Nas últimas semanas, decidi permanecer quietinha e em casa. Apenas no conforto da minha cama, comendo muita besteira, ou no sofá da minha sala.
Tentações? Tive muitas. Mas não cedi as mensagens das minhas amigas me chamando pra beber, apenas aquelas que seriam para comer e jogar conversa fora numa praça.

Devidamente vestida pra mais um dia de trabalho, aturar clientes ignorantes, e apartamento limpo, enfio o meu almoço (quase janta, na verdade) junto com uma garrafinha de suco natural na minha bolsa e pego o meu celular de cima do balcão, saindo de casa em seguida.

Me assusto e ao mesmo tempo fico aliviada e agradecida, por a escada não estar cheia de mulheres em direção a porta do Hacker, e posso desce-las tranquilamente e sem amarrotar a minha roupa.

Não sei o que estava acontecendo e nem quero, mas, durante toda a semana o apartamento não parava de entrar mulher.

Curiosa? Fiquei muito. Pensamentos maldosos? Também. Mas isso não é da minha conta e por isso, preferi não ocupar minha mente com o que o vizinho faz ou deixa de fazer.

homens têm suas necessidades…

Coloco os meus fones e uma música alta para abafar todos os meus pensamentos e caminhei calmamente até o Royalty.

Guardo o meu almoço assim que chego e vou para o meu devido lugar. Organizo algumas coisas e logo me preparo para o primeiro cliente.

— Boa tarde, Principessa. — cumprimento a doguinha, acariciando a sua cabeça. E eu posso jurar que ela sorriu. — Boa tarde, senhor Spinelli. Hoje é banho e tosa? Ou só banho?

— Apenas banho, querida. — ele respondeu.

Termino de anotar e recebo o pagamento, avisando quantos minutos ele teria que aguardar. O mesmo aproveitou para comprar outras coisas para a sua cachorra.

Na minha casa, está às mil maravilhas, a minha nova gatinha me dá uma força absurda e eu nunca imaginei que ela se sentiria em casa tão rápido. Trouxe a mesma no pet shop para tomar um banho apropriado e adicionei vários enfeites na mesma. É a minha bonequinha.

Clientes, clientes e mais clientes. A hora não passa e cada vez eu fico mais agoniada em deixar a minha gata sozinha. Parece que eu tenho um filho, mas de qualquer forma ter um bicho de estimação é quase como um filho.

Aproveito o restante da minha hora de almoço para mexer nas redes sociais. Uma notificação de curtida no meu tweet com um nome bem conhecido, me chamou atenção.

Vinnie Hacker.

Mas ele não me segue no twitter.

Clico na mesma e quando se abre, a curtida havia sumido. Franzi o cenho confusa e fui pesquisar o nome dele no aplicativo.

"prestem bem atenção na hora que forem stalkear uma pessoa que você NÃO segue"
"MEU DSUS VO MPRRER"
"WU SOY MUITO BYRRO PQP"

Esses eram alguns de seus tweets recentes. De um minuto a segundos publicados.

Olho para um ponto nada específico, ainda com o seu perfil aberto e minha mente clareou: Então foi assim que ele descobriu que era o meu aniversário. Fiquei twittando a semana toda e no próprio dia, reclamando que estava trabalhando.

Hacker, você é um safado stalkeador do cacete.

Ri sozinha e sai do seu perfil, e do aplicativo. Bloqueando o meu celular e guardando na minha bolsa, depois a colocando no armário. Volto para o meu "posto".

Aproveito o pouco movimento e vou escolher uma caminha para a minha nova companheira de apartamento.

[...]

Fim de expediente. Pego as minhas coisas e como todas as vezes, sou ajudada pela minha colega de trabalho a fechar a loja. Me despeço da mesma e sigo o mesmo caminho de sempre para voltar a minha casa.

— Jordan. — digo o seu nome, quando o vejo sair de casa com o seu (e nosso antigo) cachorro. Ele sorriu, vindo em minha direção. — Lorde, você está enorme. — me abaixo, lhe dou vários carinhos e beijos.

Latidos de felicidade e linguada no meu rosto, estiveram presentes.

— Como você está? — o moreno perguntou depois de me abraçar. Tiro o fio do meu próprio cabelo do meu rosto e sorrio.

O respondo e repito a pergunta.

Ele se oferece para me levar até em casa e eu não hesito em aceitar.

A cada caminho percorrido e palavras trocadas, o meu coração acelera. Eu não consigo fingir muito costume ao seu lado e isso me faz agir igual boba; o olho a cada segundo com um sorriso em meus lábios, gaguejo quando abro a boca e minha voz fica trêmula.

é… eu agia dessa mesma forma antes de ficarmos pela primeira vez.

Para de ser idiota. A voz surge novamente.

Ignoro completamente e foco no que o Jordan diz.

— Então tirou outro bichinho da rua? — pergunta sorrindo e me olhando. Assinto animada. — Qual o nome da sortuda?

— Petrova.

Ele riu negando com a cabeça e olhou para o chão.

— Que foi? — sorrio.

— Você ainda não cresceu… — franzi o cenho. — continua fissurada nessa seriezinha de adolescente sem o que fazer. — concluiu rindo, e suspirou.

Meu sorriso se desfaz e encaro o chão. Jordan, nunca foi de assistir séries e nunca quis chegar perto desses tipo de "fantasia", como é the vampire diaries e sempre me criticou por eu perder tempo com elas. Mas nunca larguei, enquanto ele preferia as festas – e ia –, eu ficava em casa assistindo séries ou reassistindo as minhas séries favoritas; entretanto, muitas das vezes eu as trocava para acompanhá-lo.

Levantei a cabeça e notei que chegamos ao meu prédio, me encostei na parede e joguei para longe a sua última frase. É um pensamento seu e tá tudo certo, nunca mudei e nem vou mudar por causa de homem.

continuarei fissurada na minha série de adolescentes sem o que fazer.

— Vai estar disponível amanhã? — perguntou, colando o seu corpo no meu.

O Lorde está sentado olhando para a rua. Ele sempre foi muito obediente e calmo quando ia passear.

— Sim, depois do trabalho. Por que?

— Queria te encontrar num momento melhor… a sós e com mais privacidade. — passou o seu dedo no meu rosto e colocou a mecha para trás da orelha. — Vai ficar sozinha em casa?

— Apenas eu e a Pet. — respondo, mordendo a bochecha para conter o sorriso.

— Então posso te buscar no trabalho e viemos para a sua casa? — sorriu de lado. Assenti.

Ele umedeceu os seus lábios e olhou para os meus, a sua mão livre grudou na minha cintura apertando-a e me empurrou um pouco mais contra a paredes.

— Posso? — apontou com o olhar para os meus lábios e aproximou o seu rosto, pedindo permissão para me beijar.

Assinto sem nem pensar. E então, nossos lábios se juntaram.

Eu tinha esquecido o quanto ele beija bem.

— Precisa subir. — aviso, encerrando o beijo com selinhos. — Até amanhã, Jordan.

— Até, minha linda. — deixou um último beijo nos meus lábios.

Me despeço do Lorde e então, subo para o meu apartamento. Mas antes disso, confiro as correspondências e vejo uma no nome do Vinnie no meu correio. Pego todas, inclusive a dele para entregá-lo, e subo.

Paro em frente a sua porta e antes de bater, escuto gemidos. Olho de um para para o outro e aproximo o meu ouvido da porta para ter certeza se é desse apartamento que está vindo. E é.

Faço cara de nojo e dou meia volta para o meu apartamento. Deixo pra entregar outro dia.

Assim que abro a porta, a Petrova surge nos meus pés, miando e me olhando. Me agacho e faço carinho na mesma, que ronrona, e deixo um último beijo na sua cabeça.

Coloco as correspondências no balcão e vou conferir se os potes da Petra estão com ração e água. Troco a água e coloco a sua comida.

— Olha o que mamãe comprou pra você, amor. — me abaixo, posicionando a sua caminhada no lugar adequado. Ela miou, subindo e cheirando, e logo se aconchegou.

Bebo um copo de água e vou direto para o banheiro. Me despi e entrei no box, ligando o registro e deixando a água cair por alguns segundos antes de me enfiar debaixo do chuveiro.

Banho calmo, quente, silencioso e demorado, levando todos os meus pensamentos, são os meus favoritos. Principalmente depois de um longo dia de trabalho.

Passei a toalha pelo os meus cabelos tirando o excesso da água e com outra enrolada no meu corpo, saí do banheiro com as roupas na mão e vou até a área de serviço, colocá-las no cesto de roupas sujas.

Abro as portas do meu guarda-roupa e suspiro, ignorando todas as minhas roupas e olhando exclusivamente para a caixa que o Vinnie me deu de presente.

Fecho os olhos e suspiro mais uma vez, já perdi a conta de quanto tempo estou sem ter nenhum contato sexual; seja comigo mesma ou com outra pessoa. A olho novamente e levanto os pés, me esticando para pegá-la.

Coloquei em cima da cama e abri, passo a mão pelos brinquedinhos e paro os meus dedos no vibrador, agarrando-o.

acho que tô precisando desestressar.

vinnie afogando o ganso e a
elle o vibrador AKAHAIHW