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IV. Você Com Essa Mente Limitada Não Entenderia

Emi estava claramente estressada com Asami, mas não é como se a garota pudesse fazer alguma coisa a respeito. Afinal, se Asami pudesse controlar o que sentia, certamente ela não ficaria com pensamentos que só deixavam claro o quanto a autoestima dela era baixa. Se Asami pudesse controlar o que sentia, não ligaria nem um pouco para o que pensavam ao seu respeito e não se importaria com todas as zoações. Claro, na maior parte das vezes, era fácil ignorar; mas, em momentos onde Asami parecia estar andando em uma corda bamba, cada comentário a atingia como um soco bem no meio do estômago.

Asami balançou a perna, inqueita, seus olhos percorrendo as linhas do livro em suas mãos sem de fato chegar a ler as palavras contidas ali. Não era como se ela não quisesse entender o porque diabos Gregor Samsa tinha virado um inseto gigante e monstruoso; estava mais para uma questão de que seu cérebro tinha literalmente parado de funcionar, incapaz de pensar no como a família dele era infeliz, pois tudo o que rondava a mente de Asami, era no como ela mesma era infeliz às vezes.

-Porque você precisa escolher coisas assim pra ler?- Emi disse, torcendo o nariz, sem tirar os olhos do livro em suas mãos. Orgulho e Preconceito, o que não chocava Asami nem um pouco. Ela apenas revirou os olhos para amiga, deixando o livro sobre a mesa. -Quem nos dias de hoje perde tempo lendo Franz Kafka?

Bem, era um fato que o gosto literário de Asami não era fixo; de clássicos a livros juvenis, Asami lia o que a chamava atenção e sempre era extremamente crítica na hora de discutir sobre livros. Emi sabia muito bem disso.

-Pessoas de QI muito elevado, mas você com essa mente limitada não entenderia. - Asami disparou, abrindo um sorriso puramente lupino para Emi, que estalou a língua. -E você não está em posição de julgar. Está lendo Jane Austen.

-Você vai criticar Jane Austen também, sério?- Emi disse com indignação, fechando o livro com força.

Asami tinha lido Orgulho e Preconceito três vezes; e, ainda assim, era a única obra que Asami não sabia exatamente como classificar, motivo pelo qual ela apenas deu de ombros para Emi, o que fez sua amiga piscar os olhos, parecendo perplexa.

-Você não vai criticar? Aparecer com trocentos mil pontos do porquê Orgulho e Preconceito é uma merda? - Emi zombou e, quando se deu conta que Asami realmente não diria nada, franziu o cenho. -Você não leu, é isso?

-Claro que eu li. Acho que não sei como opinar direito porque me identifico um pouco demais com Elizabeth Bennet.- Asami confessou. Emi a observou antes de rir.

-Realmente, você é sarcástica igual Elizabeth. Está esperando seu Mrs Darcy? - Emi zombou, fazendo Asami revirar os olhos.

-No meu caso, eu o mataria antes que qualquer coisa pudesse acontecer entre nós. - Asami admitiu, estalando a língua, e Emi deu risada.

-Realmente, você acabaria com ele em um piscar de olhos.- Asami sorriu para sua melhor amiga, sabendo muito bem que Emi apenas tinha começado esse papo por sentir que Asami não estava tendo um de seus melhores dias. Ou melhor semana. Tudo tinha ficado muito confuso e zoado depois que encontrou Oikawa na rua sete dias atrás, mas Asami preferia ignorar que aquilo tinha acontecido. Ou melhor, preferia ignorar Oikawa. -Você vai contar para mim o que está te incomodando tanto?

Às vezes Asami queria ser mais como as protagonistas fortes dos livros que ela lia. Katniss Everdeen não tinha tempo para se preocupar se era bonita ou não, se algum garoto olharia para ela ou não, porque Katniss tinha que sustentar sua família e depois enfrentar a Capital, tudo isso com seus dezesseis anos. Então, olhando por esse lado, os problemas de Asami pareciam terrivelmente idiotas e completamente superficiais. Porque ela se sentia mal se sua vida era boa? Se tinha família, comida, uma casa para morar?

E, ainda assim, mesmo que soubesse disso tudo, Asami não conseguia controlar os sentimentos que tomavam conta dela nos piores momentos possíveis. Tudo seria muito mais fácil se ela simplesmente pudesse desligar essa parte dela, todas essas emoções que às vezes a sufocavam por completo.

-Não é nada, não se preocupe. - Asami garantiu, pegando sua mochila e começando a guardar suas coisas quando o sinal indicando o final daquela última aula (que foi vaga graças a uma reunião entre os professores) tocou para salva-la.

Emi apenas arqueou a sobrancelha, sem ter muita certeza quanto a isso. Asami sabia muito bem que fugir de Emi era praticamente impossível, mas pelo menos Emi, daquela vez, parecia disposta a dar o espaço que Asami precisava naquele momento.

-Vamos terminar o trabalho hoje? - Emi perguntou, juntando todos os papéis que ela tinha espalhado por sua carteira, desde fotos de cantores famosos até pesquisas sobre física quântica. Asami sempre se perguntava o porque de Emi ser tão estranha e sempre andar com coisas tão estranhas por aí, mas ela supunha que era por isso que Emi era sua amiga. Pessoas estranhas se atraíam.

-Pode ser, precisamos editar aquela última folha. - Asami disse, balançando o pen drive em suas mãos. Emi pegou o objeto antes que Asami pudesse protestar, e a garota de cabelos escuros torceu o nariz para a amiga.

-Eu vou lá na biblioteca e edito. Vai indo lá para o ginásio e procura meu livro da biografia de Shakespeare, acho que larguei lá.- Emi disse, colocando a alça da bolsa no ombro. Asami fez uma careta, abrindo a boca para protestar. -Ah! E se você vir o Iwaizumi, fala pra ele ir me encontrar? Aquele desgraçado tá fazendo o trabalho da aula de inglês comigo, mas o imbecil não tem um segundo livre por causa dessa merdinha de clubezinho. Fala que se ele não aparecer, vou queimar aquele ginásio até virar cinzas!

Asami até tentou avisar Emi que não queria ir até o ginásio onde todos do clube de vôlei certamente estariam agora, mesmo que tivesse até que construído uma relação com aqueles garotos depois de tantos dias estudando lá. Mas Emi sequer deu a Asami tempo de dizer isso antes de simplesmente ir embora, deixando Asami para trás.

Que merda, Asami pensou, fechando os olhos com força por um instante. Ela mataria Emi por ser tão burra e cega, e depois se mataria logo em seguida.

Com um suspiro pesado e dramático, Asami agarrou sua bolsa antes de seguir para fora da sala e seguir de forma automática na direção do ginásio.

Se não pensasse demais, não tinha o porque se preocupar, certo?

Oikawa estaria ocupado demais treinando, ela não precisava se preocupar com nada pois ele sequer notaria que Asami estava lá, então tudo ficaria bem, certo?

Asami percebeu que seu problema não seria Oikawa no segundo que colocou os pés para fora do prédio e três garotos fixaram os olhos nela, sorrisos maldosos crescendo em seus lábios. Asami apertou com mais força os livros em suas mãos, andando mais rápido. Ela conhecia aquele tipo de sorriso, e sabia muito bem o que vinha logo em seguida.

-Ei, quatro olhos, você que é a Asami da sala três? - um deles falou, e o coração de Asami parou de bater por um instante. Não, não e não. -Você é boa em literatura, podia fazer nossos trabalhos!

-É! Não ia ser bom se pudesse fazer isso por nós?- outro falou, chegando mais perto dela. Asami tentou se afastar, mas foi lenta demais, pois um dos garotos havia agarrado o braço dela, a virando com tanta força que fez Asami deixar cair todos os livros em suas mãos. Os três começaram a rir.

-Nossa, como você é patética. - um deles deu risada, analisando Asami da cabeça aos pés. -Uma nerdzinha realmente muito...

Asami não pensou direito; uma coisa era ela ter suas próprias inseguranças e se autodestruir, outra coisa era outra pessoa querer apontar defeitos em Asami.

Foi por isso que ela não pensou duas vezes antes de fechar o punho com força e o chocar contra o nariz daquele garoto que a segurava com força. Ele deu um grito, recuando três passos, a mão cobrindo o rosto. Os outros dois ficaram estáticos, chocados demais para fazerem qualquer coisa que fosse; a própria Asami estava chocada demais com sua própria coragem para pegar suas coisas e correr dali antes que eles se recuperassem do choque.

Quando o garoto tirou as mãos do rosto, Asami viu o sangue escorrendo entre seus dedos. O coração dela definitivamente parou de bater quando o garoto ergueu a cabeça para fitar Asami, e ela viu ódio ali dentro. Ah, sim, Asami sabia exatamente o que aqueles garotos fariam com ela por conta desse soco, motivo pelo qual ela começou a recuar.

-Vadia, você tá fodida!- o garoto gritou, avançando rápido demais contra ela, a mão erguida.

Asami esperou pelo pior; esperou pelo momento em que a palma daquele garoto fosse se chocar contra seu rosto, esperou pela humilhação. Mas nada disso veio.

Na verdade, o que aconteceu foi que a mão daquele garoto foi segurada com força antes que pudesse atingir o rosto de Asami.

-O que acha que está fazendo, hein?- Oikawa cantarolou e, apesar de parecer tranquilo, seus olhos não diziam o mesmo. -Ia mesmo bater em uma garota? Dentro da escola? O que será que nosso incrível diretor vai achar sobre isso?

O garoto conseguiu se soltar do aperto de Oikawa, os olhos se arregalando tanto que Asami se perguntou se não iam saltar para fora. Antes mesmo que pudessem dizer mais alguma coisa, aqueles três já tinham se virado e saído correndo para o mais longe dali.

Asami odiou o olhar que Oikawa dirigiu a ela assim que se virou na direção de Asami. Odiou porque era insuportável ver toda aquela preocupação ali, como se ela significasse alguma coisa além de um monte de nada.

-Asami-chan, você está bem?- ele perguntou, a voz demonstrando o quanto ele verdadeiramente estava preocupado. Asami negou; porque ela mentiria? Ela não estava bem. Talvez nunca fosse estar completamente bem.

Asami se abaixou, começando a pegar suas coisas, e Oikawa não demorou muito para fazer o mesmo, ajudando Asami com os livros, mesmo que ela não tivesse pedido nada.

-Asami-chan... Você deveria ir na diretoria. - Oikawa disse depois de um tempo em silêncio, a olhando seriamente. -Isso não foi...

-Já estou acostumada com isso, Tooru. - ela o interrompeu, se levantando rapidamente. -Já estou acostumada a ser tratada como merda nenhuma. Já estou acostumada a ser deixada para trás. Mas não significa que não dói.

Oikawa a olhou seriamente e deu um passo na direção dela, como se estivesse prestes a tentar consolar Asami. Mas tudo o que ela menos precisava naquele momento era se sentir ainda mais humilhada, era a lembrança de que ele tinha visto o quão patética Asami era.

-Você pode avisar Emi que fui para casa, por favor? - ela disse, a voz embargada.

-Asami-chan...- Oikawa disse, baixinho, mas ela apenas se afastou.

-Só... Deixa isso pra lá. Até outro dia, Tooru.

E, sem esperar por uma resposta, Asami apenas foi embora. Desejando profundamente poder fazer como todos e esquecer que existia.

Data: 24/01/22

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