Ghost of the Past
NARRADO POR LOUISE
Desligo a ligação . Eu estou tentando ser o mais racional possível com a situação em que me encontro agora . Vamos ver : Depois de seis anos , desde o dia do acidente que meus pais sofreram , o meu pai que eu acreditava estar morto , como a minha mãe , simplesmente ressurge das cinzas em um hospital , literalmente arrebentado , porque aparentemente se envolveu em uma briga de bar , que ótimo ! .
Não tirei os olhos dele desde que o vi , também não troquei uma palavra com ele , no momento estou sentada na poltrona que fica no canto do quarto , de pernas cruzadas , mordendo repetidas vezes o meu dedal, o encarando e pensando : Como !? . Ele mudou muito , isso é obvio . Apenas tenho as lembranças dele de quando o cabelo era curto e tinha um topete singelo de lado , seu rosto era não tinha um pelo sequer .
Agora ele parece um motoqueiro ou um Hippie . Seu cabelos mesclavam fios castanhos e brancos , ele usava rabo de cavalo e tinha uma barba gigante, da mesma cor dos cabelos e sua roupa , humpf , parecia um palhaço , usava uma jaqueta de couro preta , uma camisa branca com alguns furos e já amarelada , e sua calça larga e inteira com estampa floral . Ele também estava bem magro , imagino em que condições ele viveu em todos esses anos .
Ele é médico , pelo menos era , um grande cardiologista ! O que aconteceu com ele !? . Ele me olhava de vez em quando , assustado , logo desviava o olhar . A minha indignação era perceptível até nos quatro cantos do mundo . Por que minha tia está demorando tanto !? Eu só não...Droga ! Eu não consigo ficar sozinha com ele . Ouço passos e vejo pela janelinha da porta que era uma enfermeira e a minha tia . Suspiro aliviada .
A mulher abre a porta e minha tia a agradece calmamente , e agora só estavam nós três nos quarto . Ela verifica se ninguém estava perto do quarto , o que me deixou confusa , o que ela iria fazer ? . Tia June deixa sua bolsa na escrivaninha e vai andando calmamente , olhando o meu pai na cama . Ela vem até mim e me dá um beijo na testa e vai até o lado da cama , ficando cara a cara com ele . Só observo .
Ela suspira e olha pra cima , depois encara ele , como se soubesse de todos os seus pecados , meu pai se estremece na cama , até eu estou com medo , tento falar alguma coisa :
- Hm , Tia...- Ela me olha e coloca o dedo na frente dos lábios , fazendo " Shhh ! " , e assim me calo .
E no momento em que ela se vira pra ele , ela agarra fortemente a gola da camisa dele e o puxa bruscamente pra frente , dando um tapa forte .
- Tia ! – Me levanto na hora tentado puxar ela , pra que não acabe matando ele .
- Seu imundo imprestável ! Maldito ! Agora você vai morrer de vez ! Porque eu vou te matar ! – Ela falava tudo isso agressivamente ainda segurando a gola dele.
- Tira essa louca de perto de mim ! – Meu pai fala como um pedido de socorro e finalmente consigo puxar ela pra longe , nunca a vi tão feroz e brava .
- O único louco aqui é você ! Que abandonou sua própria filha ! Sem nem ao menos procurar por ela , seu lixo ! – Ela Gritava cheia de fúria .
- Eu tive os meus motivos e você vai entende-los ! E a única coisa que procuro é o seu perdão minha filha – Ele olha pra mim , e eu desvio o olhar .
- Perdão ? Perdão !? Qual é o seu problema Thomas !? – Ela vai até ele novamente – A Louise pode até te perdoar , mas eu...hum...eu nunca vou fazer isso ! – Seus olhos começam a ficar úmidos – Eu só queria que a minha irmã nunca tivesse te conhecido ! Nunca ! Sabe por que !? Porque ela estaria viva , e mesmo que doente , ela estaria aqui para viver os últimos dias de sua vida com dignidade ! – Ela fala tudo isso apontando o dedo na cara dele . Eu coloco a minha mão na boca , tentando controlar as lágrimas que insistiam em vir .
Tia June vem falar comigo , mais calma , porém com o coração mais partido , isso me doí tanto ... .
- Como...como isso aconteceu ? – Ela pergunta meio ofegante .
- Eu estava no banheiro da escola e do nada recebo uma ligação do hospital perguntando se eu sou a Louise Megan White , e que meu pai estava lá se recuperando depois de se meter em uma briga de bar e que ele estava a minha procura , simples assim – Digo e ela bufa .
- Mas que inútil ...- Ela coloca a mão na testa – E como eles conseguiram o seu número ? – Ela pergunta .
- Ele disse para as enfermeiras que era meu pai , passou o meu nome e elas tentaram procurar meu número no sistema do hospital e eu já tinha sido tratada aqui , e foi assim que conseguiram meu contato – Ela balança a cabeça concordando .
- Olha Lise , acho que é obvio que as coisas não serão mas as mesmas , nossa vida...vai mudar completamente depois disso , vamos tentar...conviver com isso e tentar saber e entender a parte dele da história , perdão pelo meu temperamento querida , mas é que eu realmente não consigo – Ela fala docemente e eu concordo .
- Thomas, vou conversar com o médico que está cuidando de você e...o resto nós vemos depois – Ela saí do quarto a procura do tal médico ,e novamente , estou sozinha com ele .
Eu já ia voltar a me sentar , porém vejo que ele está...chorando !? .
-Ei, por que você tá chorando ? – Pergunto meio desajeitada , não sabia como falar com ele .
- Eu só...senti muito a sua falta , e ainda sinto saudades da sua mãe , eu não aguento mais essa tortura , eu simplesmente te abandonei , abandonei o corpo sem vida da sua mãe dentro daquele carro destruído , fui covarde e fugi – Suas lágrimas desciam sem parar e vendo essa cena , não consegui mas me segurar .
- Por que pai !? Por que !? Por que me deixou sozinha sem esperança ou suporte , esse fardo era tão pesado assim ? – Falo soluçando forte , a ferida estava aberta .
- Eu tive medo...eu não iria aguentar olhar você crescer...e se parecer cada vez mais com a sua mãe , fui um covarde ! Minha filha me perdoe ! Perdoe este...velho bêbado e já sem vida , por favor...é só disso que eu preciso – Ele chorava muito , nós dois , na verdade .
- Pai...- Vou até ele e me deixo chorar rios em seus braços .
Como as coisas seriam agora ? ... .
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