfermeiras corriam por aí pegando medicamentos e ferramentas. O lugar estava em completo caos.

Norah tinha acabado de suturar o braço de uma garotinha, onde a menina mordeu o lábio inferior e não soltou um grito durante todo o processo. A estagiária a recompensou com alguns doces, e os pais da menina agradeceram enquanto eles próprios estavam sendo tratados em uma sala de trauma.

Quando Burke passou pela sala de trauma, a caixa térmica em sua mão chamou sua atenção. Ela reconheceu imediatamente - transplante. Ela imediatamente arrancou as luvas e o alcançou, ansiosamente querendo se juntar a um caso de transplante e depois de ficar presa no pronto-socorro.

— Esqueça, Karev. Eu já perguntei. — Cristina gemeu quando Alex também notou Burke, que estava saindo do pronto-socorro. Ela viu Norah, que seguia atrás dele, se desculpando entre os muitos funcionários do pronto-socorro. — Espere, querida, você também não-

Alex não hesitou em correr atrás de Burke, e Cristina seguiu o exemplo. Ela gemeu para seus dois amigos, que estavam desesperados para participar da cirurgia cardiotorácica. — Não vai acontecer!

Os três estagiários foram até o telhado, onde Burke acabara de entrar no helicóptero.

— Dr. Burke! — Norah gritou, caminhando até o helicóptero sob o vento forte.

— Ouvi dizer que você estava recebendo um coração. — Observou Alex.  — Posso... — Ele parou e olhou para Norah. — Podemos ir com você?

— Eu perguntei primeiro! — Cristina zombou.

— Vocês dois não receberam nenhum caso de tiro? — Burke questionou.

— Bem, sim, mas se você tivesse me colocado nisso quando eu pedi, eu estaria livre.

— Eu não, — Norah levantou a mão,  — não tenho nada designado. Estou livre.

— Não, ela faz suturas maravilhosas. — Cristina interrompeu sem graça.  — E ele está no esquadrão gynie!

— Não se você me colocar neste transplante. — Afirmou Alex com firmeza.  — Por favor.

O atendente cedeu com um suspiro.  — Lawrence, Karev, vamos.

— Você não pode estar falando sério. — Cristina olhou para ele incrédula. Os rostos dos outros dois estagiários brilharam enquanto eles subiam rapidamente no helicóptero.

— Whoo! Vejo você mais tarde, Yang. Whoo!

— Desculpe, Cristina - divirta-se!

A porta se fechou atrás deles, e os dois estagiários apertaram o cinto em seus assentos. Logo, o helicóptero começou a partir do telhado do hospital. Norah olhou pela janela para ver Cristina olhando para eles enquanto decolavam.

— Então, quem é o paciente sortudo? — Alex perguntou.

Denny Duquette.

Os olhos de Norah se arregalaram um pouco antes que ela olhasse para seu colega estagiário - Alex parecia doente.

— O que diabos aconteceu com meu doador? — Burke exigiu aos cirurgiões assim que os três correram para a sala de cirurgia.

— Ele entrou em v-fib.

— Eu posso ver isso. Dê-me os remos. Lawrence, assuma as compressões! — Burke instruiu, e Norah imediatamente entrou em ação.  — Você deu epi?

— Três rodadas e o chocou duas vezes.

— Vou acertá-lo novamente em 360. — Anunciou,  — Limpar! — Norah tirou as mãos do peito do homem e todos deram um passo para trás. Burke o chocou, mas o monitor cardíaco emitiu um bipe contínuo.  — Ele é assistólico.

— Eu não entendo. — Alex franziu a testa.  — Quero dizer, se o cara já está morto-

— E agora seu coração se juntou ao resto dele. — Confirmou Burke.

— Não podemos usá-lo. — Norah balançou a cabeça.

— Não, não podemos. O músculo está morto. O coração é inútil. — Burke ficou parado por um momento, olhando para o monitor cardíaco... Antes de sair correndo da sala de cirurgia.

— Dr. Burke! — Alex gritou, mas o atendente já tinha ido embora. Ele olhou para Norah, que estava tão confusa quanto ele, e os dois saíram correndo atrás do atendente.

O grupo de cirurgiões estava sentado na sala de reuniões, esperando ansiosamente pela resposta de UNOS sobre a lista de transplantes.  — Seu cara está em um LVAD? Ele provavelmente está de pé e andando por aí. — Erica Hahn zombou. — Meu cara ainda precisa de seu gotejamento de dobutamina.

— Isso é o melhor que você pode fazer? — Burke argumentou de volta: — Ele pode escalar o Monte Shasta em um gotejamento de dobutamina.

A partir desta manhã, — o homem ao telefone falou, chamando a atenção dos cirurgiões, — o paciente da Dra. Hahn estava 22 centésimos de ponto à frente.

— Isso é basicamente um empate. — Observou Burke com as sobrancelhas franzidas.

Exceto que o paciente da Dra. Hahn foi admitido no programa de transplante antes do Sr. Duquette.

Os cirurgiões na sala de conferências estavam quietos, e vários sorrisos triunfantes vinham da equipe do Mercy West Hospital. — Quanto tempo antes? — Perguntou Burke.

17 segundos.

— Do que você está falando, Izzie? — Denny questionou, confuso com as palavras da loira.

— Para você ter o coração, você teria que piorar. Muito. — Izzie tentou explicar.  — E você teria que fazer isso muito rapidamente.

— Bem, eu não vejo isso acontecendo. — Ele franziu as sobrancelhas para ela, — Você vê isso acontecendo?

— Eu vou fazer isso acontecer.

Quando Izzie foi fechar as persianas do quarto, Denny sentiu uma onda de pânico crescendo em seu peito. Ele tentou convencer Izzie a não fazer algo estúpido que pudesse arruinar sua carreira médica, mas ela não estava ouvindo. Eles estavam brigando; gritos foram trocados e lágrimas foram derramadas.

— Eu não estou dizendo que ele não merece este coração. Tenho certeza que ele merece. Mas você também. Você também! — Izzie ofegou. — E se você me disser mais alguma porcaria sobre ir em direção à luz ou olhar para mim do céu, eu juro que vou te matar, agora mesmo.

— Izzie, eu vou ficar bem. — Denny olhou em seus olhos, — Tudo bem? Você não precisa se preocupar.

Izzie balançou a cabeça e soltou uma risada seca.  — E eu? — Ela gritou, — E eu quando você for para a luz?

— Izzie-

— Não! Eu entendo, ok? Eu entendo. — Ela gritou enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto, — Você vai ficar bem, você vai ficar bem, mas e eu? Então não faça isso por você mesmo. Faça isso por mim! — A voz da loira falhou, — Por favor! Por favor, Denny! Por favor, faça isso por mim! Porque se você morrer- Oh Deus, você tem que fazer isso. Você tem que fazer isso por mim, ou eu nunca serei capaz de perdoar você!

Denny olhou para ela sem expressão. — Por... Morrer?

— Não! Por me fazer te amar! — A estagiária gritou entre soluços. — Por favor! Por favor, faça isso por mim-

— Venha aqui. — Denny murmurou enquanto puxava Izzie em sua cama. Ela ainda estava chorando histericamente - implorando - implorando ao homem para pegar o coração do doador para si. Ela descansou a cabeça em seu ombro, ainda implorando e chorando enquanto ele a abraçava com força.

— Ok... Ok, eu vou fazer isso.

— De acordo com minha interna, Denny Duquette está com edema pulmonar. — Burke notificou ao entrar na sala de cirurgia depois de falar ao telefone com Izzie.  — Ele foi intubado e colocado em várias gotas intravenosas.

Norah e Alex trocaram um olhar questionador. Eles tinham acabado de ver o cara de manhã durante as rondas, e podiam jurar que ele parecia bem, não alguém que poderia desenvolver edema pulmonar em poucas horas.

— Então, Preston fica com o coração. Ótimo, vamos abrir esse cara.

No entanto, — Burke interveio secamente,  — dada esta situação incomum e por respeito a Dra. Hahn, eu gostaria de confirmar esses resultados.

— Você acabou de fazer. — Afirmou Alex, sem saber o que estava acontecendo.

Pessoalmente. — Burke especificou. Norah notou o olhar estranho em seu rosto, que lhe deu a sensação de que algo estava muito, muito errado.  — Quero confirmar pessoalmente.

— Você está brincando? Quando você chegar lá, será mais uma hora. — Hahn zombou, olhando para o outro atendente. — O que você está fazendo, Burke? Por que você não fala com seu chefe? Confirme os resultados com ele.

— Houve um tiroteio hoje, em um restaurante. — Norah falou, e Hahn se virou para olhar para ela. — Nosso pronto-socorro e corredores estão inundados. Todos os atendentes disponíveis, de plantão ou não, foram chamados para cirurgia.

Será que ela exagerou na situação? Talvez um pouco.

— Exatamente. — Burked assentiu. — Agora, se você preferir, eu posso ligar para a UNOS e pedir que eles me deem o coração. Ou posso ir e ter certeza de que ele realmente pertence a mim.

Hahn olhou para o homem na mesa antes de suspirar: — Vá.

Burke, Norah e Alex tinham acabado de sair da sala de cirurgia quando o atendente parou e se virou para os dois, sussurrando em voz baixa para que ninguém mais pudesse ouvi-los. — Vou voltar para o Seattle Grace. — Ele informou, — Karev, fique aqui e proteja meu coração. Se aquela mulher olhar para um bisturi, ataque-a.

— Lawrence é o kickboxer aqui. — Afirmou Alex, mas Burke não achou graça.

— Você entendeu?

— Sim, senhor. — Ele assentiu.

— Lawrence, eu quero que você me siga de volta ao hospital.

Uma pontada de calafrios percorreu sua espinha - um que era familiar, mas sem importância naquele exato momento.

— Tudo bem.

Tiros tocaram nos ouvidos de todos quando eles se assustaram e imediatamente se abaixaram por instinto. O medo encheu seus olhos e peito, mais uma vez. Os pacientes no pronto-socorro mal recuperaram o fôlego do incidente da manhã e agora o som assombroso voltou.

As pessoas estavam gritando. A tensão e o suspense foram às alturas.

— O-o que foi isso? Foram tiros? — Bailey questionou em descrença. Sem perder mais um segundo, ela correu em direção à fonte do som, que veio de fora do pronto-socorro, com alguns outros médicos seguindo atrás dela.

A residente encontrou dois homens caídos no chão. Mas quando ela verificou seus pescoços em busca de pulso, não havia nenhum - eles estavam mortos.

— Dr. Burke! — Ela ouviu uma voz familiar gritar a uma pequena distância. Ela se virou para o som e viu Norah agachada ao lado de outro corpo - este com uniforme azul-marinho.

— Lawrence! — Ela gritou, mas a estagiária não pareceu ouvi-la. Arrepios percorreram o pescoço da residente quando ela se aproximou urgentemente dos dois, percebendo que Burke havia caído no chão com sangue escorrendo de seu ombro, e Norah ainda estava em choque.

Bailey se ajoelhou em frente a estagiária e pressionou as mãos no ferimento de Burke. — Eu preciso de ajuda! — Ela gritou com urgência.

A espera por uma maca para alcançá-los parecia uma eternidade. Com a ajuda de algumas enfermeiras, eles conseguiram carregar o atendente em cima dele, levando-o para o pronto-socorro sem perder mais tempo.

Ela estava gritando qualquer status que pudesse fornecer sobre Burke quando eles entraram no pronto-socorro. Ela percebeu que o espaço ao lado dela estava vazio; Norah não estava lá.

Bailey virou a cabeça em várias direções para procurar sua estagiária, rezando silenciosamente para que ela tivesse ido fazer um check-up. Mas quando seus olhos encontraram os da estagiária, seu rosto ficou preocupado.

Norah estava parada bem atrás das portas do pronto-socorro, seu peito subindo e descendo em um ritmo irregular. Seu rosto ficou branco, como se ela tivesse visto um fantasma; gotas de suor escorriam de sua testa.

Bailey correu até ela enquanto tentava acalmar a estagiária.  — Lawrence, respire. — Ela falou. — Apenas... — Suas palavras foram cortadas quando seus olhos encontraram a blusa da estagiária. Outro conjunto de calafrios percorreu sua espinha enquanto arrepios cresciam em sua pele.

— Norah... — A residente começou trêmula,  — Você foi baleada.

— O que... O que?

— Eu preciso de uma maca aqui! — Bailey gritou enquanto segurava a morena. — Agora! Agora! Imediatamente! Uma estagiária foi baleada!

Norah agarrou o braço da residente enquanto a primeira deslizava lentamente para o chão. Bailey podia sentir o aperto em seu braço afrouxando lentamente enquanto a interna entrava e saía da consciência - suas palavras foram suficientes para assombrá-la por um longo tempo.

Dra... Bailey?

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