O23. elle
Termino de organizar o meu quarto colocando os portas retratos da Petrova sobre a minha bancada, e, mesmo sabendo que nunca mais a verei, faço questão de tê-la comigo para sempre. Foi bom os poucos momentos que passamos juntas.
A Maddy avisou que teríamos que dormir na casa da sua avó, por ser longe e pra voltar seria bastante tarde.
Deixo a pequena mala aberta, ainda sem roupa, na minha cama e me direciono para fora do apartamento, batendo na porta do Vinnie.
— Você vai levar mala? — pergunto, assim que o mesmo abre e sai para fora, fechando a porta atrás de si. — Tá escondendo um corpo na sua casa? Toda vez que venho aqui você sai pra fora e fecha a porta.
— Pra que? É só uma noite. Você vai? — responde simples. — E não, não estou escondendo um corpo. — dou de ombros.
— Sim, tenho que tomar banho, dormir confortavelmente e mudar a roupa para voltar. — sorrio e ele riu, negando com a cabeça. — E também tenho que levar minha necessaire de higiene e cremes corporal.
— É necessário isso tudo? — pergunta e eu assinto. — Beleza, vou colocar as minhas coisas na sua mala, pra não ter que encher o meu carro. Posso?
— Tá. Quando separar suas coisas é só bater na minha porta. — digo por fim e dou meia volta para o meu apartamento.
Paro em frente ao meu guarda roupa e pego os meus pijamas, peças íntimas e uma muda de roupa para voltar; separando também a que eu estou indo. Deixo tudo organizado em minha mala, junto com os meus cremes corporais e a necessaire.
Dentro de cinco minutos, ouço batidas em minha porta e vou atender. É o Vinnie. Em sua mão está apenas uma cueca e uma escova de dente.
— Só isso? — pergunto, abismada. Ele confirmou com a cabeça. —Minha mala está em cima da cama, não vou tocar na sua cueca. — abro mais a porta e ele entrou, rindo.
— Toca em coisa pior e não quer pegar na minha cueca? A que você mesmo levou? — fala, andando para o meu quarto.
— Vai a merda, Hacker. — rolei os olhos, seguindo-o depois de fechar a porta.
Ouço resmungos do mesmo quando viu a minha mala.
— Esteja pronta em cinco minutos, já estamos atrasados. — avisa depois de colocar suas únicas duas coisas na mala.
— Vou tentar fazer milagre.
Ele saiu novamente do meu apartamento e eu fechei a pequena mala, indo para o banheiro tomar um banho bem rápido.
Visto uma calça moletom branca com três estrelas na lateral da panturrilha e um cropped branco com desenho em quadrinhos com alças finas, deixando apenas uma pequena parte da minha cintura exposta; um tênis também branco e baixo e os cabelos soltos lisos. Passo perfume e desodorante, depois de uma maquiagem leve.
Puxo a minha mala para fora da cama, pego a minha bolsa e um óculos escuros.
Fechei as janelas e cortinas, conferindo as últimas coisas na cozinha e me direcionei para porta, no momento em que abri o Vinnie já está próximo e com a mão armada para bater na porta.
Temos tanto costume de bater na porta um do outro, que esquecemos que existe campainha.
Seu olhar sobre mim, causa nervosismo e desconforto, mas não é algo ruim. Mexi no meu cabelo e olhei rapidamente para o lado.
— Então, vamos? — finalmente disse algo. Assenti, voltando a olhá-lo. Sorri e ele pegou a minha mala, fechei a porta enquanto ele descia para o seu carro.
— Devido aos avisos dos seus amigos, eu espero que você tenha levado esse carro para a vistoria. — digo, quando volto a tê-lo no meu campo de visão.
— Ela está em perfeitas condições, Elle. — diz e eu dou de ombros. — Podemos? — ele abriu a porta do passageiro e eu assenti.
— Esqueci o presente. — coloquei a mão na testa. — Vou pegar. Só um minutinho.
Volto correndo para dentro do prédio e subi mais rápido ainda, abrindo a minha porta numa velocidade boa e pegando a sacola com o presente do meu afilhado.
Na volta para descer as escadas, escutei um miado na porta do Vinnie, mas ignoro e desço correndo, se não iremos nos atrasar ainda mais.
Bem que ele disse que iria adotar um gato.
— Está dando conta de cuidar do gato? — pergunto sorridente. Vinnie ainda estava segurando a porta do carro.
— É-é estou... — balbuciou e eu franzi o cenho. — E é gata. — respondeu e eu suspirei, entrando no carro, ele fez o mesmo.
— Tem foto?
— Não. Ainda não tirei. — respondeu brevemente. Balancei a cabeça.
Permaneço em silêncio, com a cabeça encostada na janela fechada do carro. O veículo deu partida e Vinnie, colocou Swim, do Chase Atlantic, baixinho.
Agora ele tem uma gata o fazendo companhia e eu sem ninguém. Que saudade da minha filhinha.
Pego o meu celular e fico encarando a tela de bloqueio, a qual tem uma foto da Petrova, olhando pra câmera com a linguinha de fora.
Chega uma mensagem da Maddy, perguntando se já estávamos indo. Mandei uma foto do Vinnie e ela mandou um emoji malicioso. Rolei os meus olhos rindo e senti o olhar do loiro sobre mim.
Aprecio o garoto dirigindo e a cada movimento de suas mãos, seja no volante ou na marcha, mordo a minha bochecha e tento conter o sorriso. É tão sexy vê-lo dirigindo, e ele todo concentrado, fica melhor ainda.
Suspiro e mordo o lábio, mudando a direção do meu olhar para a paisagem. Já está escurecendo e a estrada fica cada vez mais bonita.
— Falta muito? — pergunto, um pouco impaciente.
— Uma hora e meia. — me olha por alguns segundos.— Tá com fome ou sede? — eu assenti.
— Não trouxe nada.
— Tem uma sacola lá atrás, comprei umas coisas. — avisou e eu me virei, notando uma sacola branca. A peguei, deixando no meu colo e vendo o que tinha.
Sorri largo, quando vi que ele comprou suco. Ele lembrou de novo.
para ele, tinha refrigerante.
Peguei um pacote de biscoito e o suco, que estava com um pequeno pedaço de gelo dentro da garrafa. Perguntei se o loiro iria querer e ele assentiu, abro a sua lata de coca cola, e, ao decorrer da viagem foi dando na sua boca.
A velocidade do carro foi diminuindo aos poucos e a música parou, olhei para o Hacker e ele parecia preocupado.
— O que aconteceu? — indaguei, afastando as minhas costas do banco e tentando olhar para fora pela frente.
— Não sei. — diz.
O carro parou e logo depois ele saiu dele, passou para frente e apenas observei, ainda de dentro. Vinnie abriu o capô do veículo, dificultando a minha visão. Sai do carro e fui até ele, abraçando os meus próprios braços por conta do vento.
— Problemas na bateria.
— E agora? — pergunto e ele não me responde. — Você não foi fazer uma revisão?
— Eu menti. Mas o carro estava em perfeitas condições, eu usei ele ontem. — ele passou as mãos nos cabelos, puxando para trás e suspirou, colocando-as na cintura depois.
— Era melhor termos pedido um Uber, alugado um carro ou ido de carona com os meninos... Sei lá. — falo e ele me olhou, revirando os olhos.
— Então por que não fez isso? Não te obriguei a vir comigo. — responde rude e sai de perto de mim, se encostando na porta do motorista e mexendo no seu celular.
Fico parada, olhando para o local que ele estava, completamente abismada. Porra.
Pego o meu celular para avisar a Maddy que iremos nos atrasar e tenho a maravilhosa notícia que está sem sinal.
Ando de um lado para o outro com o celular erguido em busca de sinal, porém, nada. Nem um pontinho sequer.
— Está com sinal no celular? — me aproximo e ele nega. Ficamos em silêncio, ele olha para o céu e eu suspiro, me encostando próximo ao seu corpo. — Desculpa.
— Pelo o que? — me olhou.
— Por fazer pouco caso do seu carro. Acidentes acontecem e isso não é culpa do seu.
— Tá tranquilo. — se desencostou. — Vou ver se tem algo mais a frente ou se tem pelo menos sinal, preciso avisar a Maddy e tentar ligar pra alguém para resolver esse problema.
— Não vou ficar aqui sozinha. — me afasto do carro também. — Se passar alguém e me sequestrar?
— E eu não ia deixar. Fica calma. — ele riu, abrindo a porta do carro, pegando a chave e um casaco do banco de trás. — Toma. — me entregou o seu moletom preto e eu vesti, já que o vento estava me fazendo sentir frio.
Que perfume gostoso.
Ele conferiu duas vezes se o carro estava fechado antes de começarmos andar. O silêncio pairou por quase todos esses minutos que andamos, acho que já faz uns sete minutos. Estou com o celular para o alto, na tentativa de captar algum sinal, mas até agora nada.
— Meu pé já está doendo. — resmungo. — A Maddy vai nos matar. Cacete!
Já são sete e quinze. Éramos pra estar lá e até agora, nenhum sinal para avisá-la.
— Tem uma árvore ali, podemos subir pra tentar sinal. — digo, parando no meio do caminho e avistando uma árvore na estrada. — Você vai, tá!?
— Por que eu?
— Não quero sujar a minha roupa e você já está acostumado com a sujeira.
— Eu mudei.
— Acho que não, porque notei que você fecha a porta quando estou próximo a ela. Está escondendo a sujeira?
— Talvez. — sorriu irônico.
Nos direcionamos para perto da árvore. Vinnie, conseguiu subir depois de várias tentativas e glorificamos quando conseguimos sinal, peço que avise a Madison primeiro e ele o fez.
— Já mandou? — pergunto, em relação a mensagem pela terceira vez e ele continua sem me responder. — Da pra responder ou está difícil?
— Calma, tô respondendo as gatinhas aqui. — rolei os meus olhos e virei de costas para ele, com os braços cruzados.
— Hum.
— E sim, já avisei a grávida. E mandei mensagem para um mecânico das redondezas. — ele surgiu ao meu lado, envolvendo o seu braço nas minhas costas e agarrando a minha cintura depois. — Meu celular acabou a bateria, o seu está quanto?
Liguei o aparelho para conferir e responder a pergunta: — Vinte e cinco por cento.
— Se não tivesse ficado mexendo no celular, tinha mais. — retrucou e eu mostrei o meu dedo do meio, respondendo de volta sobre a sua porcentagem... ou não porcentagem. — Quando estava tocando as músicas você não reclamou, né!?
Seu corpo girou para frente do meu e ele segurou os dois lados da minha cintura, apertando-a, e arfei quando ele grudou ainda mais o seu corpo no meu sem me soltar. Nossos rostos estão milimetricamente separados.
Ele se aproxima cada vez mais, roçando nosso nariz e querendo juntar nossas bocas. Lambi os meus lábios, olhando para os deles e fechei os meus olhos involuntariamente, almejando o seu toque.
Mas ele não o fez. Suas mãos saíram da minha cintura e ele se afastou do meu corpo.
Porra. Merda. Cacete.
Abro os meus olhos e o loiro está rindo.
Filho de uma mãe.
— O meu carro já ficou por muito tempo sozinho. — relembrou e eu balancei a cabeça. Sua mão se esticou para frente, dando a entender que eu andasse primeiro. Assim fiz e ele veio ao meu lado.
Quase não passa carro nessa estrada um tantinho deserto, o que me faz ter medo a cada minuto que eu fico aqui.
Finalmente chegamos no seu querido carro. Peço para ele abrir a porta e entro, esticando os meus pés no painel do carro. Vinnie também entrou.
— Me fala que você pediu pra alguém nos buscar. — o olhei, exausta. — Tenho certeza que em menos de uma hora íamos chegar.
— Pedi. — fala desanimado.
— Só queria descansar as minhas costas. — murmuro, esticando o meu corpo e sentindo poucas dores.
— Eu também. Vai pro banco de trás. — ele me olhou e eu o olhei.
— E você?
— Você é mais importante. — arregalo os meus olhos. — Digo, você está precisando mais, né!?
— Podemos revezar enquanto as ajudas não chegam. — sorri e ele olhou pra frente.
— Se os meninos chegarem, você vai com eles, tá!? Só vou quando arrumar o carro. — avisa e eu questionei se o mecânico não chegasse, o que ele faria. — Darei um jeito.
— Não vou te deixar sozinho. Ou vai os dois ou não vai ninguém. — assegurei e notei um sorrindo crescendo em seu rosto.
Vou para o banco de trás e pouco minutos depois, o Hacker veio também. Reclamo que não tem espaço e ele diz que me fará uma massagem. Não irei recusar, né!? Tô precisando.
Respiro cada vez mais fundo e tento não deixá-la audível, quando suas mãos sobem para panturrilha e coxa, massageando suavemente ainda por cima do tecido da minha calça, que não impede nada de sentir os seus toques sutis.
Me remexo no banco e Vinnie prende os lábios em linha reta, tirando a sua atenção do lado de fora escuro para mim.
— Que foi, tá ruim? Quer que eu pare? — questiona e eu balanço a cabeça em negação.
Fecho os meus olhos e ele continua com a massagem, arqueio as minhas costas quando ele dá uma atenção especial nas minhas coxas, me fazendo arrepiar e sentir um calor, junto com um frio na barriga.
— Vinn... — o chamo baixo e ele me olha. Fico em silêncio por alguns segundos, mas logo tiro as minhas pernas de cima dele e me sento no banco. Ele continua me olhando. — Será que vão demorar muito?
— Não sei. São que horas? — perguntou e eu me estiquei para o banco da frente, pegando o meu celular de cima dele e vendo o horário.
— Quinze pras oito. — deixo o celular no mesmo lugar.
Nossas cabeças estão apoiadas no encosto do banco, tiro a minha atenção do teto do carro e viro o meu rosto para olhar o Vinnie, tendo a surpresa do mesmo já está me olhando.
— O que foi? — pergunto rindo e ele riu também.
— Não disse mais cedo, mas você está linda. Muito linda. — apertou os lábios e eu sorri tímida, olhando por um breve momento para frente.
— Você é muito convencido, mas vou falar: você também está muito lindo. Sempre está, na verdade. — voltei a olhá-lo e ele sorriu largo.
— Eu sei. — se gabou e eu rolei os olhos.
ainda bem que sabe...
Continuamos olhando um para o outro, sinto a sua mão tocar a minha e ele abaixou o olhar para elas, mas logo volta a se encontrar com os meus.
Seus olhos castanhos são perfeitos. Seus cabelos loiros escuros levemente enrolados, mais ainda, juntamente com suas tatuagens e músculos. E a forma como o mesmo me trata, nem se fala.
Vinnie Hacker, tem o poder de dificultar a minha respiração quando estamos próximos nessa medida e estou numa fase de, quanto mais próxima estou dele, mais quero beijá-lo. E agora não está sendo diferente. Eu quero me jogar em seus lábios macios e braços aconchegantes e fortes.
Assim eu fiz. Segurei o seu rosto numa velocidade e grudei os nossos lábios, numa maior ainda. Ele cedeu e assim, demos início a um beijo calmo, aprofundando mais a cada segundo cronometrado.
Subi em seu colo. Vinnie, segura a minha cintura com uma mão e com a outra, tira a mecha que está atrapalhando o nosso beijo. Mordo o seu lábio, o puxando de forma leve para mim e o loiro faz o mesmo.
Me remexo sobre ele e a cada movimento, ele aperta mais a minha cintura (com as suas duas mãos), deixando escapar respirações ofegantes. Assim como eu.
Desço a minha mão, que estava no seu ombro, para o final da sua camisa e a subo, retirando-a com a sua ajuda. Hacker, aproveita para me olhar e dar um sorriso mordendo o lábio inferior.
Voltamos a nos beijar, mas dessa vez com um pouco mais de rapidez.
Passo as minhas unhas levemente sobre o seu peitoral, descendo pelo o seu abdômen e parando no cinto da sua calça bege.
Mas ele a segurou antes que pudesse tirá-lo e abrir a sua calça, ele também separou os seus lábios dos meus e me olhou, subindo a sua mão para o meu rosto.
— Você merece muito mais do que um banco de couro e um carro apertado. — murmurou, deixando um selinho nos meus lábios.
No momento em que ia respondê-lo, escuto buzinas de carro e farol piscando. Saio do seu colo e ele veste a sua camisa rapidamente.
É o Aaron e o Jack. E também, o mecânico que ele chamou.
— Você vai com eles. — Hacker avisa, segurando a minha mão e eu assinto.
— Até daqui a pouco, Vinn. — sorri, soltando-o.
— Até, Miss limpeza.
Entrei no carro dos meninos, depois do Vinnie conversar por poucos minutos com eles. E o loiro se virou para falar, provavelmente, do problema no seu carro
avisando que não terá continuação
desse capítulo okok 😃
perguntinha: vcs estão gostando
mesmo dessa ficzinha de centavos?
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