O36. elle | vinnie
Talvez eu esteja me sentindo culpada pelos pensamentos que pairam por toda a minha cabeça. Não sei, mas, estar vendo o Vinnie e a London juntos, como se tivesse tido um meio de final de semana perfeito, me faz sentir estranha e ter pensamentos maldosos.
Mas ela é a minha melhor amiga… ela não se envolveria com um cara que fiquei. Se envolveria? Prefiro acreditar que não.
— O que vocês estão fazendo juntos? — pergunto receosa, enquanto me aproximo da entrada do prédio.
— Eu que te pergunto, né!? — ele diz ríspido, olhando para o Jordan, que está ao meu lado.
Ele está com raiva. O seu semblante entrega, junto com o punho fechado e dá claramente para ver suas veias querendo estourar.
— Amiga, você está bem? Estamos preocupados e te mandando mensagem desde ontem. — London diz, mas não respondo.
Juntos? Desde ontem? Não é possível.
Meu coração palpita. Ainda mais.
Meu olhar volta para Vinnie, olhando sem acreditar no que acabei de ouvir. Sem acreditar no que acabei de pensar.
Vinnie não fez isso.
— Não acredito que você me deixou na mão pra sair com esse babaca. — fala e eu arregalo os olhos. — Caralho, Elle! — penteia os cabelos pra trás com os dedos. — Você é uma idiota! — seu corpo se aproxima do meu, deixando nossos rostos quase grudados.
— Quem você pensa que é pra falar comigo desse jeito? — altero o tom de voz. — O único idiota aqui é você. — o empurrei para longe de mim.
— Sou um idiota mesmo! Um idiota por ficar preocupado com você e passar a porra do dia e noite toda te mandando mensagens. — continua com o tom rude. — Eu sou um idiota que enquanto eu queria estar com você, você estava com o merda do seu ex namorado.
— Calma aí, seu imbecil! — Jordan se enfiou no nosso meio e espalmou o peitoral do Vinnie, sem brutalidade. — Eu sei que fui um merda com ela, mas você não tem o direito de falar essas coisas sem saber o que aconteceu.
Minha visão fica turva de tanta lágrima que se aloja. Meu peito dói e tudo que eu tenho vontade é de sair correndo para o meu apartamento.
— Já está bem claro o que aconteceu. — ele me olha e nega com a cabeça.
— É, está mesmo muito claro. — tiro Jordan da minha frente. — Vê se dá próxima vez, arranje uma falsa namorada pra beijar na frente da sua família que não seja uma das minhas melhores amigas. Babaca!
— Elle- — London tenta se aproximar, mas eu me afasto.
— Obrigada, London. Muito obrigada! — digo, entrando no prédio. — E você já pode ir embora, Jordan! — finalizo, subindo as escadas rapidamente.
A última coisa que eu quero é me preocupar com essa história – mesmo ela já me afetando –, porque eu já tenho problemas muito maiores. Minha mãe precisa de mim mais tarde e eu preciso descansar. Eu estou exausta, esgotada e vê-los juntos me deixou ainda pior.
No momento em que entro no meu apartamento e fecho a porta, liberto toda a agonia que prendi durante as horas que passei no hospital e também depois da cena que eu vi ao sair do carro do Jordan.
Ok. O Vinnie não sabe o que aconteceu e muito menos o que levou a eu estar com o Jordan, mas ele não tem o direito de reagir dessa forma pra cima de mim e muito menos me chamar de "idiota".
E sim, se fosse eu não em seu lugar, pensaria que ele me deixou pra ficar com a ex idiota, mas não foi isso.
Não tive oportunidade de me explicar porque ele já veio com várias pedras para me atirar. Ele foi um idiota.
E merda! Eu também não deveria tirar conclusões precipitadas em relação a ele e London. Ela é a minha melhor amiga, ela não me trairia desse jeito.
Porém… já foi e não vou esquecer da forma que ele falou comigo. Talvez isso seja um sinal, primeiro ele rouba a minha gata e depois me chama rudemente de idiota. Totalmente de graça.
Relacionamentos, todos os tipos, são complicados pra cacete e por isso, tento ficar o mais longe possível. Eu não quero mais saber dessa merda.
Estou quase dando uma de Arthur Fleck e coringando.
Me abaixo quando o miado da Hera chama a minha atenção, pego a mesma no colo, acariciando o seu pêlo e peço desculpas por ficar tanto tempo longe. Ainda com ela sobre mim, ando até a cozinha e adiciono ração em seu potinho, que está completando vazio.
— Perdoa a mamãe. — me sento no chão, admirando a mesma devorar sua comida. — Está difícil, amor. — digo baixinho, depois de alguns minutos em silêncio. — Minha mãe foi atropelada e está internada no hospital… ela se encontra bem, mas eu tenho medo do que pode acontecer. — desabafo. — Eu sou tão azarada, Hera. Mas fui tão sortuda de te encontrar e trazer para morar comigo.
Novamente, fico em silêncio, apenas escutando o som da felina se alimentando e da minha respiração, porém logo me levanto ao lembrar que o meu celular está sem bateria e irei precisar dele.
Depois de colocá-lo pra carregar, pego uma peça de roupas íntimas e a camisa que deixei em cima da cama quando eu saí. Involuntariamente, aproximei do meu nariz e senti o cheiro perfumado do Vinnie. Droga!
Me direciono para o banheiro, tentando esquecer do mesmo.
Adoraria, por pelo menos um mês, ficar tranquila, sem ter uma crise de ansiedade, ser feliz e ter um total de zero problemas… mas isso é impossível para minha pessoa.
Paz, realmente não é uma opção para Electra Rivera.
Desligo o registro depois de uma hora e pouco embaixo do chuveiro. Pego uma toalha e me enrolo, com outra, enrolo em meus cabelos depois de tirar a umidade após lavá-lo.
Encaro o meu reflexo por alguns segundos e decidi passar uma máscara hidratante em meu rosto, em seguida, passo um creme corporal, vestindo minha roupa logo depois. Penteio os meus cabelos, os deixando soltos para secar naturalmente e vou para a cozinha, preparar algo simples para comer.
Quando as coisas irão se acertar na minha vida?
Estar puto é um direito meu, e se eu estou certo por isso, já é outra história.
Mas que é impossível, ver uma pessoa que você gosta junto de um cara que só a fez mal, é e isso me deixa putasso.
Não sei nem explicar e descrever o que eu senti ao ver a Elle saindo do carro do babaca do Jordan. Só sei que o meu sangue ferveu de um jeito surreal, todas as minhas veias pularam pra fora e eu só tinha vontade de ir até ele e socar a cara do mesmo.
Sério, porra, por que diabos a Elle insiste em ficar perto desse idiota? Ela o perdoa tão facilmente, sem ele sequer fazer um esforço, e quando é comigo, falta pouco para xingar os meus ancestrais.
— Por que você não some da vida dela, em seu imbecil? — meu corpo empurra o do Jordan e ele riu negando a cabeça.
— Você se sente ameaçado. — diz com firmeza. — Você sabe que ela ainda me ama e eu sou o único que pode te roubá-la. — eu me seguro pra não rir.
Patético.
— Ao contrário de você, eu não faço dela a minha propriedade, então, não existe isso de você me roubar. — olho fundo em seus olhos. — E ela não te ama, seu otário do caralho.
— Não? — umedeceu os lábios. — Você tinha que ver todas as declarações que ela me fez enquanto eu a fodia com força no banco de trás do meu carro. — fala em um sussurro e sinto, novamente, o meu sangue ferver.
Fecho o meu punho e continuo olhando para o babaca a minha frente.
A Elle não faria isso.
— Quer mais detalhes? — pergunta, mas eu não consigo abrir a boca pra negar e muito menos mover a cabeça em negação. — Eu a comi em todas as posições e diversas vezes na sua favorita: que é de quatro. Ela parecia uma cadela no cio.
Eu queria, queria muito ter uma reação, mas eu estou em choque. Não quero acreditar nisso. Não quero acreditar que a Elle se deitaria com esse escroto novamente.
— Ela implorava pra eu ir mais rápido, pra bater naquela carinha de vagabunda e claro, como sou obediente, fiz com todo prazer do mundo. — passou o polegar em seus lábios e o mordeu, continuando com os olhos no meu. — Ela adora sexo agressivo e acho que você, loirinha, não estava dando conta… porque ela voltou pra me implorar para ser fodida com força.
— Eu vou quebrar a sua cara. — digo, enfurecido e levando o meu punho ao seu rosto. O acertei. — Você lava a merda da sua boca antes de falar da Elle, seu filho da puta. — segurei a sua camisa com força e apertei o seu corpo na parede. — Você pode falar o que for, mas eu não acredito numa palavra, porque eu a conheço e sei que ela jamais se prestaria a esse papel com você novamente.
— Vinnie… — London me chama, mas ignoro. Havia esquecido que ela estava aqui.
— Você é um verme, Jordan. Você é uma daquelas pessoas que merecem tudo de ruim, e merece mais ainda por fazer esse tipo de coisa uma mulher… uma mulher tão maravilhosa como a Elle. — bato o seu corpo contra a parede.
Enquanto eu digo mais e mais coisas, não tenho chance de me defender, por não esperar uma reação do moreno preso em minha mãos, quando o mesmo me acerta um soco bem no meu olho esquerdo.
No mesmo momento, me desequilibro e caio no chão, com a mão sobre o local. A minha visão esquerda está turva e como não enxergo muito bem do olho direito, ambas ficam do mesmo jeito.
London, gritou e senti suas mãos tocarem a minha pele. Já o Jordan, eu consigo vê-lo levemente embaçado me encarando, ainda de pé.
— VAI EMBORA, JORDAN. CARALHO! — a de cachos gritou. Aperto os meus olhos diversas vezes tentando voltar ao normal.
Sua mão segurou a minha camisa e Powell assegura: — Não se meta comigo, ou vai se arrepender.
Por fim, ele desaparece do meu campo de visão, que vai voltando aos poucos ao normal.
— Você está bem? — a loira pergunta quando me levanto lentamente. Assinto. — Eu falei que não queria perder a minha melhor amiga, Vinnie. — ela choramingou, me ajudando a ficar de pé.
London, continuou afirmando que a Elle a odeia e ela mesma se odeia mais ainda por ter topado isso.
— Eu estou tranquilo em relação a isso. Não rolou nada entre nós dois, é isso que importa. — frisei, passando a mão pela minha roupa.
— Sim, eu sei, mas você acha mesmo que ela vai acreditar na nossa palavra?
— Aí o problema é dela, London. — digo ríspido. — Eu estou cansado de fazer tudo pra ser aceito por ela. Cansado! — suspiro exausto.
— Você também foi bem grosso com ela. Nem sabemos o que aconteceu.
— E ela também não. — rolei os olhos.
Tô completamente no meu limite, é bastante cansativo ficar atrás de alguém que a todo minuto arruma uma "desculpa" ou motivo para se afastar, e, eu sempre estar indo atrás. Todas as vezes eu fiz questão dela, eu pedi desculpas – por mais que a culpa fosse minha – e ela fica de orgulho bobo. Isso não leva ninguém a lugar algum, só te atrasa ou puxa para trás.
Parece que ela não se importa nenhum pouco comigo, que não faz questão e tanto faz ou tanto fez se estamos "juntos" ou não. Ou talvez, ela só não goste de mim como eu gosto dela.
Fico com a London até o Uber da mesma chegar e quando isso acontece, eu subo para o meu apartamento e me jogo em meu sofá quando entro.
Porra, mas eu adoraria saber o real motivo pelo qual ela saiu do meu apartamento tão cedo, porque as mensagens não foram entregues e principalmente do porquê ela ter chego junto do Jordan.
eles realmente passaram a noite juntos?
Que merda, Vincent! Fique na sua!
Me levanto… me levanto e saio do meu apartamento, indo para o da frente. O da Elle.
Em vez de bater na porta, como eu sempre faço, decidi tocar a campainha. A porta é aberta uns cinco minutos depois.
— Primeiramente, quero pedir desculpas pela forma que eu falei com você — começo a dizer quando ela surge na minha frente. Ela fica com um semblante neutro. —, eu deveria ter usado outras palavras. — assumo e no mesmo momento ela tenta fechar a porta.
— Você me chamar de idiota já foi suficiente, Vinnie. — responde.
Há uma pequena brecha na porta.
— Ok, tudo bem. Não deveria ter dito isso, fui um idiota. — coloco a mão na porta e forço para abri-la mais. — Mas tenta me entender… foi automático.
— Tá.
Tá. É sempre isso que ela diz. Isso é uma grande merda e eu realmente estou exausto dessas respostas vagas. O que eu ainda faço parado aqui?
— É só isso que você tem a dizer, Electra? — mudo o tom de voz e ela ergue as duas sobrancelhas. — Caralho, cara, isso está sendo cansativo pra cacete. — confesso e ela continua surpresa.
— Não estou entendendo.
— Você nunca entende nada, né!? Porra, Elle! Você me chamou de babaca e insinuou que eu peguei a sua melhor amiga. Não vai me pedir desculpas por dizer um absurdo desses?
— Desculpa, Vincent. — fala sem convicção.
Coloco as mãos na minha cintura, respiro fundo e mudo a direção do meu olhar para o lado.
— Que se foda, Elle. Que se foda! — digo rudemente e ela arregala os olhos. Sou vencido pelo meu próprio cansaço e decidi voltar ao meu apartamento.
Bato a porta com toda a minha força e vou direto para o banheiro. Ainda vestido, entro no box e logo o chuveiro, deixando a água morna cair sobre a minha pele. Fico na mesma posição e debaixo dele por quinze minutos.
Com uma toalha cinza enrolada na minha cintura, saio do banheiro indo até o meu quarto. Abro o guarda-roupa e fico em frente a ele. Não procuro nenhuma roupa, apenas olho para um ponto específico pensativo.
Por que a Elle é tão difícil, Deus?
O jantar com a minha falsa namorada, London, e a minha família, foi um sucesso e o restante da noite com os meus primos também. E por mais que eu tivesse morrendo de medo que nós dois desse um vacilo, não o fizemos… e me distrair mandando mensagem para a Maddy, mesmo não sendo enviadas, me ajudou bastante.
Depois de umas cinco doses de tequila, eu optei por dormir. Além de estar cansado, isso foi uma boa desculpa para fugir das perguntas do Jake e companhia.
Saiu perfeitamente bem e eu não precisei beijar a London, como a Elle disse, na frente da minha família. Eles respeitam a nossa escolha.
Minha campainha toca, me arrancando a força do transe em que me meti. Visto a minha cueca rapidamente e uma bermuda, indo atender a porta.
— Suas roupas. — a morena disse quando surgi na sua frente. Seu braço está esticado e eu pego a minha camisa e cueca dobradas de suas mãos.
— Valeu.
Ficamos parados olhando um para o outro.
— O que aconteceu com você? — pergunta e eu franzi o cenho, confuso. Ela aprontou para o seu próprio olho, me mostrando e eu saquei na hora.
— Nada demais. — repuxei a boca para o lado direito e passei os dedos em meus cabelos.
Ficamos novamente em silêncio e nos olhando.
— Recebi uma ligação às oito da manhã avisando que a minha mãe tinha sido atropelada e no mesmo momento eu fui correndo para o hospital. — ela diz e eu arregalei os olhos, mudando a minha expressão para preocupado. — Enquanto esperava um Uber aceitar minha corrida, o Jordan apareceu e no desespero eu pedi pra ele me levar até lá. — passa a sua mão em sua face, limpando uma lágrima que escorreu.
— Elle, eu sinto muito. — dou um passa para frente, que é suficiente para eu puxá-la e abraçá-la.
— Eu juro por Deus que não rolou nada entre nós dois. Ele apenas me levou, ficou me acompanhando até ela acordar e depois foi embora… ele só voltou de manhã, pra me dar um carona de volta. — se explica e eu me sinto extremamente culpado pelas merdas que eu disse.
— Me desculpa por ter sido um idiota. Eu não fazia ideia, e mesmo assim, eu não tinha o direito de te xingar. — ela se afastou e negou com a cabeça, sussurrando um "tá tudo bem". — Como a sua mãe está?
— Ela vai ficar bem. Eu espero. — sorriu fraco. Seus olhos já estão vermelhos e eu me xingo ainda mais por ser precipitado.
— Por que você não me acordou? Eu iria com você… sem pensar duas vezes. — indago, preocupado e culpado.
— Não pensei em nada além de ir correndo pro hospital. — tirou os fios de cabelos do rosto. — Sinto muito por te deixar na mão, o meu celular estava descarregado e eu não consegui nem mandar mensagem. — ela suspirou e eu a puxei novamente para um abraço.
— Não se preocupe com isso. Isso é o de menos. — lhe acalmo. — No fim, deu tudo certo. Eu só chamei a London, também no desespero… mas — afasto o seu corpo para olhar em seus olhos. — não nos beijamos, ok? Conseguimos enganar minha família. — ela riu fraco.
— Que bom.
O silêncio se instalou e ficamos apenas nos olhando, uma outra vez. Suas bochechas, olhos e pontinha do nariz estão vermelhos, por conta do choro, mas isso não a deixa feia… muito pelo contrário.
— Vou voltar pro meu apartamento, tô esperando uma ligação da minha mãe. — ela apontou para o seu apê ainda de costas e eu assenti.
Acho que seria demais puxá-la para um beijo e selar as pazes nesse momento… bom, fizemos as pazes, né!?
— Estamos bem? — questiono, receoso.
— Estamos bem! — afirma, dando um sorrisinho fechado.
— Se precisar voltar ao hospital, bata na minha porta… — proponho. — e fique longe do Powell, por favor. — ela assentiu, com os braços cruzados e depois volta para dentro de casa.
Não vou, não pretendo e nunca pretendi contar aquelas mentiras que o nojento do seu ex disse a respeito dela.
não é miragem, att dois dias seguidos SIM
agora clica na estrelinha 😡😡😡
fiquei sabendo que vcs são fã #1 do jordan 🤫
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