Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

{ Extra: Você Deveria Ter Vindo Para O Brasil }

Notas                                                            

Oi gente! Antes de iniciar esse extra, passei aqui para dizer que fiz ele porque não me sentia pronta pra dizer adeus pra essa fanfic ainda. O jeito que ela se tornou uma das minhas favoritas foi diferente, e queria dar um fechamento digno para ela e espero que gostem!

São 10600 palavras de surtos da Asami e do Oikawa e espero que vocês gostem do capítulo (e que ele não flope K) assim como eu amei escrever ele S2

Já peço desculpas por possíveis erros, eu revisei o capítulo trocentas vezes, mas como tem muita coisa, talvez eu tenha deixado algo passar

E antes que me xinguem por causa desse extra, vale ressaltar que nenhum casal é perfeito, viu? Nem mesmo eles dois KKKK

Obrigada a todos que acompanharam até aqui, que leram e comentaram em cada capítulo, vocês nem fazem ideia do como isso me motivou a continuar

E é isso! Espero que gostem desse extra
~Ana

A cabeça de Asami estava explodindo de tanta dor conforme ela andava pelas ruas quentes de São Paulo, xingando mentalmente o idiota do chefe dela por ter mudado subitamente de ideia e agora ela teria que ir para o Rio de Janeiro, terminar o trabalho ali no Brasil enquanto estava de férias da faculdade. Não que fosse exatamente uma coisa ruim levando em conta que lá ela poderia aprofundar mais seus estudos sobre Machado de Assis e tinha o bônus de poder ver Hinata após tantos anos longe. Essa era a única coisa boa que Asami conseguia enxergar em tudo isso.

Fazia, aproximadamente, dois meses que ela estava morando ali em São Paulo, e até aquele momento, ela ainda não tinha se acostumado completamente com a cultura Brasileira do jeito que tinha se adaptado a Argentina. Mas isso ia precisar de tempo, e ela até que gostava da agitação dos brasileiros e principalmente das festas intermináveis e em qualquer horário e lugar.

O português de Asami ainda não era tão bom, mas ela conseguia se virar sozinha e muito bem com espanhol e inglês, o que fazia com que ela não ficasse tão perdida assim quando precisava se comunicar com alguém. E algo que ela adorava nos brasileiros era o como eles sempre pareciam dispostos a ajudar alguém, principalmente os estrangeiros.

Asami amava trabalhar como editora. No começo, ela não entendeu o porque seu chefe quis a mandar para filial no Brasil, e tampouco a agradou. Porém, agora, era quase que um alívio poder passar esse tempo no Brasil, longe da Argentina e tudo o que ela lembrava a Asami. Tudo o que ela queria e desejava poder esquecer.

Não, bastava de ficar pensando demais nisso, bastava de ficar se lembrando de coisas que não a levariam a lugar nenhum, principalmente agora.

Com um suspiro, Asami atravessou a Avenida Paulista para entrar em uma Starbucks. Ela odiava o café de lá, mas precisava usufruir do Wi-Fi capenga do estabelecimento, assim como também precisava de cafeína, por isso se sujeitou a pagar quatorze reais em um Mocha branco.

Sem vontade de beber aquilo, Asami apenas colocou seu computador em cima da mesa de madeira e o ligou para terminar de digitar os últimos detalhes do e-mail para seu chefe e se livrar logo daquilo, finalizando mais um dia agitado de trabalho.

Asami sempre ficava amargurada quando abria o computador e via a foto de capa que estava ali, mas também nunca fazia exatamente um esforço para trocar, o que apenas a fazia pensar que ela gostava de se torturar todo santo dia vendo aquela foto maldita ali.

Tentando não pensar a respeito, Asami apenas digitou sua senha e voltou a escrever seu e-mail, dando um suspiro de alívio quando finalmente conseguiu terminar de dizer ao seu chefe os motivos pelo qual a garota que ele achava ser um "prodígio" da escrita não era nenhuma Jane Austen e jamais seria. Principalmente por causa da escrita rasa e superficial, com péssima abordagem de temas fortes e falta de representatividade. Onde o chefe de Asami achou que aquela garota seria um ótimo acréscimo para a editora, Asami não sabia, mas era bom deixar claro que ele estava se equivocando antes que fosse tarde demais e eles acabassem saindo no prejuízo por um investimento que não renderia lucros.

Ela estava guardando suas coisas para finalmente ir para o lugar onde vinha sendo sua casa nos últimos tempos quando seu celular começou a tocar. Ela torceu o nariz quando viu o nome de Emi no visor, ciente que sua melhor amiga não pararia de ligar até que Asami enfim atendesse, o que era um saco para a mulher de vinte e um anos.

-Você não deveria estar enchendo o saco do Iwaizumi?- foi a primeira coisa que Asami disse assim que atendeu a ligação e colocou o celular no ouvido. Ela abriu um sorriso ao escutar a risada sarcástica de Emi soando do outro lado da linha.

-Sabe, eu realmente não sinto mesmo a sua falta. - Emi disse, fazendo Asami dar risada enquanto caminhava em direção ao metrô.

-Sim, claro, então não me ligou para implorar de novo que eu vá no seu casamento ai nos Estados Unidos?- Asami zombou e, quando Emi ficou silenciosa, Asami teve sua resposta. Ela começou a rir. -Você é uma idiota, Emi. Mais idiota que você só o Iwa por querer casar contigo.

-Ah, vai se fuder sua mal amada da porra. - Emi sibilou, fazendo Asami sorrir. -Você deveria ter vindo para os Estados Unidos!

Asami fez uma careta, acabando por se lembrar de Ushijima Wakatoshi e seu incrível "você deveria ter vindo para Shiratorizawa". E então, a careta se intensificou pois isso apenas a lembrava a uma pessoa, uma pessoa que ela queria imensamente esquecer que existia.

-E você deveria ter vindo para o Brasil. - Asami retrucou, escutando Emi rir do outro lado da linha.

-É sério, Mi! Estou com saudades, e é meu casamento, poxa! Sei que você não quer dar de cara com o Shittykawa, mas é só por um dia, um mísero dia, e vocês nem precisam ficar perto um do outro, cacete!- Emi implorou, fazendo Asami suspirar e fechar os olhos. -Caralho, já fazem quase dois meses, vai superar isso nunca?

-Se Iwa te desse um pé depois de todos esses anos juntos, você ia superar do dia pra noite? - Asami retrucou, irritada. -E não é só isso, cacete! A gente morava junto, porra, perdi a casa também.

-Sério que é com a casa que você tá preocupada e não com o fato que ainda ama ele?- Emi zombou, fazendo Asami bufar.

-Tchau, Emi. Estou entrando no metrô.

Asami não esperou resposta antes de desligar a chamada e começar a descer as escadas rolantes. Ela fez tudo no automático, sua mente se voltando para o lugar que ela vinha tentado evitar ir durante todos aqueles dias.

Ela fechou os olhos por um instante, se sentando no banco e encostando a cabeça contra o vidro da janela.

Claro que ela ainda amava Oikawa. Talvez nunca fosse deixar de ama-lo, mesmo que já não estivessem mais juntos. Asami sabia que tinha sido uma escolha dela; mas quem havia a levado a fazer isso, tinha sido ele, e Tooru sabia exatamente o que estava fazendo quando fez Asami escolher entre o emprego que ela amava e ele. Ela já não tinha aberto mão do Japão por causa dele, afinal? O quão egoísta era ele de dizer que se tivessem que ter relacionamento a distância, mesmo que por poucos meses, não daria certo? Como ele sequer poderia pensar uma merda dessas depois de tudo o que tinham passado juntos, afinal?

Porque claro que a vida profissional dele importava mais que a de Asami, porque claro que o sonho dele importava mais.

Ela bufou, esfregando o rosto com força. Talvez estivesse sendo injusta com esses pensamentos, ela sabia, as coisas não tinham acontecido exatamente assim, ambos tinham errado, e ela tinha desistido fácil demais, Asami sabia. Mas agora, era tarde demais, e ela estava ali, no Brasil, enquanto Tooru tinha se recusado a sequer ir ao aeroporto dizer tchau para ela. Não que ela se importasse, claro que não! Dois meses que Oikawa sequer mandava uma mensagem para ela, não que Asami se importasse, afinal, ela também não havia mandado nada para ele. E ainda assim...

Ainda assim, toda vez que o celular tocava, ela desejava que fosse ele.

Ainda assim, toda noite antes de dormir, ela queria que fosse com ele.

Ainda assim, todos os dias, desejava voltar para casa, desejava voltar para ele.

Mesmo que Asami soubesse que isso não aconteceria, nunca mais. E ela apenas teria que arranjar uma forma de descobrir o como superar tudo isso. E reaprender a viver sem ele.

| Asami (22h45)
Shoyozinho do meu coração
Amanhã eu vou para o Rio :)
Espero que você me leve pra jantar!!!
E depois me ensine a jogar vôlei de praia ;')
Saudades de você ❤

Asami deu um longo suspiro, enfiando a cara no travesseiro. O lado ruim de estar há pouco tempo em São Paulo é que ela ainda não tinha amizades o suficiente para poder sair no final de semana com alguém, o que na maioria das vezes fazia Asami optar por ficar trancada dentro de seu quarto no apartamento alugado pela editora que ela trabalhava. Claro, tinha algumas pessoas da editora com quem ela poderia sair para beber e curtir as festas brasileiras, mas Asami não estava com muita paciência para dar foras naquela noite.

Seria mais fácil se ela simplesmente conseguisse ficar com outra pessoa. Afinal de contas, ela e Oikawa tinham terminado, não é? Então porque ela não se via com outra pessoa que não ele? Porque não conseguia sequer cogitar a ideia de beijar outra boca que não a dele?

Era um mundo cruel e injusto!

| Hinata (22h50)
Também tô com saudades,
Asami-san!
Ahhh você nem sabe quem
eu encontrei aqui no Rio!

Asami franziu o cenho e arqueou uma sobrancelha com a mensagem de Hinata, esperando que ele terminasse de dizer quem seria essa grande pessoa que tinha encontrado. Quando a resposta não veio, ela resolveu perguntar.

| Asami (22h55)
Quem você encontrou?
É alguém que eu conheço?
Shoyo???

| Hinata (22h59)
Hm?
Ah, não, esquece!
Não foi ninguém, relaxa
Amanhã vou te levar nos melhores
restaurantes, você vai adorar!
E claro que te ensino a jogar AAAAA
Vou te buscar amanhã no aeroporto yaaay
Te amo, até amanhã!

Asami arqueou uma sobrancelha. Suspeito, era muito suspeito, mas quando se tratava de Hinata, ela bem que esperava esse tipo de comportamento levemente estranho e completamente intrigante.

Mas não importava, não importava pois no dia seguinte ela veria Hinata e uma parte de seu coração despedaçado voltaria ao lugar, ela sabia.

Asami não teve forças para se importar com as esquisitices de Hinata antes de afundar o rosto no travesseiro. Ela estava cansada, verdadeiramente exausta depois de uma semana cheia de trabalho e extremamente cansativa. Tudo o que ela queria era apenas fechar os olhos e esquecer todos os seus problemas.

E, pela primeira vez em muito tempo, Asami teve um sono que prestou. E não pensou em absolutamente nada.

O vôo de São Paulo até o Rio de Janeiro era bem rápido; em menos de uma hora, Asami já se encontrava no aeroporto, rindo quando viu Hinata pular de um lado para o outro para chamar a atenção dela. E Asami não pensou duas vezes antes de correr até o melhor amigo que ela tinha e o abraçar com força, a saudades que ela sentia dele a atingindo em cheio naquele momento.

-Hinata, você está ainda mais alto, eu não gostei!- ela disse e Hinata apenas riu, a abraçando mais uma vez com carinho.

-Asami-san, eu estava com saudades.- ele disse, fazendo Asami sorrir para ele.

-Eu também, Shoyo. Mas agora estamos pertinho um do outro, não é demais?- ela disse e Hinata sorriu de forma animada que já respondia o suficiente.

Hinata fez questão de acompanhar Asami até o hotel onde ela se hospedaria, passando o caminho todo contando como havia sido estar no Brasil até aquele momento, e sobre vôlei de praia.

-Vôlei de praia é demais, Asami-san, você precisa ver.- ele disse animadamente e Asami sorriu. Ela conhecia uma pessoa tão apaixonada por vôlei assim, como Hinata... E fez uma careta ao pensar nele, balançando a cabeça para se livrar daqueles pensamentos. -Você deve estar cansada.

-Mesmo que a viagem não tenha demorado tanto, estou um pouco, admito.- ela disse e Hinata deu risada.

-Então vamos fazer assim, você descansa e mais tarde eu volto pra gente sair pra jantar! - Hinata disse com um sorriso animado e Asami deu risada antes de assentir.

Os dois se despediram com um abraço e Asami foi até o quarto do hotel para deixar suas coisas e tomar um banho demorado.

Ela estava cansada, era um fato, ainda mais de ter passado a manhã toda finalizando suas pendências antes de ir para o Rio. Logo ela terminaria o que tinha ido fazer ali no Brasil, terminaria seus estudos sobre Machado de Assis, e voltaria para Argentina, assim como voltaria com as aulas da faculdade. Ela precisaria começar a pensar logo em que lugar moraria quando voltasse, já que não seria com Oikawa. Talvez ela pudesse se mudar para a casa de seu primo, pelo menos por um tempo...

Com um suspiro pesado, Asami deixou o rosto afundar no travesseiro, tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair toda vez que ela pensava demais em Tooru.

Claro que Asami não o tinha esquecido, claro que sentia falta dele todos os dias. Haviam se passado apenas dois meses, dois meses não são nem de perto o suficiente para apagar os anos ao lado dele e tudo o que tinham vivido juntos. Oikawa havia sido a família de Asami por tempo demais para que ela simplesmente conseguisse esquecer e superar isso rápido assim.

Não, não e não, Asami pensou, esfregando o rosto e se levantando. Não vou pensar em Oikawa hoje.

Ela não pensaria nele naquele dia, mesmo que a foto de bloqueio de seu celular fosse com ele.

Ela não pensaria nele naquele dia, mesmo que estivesse usando o perfume que ele deu para ela.

Ela não pensaria nele, mesmo que ainda usasse a aliança prateada no dedo anelar direito.

Ela não pensaria nele, mesmo quando tudo fazia Asami se lembrar de Oikawa.

No final das contas, não havia sequer um dia em que ela não pensasse nele. Não havia sequer um dia que Asami não se lembrasse dos olhos dele que sempre estavam tão cheios de amor, ou do sorriso que ele sempre dava para ela, o sorriso que ela amava com todo seu coração, ou o como ele gostava quando Asami colocava os dedos entre seus cabelos e acariciava de leve.

Lembrar dele apenas fazia Asami sentir os olhos encherem de lágrimas e lembrar que o orgulho estúpido de ambos havia causado tudo aquilo com eles. Apenas fazia Asami se odiar um pouco mais por saber que cinquenta porcento da culpa de estarem separados era dela, e apenas fazia ela sentir ainda mais raiva de si mesma por simplesmente não pegar o celular naquele exato momento, ligar para ele e dizer que o amava.

Mas ele não tinha ligado para ela também; nem mandado mensagem, nem ido até o aeroporto se despedir, e essas eram pequenas coisas que ela não conseguia esquecer.

Eu tentei, ela vivia dizendo isso para si mesma, mas era apenas uma desculpa para não assumir o fato que Asami era tão culpada pelo fim de seu namoro quanto Oikawa.

Eles poderiam ter tido tudo juntos, mas a imaturidade deles os levou ao fim, e isso era algo que doeria para sempre no coração de Asami, principalmente quando ela sabia, sabia que jamais seria capaz de deixar de amar Tooru Oikawa. E ela também não queria deixar de amar ele, apesar de tudo.

Ela ainda sonhava com ele e com o que poderiam ter tido juntos... E isso era o que mais doía em seu coração.

Asami decidiu esperar por Hinata no lobby do hotel, pois pelo menos se distrairia com as pessoas entrando e saindo. Pelo menos ela não teria que pensar demais, relembrar coisas que era melhor serem esquecidas. Tudo o que Asami menos queria era chorar naquele dia, ainda mais quando estava ali, com Hinata, depois de tanto tempo sem ver ele. Era para ser um dia feliz, e não um dia que ela passaria se martirizando pelo passado! O que passou, passou. Ela não podia voltar no tempo e fazer diferente.

Asami estava ali, sentada e irritada com seu chefe, desviando o foco de seus pensamentos para as mensagens que respondia rapidamente apenas para não pensar em Tooru, quando viu o piano no salão de recepção. Uma vondade de levar seus dedos até as teclas cresceu dentro de Asami, e ela reuniu toda sua coragem para perguntar a recepcionista, com seu português péssimo, se podia tocar. O lado positivo é que a mulher disse que ela podia. O negativo foi Asami passar vergonha tentando falar uma língua que ela ainda não dominava muito bem.

Ela se sentou diante do piano, seus dedos percorrendo as teclas por um instante. Fazia três anos que ela estava tendo aulas de piano, e por causa de Tooru que havia a apoiado. Na verdade, ele sempre havia apoiado Asami em tudo... E talvez até mesmo naquela viagem dela para o Brasil, mesmo que Asami tivesse entendido tudo errado e de forma torta. Ela sabia que ambos eram culpados, ela sabia que tudo poderia ter se resolvido se Asami apenas... Tivesse ficado mais um instante, tivesse insistido em uma conversa matura. Mas esse é o problema quando você fala demais o que não deve e age por impulso: tudo desanda e acaba com um piscar de olhos.

Sem pensar demais, Asami pressionou o dedo contra a tecla branca do piano, a melodia preenchendo seus ouvidos. Então, ela finalmente começou a tocar, seus dedos deslizando pelas teclas com agilidade e precisão, começando uma música que ela havia passado dias estudando, ainda mais quando seu coração havia sido completamente destroçado e magoado.

-I know it hurts, It's hard to breathe sometimes. - Asami cantou, sua voz preenchendo o salão que pareceu ficar em silêncio por um instante para escutar a música que Asami cantava com tanta dor no coração. -These nights are long, You've lost the will to fight.

Qualquer um era capaz de notar o quanto aquela música pesava para Asami, o quanto cada palavra saía com dor. Mas ela apenas continuou a tocar, deus dedos deslizando pelas teclas do piano e a a voz saindo de forma suave apesar de tudo.

-Is anybody out there? Can you lead me to the light? Is anybody out there? Tell me it'll all be alright. - uma súplica verdadeira, tudo o que ela mais queria era alguém para dizer a ela que tudo ficaria bem no final, que ela conseguiria tampar aquele buraco que havia crescido em seu peito. Que as coisas seriam melhores.

Um dia de cada vez, eles diziam; então porque parecia que nada melhorava, afinal?

-You are not alone. I've been here the whole time singing you a song. I will carry you. I will carry you. - era isso que Asami queria, ela apenas queria não se sentir mais tão sozinha com a ausência de Oikawa, ela queria dar um jeito de esquecer o quanto ele fazia falta para ela. Se ela apenas conseguisse o esquecer fácil assim...

-I know you can't remember how to shine, Your heart's a bird without the wings to fly. - e o que mais doía para Asami, era que ela tinha perdido o amor da sua vida por algo tão estúpido e trivial. Uma vez, ela disse a Emi que Romeu e Julieta eram apenas dois burros emocionados. Mas, no fim das contas, o romance de Asami e Oikawa terminou da mesma forma: de forma trágica e dolorosa.

-Is anybody out there? Can you take this weight of mine? Is anybody out there? Can you lead me to the light?

Asami nem mesmo se deu conta que tinha espectadores até finalmente terminar a música e escutar pessoas a aplaudindo. Ela sentiu as bochechas esquentarem um pouco, mas sorriu antes de se levantar e se afastar, apenas para dar de cara com Hinata, que abriu um imenso sorriso para ela.

-Asami-san! Uau, eu não sabia que você cantava tão bem! E nem que tocava piano!- Hinata disse de forma animada e Asami riu, por um segundo, se esquecendo do quão pesado seu coração estava naquele momento.

-Eu fiz aulas de piano, quando tinha um namorado para pagar pra mim. - ela resmungou e Hinata fez uma careta. -E tempo, claro.

-Você e o Oikawa-san terminaram mesmo, né.- Hinata disse e Asami apenas suspirou antes de forçar um sorriso para ele.

-Bom, não vamos perder nosso tempo falando sobre essas coisas, né? Você disse que ia me levar para jantar! E eu estou mesmo com fome, além de realmente gostar da comida brasileira. Espero que você não me decepcione, Shoyo Hinata. - Asami disse com um sorriso, entrelaçando o braço no dele e Hinata riu.

Até aquele momento, Asami estava gostando do Rio de Janeiro, apesar do calor estar muito intenso naquele dia e a noite completamente abafada. Ela sempre achava divertido o como os brasileiros estavam sempre agitados e animados, e ela também gostava do samba que tocava nos bares ou do pagode, algo que fez Hinata rir um pouco quando ela disse.

-Vai dizer que você não gosta?!- Asami questionou com um sorriso, empurrando seu amigo de infância de leve em uma provocação. Hinata sorriu para ela.

-Eu gosto de tudo no Brasil, até das piores partes. - Hinata admitiu, fazendo Asami sorrir. Ela conseguia ver o quão feliz Hinata estava ali, e aquilo também deixava Asami feliz, afinal, tudo o que ela mais queria para ele, era que Hinata fosse feliz.

-Você ainda fala com os meninos que estudaram com você? Os do seu time de vôlei?- ela perguntou enquanto andavam pelas ruas em direção ao restaurante que Hinata disse que a levaria. Ele abriu um sorriso para ela, os olhos dele se enchendo de uma saudades que Asami entendia muito bem.

-Ah, sim. O tempo todo. Kageyama sempre arranja um jeitinho de me xingar, mesmo estando a quilômetros de distância. - Hinata zombou, fazendo Asami dar uma risada. -Acredita que ele está jogando no time de Ushijima Wakatoshi?

-Meu Deus. - ela disse torcendo o nariz pensando na cena, e Hinata deu risada. -E os outros, continuaram jogando também ou só vocês dois?

-Por incrível que pareça, Tsukishima também continuou. - Hinata disse de um jeito tão perplexo que fez Asami dar risada. -Para alguém que no primeiro ano agia como se nem ligasse para vôlei...

-Eu sou suspeita para falar. Costumava odiar tanto obras como Dom Casmurro, mas aceitei vir para o Brasil só para poder estudar sobre Machado de Assis.- Asami disse com um sorriso e suspirou. -Mas pessoas mudam, assim como tudo muda na sua vida com o passar do tempo. Às vezes não exatamente do jeito que a gente queria, mas...

-Asami, Asami! Sem negatividade hoje!- Hinata disse, cutucando as costelas dela, a fazendo chiar. -Você vai curtir essa noite, tenho certeza! Aliás, um amigo meu vai jantar com a gente, não tem problema, né?

Asami conteve a vontade de fazer uma careta; estava esperando que aquela noite fosse apenas dela e de Hinata, e não que ela tivesse que conhecer algum amigo do garoto mais novo. Apenas rezava para que Hinata não estivesse tentando arranjar um namorado novo para ela, porque tudo o que Asami menos precisava era de homem em sua vida para terminar de quebrar o que já estava partido.

-Sem problemas. - ela disse, dando de ombros, mesmo que talvez estivesse um pouco incomodada.

-Que bom!- Hinata disse, um brilho suspeito em seus olhos que fez Asami vacilar por um instante.

-Hinata Shoyo, o que está aprontando pra cima de mim?- ela reclamou, cruzando os braços, e Hinata a olhou com a maior cara de indignação que Asami já o tinha visto fazer. -Hinata, eu te conheço desde que você saiu do útero da sua mãe! Não adianta esconder coisas de mim!

-Acho que você bateu com a cabeça, tadinha!- Hinata zombou e Asami abriu a boca, perplexa, o que fez o garoto rir. -Asami-san, você está sendo paranoica! Eu não estou aprontando nada! Qual o problema de eu querer que você conheça um amigo super gente boa meu? Credo, Asami. Seja mais sociável!

-Bem, nem todos nós nascemos com a sua habilidade de falar com todos e cagar para a vergonha, Shoyo. - ela resmungou, fazendo Hinata rir e dar de ombros, a puxando para dentro de um restaurante.

O restaurante era simples e caseiro, e esses eram os tipos de restaurantes que Asami mais gostava; sem todas aquelas frescuras e coisas do tipo.

Ela seguiu Hinata até uma mesa e se sentou de frente para o garoto no sofazinho confortável antes de um garçom deixar os cardápios ali para que eles olhassem.

Asami sequer teve chances de abrir a boca para pedir que Hinata a ajudasse a escolher antes que o garoto se levantasse em um pulo, fazendo Asami piscar os olhos, confusa, e arquear uma sobrancelha enquanto o olhava.

Hinata estava claramente ansioso com algo, o que apenas deixava Asami ainda mais apreensiva com seu comportamento completamente e totalmente estranho. O que ele está apontando, afinal? Asami pensou, analisando Shoyo por um instante.

-Eu já volto, vou no banheiro! Vê se não vai embora!- ele disse, apontando o dedo indicador de forma acusatória para ela, fazendo Asami torcer o nariz e fazer uma careta.

Porque eu sequer iria embora?, ela pensou, voltando seus olhos para o cardápio na sua frente, tentando desvendar algumas palavras.

Não demorou muito para alguém sentar na frente de Asami, e ela sabia que não era Hinata, por isso ela torceu o nariz, preparada para arrumar uma briga.

Mas quando ela abaixou o cardápio para olhar quem era o que audacioso sentado ali, Asami travou, seu coração parando de bater dentro do peito por um instante.

Os olhos de Asami se fixaram em olhos castanhos, olhos castanhos que ela conhecia muito, muito bem, porque costumava amá-los com todo seu estúpido coração. Olhos castanhos que ela não via há dois meses, e havia desejado ver todos os malditos dias desde que tinha partido, e agora estavam bem ali, na sua frente.

Porque Tooru está aqui? Foi a única coisa que Asami conseguiu pensar naquele momento.

Então, ela colocou as peças no lugar.

Era ele que Hinata tinha dito que tinha encontrado na mensagem de outro dia;

E era ele o amigo que Hinata estava esperando.

Não havia nenhuma outra explicação.

E, quando o choque passou, Asami sentiu irritação e vontade de chutar Hinata por fazer uma coisa dessas com ela.

-Você não deveria estar aqui. - foi a única coisa que Asami disse antes de se lavantar e pegar sua bolsa com rapidez. Mas ela deu apenas um passo antes de Hinata se colocar no meio de seu caminho.

-Asami! Te falei pra não ir embora!- Hinata reclamou, fazendo um biquinho, e Asami quis dar um murro no estômago dele. -Tudo bem, olha, Oikawa-san me pediu pra não te contar nada.

-Porque isso não me surpreende nem um pouco? - ela disse com sarcasmo, ciente que ambos os homens tinham feito careta ao escutar as palavras duras de Asami. -Hinata, você me prometeu uma noite boa, e não uma noite de lavação de roupa suja!

-Tudo bem, olha, você não precisa falar com ele! Mas pelo menos fica aqui e janta, por favorzinho, vou me sentir péssimo se você for embora.- Hinata implorou, juntando as mãos em um súplica. Ainda assim, a vontade de Asami era a mesma.

-Se você quiser que eu vá embora, Asami-chan, eu vou embora. - escutar a voz dele depois de tanto tempo ainda fazia o coração de Asami bater mais forte dentro do peito, e ela agradeceu por estar de costas para Oikawa, assim ele não veria as lágrimas que tinham surgido em seus olhos naquele momento.

Asami suspirou, passando a mão pelos cabelos por um instante. Se ela fosse embora, estaria cometendo mais um erro. E ela já estava farta de cometer erros estúpidos por causa de orgulho idiota.

-Não. - ela disse, simplesmente, voltando a se sentar. -E saiba que eu não vou pagar conta nenhuma, já tô avisando.

Hinata deu risada antes de se sentar ao lado de Oikawa, começando a explicar o como diabos eles tinham acabado se encontrando logo ali, no Brasil. E ainda assim, era um mistério para Asami o porque Oikawa tinha decidido passar as férias logo no Brasil.

E o porque ele não tinha ido atrás dela já que estava ali há alguns dias...

Não; não, ela não pensaria naquilo, e também não pensaria no fato que Oikawa ainda estava usando a aliança de compromisso deles, ou no como ele estava a olhando como se quisesse dizer alguma coisa, ou no como ela ainda o amava incondicionalmente.

Pelo menos Hinata estava fazendo toda a conversação, o que os impedia de ficarem em um péssimo clima graças a situação de Asami e Oikawa. Ela até mesmo conseguiu rir de alguns comentários idiotas de Hinata, mesmo com Oikawa ali. E ela ignorou o como seu coração batia um pouco mais forte toda vez que ouvia Oikawa falar algo para Hinata ou o pegava olhando para ela.

O pior jantar de todos, era um fato, mas pelo menos a comida era boa; a culinária brasileira nunca ia desapontar Asami, e servia perfeitamente para curar o coração partido da mulher de cabelos negros.

-Ai, droga. - Hinata disse, olhando para a tela do celular. -Preciso ir, meu colega de quarto tá com problemas.

Asami piscou os olhos, completamente perplexa com aquela mentira totalmente descarada de Hinata. Afinal, nem mesmo meia hora atrás, ele tinha reclamado que a bateria do celular tinha esgotado. Então apenas tinha ficado ainda mais óbvio que a verdadeira intenção de Hinata, o tempo todo, era fazer com que Oikawa e Asami pudessem ter um tempo a sos para enfim conversarem sobre tudo o que não tinham conversado até então.

-Hinata, além de péssimo ator, você é um grande mentiroso. - Asami reclamou, mas o garoto já tinha se levantado. -Arranje uma desculpa melhor que essa, Hinata Shoyo!

Hinata sequer a escutou antes de correr para fora, tão rápido que Asami sequer teve a chance de agarrar o garoto e o forçar a ficar ali com eles. Asami bufou, irritada e completamente contrariada.

E, então, ela olhou para Oikawa, apenas para o encontrar já olhando para ela, os olhos castanhos do garoto cheios de uma mágoa que quebrou um pouco mais o coração de Asami.

Isso é culpa dele, não minha, Asami pensou, ainda que ela não tivesse mais tanta certeza assim quanto a isso.

Ela deu um suspiro trêmulo, sentindo toda aquela barreira que havia construído ao redor de si mesma para tentar se prevenir de toda a dor que havia sentido quando Oikawa a deixou desmoronar rapidamente.

-Porque está aqui, Tooru? De verdade, porque está aqui?- ela disse, a voz rasgando sua garganta.

Oikawa passou a mão entre os cabelos castanhos, os bagunçando um pouco, algo que fazia apenas quando estava completamente nervoso, ela o conhecia bem demais para saber.

-Asami, você ainda me pergunta isso?- ele disse, a voz cheia de mágoa. -Porque outro motivo eu viria para o Brasil que não você?

Por um segundo, ela até mesmo acreditou nisso. Mas era realmente difícil. Era difícil achar que ele tinha ido atrás dela quando ele estava ali, no Rio de Janeiro, e não havia ido atrás dela.

-Tooru, eu estava em São Paulo. Você está aqui há dias, não me venha dizer que é por minha causa, só calhou de você acabar me encontrando e, sei lá, achar que poderia me fazer de idiota de novo?- ela disse com irritação, mesmo que não acreditasse completamente nessas palavras.

-Como pode achar isso de mim, depois de tudo o que passei do seu lado?- ele disse, inconformado, e foram as lágrimas nos olhos de Oikawa que fizeram Asami se dar conta que tinha passado dos limites.

-Desculpa...- ela murmurou e ele apenas suspirou. -Mas é difícil, Tooru, porque você me deixou. - ela falou, a voz chorosa. -Você me deixou. Eu fui embora, e você sequer me deu tchau, e então você passou todos esses meses e não me ligou nenhuma vez. E isso doeu tanto.

Por um tempo, ele apenas ficou em silêncio antes de esticar a mão para tocar a dela, mas, então, pareceu pensar melhor sobre isso.

-Asami-chan, você ainda confia em mim?- ele perguntou, tão sério que fez Asami piscar os olhos antes de assentir. Oikawa nunca havia mentido para Asami antes; apesar de tudo, ela não tinha motivos para não confiar nele. -Eu fui atrás de você, Asami-chan, claro que fui atrás de você. Você acha mesmo que eu teria deixado você ir embora da minha vida sendo que eu te amo? Por causa de uma briga idiota que me arrependi de ter deixado acontecer no dia seguinte?

"Mas quando eu cheguei, você já tinha ido embora, Asami, e isso machucou tanto que... Você nem faz ideia. Porque pensei que você nunca mais fosse querer olhar para mim. E eu pensei em vir atrás de você e pelo menos tentar ter seu amor de volta, mas não consegui, ninguém me deixou fazer isso e... Talvez eu tenha surtado um pouco sem você e talvez eu tenha quebrado o celular e depois talvez eu não tenha conseguido te ligar porque você sabe que sou péssimo com essa merda e resolver por celular não ia dar certo, e ai não tinha como te falar nada porque fiquei com medo e surtei sem você e você não me mandou nada! Como eu deveria te dizer algo, então? Como eu deveria implorar pra você me desculpar e dizer que te amo?"

-E então eu fui até o lugar onde você trabalha perguntar em que parte do Brasil você tava, e disseram que era no Rio, e eu cheguei aqui e você não estava aqui, e ai eu encontrei o tampinha-chan e...- Oikawa respirou fundo por um instante antes de olhar no fundo dos olhos de Asami. -E então eu estava com medo de ter perdido você, de ser tarde demais. Ainda estou com medo de ser tarde demais.

Asami nem sabia se estava respirando depois de tudo o que Oikawa havia dito para ela. Como eles dois eram estúpidos; eles passaram dias sofrendo com o fim de um relacionamento que nenhum deles queria terminar. Passaram dois meses sofrendo, pela burrice de Tooru e pelo orgulho idiota de Asami, sendo que poderiam ter resolvido isso de forma mais simples, sendo que ela poderia ter resolvido tudo se apenas tivesse ligado para ele, ainda mais quando Asami sabia que, quando se tratava dela, Oikawa conseguia ser mil vezes mais inseguro do que Asami, tão diferente da época em que começaram a namorar...

-Você acredita em mim, Asami-chan?- Oikawa murmurou, os olhos dele estavam com lágrimas e ver aquilo apenas fazia o coração dela doer ainda mais.

-O pior disso tudo é termos sofrido por algo tão idiota, como se fôssemos Romeu e Julieta fazendo merda. - ela murmurou e Oikawa sorriu de leve.

Asami apenas suspirou, se levantando e deixando algumas notas na mesa para pagar a conta.

-Mas ainda que você tenha ido atrás de mim, não apaga tudo o que me disse naquela noite, Tooru. Porque doeu demais.- ela disse, limpando o rosto.

-O que você me disse também machucou, Asami. - ele falou, indo atrás dela.

Asami fez uma careta quando saiu do restaurante e percebeu que estava chovendo. Ótima noite, ela pensou, começando a caminhar, tentando não se importar com as gostas de chuva que caíam sobre ela e molhavam completamente suas roupas, seu cabelo, seu rosto.

-Você vai desistir da gente, Asami-chan? - Oikawa disse, logo atrás dela, e algo em sua voz a fez travar. -Você brigou comigo alegando que eu quem estava desistindo, mas eu ainda tô aqui! Eu ainda tô aqui, e eu quero que a gente fique juntos, então se você não quer nada comigo, pelo menos me diz isso, Asami, porque não aguento mais ficar com esse peso dentro de mim, essa culpa e toda essa incerteza. Eu sinto muito por ter te magoado, sinto muito por essa briga idiota. Eu largo tudo, se você quiser. Eu deixo a Argentina, eu saio do time, eu largo o vôlei, mas eu não vou abrir mão de você. Eu não sei viver sem você!

Asami arregalou os olhos antes de se virar para ele e marchar na direção de Oikawa, o que fez ele dar um gritinho assustado e tentar se afastar, mas não conseguiu antes de Asami agarrar a camiseta dele com força.

-Ficou louco?! Eu nunca iria querer que você largasse o time por minha causa, quem dirá o vôlei!- ela quis gritar. -Eu deixei o Japão pra viver essa droga de sonho com você, se você desistir agora e por uma briga idiota de casal, eu vou matar você! - ela disse irritada, o balançando com força. Oikawa fez uma careta antes de abrir um daqueles sorrisos convencidos que sempre fazia Asami querer dar um tapa forte nele. Quando era mais nova, ela teria caído no encanto dele; depois de três anos ao lado dele, apenas fazia Asami querer o xingar.

-Então está admitindo que ainda somos um casal, Asami-chan?- ele provocou, agarrando a cintura dela com força antes que Asami pudesse se afastar. Ela apenas revirou os olhos para ele.

-A gente deixou de ser em algum momento, babaca?- ela disse, a voz denunciando o quanto Asami estava aliviada naquele momento. E, nos olhos de Oikawa, ela percebeu que ele sentia o mesmo. -Eu também não sei viver sem você, Tooru. Esses meses longe foram um inferno, e eu não quero que a gente brigue assim nunca mais, entendeu?

-Eu também não, eu também não!- ele disse um pouco exasperado, a apertando com força em seus braços, como se Asami pudesse sumir a qualquer momento, e aquilo fez ela sorrir. -Me desculpa.

-Eu também tenho culpa nisso. - ela murmurou. -Fui orgulhosa e imatura e isso quase causou o fim do nosso namoro. Me perdoa.

-Asami-chan, você nunca precisa me pedir desculpas. - ele murmurou, beijando o topo da cabeça dela com carinho. -Eu te amo, Asami-chan. Nada nunca vai mudar isso, nenhuma distância ou briga vai ser o suficiente para me fazer te amar menos.

Agora ela tinha certeza disso. Porque todo aquele tempo sem um ao outro apenas tinha provado o óbvio: Asami e Oikawa sempre achariam um caminho de volta. E não havia distância capaz de diminuir o amor que sentiam um pelo outro.

-Hm, Tooru?- ela chamou e ele se afastou um pouco apenas para olhar nos olhos dela por um segundo. -Sei que tá um calor dos infernos, mas a gente deveria mesmo sair dessa merda de chuva porque não quero ficar doente.

Oikawa apenas deu risada e Asami sorriu. Aquela era a risada que ela mais amava no mundo, aquela verdadeira e que sempre fazia Oikawa ficar ainda mais atraente. Ela suspirou, se inclinando na ponta dos pés e o beijando, o pegando de surpresa.

Ele a abraçou com força, tirando Asami do chão, o que a fez rir por um instante, mas sem fazer menção de se afastar, ainda mais quando ela tinha dois meses para tirar o atraso.

A boca de Oikawa era carinhosa contra a dela, quase como se Asami pudesse desaparecer a qualquer instante. Ela fez um carinho suave no rosto dele, querendo poder ficar ali para sempre.

-Vamos, Asami-chan. Tudo o que você menos precisa é ficar doente.- ele disse, se afastando dela e entrelaçando os dedos nos de Asami. Ela apenas sorriu para ele.

Talvez ela devesse agradecer Hinata mais tarde. E, claro, o ameaçar de morte também.

Asami estava sentada entre as pernas de Tooru e fechou os olhos por um instante enquanto ele penteava delicadamente o cabelo molhado dela depois do banho demorado que ela tinha tomado. A sorte é que estavam hospedados no mesmo hotel, então não foi difícil para Oikawa apenas pegar suas coisas e se mudar para o quarto de Asami, porque ela não o deixaria ir embora dali e também sabia que não precisava dizer isso para que ele soubesse. Afinal, ele era o namorado de Asami, se tinha alguém que a conhecia muito bem, era Oikawa.

-Sabe o que a gente deveria fazer?- Oikawa perguntou e Asami apenas encostou as costas contra o peito dele, fechando os olhos quando Oikawa passou os braços ao redor dela, a trazendo para mais perto de si.

-Hm?- ela murmurou, sem prestar lá muita atenção, motivo pelo qual Oikawa a beliscou de leve, fazendo Asami chiar e ele rir.

-A gente vai no casamento da Emi e do Iwa-chan, certo?- ele disse e Asami se virou um pouco para fitar o rosto de seu namorado, a sobrancelha arqueada em uma pergunta silenciosa que Oikawa respondeu com um sorriso perverso, aquele sorriso que sempre vinha antes de uma ideia idiota para fazer Iwa e Emi se estressarem com eles. Talvez tenha sido por isso que nenhum dos dois ficou triste com o suposto término de Asami e Oikawa, afinal. Talvez ou eles soubessem que não demoraria nada para voltarem, ou estavam felizes por não terem mais que aguentar Asami e Oikawa zombando juntos da cara dos dois. -A gente não fala nada para eles sobre termos voltado, deixa eles acharem que ainda estamos sofrendo um pelo outro e fica vendo eles agirem que nem dois idiotas tentando consolar a gente. E ai deixamos pra contar só no dia do casamento deles, quando aparecermos juntinhos como o casal mais bonito da festa. Tenho certeza que eles vão ficar bem putos.

-Tooru, o casamento é daqui três meses. Você não vai aguentar guardar segredo até lá. - Asami deu risada, o empurrando de leve antes de Oikawa a agarrar e a jogar contra a cama, fazendo Asami dar um gritinho e rir.

-Senti falta disso. - Oikawa disse com um suspiro, fazendo ela arquear a sobrancelha para ele. Oikawa esticou a mão, percorrendo os dedos de leve pela bochecha dela. -De escutar a sua risada feliz.

Asami envolveu a cintura de Oikawa com suas pernas, o puxando para mais perto de si, algo que ele não demorou nada para fazer, ficando por cima de Asami, os olhos fixos nos dela.

-É muito ruim ficar na nossa casa sem você, Asami-chan. - ele disse baixinho e o coração dela se apertou um pouco escutando aquilo. -Cada parte daquele lugar me lembra você. Era difícil ficar ali sem ter a certeza se você ia voltar ou não. Tudo é tão seu que... - Oikawa apenas suspirou, mas ela sabia o que ele queria dizer. Asami passou os braços ao redor do pescoço dele, o trazendo para mais perto de si e o abraçando com força.

A casa deles era tão inegavelmente Asami e Oikawa, era todo o amor dos dois em um lugar. Ninguém que entrasse ali poderia dizer que era um lugar sem graça e sem vida. Era o lar deles, tudo o que representava a família que eles tinham construído um com o outro.

-Eu não vou te deixar, Tooru. - ela disse com convicção, olhando para os olhos castanhos dele. Asami sorriu de leve para seu namorado. -A gente talvez tenha brigas idiotas e fique dois meses afastados por burrice... - Oikawa deu risada e ela tocou o rosto dele com carinho. -Mas nunca vou deixar de amar você ou de querer você. Você é minha família, Tooru. E a única coisa que eu preciso também.

Oikawa não disse mais nada, e também não precisava. Apenas cortou o espaço que ainda existia entre eles, grudando a boca na de Asami.

Não importava quantas vezes Oikawa a beijasse, Asami sempre sentiria como se fosse a primeira vez. O coração disparado, o nó no estômago, aquele sentimento de que, de alguma forma, eles se encaixavam perfeitamente um ao outro. E não importava quanto tempo se passasse, Asami sempre seria, inegavelmente, completamente apaixonada por ele.

Ela afundou os dedos nos cabelos castanhos de Oikawa, o puxando para mais perto de si em busca de aprofundar aquele beijo, suas línguas se envolvendo de forma urgente uma na outra.

Um suspiro escapou de seus lábios quando ele mordeu de leve o lábio inferior de Asami antes de descer a boca até o pescoço dela, beijando com aquela lentidão provocativa que sempre fazia Asami estremecer completamente, ainda mais quando ele mordia a pele sensível de seu pescoço. E se tinha algo que Oikawa sabia bem, era como provocar Asami.

As mãos de Oikawa percorreram pelas coxas de Asami, apertando e a trazendo para seu colo. Asami levou as mãos até a barra da camiseta dele, não pensando duas vezes antes de a tirar, seus dedos deslizando pelo torso de Oikawa e o fazendo estremecer, algo que fez Asami sorrir.

Asami se afastou de Oikawa apenas o suficiente para tirar sua própria camiseta, fitando aqueles olhos castanhos que ela amava com todo seu coração, seus dedos percorrendo o pescoço dele com calma.

A aquela altura, não havia uma única parte dela que Oikawa não conhecia, assim como também não havia uma única parte dele que Asami não conhecia.

-Senti sua falta. - Oikawa murmurou contra o ouvido de Asami, fazendo todos os pelos do corpo dela se arrepiarem e ele sorrir, as mãos subindo pelas costas dela e a puxando para mais perto de si.

Os toques de Oikawa pelo corpo de Asami eram suaves e delicados, provocativos o suficiente para fazer Asami sentir toda sua pele esquentar completamente. Suspiros escapavam pelos lábios dela enquanto os dedos de Oikawa subiam lentamente pelo corpo de Asami.

Asami deslizou as mãos para as costas de Oikawa, o apertando com força, completamente oposta a delicadeza dele com ela, mas sempre havia sido assim e Oikawa nunca se importou com isso. De alguma forma, mesmo que pudesse parecer estranho, eles se encaixavam perfeitamente um ao outro. E se amavam tanto, tanto, que nada além desse amor importava. Às vezes, era até mesmo difícil demonstrar tudo o que Asami sentia por ele. Mas ela sabia que Tooru entendia perfeitamente o como Asami se sentia porque era assim que ele se sentia por ela também.

Oikawa deslizou as mãos pelas coxas nuas de Asami, a puxando e a deitando delicadamente contra o colchão macio, ficando entre as pernas dela, os olhos fixos nos de Asami por um instante. Os dois respiravam ofegantes, os corações batendo fortemente dentro do peito, e Asami esticou uma mão para acariciar de leve a bochecha de Oikawa. Ela jamais se cansaria disso, jamais se cansaria de mostrar a ele o quão imensamente ela o amava, com todo o seu coração.

-Eu também senti a sua falta, Tooru. Todos os malditos dias. - ela sussurrou para ele, como se estivesse o contando um segredo muito, muito importante. Oikawa sorriu para Asami, aquele mesmo sorriso que sempre fazia Asami ficar completamente e totalmente idiota, beijando os lábios dela com carinho por um instante.

-Eu te amo, Asami-chan. - ele murmurou, descendo a boca pelo busto dela, fazendo Asami suspirar e segurar com força os cabelos castanhos de Oikawa. Ele sempre sabia exatamente em que lugares tocar, em que lugares beijar, e talvez esse fosse o karma de estar há tanto tempo com uma pessoa: ela conhecia cada ponto fraco seu.

Oikawa soltou uma risada maliciosa contra a pele de Asami, muito ciente do efeito que ele tinha sobre ela, o que fez Asami o dar um tapa e empurrar para o lado, invertendo as posições entre eles. Oikawa sorriu com divertimento para Asami, e ela apenas semicerrou os olhos para ele.

-Você é um maldito desgraçado. - ela murmurou e Oikawa riu, as mãos deslizando pela cintura dela e a puxando para perto de si, grudando ainda mais o corpo no de Asami.

-E ainda assim... - ele sussurrou, o nariz roçando contra o pescoço de Asami, fazendo ela estremecer e Oikawa sorrir. -Você me ama.

-Às vezes, cometemos erros na vida, entende?- ela resmungou e Oikawa fez um som de pura indignação que fez Asami dar risada antes de segurar o rosto dele em suas mãos. -E, ainda assim, eu não mudaria nada.

Ela não deu a ele uma chance de dizer algo ou começar um drama sobre o como era um pobre coitado humilhado e sem amor antes de beijar seu namorado, soltando uma risada quando ele a jogou mais uma vez contra o colchão.

E Asami percebeu que, não importava quanto tempo ficassem separados, ela jamais seria capaz de deixar de amar Tooru Oikawa. O amava apenas mais e mais e mais, e sabia que não precisava se preocupar com mais nada; porque ela sabia, no fundo de seu coração que, no final de tudo... Eles ficariam juntos. E era isso o que verdadeiramente importava.

-Ainda bem que vocês se resolveram, não aguentava mais ver o Oika-senpai chorando por sua causa. - Hinata disse para Asami com um sorriso e Oikawa fez um som de pura indignação enquanto Asami dava risada.

-Eu não chorei tanto assim!- Oikawa se defendeu. Hinata deu um sorriso de divertimento para Oikawa, o que apenas fez Asami querer rir ainda mais da cena, pensando em Hinata tentando consolar um Oikawa de coração partido, no Brasil, depois de jogarem vôlei de praia juntos e perderem.

-Certo, claro. Mas não tem problema admitir que chorou, sabe?- Hinata provocou e Asami o empurrou de leve, o que fez o garoto rir. -Mas vale lembrar de uma coisa aqui, Asami continua sendo mais minha do que sua, minha melhor amiga, entendeu?

Oikawa apenas semicerrou os olhos, ativando seu "modo cinco anos", o que apenas fez Asami pensar lá vamos nós de novo.

-Tampinha-chan, ela é minha namorada. - Oikawa disse, como se isso já falasse o suficiente, mas Hinata deu de ombros, como se não significasse absolutamente nada, o que fez Oikawa fazer uma careta engraçada e Asami balançar a cabeça para os dois idiotas discutindo por causa dela.

-E dai? Ela veio até aqui me visitar.- Hinata disse com um sorriso convencido.

-É mesmo? Ela mudou pra Argentina por minha causa! - Oikawa disse, triunfante, e Hinata fez uma careta engraçada.

-Ei, vocês dois, já chega!- Asami falou, dando tapas em ambos.

Graças a Deus, ela pensou quando os dois pararam de discutir entre si para irem jogar vôlei na praia, e foi algo bem engraçado de ver.

Tooru e Shoyo jogando juntos era de fato uma novidade para Asami, e algo bem engraçado, se ela fosse ser sincera. Eles eram uma dupla estranha, emocionada e engraçada, mas conseguiam se encaixar muito bem como um time, o que pegou Asami de surpresa. Eram ainda mais chocante ver o como Tooru já tinha se acostumado, rápido assim, as incertezas de se jogar vôlei na areia e com a variação de clima. Mas era o que ela sempre dizia para quem quisesse ouvir: o namorado dela era, de fato, o melhor.

Asami deu risada da comemoração extremamente exagerada de Tooru e Hinata por terem marcado um mísero ponto, sendo que ainda estavam dois pontos para trás, e ela balançou a cabeça. Foi quando seu celular começou a vibrar e ela fez uma careta quando viu o nome de Emi na tela.

-Tô ocupada, tô na praia, fale logo e não me encha o saco. - Asami zombou assim que atendeu sua melhor amiga, e praticamente podia escutar Emi revirar os olhos do outro lado da linha.

-Você e o lixokawa voltaram, não é?- Emi disse, fazendo Asami piscar os olhos, perplexa.

Como ela sequer sabia disso, afinal?!

-Sabe que esse seu silêncio já diz tudo né, sua imbecil?- Emi disse com um tom zombateiro e Asami fez uma careta, ainda indignada demais para dizer qualquer coisa que fosse. -Eu sabia que esse término não era pra valer, sabia que vocês dois iam...

-Espera, espera aí, o que foi que eu perdi, hein?- Asami disse, as sobrancelhas franzidas em pura confusão. -Você aprendeu a ver o futuro ou fez um bruxaria pra eu e Tooru voltarmos e por isso sabe que voltamos? Que merda, Emi?! Tá me vigiando agora, sua puta surtada?

Emi deu uma gargalhada do outro lado da linha, claramente se divertindo muito com a novela mexicana que a vida de Asami era às vezes, o que apenas fez Asami querer agredir sua melhor amiga ainda mais.

-Não foi difícil ligar os pontos, sabia? Oikawa falou para o Iwa que estava indo para o Rio de Janeiro. Depois manda uma foto dele com o Hinata. Você disse que ia para o Rio e ia ver o Hinata. Porra, ninguém aqui é burro, né! Sem contar que Oikawa não ligou para Iwa para chorar por vocês terem terminado, e ele fez isso todos os dias desde o dia que você foi para o Brasil, então... - Emi disse, fazendo Asami torcer o nariz e revirar os olhos. Maldita Emi e maldito Iwaizumi que sabiam mais do relacionamento de Asami e Tooru do que eles mesmos!

-Sabe, acho que você e Iwa precisam casar logo e arranjarem um filho para pararem de torrar o nosso saco!- Asami retrucou, fazendo Emi dar uma risada debochada para ela.

-Mi, quem tá precisando de algo são vocês dois, ow casal perfeito que nunca briga e quando briga ficam dois meses separados achando que é o fim por conta da falta de comunicação e da burrice de ambos! - Emi disse, fazendo Asami torcer o nariz ao perceber o como, de fato, essa briga dela e de Tooru havia sido ridícula.

-Tchau, Emi, adeus.- Asami resmungou, escutando sua amiga rir de sua cara antes de desligar.

Foi bem quando ela viu Hinata e Tooru vencerem o jogo, e ver os dois animados com isso apenas fez Asami rir e balançar a cabeça, um sorriso crescendo no rosto. Não importava quanto tempo passasse, quantos jogos jogassem, Asami sempre ficaria feliz por eles. E por tudo o que conquistaram.

-Asami-chan, como vou sobreviver sem você?- Oikawa perguntou enquanto andavam com Hinata pelas ruas, e, apesar do calor, ela não se importou quando Tooru a abraçou com força contra si, fazendo Asami rir.

-Para com drama, Tooru! Daqui duas semanas eu volto pra casa. - ela disse e ele apenas fez um biquinho.

-Tá vendo, eu ainda vou ter duas semanas com ela.- Hinata disse vitorioso e Oikawa o olhou com deboche antes de dar um sorriso maldoso que fez Asami o acertar um tapa com força no ombro.

-E eu tenho ela pelo restante da vida!- Oikawa retrucou, mostrando a língua para Hinata.

-Vocês dois juntos dividem o mesmo neurônio, é impressionante. - Asami riu e os dois olharam para ela com pura indignação.

Ela apenas cutucou Hinata de forma provocativa antes de abraçar Tooru com força, beijando a bochecha de seu namorado com todo seu amor e carinho.

E pelo restante daquela noite, Asami apenas aproveitou cada minuto ao lado dos dois idiotas que ela mais amava no mundo todo. Desejando que algumas coisas nunca mudassem.

Como o amor que ela tinha por Tooru Oikawa. Porque se tinha algo que Asami tinha certeza que jamais mudaria, em toda a sua vida, era isso. E se tinha algo que Asami desejava mais que tudo... Era estar ao lado dele para sempre.

E ela sabia que podia. Assim como sabia, no fundo de seu coração, que o amor deles era para toda a eternidade.

PARTE BÔNUS

-Você tá tão linda, Asami-chan. - Oikawa disse pelo que pareceu a vigésima vez naquela noite, o que apenas fez Asami rir e acariciar com carinho a bochecha do namorado dela.

-Emi vai surtar com vocês dois logo, logo se continuaram com essa de "casal perfeito" no casamento dela. - Matsukawa zombou, fazendo Oikawa torcer o nariz e Asami dar risada.

-Eles podem ser "perfeitos", mas olha quem casou primeiro. - Iwa disse com um sorrisinho cruel.

-Iwa-chan, não é minha culpa que você ficou desesperado com a possibilidade de Emi-chan achar coisas melhor e resolveu casar logo com ela. - Oikawa disse de forma inocente, apenas para provocar o melhor amigo, e recebeu um chute em resposta, fazendo Oikawa chiar e Asami balançar a cabeça, porque, no fim das contas, algumas coisas nunca mudavam.

-Até no dia do meu casamento, isso é sério?- Emi sibilou se aproximando deles e lançando um olhar que prometia uma morte bem lenta e bem dolorosa para Oikawa e Iwa se eles continuassem com aquilo. E eles, sabiamente, pararam, o que fez Asami dar risada da cara de ambos, acompanhada de Matsukawa e Takahiro.

-Saiba que você vai ter que lidar com isso para sempre agora que casou com o Iwa. - Asami disse com um sorriso e Emi bufou, revirando os olhos.

-Você diz como se você não tivesse que aguentar o mais imbecil dessa dupla de merda.- Emi retrucou, fazendo Oikawa a olhar com pura indignação e Iwa fazer uma careta engraçada.

-Primeiro que eu não fui burra de casar com vinte e poucos anos, segundo que eu já tô acostumada com o "modo cinco anos" do Tooru. - Asami retrucou e ouviu Iwa, Matsukawa e Takahiro começarem a zombar de Tooru. O mais engraçado foi a cara que Oikawa fez, como se Asami tivesse acabado de socar ele no estômago, o que fez ela franzir o cenho. -Que cara é essa, Tooru?

-Então você não tem planos de casar com ele, é?- Takahiro perguntou com um sorriso divertido, se esquivando de uma tentativa de soco vinda de Oikawa.

-Nunca disse isso, mas não sou emocionada que nem esses dois. - Asami disse apontando para Iwa e Emi. -Iwa, eu esperava mais de você! Tá pior que os idiotas dos livros de romance, sinceramente, que decepção. - ela zombou e Emi pareceu bem perto de a dar um tapa, mas Iwa apenas riu, ainda mais da cara que Oikawa estava fazendo naquele momento. -Porque sinto que estou perdendo algo importante aqui?

-Você acabou de destruir os sonhos do seu namorado, Asami. - Matsukawa zombou, fazendo Asami torcer o nariz.

-Eu não fiz nada disso!- ela protestou, apontando o dedo para o peito do homem que não parava de zombar da cara que Oikawa estava fazendo naquele momento, como se fosse morrer ali a qualquer instante, o que estava começando a fazer Asami se questionar o que ele tinha bebido naquela festa. -Só disse que casar antes dos vinte e cinco é demais, não acham não?

-Não. - Iwa e Emi responderam juntos, fazendo Asami torcer o nariz e revirar os olhos.

-Vocês dois não contam.- ela disse, balançando a mão como gesto de tanto faz. -Já que são dois emocionados do cacete.

-Você sabe que namora o mais emocionado de todos, não sabe?- Takahiro zombou, fazendo Asami fazer uma careta.

-Eu não sou emocionado!- Oikawa protestou, fazendo cara feia, e Asami riu, o empurrando de leve.

-Claro, imagina, você não é não. - Emi zombou e Oikawa fez cara feia para ela, um nítido "cale essa boca" que fez Asami franzir o cenho. Emi riu, agarrando a mão de Asami na dela. -Vamos, é hora de jogar essas flores para as solteironas desesperadas.

-Na verdade, Emi-chan, acho que você deveria...- Oikawa começou, exasperado, o que fez Iwa, Matsukawa e Takahiro começarem a rir e Asami piscar os olhos, ainda mais confusa com o comportamento totalmente anormal de seu namorado. Talvez ela tivesse pegado pesado demais com esse papo de casamento e, agora, havia quebrado Oikawa! Deus, ele tinha entendido tudo errado, e Asami estava preparada para e explicar isso, mas Emi a puxou mais uma vez.

-Você não acha nada, Shittykawa. - Emi disse, lançando um olhar cortante para Oikawa, fazendo ele torcer o nariz. Ela deu mais um puxão na mão de Asami. -Para de fazer corpo mole, Asami! Vamos logo!

-Ei, porque eu preciso ir? Não sou solteira e muito menos tô desesperada pra casar!- Asami protestou e recebeu cinco olhares de pura indignação que a fizeram torcer o nariz.

-Tá vendo!- Tooru choramingou. -Ela não quer casar comigo!

-Para de ser criança, Tooru!- Asami sibilou, o empurrando. -O que quis dizer é que eu sei que vamos nos casar em algum momento, então não preciso me desesperar! Seu idiota emocionado!

Iwaizumi, Takahiro e Matsukawa começaram a rir do bico emburrado que se formou nos lábios de Oikawa, fazendo questão de ressaltar o como ele era infantil, e Asami precisava concordar com eles. Ela revirou os olhos, agarrando a mão de Emi.

-Tá bom! Tá bom, inferno, eu vou lá, tá feliz agora, Tooru?- Asami disse e ele abriu um sorriso para ela, o que apenas fez Asami revirar os olhos e resmungar enquanto Emi ria e a arrastava até que ela estivesse no meio das outras mulheres loucas para pegarem aquele buque.

Quanta bestagem, Asami pensou, contendo sua vontade de revirar os olhos. Coisinha mais clichê e estúpida. Se essa merda cair na minha direção, vou desviar.

Asami torceu o nariz por causa de toda a comoção que se iniciou no momento que Emi fez menção de jogar aquelas flores. Porque uma amiga tão dramática, meu Deus, é só jogar, Asami pensou, se afastando um pouco mais daquele grupo de mulheres desesperadas.

Mas, então, Emi simplesmente se virou e desceu do palco onde estava, sem jogar aquele buque, o que fez todo mundo piscar os olhos em choque, principalmente Asami, que franziu o cenho em confusão.

Quando Emi começou a caminhar até Asami, ela pensou que talvez devesse começar a dar o fora dali, principalmente por causa do sorriso que sua melhor amiga ostentava no rosto.

-Toma. - Emi disse, estendendo as flores para Asami, fazendo ela piscar os olhos, confusa.

-Eu não vou pegar isso não, volta lá e joga, não quero ser assassinada por mulheres raivosas!- Asami sussurrou de forma exasperada, ciente do olhar de todos sobre ela, fazendo com que Asami apenas desejasse desaparecer ainda mais.

-Pega logo, idiota!- Emi sibilou, enfiando o buque nas mãos de Asami, que fez uma careta.

-Porque diabos você...- Asami começou e, então, calou a boca quando Emi a virou para trás.

Foi só olhar para Oikawa que Asami entendeu perfeitamente o que estava aconteceu ali. E sentiu seu coração parar de bater por um instante dentro do peito quando seu namorado se aproximou dela.

-Asami-chan, eu até ia te pedir em casamento, mas você acabou de destruir todas as minhas esperanças! - Tooru choramingou e Asami abriu a boca três vezes, mas nada saiu. O que?!

-Para de graça!- Emi e Iwa praticamente só faltaram bater em Oikawa naquele momento, o que fez ele torcer o nariz.

Oikawa apenas se aproximou de Asami, segurando as mãos dela nas suas por um instante.

-Asami-chan, eu amo você. Amo tanto você que não imagino uma vida longe. E eu sei que você não quer casar tão cedo, que odeia essas coisas estilo "Romeu e Julita", mas eu quero ter isso com você, não importa o momento. Quero casar com você, Asami, e faria isso aqui e agora!- ele disse e Asami sentiu os olhos se encherem de lágrimas. -Então, se você quiser casar comigo, saiba que vai estar me fazendo a pessoa mais feliz do mundo, e te prometo que vou fazer o mesmo por você, todos os dias das nossas vidas.

-Eu deveria te matar, sabia disso?!- ela falou com a voz chorosa, estendendo a mão para bater no ombro dele, fazendo Oikawa choramingar e fazer um biquinho para ela.

E, sem esperar que Tooru dissesse mais alguma coisa, Asami se inclinou na direção dele, segurando o rosto de Oikawa em suas mãos, e o beijou com todo o seu amor. 

-Eu quero meu anel. - ela murmurou, fazendo Oikawa rir antes de a apertar com força em seus braços.

E ela percebeu que, sim, ele tinha pensado naquele momento há bastante tempo, ainda mais quando ele tirou um anel com uma pedra azul brilhante de dentro do bolso, estendendo na direção dela.

Asami apenas o beijou de novo e de novo.

Porque Asami amava Tooru com todo seu coração, e nada além disso importava. E, no final das contas... Não existia momento certo. Existia apenas o amor dos dois.

Data: 07/02/22

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro